Meu Chefe Uchiha escrita por AnyUchiha77


Capítulo 1
O Anúncio


Notas iniciais do capítulo

Hey galera, to aqui com mais uma fanfic de Naruto.
Pra quem acompanha minha outra fic, vou deixar ela parada por um tempo pra fazer essa daqui.
Boa leitura, nos vemos nas notas finais.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/767247/chapter/1

 

— Demitida! - disse em voz alta pela milésima vez. - Quer que eu repita isso em outras línguas, Haruno? - a voz de Mei ecoava irritadiça pela sala, por conta da minha insistência. Eu estava tremendo.

— Mas senhora Mei, o que eu fiz de errado? - perguntei de novo, ainda nervosa, mesmo tendo ouvido a mesma resposta cem vezes. - Eu sei que fui um pouco impulsiva, mas não foi por mal, ela até que merecia se for pensar bem - torci o nariz dando o melhor dos meus sorrisos sem graça.

— Impulsiva? - ela rebateu quase rindo. Sua voz saía incrédula pelo que eu disse e ao mesmo tempo debochada. - Você agrediu sua colega de trabalho, Sakura, não posso deixar passar mais uma sua. Ela está com o rosto vermelho até agora pelo seu tapa - ela suspirou, seus dedos tocando levemente sua têmpora. - Eu sei que grande parte dos funcionários daqui não a suportam, mas isso não te dá o direito de agredi-la, ainda mais em um ambiente de trabalho.

É, assim era a minha vida. Meu décimo emprego, e minha décima demissão. Tudo porque não consigo controlar a minha língua ou as minhas ações.

Eram sempre as mesmas justificativas: eu arranjava confusão com as pessoas que trabalhavam comigo, as vezes dava respostas nada agradáveis quando me perturbavam, não levava desaforo pra casa, me metia na maioria dos projetos e saía modificando tudo sem nem sequer comunicar meu superior, e simplesmente caía no tapa com alguém. Bem, essa última é a mais nova, foi a primeira vez que levantei a mão para bater no rosto de uma pessoa.

Mas o que eu podia fazer se todo dia era a mesma coisa? Aquela Shion me irritava, falava mentiras a meu respeito e tentava colocar as pessoas contra mim. Era mais que merecido o tapa que lhe dei, queria ter dado mais.

Olho para Mei derrotada, já fazia mais de uma hora que estava em sua sala, tentando argumentar, dar razões aos meus feitos, e sabia que, por mais que eu tentasse, a mulher à minha frente não mudaria sua decisão.

— Tudo bem.. Eu só vou pegar minhas coisas - eu disse já indo em direção à porta, de cabeça baixa. Segurei o choro. - Desculpe pelo que aconteceu.

— Sakura - ela chamou devagar, mas era notório o seu tom de voz ainda irritado. - Você é uma das minhas melhores funcionárias, mas não posso admitir que fique impune pelo que fez. Sinto muito.

Dou um longo suspiro a olhando e afirmo com a cabeça. Saio da sala sem dizer nada e sigo pelo corredor até a minha mesa separada por báias, que era compartilhada por outras duas meninas, uma delas era Ino, minha melhor amiga.

Percebo os olhares que algumas pessoas me dão, uns tinham pena, enquanto outros pareciam dizer "bem feito, foi mais que merecido". Ignoro todos e não respondo às perguntas sobre o meu bem estar ou sobre o ocorrido na sala de Mei ou até mesmo as provocações.

Sento na minha cadeira, bufando. Ino se aproxima de mim preocupada.

— E aí, o que ela disse? - ela pergunta baixo, certificando de que ninguém ouviria nossa conversa.

— Fui mandada embora Ino - falei de vez sem olhá-la. Estava perdida. - Não sei o que fazer quanto à faculdade, estou cheia de dívidas e agora, provavelmente, não receberei nada, já que foi por justa causa.

— Olha, eu até concordo que a Shion merecia muito mais, só que foi bastante arriscado - ela diz torcendo o nariz pra mim. - Você sabe que sou bem mais explosiva que você e já teria dado uma voadora nessa piranha se pudesse, mas tenha classe amiga.

Dou-lhe um olhar fulminante. Ino se retrai um pouco em sua cadeira, rindo sem graça.

— Desculpe - ela continua. - Pode contar comigo.. Você sabe!

— Eu tenho que arranjar outro emprego - digo cansada. - O pior é o meu perfil que está manchado, acho difícil alguém me admitir depois de uma agressão.

— Eu te avisei qu.. - ela recomeça, mas para assim que a olho de soslaio, pronta pra apertar seu lindo pescoço. - Ok, não tá aqui, quem falou.

— Vou pegar minhas coisas e sair daqui de uma vez, antes que eu mate alguém de verdade - dou um longo suspiro, segurando uma risada.

— Te encontro mais tarde então - ela me olha me puxando para um abraço. - Relaxa amiga, vai dar tudo certo. Você é Sakura Haruno, lembra?

Dou uma risada, sentindo as lágrimas virem, mas as seguro com força. Não queria chorar, me mostrar fraca naquele momento, simplesmente queria levantar a cabeça e procurar um trabalho o mais rápido possível - ou a minha carreira como médica poderia ir por água abaixo.

— Até mais - digo arrumando rapidamente minhas coisas e saindo do prédio em poucos minutos.

Foram seis meses ali, trabalhando como atendente de SAC - Serviço de Atendimento ao Cliente -, uma das poucas empresas que consegui me firmar por tanto tempo e a que mais me causou dores de cabeça.

Pego um táxi e rumo para minha casa, não muito longe dali. Em menos de vinte minutos, ele estaciona em frente ao meu prédio e pago a corrida, saindo apressada do carro e praticamente corro até o elevador. Péssima ideia. Quebrei o salto. Seguro um grito, mordendo o lábio com força, cheia de raiva. Tiro o salto e vou mancando até o elevador, respirando fundo e contando mentalmente até dez, várias vezes.

Antes que eu entre assim que as portas se abrem, vejo Sasori - um idiota que não devia ter nascido - saindo junto de Deidara, seu amigo - e meu vizinho.

— Problemas aí, rosada? - sua voz irritante e debochada ecoa em meus ouvidos. - Não tinha um número maior para calçar não? - seus olhos pousam no salto em minha mão, um sorriso irônico dançando nos lábios.

— Sua existência é o maior dos problemas na minha vida - rebato raivosa, evitando seus olhos. - E por que você não usa calças mais apertadas? Ah esqueci, é pra não ficar óbvio o tamanho em milímetros do seu palitinho.

— Um dia ainda te provo o contrário, vai engolir essa língua afiada - vejo o olhar mortal que Sasori me dá antes das portas do elevador se fecharem. Reviro os olhos, dando o dedo do meio para ele.

Assim que chego ao meu andar, saio depressa e abro a porta. Jogo a caixa na mesa de centro e me jogo no sofá, cansada.

Começo a gritar que nem louca pela casa, pensando que assim descontaria minha raiva do mundo. Respiro fundo depois de longos minutos e sigo para o banheiro. Tomo um banho quente e me visto no quarto, sentando na cama e pegando meu notebook.

Minha casa era simples, não tinha nada de muito atraente, minha condição financeira era razoável, dava para eu viver até o dia de receber o próximo salário. Bom, era, até eu ser demitida.

Quando fiz 18 anos, sai de casa para morar sozinha, comecei a estudar pro vestibular e passei pra faculdade que tanto queria. O problema era o preço exorbitante, tal qual não conseguiria pagar se não fosse os empregos que tinha conseguido durante os anos.

Era uma lista longa e até considerada boa, mas as causas de todas as demissões é que manchavam a minha imagem e chances de continuar trabalhando para pagar minha faculdade e alcançar meu sonho.

Meus pais se ofereceram várias vezes para me ajudar a pagar, mas eu odiava depender deles, era libertador e maravilhoso para mim ser dona do meu próprio nariz.

Meus olhos rolam sobre a tela do notebook, várias abas de sites de emprego abertas. Procuro aquelas que se encaixam com meu perfil, mas paro por um instante quando ouço meu celular. O pego, vendo o nome do Naruto na tela e deslizo o dedo pelo touchscreen.

— Alô?

— Sakura, caramba que chato - ele fala com voz triste e dispara. - A Ino me contou o que aconteceu, como você está?

Aquela porquinha deu com a língua nos dentes. Como sempre. Ainda mato ela. Respiro fundo, segurando a vontade de mandar ela e o meu querido amigo pra um lugar nada bonito.

— Oi Naruto, sim, eu estou bem - digo sem muita vontade. - Eu estou um pouco ocupada agora.

— Ah desculpe, eu só queria saber se precisava de ajuda - ele diz um pouco animado. - Eu conheço um amigo, ele é eletricista e tá precisando de alguém.

Reviro os olhos, bufando.

— Naruto, eu por acaso tenho cara de quem sabe mexer com eletricidade? - dou um grunhido raivosa. - Seu baka, cabeça oca. Vou queimar o pouco do seu cérebro com a ajuda do seu amigo eletricista - ameaço irritada.

— Aaaah - sua voz ecoa pelo celular como desespero. - Por favor, não me bate Sakura, foi só uma sugestão - ele choraminga do outro lado da linha.

— Ah tudo bem - suspiro, cansada. - Eu só não estou com cabeça para conversar, te ligo depois.

E assim que desliguei, tratei de deixar o celular no silencioso, não queria ser incomodada por ninguém.

Volto minha atenção para a tela do computador e um anúncio me chama a atenção.

"Vaga de Secretária Disponível. Preencher as informações pedidas em anexo para o e-mail no final do anúncio"

Mais nada além disso, nenhuma informação sobre a vaga e nem os requisitos necessários.

Leio duas vezes para ter certeza e clico no formulário, preenchendo as lacunas e deixando o meu perfil - um receio me batendo com força - e procuro o nome da empresa. Nada. Franzo o cenho. Procuro pelo endereço e ali só constava que seria informado caso houvesse interesse dos mesmos em marcar uma entrevista. Estranho o tanto de sigilo que aquele anúncio tinha e ignoro por ora.

Fecho o notebook e sigo para a cozinha preparando um lanche rápido, pois ainda precisava terminar as tarefas da faculdade.

Horas depois, debruçada sobre a escrivaninha com os cadernos e livros abertos em Anatomia, os olhos se fechando e um fio de baba querendo cair de minha boca, sou despertada pelo som do notebook.

Acordo no susto e esfrego os olhos. Abro o notebook e me surpreendo com a mensagem recebida no meu e-mail. Era uma entrevista marcada para amanhã e o endereço do local constava ali.

Engulo em seco ao perceber que era o mesmo e-mail que havia mandado mais cedo, o do anúncio sem nenhuma descrição. Não conseguia acreditar que eles poderiam ter aceitado tão rápido o meu perfil - mesmo com todas as merdas que justificavam minhas demissões - e me selecionado para uma entrevista. Era um oportunidade talvez boa, mas confesso que o medo me percorria o corpo, ainda mais por não saber nada sobre aquele lugar.

Era tudo ou nada, então tratei de deixar o receio um pouco de lado, arrumei meu material e fui deitar. Já era tarde e teria que acordar cedo pra faculdade e à tarde ir para a empresa. Aquele seria um longo dia.

 

 

 

 

 

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Comentem, digam o que acharam e o que preciso melhorar, é muito importante pra mim!!!
Até a próxima e desculpem os erros ortográficos.