Desentendimentos escrita por Marry Black, grupo_FCC


Capítulo 15
Capítulo 14


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



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Charlie ficou muito tempo em silêncio, tempo demais, comecei a ficar preocupada, e se ele tivesse um treco ali?O que eu iria fazer?

-Hum... Pai? - chamei meio receosa, será que eu não deveria ter feito aquilo?

Depois de algum tempo me fitando, Charlie se jogou nos meus braços e me envolveu num forte abraço que me deixou sem ar.

-É tudo que eu mais quero Bells. - Charlie soluçava alto e escondeu o rosto em meu ombro. - É tudo que eu mais quero.

As lagrimas dele molharam rapidamente minha blusa. Com minha mão boa, eu retribui o abraço.

Edward aparece atrás de Charlie e sorriu para mim, gesticulou alguma coisa com a boca, que acreditei ser "Obrigado por isso", mas também poderia muito bem ser "Gosto de xuriço", em fim, eu jamais saberia o que ele realmente disse.

Do mesmo jeito que Edward aparece, ele se foi, e eu me separei de Charlie.

-Agora, é melhor eu ir... - tentei sorrir.

-Mas já? - Charlie não gostou da idéia.

-Preciso ir... Tenho que ajudar Alice com os preparativos para o casamento. - menti, por mais que eu estivesse mais ou menos acertada com Chalie, ainda me doía muito estar ali, e quanto mais tempo passava menos coragem eu tinha para fazer o que pretendia.

Charlie limpou as lagrimas do rosto.

-Esta bem então.. - ele me deu um sorriso radiante, eu sabia que com aquele pequeno gesto, eu tinha diminuído a culpa que Charlie sentia isso era bom. Não queria que ninguém ficasse com remorso por conta da minha decisão.

Despedi-me de Charlie e guardei bem a memória do seu rosto, esperava que ele entendesse que eu queria vê-lo sempre assim.

Assim que sai de casa comecei a caminhar em direção a floresta, tentando não decidir o que iria fazer, não queria que Alice me impedisse.

Minha vida estava totalmente descontrolada, as pessoas estavam sofrendo e se machucando a minha volta.

Uma guerra velada existia entre todos que me cercavam.

Meu coração estava destroçado, dilacerado, fraco e ferido. Era uma tortura insuportável ver as pessoas que mais amo se ferindo, matando uns aos outros.

Uma vez eu disse a Edward que eu era a Suíça e que não ficaria no meio da guerra, não tomaria partido, seria um país neutro; mas aquilo era difícil demais, meu coração não era feito de pedra, meus sentimentos não estavam congelados, eu não conseguia fechar os olhos para tudo aquilo que estava acontecendo.

Continuei a caminhar lentamente, meu vestido branco arrastava pela terra, aquilo era muito clichê, eu sabia disso, uma moça branca de cabelos castanho-escuros, caminhava sozinha pela floresta, rumo ao nada, logo seu vestido branco se tornaria vermelho, onde somente a floresta seria testemunha daquele ato. Chegava a soar irônico, depois de tanto sacrifício para me manter viva, eu iria morrer por vontade pró, eu iria acabar com minha angustia, iria por um ponto final naquela guerra, da mesma maneira que a terceira esposa fez.

Meu sofrimento já estava me matando há algum tempo mesmo, minha alma já estava desfalecida.

Jacob foi embora, me deixou do dia para a noite com uma pequena carta dizendo que vampiros e lobisomens jamais poderiam conviver juntos, principalmente quando eles eram apaixonados pela mesma humana; e como eu havia dado preferência ao vampiro, ele dizia adeus.

Charlie tinha surtado, tinha atentado contra o homem, ou devo dizer o vampiro que mais amo, tinha atirado no meu noivo.

Edward não tinha feito nada de errado, e era exatamente por isso que ele não merecia casar-se comigo, com uma imperfeita!

Eu sabia que ele iria se casar comigo por pena, mesmo ele negando, eu sabia que era assim. Depois deu ter perdido os movimentos da mão para guardar o segredo de sua família, Edward sentia-se mais do que nunca obrigado a me tomar como não era justo!Não era mesmo, nem comigo, nem com ele!Edward merecia uma vida melhor que essa, merecia uma pessoa melhor que eu, Tânia seria perfeita, ele logo me esqueceria e daria chance a ela, eu tinha certeza.

E eu?Bom, eu não queria continuar daquele jeito, levando uma vida limitada... A morte era uma opção melhor.

Depois de algum tempo refletindo e caminhando, eu parei e me sentei no chão, arrumei a borda do meu vestido, queria morrer da maneira mais "bonita" possível.

Abri minha bolsa e tirei dali um pano, desenrolei-o e peguei a adaga ali escondida, deixei meus pensamentos fixos no que ia fazer, agora não tinha mais problema, não importava mais, os Cullen, mesmo sendo vampiros, jamais chegariam a tempo de me impedir, minha decisão já estava tomada e nada me faria mudar de idéia.

Estendi o pano ao meu lado, deixando minha carta de despedida ali, bordada naquele pano, meu ultimo bordado.

Respirei fundo e peguei a adaga, por mais que parecesse loucura, eu não sentia medo nem receio, seria muito calmo e silencioso; a morte não teria problemas comigo, eu a acompanharia de bom grado.

O vento soprou em meu rosto, implorando talvez que eu não concluísse meu ato, mas foi inútil, eu estava convicta e determinada.

Passei a lamina em meu pulso, um único e ligeiro momento, senti uma dor aguda, mas não liguei, era apenas mais uma dor. Vi o sangue brotar e vazar de meu braço rapidamente.

Minha respiração continuava calma, minha alma estava tranqüila, sabia que em poucos segundos o descanso eterno me seria concedido. Observei por alguns segundos o sangue que vazava de minhas veias e manchava meu vestido como eu havia previsto.

Mais um sopro veio de encontro ao meu rosto, uma leve brisa e eu soube que estava na hora, à morte sussurrava meu nome. Era uma voz tão doce e calma que me incentivou.

Com um movimento rápido e ágil passei a adaga em meu pescoço, a dor foi pior desta vez, precisei morder o lábio para não gritar, mas mesmo assim, eu me mantive calma, aquela era a ultima dor. Deus entenderia meu ato, se não Ele, o Diabo entenderia.

Senti o sangue escorrer do meu pescoço pelo meu corpo, olhei para baixo e vi meu vestido aos poucos avermelhando.

A fraqueza foi tomando conta de mim, meus sentidos foram ficando mais lentos anunciando enfim a chegada da pessoa mais esperada por mim, a morte.

Não demorou muito eu perdi o equilíbrio e tombei para trás, a morte me queria, eu podia sentir.

Mantive a adaga em meu colo, eu sabia que os Cullen me encontrariam se não eles, alguém encontraria, por isso eu precisava mostrar-los que foi uma escolha minha, por isso não adiantava entrar numa busca por vingança, pois esta seria eterna, jamais seria encontrado um culpado.

Fechei meus olhos lentamente, gravando a ultima imagem que veria a copa das árvores, e abri um sorriso nos lábios, era doentio sorri numa hora como essas, mas é como dizem, "quando a morte lhe sorrir, só lhe resta sorrir de volta".

Por fim... Meu mundo se escureceu e eu cai na inconsciência.

 


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Notas finais do capítulo

OMFG! Bella se...?
Querem saber como termina essa loucura? Comentem bastante que eu posto!