James Potter e Lílian Evans – Aprendendo a Amar escrita por Emma Salvatore


Capítulo 20
O Casamento


Notas iniciais do capítulo

Oiii, gente!!!
Aqui está mais um cap pra vcs!!



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As mãos trêmulas de James tentavam, miseravelmente, dar um nó decente em sua gravata. Mais uma vez, não funcionara.

Frustrado, James esmurrou o espelho.

Sirius acorreu rapidamente, escancarando a porta com a varinha já em punho. Abaixou-a imediatamente assim que viu o problema do amigo. Deu uma gostosa gargalhada ao notar o nó malfeito.

— Vai me ajudar o quê? – James irritou-se, encarando o amigo.

Sirius continuou rindo e aproximou-se do rapaz.

— Como seu padrinho, devo dizer que você é um completo idiota.

James encarou Sirius, incrédulo.

— Ora, você é um bruxo, Pontas, e está tendo problemas com o nó da gravata? – caçoou. – Faça-me o favor.

— Cala a boca, Almofadinhas – James sussurrou, dando as costas ao amigo ao mesmo tempo em que segurava a varinha. Apontou-a para a gravata e essa logo se ajeitou.

— Viu? Fácil, não é? – Sirius continuou.

James suspirou, encarando seu reflexo no espelho.

— É, suponho que essa seja a parte fácil – murmurou.

Sirius abandonou o sorriso e aproximou-se do amigo. Apoiou a mão em seu ombro e deu um pesado suspiro.

— Você vai se sair bem, James – garantiu com sinceridade. – Você e Lílian foram feitos um para o outro. Todo mundo pode ver.

— Eu sei disso – James afirmou, virando-se para encarar o amigo. – Não me preocupa se o casamento dará certo. Sei que dará. Não é essa a minha maior preocupação, Sirius.

Sirius encarou James com visível confusão em seus olhos. O noivo suspirou e se pôs a explicar:

— É a guerra, Sirius. Tenho medo não conseguir protegê-la. Tenho medo de não conseguir proteger a nossa família.

James sentiu seus olhos marejarem. Essa era uma preocupação que ele vinha alimentando há muito tempo.

Ele e Lílian sobreviveram a Voldemort duas vezes – a última tendo sido apenas há três dias. Lutavam na Ordem e sobreviveram ainda mais vezes aos seus Comensais.

Contudo...

E se tivesse alguma vez em que eles não vencessem? E se ambos morressem em combate? Pior, e se ele, James, não conseguisse impedir Lílian de ser morta na sua frente? E se ele tivesse que assistir ao corpo dela tombar sem vida em sua frente? E se...

— James! – Sirius agarrou seu rosto e o encarou com uma intensidade absurda. – Todos nós podemos morrer. Nós escolhemos lutar por um mundo melhor. E Lílian é uma guerreira. Seria mais comum se ela salvasse a todos nós com uma magia até então desconhecida. E você sabe disso.

Um pequeno sorriso se formou nos lábios de James e ele olhou para o chão, considerando as palavras do amigo.

— Uma batalha de cada vez, Pontas – Sirius sussurrou, fazendo o garoto olhar para cima novamente. – E a batalha de hoje é te arrastar ao altar e fazer você dizer o sim.

James gargalhou e concordou. Os dois se abraçaram por um longo momento até serem interrompidos por uma batida na porta.

Euphemia Potter entrou sem esperar resposta.

— Estão prontos, queridos? – perguntou com suavidade. Os rapazes assentiram. – Precisamos descer.

Euphemia se afastou e os Marotos a seguiram.

— Sabe de uma coisa? – James perguntou, colocando o braço sobre o ombro de Sirius, apertando-o amigavelmente. – Até que tenho sorte de te ter na minha vida. Você até que é um bom irmão, Almofadinhas.

Sirius sorriu, satisfeito.

— É claro que sou. Por que você acha que fui queimado na tapeçaria dos Black? Não foi pela Marca Negra aqui no meu braço, foi?

*

— Sorriam! – o fotógrafo pediu e, num instante, a foto tinha sido tirada. – Obrigado!

Após a foto, todos saíram de suas posições. Lílian, porém, não conseguia tirar o sorriso do rosto. Seu sorriso a deixava ainda mais deslumbrante.

Com um longuíssimo vestido branco, com rendas nas mangas longas e com apenas um arranjo de lírios na cabeça, Lílian estava estonteante.

De braços dados a James, ela caminhava pelo jardim da casa dos Potter, cumprimentando alegremente os amigos que tinham vindo prestigiá-la.

— Lílian, tire já esse sorriso do rosto ou você vai matar a sua irmã de ódio – Marlene provocou, aproximando-se do casal e apontando para uma Petúnia Dursley, que olhava para a caçula como se quisesse fuzilá-la.

— Ela está com inveja – James garantiu, voltando seu olhar para a cunhada. – Você está simplesmente incrível com esse vestido e o nosso casamento, apesar de pequeno e íntimo, foi imensamente melhor que o dela. Isso é inveja, Lílian.

— Sei que é – a esposa concordou, sem tirar o sorriso do rosto. Se o encontro com Voldemort três dias antes não tinha afetado seu dia, não seria Petúnia que iria consegui-lo. – Venha. Precisamos cumprimentá-los.

James bufou, fingindo irritação, mas seguiu a noiva com um olhar travesso.

— Túnia! – Lílian exclamou assim que se aproximou da mesa em que ela e Válter dividiam. – Que bom que vieram! Estão se divertindo, espero?

Válter olhou para o lado, onde Sirius dançava de um jeito que ele não julgava ser pertinente, e para o outro, onde Alvo Dumbledore, com sua enorme barba prateada e suas roupas nem um pouco comuns, conversava divertidamente com Minerva McGonagall, que também não ostentava um visual dentro dos padrões normais aceitáveis. O homem olhou para a Petúnia numa pergunta silenciosa se essa era o tipo de ideia que Lílian fazia de diversão.

— O que você acha, Lílian? – a irmã respondeu, assumindo uma coloração vermelhíssima. – Só estou aqui porque, inconvenientemente, apareceu no meu. Então...

— Mas ao contrário de você, Túnia – Lílian interrompeu-a, ainda sorrindo –, eu estou muito feliz em tê-la aqui. Então não pense que sua presença será qualquer inconveniente.

— Até porque – James intrometeu-se, olhando com um grande sorriso de Válter para Petúnia – nós sabemos que vocês não teriam coragem suficiente para estragarem nosso casamento. Não é mesmo, Dursley?

Como todas as vezes em que James lhe dirigia a palavra, Válter ficou púrpura e seus olhos de porcos se arregalaram de medo.

— Isso é uma ameaça, Potter? – Petúnia questionou, tão vermelha quanto o marido.

James riu.

— Não. É só uma certeza de que vocês não iriam querer se meter com... Ah, como vocês falam mesmo?

— Gente da nossa laia – Lílian completou, tentando imitar a voz da mais velha. Falhara miseravelmente, o que só aumentou a raiva em Petúnia. – Agora, se vocês nos dão licença...

— Aproveitem as comidas! – James gritou enquanto se afastavam. – Não deixem de provar os doces.

Lílian deu uma cotovelada de leve na barriga do marido.

— Você quer afastá-los das nossas vidas para sempre, não é isso? – perguntou, usando um falso tom de censura.

— Esse é o plano – James respondeu e os dois riram. – Você não acharia tão ruim se nossos filhos nem chegassem a conhecê-los, não é?

Lílian pareceu pensar um pouco.

— Assim, tão ruim... é... suponho que não.

Os dois riram.

Depois de uma volta completa pelo jardim, James e Lílian finalmente aproximaram-se da mesa em que Sirius, Marlene, Remus, Alice, Frank e Pedro dividiam.

— Só agora o casal do ano tem tempo para os amigos? – Sirius provocou, tragando uma boa dose do seu hidromel.

— Bom, o que fazer se nós temos outros amigos também? – Lílian devolveu, sentando em frente a Sirius e roubando sua taça de hidromel.

— Ei!

— Noivas têm preferência – ela disse, empinando levemente o nariz.

Sirius bufou e cruzou os braços.

— Não sabia que essa regra valia para Ruivinhas insuportáveis.

— Ei! – James protestou, envolvendo Lílian com os braços. – Não fale assim da minha esposa, Almofadinhas, ou te desafio a um duelo.

Sirius ergueu as sobrancelhas e deu um sorriso presunçoso.

— Mal posso esperar.

James sorriu, tão provocativo quanto o outro, já segurando a varinha por dentro das vestes. Lílian, porém, levantou-se segurando sua mão. Logo em seguida, voltou-se para Sirius.

— Duvido muito que você queira me enfrentar em um duelo, Almofadinhas.

Sirius deu uma boa gargalhada.

— Isso é um desafio, Evans? – perguntou, levantando-se também.

Potter— ela corrigiu e James olhou para esposa com um brilho maravilhado preso no olhar. – E sim. É um desafio.

— Agora?

Lílian apenas assentiu, sacando a varinha do seu vestido.

— Uou! – Alice exclamou. – Esse sim é um casamento interessante!

— Mais interessante seria se fizéssemos apostas – Frank sugeriu, entusiasmado.

— Lílian, é claro – Lupin foi o primeiro, sacando a única saca de moedas que tinha em seus bolsos e depositando-a na mesa.

— Lílian – Alice apoiou, também depositando uma pequena saca de dinheiro, juntamente com a aposta de Frank.

— Lílian – James apostou, dando um selinho na noiva. – Você vai perder essa, Almofadinhas. Escute o que estou dizendo.

— Não se preocupe, Pontas. O fator coração acelerado não vai funcionar comigo – o Maroto afirmou, piscando para o amigo.

— Lílian – Marlene apostou e Sirius virou-se para ela, chocado. – Desculpe, babe, mas você não tem chance contra ela.

— Marlene! – Sirius protestou, visivelmente chateado. A namorada apenas deu de ombros.

— Não vou perder dinheiro.

Lílian riu e sacudiu os ombros, jogando os longos cabelos acaju para trás.

— Viu?

— Cala a boca, Ruivinha – Sirius murmurou com mau humor. A aposta da namorada não o agradara nem um pouco. – Não duelamos ainda.

— Falta você, Rabicho – James virou-se para o amigo, que, até então, estivera encolhido e quieto em seu canto, desejando não ser notado por ninguém. – Em quem você aposta?

Pettigrew murmurou algo inaudível, sem nem sequer virar o rosto para James.

— Rabicho? – o Maroto tornou a perguntar.

O rapaz finalmente o encarou.

— Eu... eu... eu aposto em... Sirius! Aposto em Sirius.

— É isso aí! – Sirius deu um soco no ar, triunfante. – Espere só, Rabicho, você vai ser o único vencedor.

Pettigrew deu uma risada fraca, que passou despercebida graças às provocações dos outros.

Lílian, porém, com seus olhos treinados, não tinha deixado passar. Com passadas leves, aproximou-se do garoto e tocou seu ombro. Ele sobressaltou-se no mesmo instante.

— Está tudo bem, Pedro? – ela perguntou num sussurro para não chamar atenção dos outros.

— Está – Pettigrew respondeu rapidamente e em voz baixa. – Não se preocupe.

A mulher tocou sua mão e lhe lançou um sorriso carinhoso.

— É claro que me preocupo. Você é meu amigo, Pedro. Amigos devem cuidar dos outros.

Pettigrew estremeceu. Desejou que Lílian se afastasse rapidamente.

— Quando estiver pronto para me contar, estarei pronta para ouvir – ela continuou. – Não contarei aos outros se não quiser.

— O-obr-obrigado – ele respondeu, visivelmente sem jeito. Nem sequer tivera coragem de olhá-la.

Lílian sorriu e se afastou, voltando-se para Sirius logo em seguida.

— Pronto?

Sirius deu um sorriso arrogante e tirou a varinha das vestes.

— Querida, eu já nasci pronto.

— Precisamos afastar as mesas – Marlene observou, correndo o jardim com os olhos. Foi quando notou Dumbledore vindo em direção a eles, junto com Minerva e Hagrid.

— Meus caros – Dumbledore cumprimentou cortesmente. – Receio que terei que partir mais cedo do que gostaria. Coisas da Ordem.

— Precisa de alguma ajuda, professor? – Lupin prontificou-se imediatamente.

— Não. Não se preocupem. Já acionei outros membros – ele avisou com um sorriso que não chegava aos seus olhos. – Quanto a vocês, espero que aproveitem a festa. James e Lílian, meus parabéns e sinto muito mais uma vez por não poder ficar mais.

— Nós entendemos, professor – James garantiu e acenou com a cabeça.

— Qualquer coisa, pode nos chamar – Lílian completou.

Dumbledore sorriu e, num piscar de olhos, partiu, sendo seguido por McGonagall, que tomava o enorme braço de Hagrid, e aparatava junto.

Os oito garotos apenas ficaram ali, observando o campo vazio deixado por Dumbledore. A animação do duelo logo se desfez.

Finalmente, o sorriso deixara o rosto de Lílian.


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Notas finais do capítulo

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