James Potter e Lílian Evans – Aprendendo a Amar escrita por Emma Salvatore
Notas iniciais do capítulo
Oiii, gente!!!
Aqui está mais um cap pra vcs!!
As mãos trêmulas de James tentavam, miseravelmente, dar um nó decente em sua gravata. Mais uma vez, não funcionara.
Frustrado, James esmurrou o espelho.
Sirius acorreu rapidamente, escancarando a porta com a varinha já em punho. Abaixou-a imediatamente assim que viu o problema do amigo. Deu uma gostosa gargalhada ao notar o nó malfeito.
— Vai me ajudar o quê? – James irritou-se, encarando o amigo.
Sirius continuou rindo e aproximou-se do rapaz.
— Como seu padrinho, devo dizer que você é um completo idiota.
James encarou Sirius, incrédulo.
— Ora, você é um bruxo, Pontas, e está tendo problemas com o nó da gravata? – caçoou. – Faça-me o favor.
— Cala a boca, Almofadinhas – James sussurrou, dando as costas ao amigo ao mesmo tempo em que segurava a varinha. Apontou-a para a gravata e essa logo se ajeitou.
— Viu? Fácil, não é? – Sirius continuou.
James suspirou, encarando seu reflexo no espelho.
— É, suponho que essa seja a parte fácil – murmurou.
Sirius abandonou o sorriso e aproximou-se do amigo. Apoiou a mão em seu ombro e deu um pesado suspiro.
— Você vai se sair bem, James – garantiu com sinceridade. – Você e Lílian foram feitos um para o outro. Todo mundo pode ver.
— Eu sei disso – James afirmou, virando-se para encarar o amigo. – Não me preocupa se o casamento dará certo. Sei que dará. Não é essa a minha maior preocupação, Sirius.
Sirius encarou James com visível confusão em seus olhos. O noivo suspirou e se pôs a explicar:
— É a guerra, Sirius. Tenho medo não conseguir protegê-la. Tenho medo de não conseguir proteger a nossa família.
James sentiu seus olhos marejarem. Essa era uma preocupação que ele vinha alimentando há muito tempo.
Ele e Lílian sobreviveram a Voldemort duas vezes – a última tendo sido apenas há três dias. Lutavam na Ordem e sobreviveram ainda mais vezes aos seus Comensais.
Contudo...
E se tivesse alguma vez em que eles não vencessem? E se ambos morressem em combate? Pior, e se ele, James, não conseguisse impedir Lílian de ser morta na sua frente? E se ele tivesse que assistir ao corpo dela tombar sem vida em sua frente? E se...
— James! – Sirius agarrou seu rosto e o encarou com uma intensidade absurda. – Todos nós podemos morrer. Nós escolhemos lutar por um mundo melhor. E Lílian é uma guerreira. Seria mais comum se ela salvasse a todos nós com uma magia até então desconhecida. E você sabe disso.
Um pequeno sorriso se formou nos lábios de James e ele olhou para o chão, considerando as palavras do amigo.
— Uma batalha de cada vez, Pontas – Sirius sussurrou, fazendo o garoto olhar para cima novamente. – E a batalha de hoje é te arrastar ao altar e fazer você dizer o sim.
James gargalhou e concordou. Os dois se abraçaram por um longo momento até serem interrompidos por uma batida na porta.
Euphemia Potter entrou sem esperar resposta.
— Estão prontos, queridos? – perguntou com suavidade. Os rapazes assentiram. – Precisamos descer.
Euphemia se afastou e os Marotos a seguiram.
— Sabe de uma coisa? – James perguntou, colocando o braço sobre o ombro de Sirius, apertando-o amigavelmente. – Até que tenho sorte de te ter na minha vida. Você até que é um bom irmão, Almofadinhas.
Sirius sorriu, satisfeito.
— É claro que sou. Por que você acha que fui queimado na tapeçaria dos Black? Não foi pela Marca Negra aqui no meu braço, foi?
*
— Sorriam! – o fotógrafo pediu e, num instante, a foto tinha sido tirada. – Obrigado!
Após a foto, todos saíram de suas posições. Lílian, porém, não conseguia tirar o sorriso do rosto. Seu sorriso a deixava ainda mais deslumbrante.
Com um longuíssimo vestido branco, com rendas nas mangas longas e com apenas um arranjo de lírios na cabeça, Lílian estava estonteante.
De braços dados a James, ela caminhava pelo jardim da casa dos Potter, cumprimentando alegremente os amigos que tinham vindo prestigiá-la.
— Lílian, tire já esse sorriso do rosto ou você vai matar a sua irmã de ódio – Marlene provocou, aproximando-se do casal e apontando para uma Petúnia Dursley, que olhava para a caçula como se quisesse fuzilá-la.
— Ela está com inveja – James garantiu, voltando seu olhar para a cunhada. – Você está simplesmente incrível com esse vestido e o nosso casamento, apesar de pequeno e íntimo, foi imensamente melhor que o dela. Isso é inveja, Lílian.
— Sei que é – a esposa concordou, sem tirar o sorriso do rosto. Se o encontro com Voldemort três dias antes não tinha afetado seu dia, não seria Petúnia que iria consegui-lo. – Venha. Precisamos cumprimentá-los.
James bufou, fingindo irritação, mas seguiu a noiva com um olhar travesso.
— Túnia! – Lílian exclamou assim que se aproximou da mesa em que ela e Válter dividiam. – Que bom que vieram! Estão se divertindo, espero?
Válter olhou para o lado, onde Sirius dançava de um jeito que ele não julgava ser pertinente, e para o outro, onde Alvo Dumbledore, com sua enorme barba prateada e suas roupas nem um pouco comuns, conversava divertidamente com Minerva McGonagall, que também não ostentava um visual dentro dos padrões normais aceitáveis. O homem olhou para a Petúnia numa pergunta silenciosa se essa era o tipo de ideia que Lílian fazia de diversão.
— O que você acha, Lílian? – a irmã respondeu, assumindo uma coloração vermelhíssima. – Só estou aqui porque, inconvenientemente, apareceu no meu. Então...
— Mas ao contrário de você, Túnia – Lílian interrompeu-a, ainda sorrindo –, eu estou muito feliz em tê-la aqui. Então não pense que sua presença será qualquer inconveniente.
— Até porque – James intrometeu-se, olhando com um grande sorriso de Válter para Petúnia – nós sabemos que vocês não teriam coragem suficiente para estragarem nosso casamento. Não é mesmo, Dursley?
Como todas as vezes em que James lhe dirigia a palavra, Válter ficou púrpura e seus olhos de porcos se arregalaram de medo.
— Isso é uma ameaça, Potter? – Petúnia questionou, tão vermelha quanto o marido.
James riu.
— Não. É só uma certeza de que vocês não iriam querer se meter com... Ah, como vocês falam mesmo?
— Gente da nossa laia – Lílian completou, tentando imitar a voz da mais velha. Falhara miseravelmente, o que só aumentou a raiva em Petúnia. – Agora, se vocês nos dão licença...
— Aproveitem as comidas! – James gritou enquanto se afastavam. – Não deixem de provar os doces.
Lílian deu uma cotovelada de leve na barriga do marido.
— Você quer afastá-los das nossas vidas para sempre, não é isso? – perguntou, usando um falso tom de censura.
— Esse é o plano – James respondeu e os dois riram. – Você não acharia tão ruim se nossos filhos nem chegassem a conhecê-los, não é?
Lílian pareceu pensar um pouco.
— Assim, tão ruim... é... suponho que não.
Os dois riram.
Depois de uma volta completa pelo jardim, James e Lílian finalmente aproximaram-se da mesa em que Sirius, Marlene, Remus, Alice, Frank e Pedro dividiam.
— Só agora o casal do ano tem tempo para os amigos? – Sirius provocou, tragando uma boa dose do seu hidromel.
— Bom, o que fazer se nós temos outros amigos também? – Lílian devolveu, sentando em frente a Sirius e roubando sua taça de hidromel.
— Ei!
— Noivas têm preferência – ela disse, empinando levemente o nariz.
Sirius bufou e cruzou os braços.
— Não sabia que essa regra valia para Ruivinhas insuportáveis.
— Ei! – James protestou, envolvendo Lílian com os braços. – Não fale assim da minha esposa, Almofadinhas, ou te desafio a um duelo.
Sirius ergueu as sobrancelhas e deu um sorriso presunçoso.
— Mal posso esperar.
James sorriu, tão provocativo quanto o outro, já segurando a varinha por dentro das vestes. Lílian, porém, levantou-se segurando sua mão. Logo em seguida, voltou-se para Sirius.
— Duvido muito que você queira me enfrentar em um duelo, Almofadinhas.
Sirius deu uma boa gargalhada.
— Isso é um desafio, Evans? – perguntou, levantando-se também.
— Potter— ela corrigiu e James olhou para esposa com um brilho maravilhado preso no olhar. – E sim. É um desafio.
— Agora?
Lílian apenas assentiu, sacando a varinha do seu vestido.
— Uou! – Alice exclamou. – Esse sim é um casamento interessante!
— Mais interessante seria se fizéssemos apostas – Frank sugeriu, entusiasmado.
— Lílian, é claro – Lupin foi o primeiro, sacando a única saca de moedas que tinha em seus bolsos e depositando-a na mesa.
— Lílian – Alice apoiou, também depositando uma pequena saca de dinheiro, juntamente com a aposta de Frank.
— Lílian – James apostou, dando um selinho na noiva. – Você vai perder essa, Almofadinhas. Escute o que estou dizendo.
— Não se preocupe, Pontas. O fator coração acelerado não vai funcionar comigo – o Maroto afirmou, piscando para o amigo.
— Lílian – Marlene apostou e Sirius virou-se para ela, chocado. – Desculpe, babe, mas você não tem chance contra ela.
— Marlene! – Sirius protestou, visivelmente chateado. A namorada apenas deu de ombros.
— Não vou perder dinheiro.
Lílian riu e sacudiu os ombros, jogando os longos cabelos acaju para trás.
— Viu?
— Cala a boca, Ruivinha – Sirius murmurou com mau humor. A aposta da namorada não o agradara nem um pouco. – Não duelamos ainda.
— Falta você, Rabicho – James virou-se para o amigo, que, até então, estivera encolhido e quieto em seu canto, desejando não ser notado por ninguém. – Em quem você aposta?
Pettigrew murmurou algo inaudível, sem nem sequer virar o rosto para James.
— Rabicho? – o Maroto tornou a perguntar.
O rapaz finalmente o encarou.
— Eu... eu... eu aposto em... Sirius! Aposto em Sirius.
— É isso aí! – Sirius deu um soco no ar, triunfante. – Espere só, Rabicho, você vai ser o único vencedor.
Pettigrew deu uma risada fraca, que passou despercebida graças às provocações dos outros.
Lílian, porém, com seus olhos treinados, não tinha deixado passar. Com passadas leves, aproximou-se do garoto e tocou seu ombro. Ele sobressaltou-se no mesmo instante.
— Está tudo bem, Pedro? – ela perguntou num sussurro para não chamar atenção dos outros.
— Está – Pettigrew respondeu rapidamente e em voz baixa. – Não se preocupe.
A mulher tocou sua mão e lhe lançou um sorriso carinhoso.
— É claro que me preocupo. Você é meu amigo, Pedro. Amigos devem cuidar dos outros.
Pettigrew estremeceu. Desejou que Lílian se afastasse rapidamente.
— Quando estiver pronto para me contar, estarei pronta para ouvir – ela continuou. – Não contarei aos outros se não quiser.
— O-obr-obrigado – ele respondeu, visivelmente sem jeito. Nem sequer tivera coragem de olhá-la.
Lílian sorriu e se afastou, voltando-se para Sirius logo em seguida.
— Pronto?
Sirius deu um sorriso arrogante e tirou a varinha das vestes.
— Querida, eu já nasci pronto.
— Precisamos afastar as mesas – Marlene observou, correndo o jardim com os olhos. Foi quando notou Dumbledore vindo em direção a eles, junto com Minerva e Hagrid.
— Meus caros – Dumbledore cumprimentou cortesmente. – Receio que terei que partir mais cedo do que gostaria. Coisas da Ordem.
— Precisa de alguma ajuda, professor? – Lupin prontificou-se imediatamente.
— Não. Não se preocupem. Já acionei outros membros – ele avisou com um sorriso que não chegava aos seus olhos. – Quanto a vocês, espero que aproveitem a festa. James e Lílian, meus parabéns e sinto muito mais uma vez por não poder ficar mais.
— Nós entendemos, professor – James garantiu e acenou com a cabeça.
— Qualquer coisa, pode nos chamar – Lílian completou.
Dumbledore sorriu e, num piscar de olhos, partiu, sendo seguido por McGonagall, que tomava o enorme braço de Hagrid, e aparatava junto.
Os oito garotos apenas ficaram ali, observando o campo vazio deixado por Dumbledore. A animação do duelo logo se desfez.
Finalmente, o sorriso deixara o rosto de Lílian.
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