Frank mal teve tempo de empunhar a varinha quando o feitiço de Bellatrix Lestrange o atingiu.

— Onde ele está?! – ela gritou, desvairada, enquanto acenava a varinha com agilidade. – Onde ele está, Longbottom?! Crucio!

Frank se contorceu sob o peso do feitiço da bruxa quando ouviu o grito da esposa no quarto.

Bellatrix parou na hora e ostentava uma triunfante expressão no rosto.

— Ora, ora, ora, talvez a sua esposa saiba, não, Longbottom? – ela sussurrou, seus brilhos brilhando com um prazer sórdido. – Vá apanhá-la, Rodolphus! E traga a criança também.

— Não! – Frank gemeu e tentou se levantar, mas com um aceno da varinha de Bellatrix, contorceu-se novamente no ar.

— Talvez sua esposa seja mais esperta que você! – a mulher exclamou, triunfante, enquanto sentia sua vítima agonizar de sofrimento físico e psicológico.

Bellatrix parou o feitiço quando Rodolphus voltou à sala com Alice inconsciente nos seus braços e Neville dormindo tranquilamente no carrinho.

— Deixe a criança por enquanto – Bellatrix mandou, olhando para os Longbottom com excitação. – Mas traga a mulher e deixe-a sob os meus pés.

— Não! – Frank fez novamente força, mas foi novamente impedido pela Maldição Cruciatus lançada, agora, por Rabastan Lestrange.

— Enervate! – Bellatrix apontou a varinha para Alice que logo despertou. Ela levantou-se de súbito assim que percebeu que Frank estava sendo torturado.

— PAREM! – ela gritou, desesperada, girando os olhos de Frank para o carrinho de Neville. – PAREM!

Ela tateou as vestes, procurando a varinha, mas sabia que seria perda de tempo; Rodolphus confiscara antes de deixá-la inconsciente.

— Você pode acabar com isso, Longbottom! – Bellatrix guinchou, girando a varinha nos dedos. – Basta nos dizer onde o Lorde das Trevas está!

— Nós não sabemos, Bellatrix! – Alice gritou, desesperada, seus olhos correndo até o carrinho de Neville e voltando. – Não sabemos de nada!

— MENTIRA! – Bellatrix berrou e seus olhos saltaram das órbitas, dando-lhe uma expressão mais alucinada do que nunca. – DIGA ONDE ELE ESTÁ! Crucio!

Alice subiu no ar e contorceu-se como o marido, soltando gritos estridentes de dor.

— Se vocês não querem que eu mate aquele fedelho, é melhor contar onde está o Lorde das Trevas! – Bellatrix ameaçou, o peito subindo e descendo de prazer. – Crucio!

Alice gritou mais alto à medida que a raiva e o prazer de Bellatrix aumentavam. Rabastan cessou seu feitiço para que Frank pudesse contemplar a dor da esposa.

— Pare! – Frank sussurrou, sem conseguir reunir forças para se levantar. – Pare! Nós já lhe dissemos que não sabemos.

— Pois eu não acredito em vocês! – Bellatrix devolveu, com olhar focado em Alice, que se contorcia e gritava cada vez mais. – Crucio! Rabastan, por que você parou? Rodolphus, pegue o menino.

— NÃO! NEVILLE NÃO! – Frank gritou e foi novamente atingido pela Maldição de Rabastan.

Rodolphus segurou a criança, mas Bellatrix estava tão entretida em fazer Alice sofrer que nem sequer reparou. A bruxa não cessava o feitiço. Sua ira misturava-se com o prazer, tornando-a cada vez mais alucinada e doentia a cada golpe. Rabastan parava apenas o suficiente para que Frank contemplasse o sofrimento da mulher, antes de mergulhá-lo em seu próprio sofrimento. Rodolphus continuava a segurar Neville, esperando o mais singelo comando de Bellatrix. Bartô Crouch Jr parecia apenas muito entediado, observando a cena de um canto, enquanto, de minuto em minuto, espiava para fora para ver se vinha alguém.

— Ela já está ficando inconsciente, Bella – ele avisou depois de um tempo sem direcionar seu olhar a Bellatrix. – Assim, não terá mais proveito para nós.

— Tem razão, Crouch – Bellatrix concordou, abaixando, finalmente a varinha enquanto Alice tombava no chão, murmurando palavras desconexas.

— Parabéns, Bella – Crouch cumprimentou com cinismo, aproximando-se do grupo. – Você a enlouqueceu. Vai ser muito útil para nós agora.

Bellatrix jogou os cabelos para trás e ajeitou os ombros, erguendo-se com superioridade.

— Ela teve o que mereceu! Da próxima vez, a tolinha não irá decidir me enfrentar. Esse maldito sangue grifinório! – ela cuspiu no chão e olhou para a mulher moribunda com extremo desprezo. – E você, Rabastan? Sucesso com o marido?

Rabastan cessou o feitiço e Frank caiu no chão, exatamente como a mulher. Seus olhos estavam bem abertos, contudo, estavam vidrados e desvairados e uma baba escorria por sua boca.

— Outro inútil! – Crouch constatou, virando-se com sarcasmo para Bellatrix. – Meus parabéns, Bella. Você acabou com eles e com a nossa chance de descobrir o paradeiro do Lorde das Trevas.

— Cale-se, Crouch! – Bellatrix ordenou com severidade. – Fiz o que tinha que ser feito!

— Ainda temos o menino! – Rodolphus disse, erguendo Neville com os dois braços.

Os olhos de Bellatrix voltaram-se para a criança com um brilho de triunfo nos olhos.

— Sim, claro, a criança – ela sussurrou, o evidente prazer espalhando-se por sua voz. – Nós podemos...

Bellatrix não conseguiu terminar a frase porque, nesse momento, foi atingida por um feitiço e caiu inconsciente. Seus companheiros voltaram-se para os intrusos e foram atingidos por três feitiços estuporantes ao mesmo tempo.

Alastor Moody vinha à frente do grupo de aurores e abaixou-se para examinar os corpos inertes de Alice e Frank Longbottom.

— Levem-nos para o St. Mungus! – ele gritou para os outros, que, prontamente, conjuraram macas para o casal.

Antes de sair da casa, contudo, a cabeça de Alice fez um giro de 180º e olhou para o filho, murmurando uma única palavra.

— Neville...