James Potter e Lílian Evans – Aprendendo a Amar escrita por Emma Salvatore


Capítulo 30
Epílogo parte VI - Petúnia Dursley


Notas iniciais do capítulo

Oi, gente! Não sei como começar isso aqui, porque desculpas não são suficientes para a minha ausência de quase um ano. Foram tantas coisas que aconteceram que minha escrita ficou isolada; o bloqueio criativo foi tão grande que quase pensei em dar essa história como finalizada, sem atender meu planejamento inicial. Mas graças a Deus, consegui terminar e espero, do fundo do coração, que gostem do desfecho! Esse não é o último capítulo, mas o último capítulo já está pronto e será postado logo após esse daqui.
É isso, então. Muito MUITO obrigada a todos que me acompanharam até aqui e que tiveram paciência para esperar.
Espero que gostem!



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Como todas as manhãs, Petúnia Dursley abrira a porta de casa para apanhar o correio e imediatamente soltara um grito estridente. Havia um bebê na sua porta!        

Válter Dursley acorreu ao grito da esposa com um taco de beisebol na mão, encarando ameaçadoramente o portal quando parou de chofre ao ver a criança. Seus olhos se arregalaram em choque.

— Mas que...

Petúnia agora apanhava a carta que o bebê cuidadosamente envolvia com sua mão gorda.

— Vamos... Vamos... Vamos entrar – Válter falou, retirando a criança do portal e espiando por cima do ombro para ver se algum vizinho tinha reparado no que acontecera.

Chegaram até à sala de estar, onde Duda dormia tranquilamente em seu carrinho. Válter pôs a criança desajeitadamente no sofá enquanto Petúnia lia como uma águia a carta. Seus olhos miúdos e interessados corriam de uma linha a outra, empalidecendo à medida que avançava.

Válter observou a esposa com extrema curiosidade, mas não ousou dizer qualquer palavra até que Petúnia tivesse terminado a carta. Quando ela terminou, seu rosto estava extremamente branco.

— Válter – ela sussurrou, com voz trêmula. Parecia ser incapaz de proferir as próximas palavras – Lílian...

— O que ela aprontou dessa vez?! – Válter vociferou, olhando para o bebê com o mais absoluto desprezo. Se fosse alguma brincadeira de Lílian Potter e de seu estranho marido...

— Morreu – Petúnia contou, escondendo o rosto nas mãos. – Lílian... Lílian está... Morta... Ah, meu Deus!

Petúnia começou a soluçar e Válter, desajeitadamente, colocou a mão em seu ombro como se tentasse afagá-la ao mesmo em que olhava para o bebê com visível desconfiança.

Lílian estava morta... O bebê aparecera na porta segurando uma carta... Seria ele...

— Hum... Petúnia... Hum... Querida? – Válter chamou, um tanto hesitante, sem querer interromper o luto da esposa. – Hum, o bebê... ele é... digo...

— É o filho de Lílian – ela respondeu, erguendo a cabeça para olhar para o marido, o rosto inchado e extremamente pálido. – Esta carta é do professor Dumbledore, diretor da... enfim, você sabe. Ele pede que acolhamos Harry...

— Quê?! – Válter interrompeu a mulher com um grito que quase acordou Duda.

— Psiu! – Petúnia pediu, inclinando-se, nervosa, para o carrinho do filho. – Válter, por favor!

— Não, Petúnia, nem pensar! – ele exclamou, lívido, enquanto caminhava pela sala. – E aquele imprestável do Potter?

— M-morreu t-também – Petúnia respondeu, com a voz trêmula. – A carta diz que só Harry sobreviveu. Lílian e James foram... – a mulher cobriu o rosto com as mãos – a-assassinados.

E começou a chorar de novo. Válter novamente sentiu-se sem saber o que fazer. Sabia muito bem da relação conturbada de Petúnia e Lílian. Sabia que Petúnia queria o maior afastamento possível da irmã. Mas jamais imaginara que ela sofreria assim caso a irmã que não via há mais de um ano morresse. Sentiu-se até mesmo incomodado pelas lágrimas da mulher, quando evidentemente não sentia nada pela morte da cunhada.

Novamente, tentou interromper as lágrimas de Petúnia. Precisavam falar sobre Harry, sobre o que a carta dizia.

— Hum... e digo... Hum, os amigos... Quero dizer, os outros, sabe... – diminuiu o tom de voz consideravelmente e inclinou-se para a esposa – outros da laia deles? Imagino que poderiam...

— Não – Petúnia respondeu, erguendo novamente o rosto. – Dumbledore diz que precisamos ser nós a aceitarmos. Eu. Só assim Harry estará a salvo. O sacrifício de Lílian... bom, ela morreu para salvá-lo, sabe.

Ela fungou e olhou, pela primeira vez, para o bebê dormindo no sofá.

Válter não gostou de como a esposa falara...

— Petúnia, você não está realmente pensando...

— Precisamos aceitá-lo, Válter – ela interrompeu, olhando intensamente para o marido. – Não temos escolha. Eu sou a única parente de sangue viva de Lílian. Ela morreu para salvar o menino. Não entendo muito bem como aconteceu, mas parece que foi mag... bom, Dumbledore diz que preciso aceitá-lo. Que só estará seguro se eu aceitá-lo.

— Poderíamos deixá-lo no orfanato – Válter sugeriu, num tom que tentava trazer juízo à sua esposa. Não poderia acreditar que ela estava realmente considerando acolher o filho de Lílian Potter... O filho da irmã anormal.

— Não. Ele precisa ficar – a voz de Petúnia soou firme e ela se levantou, enxugando os olhos. – Podemos colocá-lo no quartinho de depósitos...

— Petúnia! – Válter exclamou, indignado com a esposa. – Ele será igual a eles! Você quer ter um deles na nossa casa? Na casa de Duda? É isso mesmo que você quer? Deixar Duda conviver com esse tipo de gente? Não juramos que não iríamos permitir isso!

— Não temos escolha! – Petúnia rebateu, com firmeza. – Ele precisa ficar! Podemos pensar na... na coisa depois! Agora, precisamos aceitá-lo.

Válter bufou, irritado, mas sabia que não adiantaria contrariar a mulher. Ela já tinha se decidido e não voltaria atrás. Só lhe restava obedecer ao que ela tinha sugerido mais cedo.

Olhou com desprezo para a criança e voltou-se para a esposa, com a voz arrastada.

— Vou ajeitar o quarto – e saiu da sala, ainda frustrado e com raiva do novo hóspede.

Petúnia mirou Harry com atenção. Mesmo ele dormindo, notava a extrema semelhança com o pai. Os cabelos muitos negros, o formato do rosto... E quando Harry abriu minimamente os olhos e virou-se de lado, Petúnia deu um salto e afastou-se rapidamente do sofá, consternada.

Aqueles olhos eram os olhos de Lílian. Eram exatamente os olhos de Lílian. Os olhos que conquistavam quem quer que fosse. Os olhos vivos que nunca pareciam se apagar.

Os olhos que Petúnia nunca tivera.

Com a dor da perda já sarando, Petúnia olhava para Harry, sentindo todos os sentimentos que tinha em relação a Lílian virem à tona, subirem à superfície. Ela sempre fora preterida em favor da caçula. A carta de Hogwarts fora, na verdade, a gota d'água.

Petúnia nunca pudera fazer nada em relação a Lílian, mas podia fazer algo em relação a Harry.

Duda e Harry conviveriam juntos e não podia deixar que seu filho sofresse à sombra do menino prodígio, à sombra do orgulho da família, como Petúnia crescera.

Talvez, se Petúnia oprimisse bastante Harry, sua magia seria encarcerada. Talvez se tratasse Harry com descaso, ele jamais se sentiria especial.

Teria que acolhê-lo porque não tinha escolha, mas Dumbledore, apesar do que solicitou na carta, jamais saberia como o garoto seria tratado. Cumprira sua parte, aceitara o menino, selara a proteção sobre ele. Mas não era obrigada a tratá-lo bem. Não ia suportar ver mais um anormal brilhando na sua família.

Olhando para o sobrinho com o recém-adquirido desprezo, a mulher gritou para o marido:

— Válter! Não se dê ao trabalho! Acho que o armário sob a escada irá servir bem!


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Notas finais do capítulo

E então???
O que acharam???



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