James Potter e Lílian Evans – Aprendendo a Amar escrita por Emma Salvatore


Capítulo 15
Lord Voldemort




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— Lílian! Petúnia! – Amélia chamou e as irmãs atenderam ao chamado imediatamente. – Por favor, vão ao mercadinho e comprem as coisas que faltam para o jantar.

— Mamãe, o mercadinho fica a mais de três quadras daqui! – Petúnia reclamou.

— Preciso desse favor, Petúnia. Seu pai está em uma dieta rígida. Será que vocês podem fazer isso por mim?

— Vamos, Túnia – Lílian chamou, direcionando-se até a porta. – Com sorte, voltaremos antes de anoitecer.

Petúnia bufou e seguiu a irmã.

As duas caminharam por alguns minutos em silêncio, até Petúnia abrir a boca para acusar a irmã:

— Você é muito invejosa! Não pode aceitar o fato de que tenho um noivo maravilhoso e você está sozinha, por isso ficou com esse idiota que você odeia. Tenha dó, Lílian! Isso é baixo até para você.

— O quê?! – Lílian exclamou, completamente chocada. – Não estou com James só para fazer ciúmes em você! Estou com ele, porque gosto dele!

— Você o odiava, Lílian! – Petúnia gritou. – Vivia gritando aos ventos que James Potter te atormentava e agora aparece completamente apaixonada por ele. É óbvio que você está querendo roubar o meu momento!

— Não seja ridícula, Petúnia! – Lílian aumentou um pouco mais seu tom de voz. – Eu percebi que não odeio James. Nossa convivência aumentou e eu comecei ouvir meus sentimentos. Não tem nada a ver com você.

— Você sempre tem que ser a mais querida, não é, Lílian? – Petúnia sussurrou, aproximando-se perigosamente da irmã. – O centro das atenções, a garota prodígio, o orgulho da família. Desde que você recebeu aquela maldita carta!

— Isso tudo é por eu ter sido uma bruxa e você não? – Lílian perguntou, começando a compreender. – Você tem inveja de mim.

Eu?! – Petúnia gritou, vermelhíssima. – Eu não tenho inveja de uma anormal como você! Eu tenho um noivo perfeito! Terei uma vida perfeita! E completamente normal!

Lílian abriu a boca para responder, mas um frio se apoderou dela de repente. Ela olhou para o lado e os viu.

— O que você está fazendo? – Petúnia perguntou, assustada.

— Eu não estou fazendo nada! – a caçula respondeu, tirando a varinha das vestes. – Corra, Petúnia! São dementadores!

— Quê?!

— Vá! – Lílian gritou e não perdeu tempo em bradar: – Expecto Patronum!

Uma linda corça saiu de sua varinha e avançou contra os dementadores.

— Lílian! O que você está...

— Saia daqui, Petúnia! – Lílian gritou mais alto do que nunca. – AGORA!

Pálida de medo, Petúnia correu para longe dali o mais rápido que conseguiu.

Mais dementadores aproximavam-se e Lílian bradou mais uma vez:

Expecto Patronum!

A corça saiu de sua varinha, correndo em direção aos dementadores. Mas ela não estava sozinha.

Tinha agora a companhia de um majestoso cervo prateado.

Lílian olhou para trás e viu James vindo ao seu encontro com a varinha erguida.

— James! – Lílian exclamou, surpresa. – O que você está fazendo aqui?

— Vim te visitar, mas sua mãe me disse que você e Petúnia tinham saído. Fui atrás de vocês, então e vi Petúnia correndo e gritando, pálida – James explicou.

Lílian correu para abraçar o namorado.

— Que bom que veio!

— Almofadinhas também veio – James contou. – Só que ele ficou na sua casa, esperando lá.

— Precisamos sair daqui – Lílian sussurrou, vendo dementadores se aproximarem. – Quem está os comandando?

Expecto Patronum! – James berrou e um novo cervo saiu de sua varinha, dando suporte ao anterior e à corça.

Expecto Patronum! – Lílian gritou mais uma vez e sua corça prateada avançou nos dementadores com êxtase.

Os dementadores recuaram e uma risada fria foi ouvida ao longe.

Lílian arrepiou-se e segurou a mão de James com força.

Lord Voldemort caminhava lentamente até eles com um sorriso desdenhoso no rosto. Uma mulher vinha logo atrás dele e tinha o mesmo tipo de sorriso.

James reconheceu-a na hora: era Bellatrix Lestrange.

— Meus parabéns. Vocês conseguiram impedir o meu intento – Voldemort congratulou-os com sua voz fria e arrastada. – Sabe, tinha intenção de aterrorizar os trouxas hoje e vocês acabaram com a minha diversão. Nada mal para crianças.

Bellatrix riu alto.

— Não somos crianças! – James gritou, segurando a mão de Lílian com força. – Você viu muito bem o que somos capazes de fazer! Não tente nada, porque temos força suficiente para derrubar você!

Bellatrix riu gostosamente, enquanto que Voldemort analisava o rosto do menino.

— Muito valente – o bruxo constatou. – Suponho que seja um dos pupilos de Dumbledore. Só não consigo me lembrar de seu nome...

— É Potter, milorde! – Bellatrix contou. – Amigo do traidor Sirius! Um dos nojentos da Grifinória.

— Ah, sim – Voldemort pareceu lembrar. – James Potter. Filho de Fleamont Potter, não é?

— Sou. – James afirmou com o orgulho.

— E a garota ao seu lado? Quem é? – Voldemort perguntou, olhando para Lílian com curiosidade.

— Sou Lílian Evans – a garota apresentou-se, sem demonstrar medo.

— É a sangue-ruim que Potter gosta – Bellatrix constatou.

— Não ouse chamá-la assim! – James gritou, apontando a varinha para Bellatrix.

A mulher riu com desdém e olhou para Voldemort, sugestiva.

— Milorde, creio que a sangue-ruim aqui pode nos prover de um pouco de diversão – sugeriu com um sorriso maligno.

— Tem razão, Bella – Voldemort concordou, sorrindo também.

— Vocês não vão tocar nela! – James berrou, pondo seu corpo na frente do de Lílian.

Expelliarmus! – Bellatrix bradou e a varinha de James voou para a sua mão. – Incarcerous!

Cordas voaram para o pescoço e o corpo de James, prendendo-o a uma árvore próxima.

— James! – Lílian gritou e correu para o namorado, mas Bellatrix foi mais rápida e berrou:

Crucio!

A dor pegou Lílian em cheio e a derrubou no chão, contorcendo-se. Ela queria resistir. Ela tentou resistir. Mas a dor era tamanha que não lhe coube mais nada além de gritar.

Seu corpo se contorcia, mil facas pareciam perfurá-la e os berros de Lílian poderiam acordar a vizinhança toda. Evidentemente, Bellatrix era mais experiente do que Avery.

Pela primeira vez na vida, Lílian achou que iria morrer. Ela nunca sentira tanta dor em toda sua vida.

Estupefaça! – uma voz gritou e a dor parou.

Bellatrix caíra inconsciente no chão, enquanto alguém se aproximava. Lílian não conseguia reconhecer quem era.

— Não acredito – ela ouviu Voldemort sussurrar.

— Lily – era a voz de James. – Você está bem?

Lílian olhou para o namorado e conseguiu distinguir os olhos castanho-esverdeados e os cabelos bagunçados. Ela assentiu levemente, apesar de saber que não era verdade.

— Você! – Voldemort apontou para James, completamente surpreso. – Você tem dezessete anos e foi capaz de usar o feitiço convocatório sem varinha. Você é realmente poderoso. E ainda é puro sangue. Seria muito válido em nosso exército.

James riu com escárnio. Lílian forçou-se a levantar um pouco para encarar o bruxo.

— Jamais me unirei ao seu exército nojento! – o menino gritou com extremo desprezo.

— Pense bem, Potter – Voldemort sibilou, aproximando-se deles. – Você está iludido por Dumbledore. Eu estou vencendo essa guerra. Nada do que esse velho idiota fale vai mudar isso. Você terá poder, fama e prestígio. Ninguém ousará questioná-lo depois que tudo estiver acabado.

James levantou-se, tremendo de raiva.

— Você não está vencendo. Você não vai vencer. Eu vou fazer questão de lutar pessoalmente ao lado de Dumbledore contra você. Sinto muito em desapontá-lo, Lord Voldemort, mas essa guerra você vai perder.

Os dois encaravam-se. Voldemort observava com muita atenção o garoto à sua frente. Era só uma questão de persuasão, ele sabia. James veria os fatos e iria para o lado correto.

— Vou te dar um tempo para pensar – Voldemort avisou.

— Ele já disse que não vai! – Lílian gritou com todas as forças que tinha.

Ela tinha se levantado e parecia extremamente fraca, mas seus olhos brilhavam como nunca.

— Apesar do seu sangue, você também seria valiosa – Voldemort ressaltou. – Você conseguiu resistir à Maldição Cruciatus no começo. Talvez, se não fosse a habilidade de Bellatrix, você teria vencido a Maldição.

Lílian aproximou-se devagar, unindo todas as forças que tinha. Ela chegou perto o suficiente de Voldemort para poder cuspir em seus pés.

— Eu tenho nojo de você e de seus seguidores idiotas – a garota afirmou olhando bem nos olhos vermelhos do bruxo.

Voldemort sorriu.

— Bom, pensem. A proposta ainda está de pé.

Ele aproximou-se da inconsciente Bellatrix, segurou seu braço e desaparatou com ela.

Logo em seguida, Lílian caiu nos braços de James.

— Você precisa descansar. Vou te levar para a casa.

O garoto carregou a namorada pelo pequeno caminho e Lílian aproveitou para apoiar a cabeça no peito de James.

Ela tremia e James sabia que ela ainda sentia a Maldição Cruciatus na pele.

— Você é a garota mais corajosa que já conheci – ele sussurrou. – Você enfrentou Voldemort, mesmo estando sem condições físicas para isso. Isso torna você cada vez mais incrível. E me faz te admirar cada vez mais.

Lílian sorriu minimamente no peito de James.

Os dois chegaram à casa da garota e, assim que Amélia abriu a porta, deu um grito.

— O que houve com a minha filha?! – perguntou, desesperada, quando James entrou em casa.

— Estou bem, mamãe – Lílian sussurrou.

— Onde é o quarto dela? – James perguntou.

— Primeira porta à esquerda – Amélia respondeu, preocupadíssima.

James subiu com Amélia e Sirius em seu encalço.

Ele entrou no quarto e deitou Lílian em sua cama.

— O que houve, James? – Sirius perguntou, sério.

— Voldemort e Bellatrix – James respondeu, sombrio.

— Voldemort esteve aqui? – Sirius perguntou novamente, sem acreditar.

— Vol... Aquele bruxo das trevas? – Amélia perguntou.

— Esse mesmo – James confirmou.

— O que ele fez com a minha filha? – Amélia perguntou, aterrorizada.

— Ele não fez nada. Foi a seguidora dele, Bellatrix – James respondeu.

— A Maldição Cruciatus – Sirius adivinhou na mesma hora.

— O que é isso? – Amélia perguntou, assustada. – Minha filha vai ficar bem?

— É a maldição da tortura – James explicou. – Pode causar danos terríveis, mas graças a Deus, não foi o caso de Lílian. Ela vai ficar bem, Sra. Evans.

— Como vocês se livraram deles? – Sirius perguntou.

— Estupefiz Bellatrix, e Voldemort foi embora logo depois com ela. Ele queria que nós nos uníssemos a ele – James contou.

Sirius deu uma risada de escárnio.

— Com certeza, ele não conhece vocês.

— Você não contou o quão incrível você foi – Lílian sussurrou, tocando o braço do namorado com carinho. – James fez um feitiço convocatório sem varinha.

— Você o quê?! – Sirius espantou-se. – Como?

— Eu estava amarrado. Sem varinha enquanto Lílian estava sendo torturada. Eu não podia deixar isso acontecer. Eu tinha que parar Bellatrix. Eu tinha que salvar Lílian. Então me concentrei bastante e convoquei minha varinha. Acho que a minha sanha por salvá-la fez isso – James contou, acariciando a mão de Lílian.

— Isso foi incrível, James! – Sirius exclamou, completamente admirado. – Nem bruxos adultos conseguem fazer isso.

— Foi só uma vez, Sirius. Não sei se consigo fazer de novo – James falou. – E foi por causa de Lílian. Se ela não estivesse em tamanho perigo, não sei se conseguiria.

— Você foi um herói, meu filho – Amélia garantiu, olhando para James com carinho. – Fico feliz de minha filha ter arranjado alguém tão bom quanto você.

— Obrigado, Sra. Evans – James agradeceu com um imenso sorriso. – Prometo que vou proteger Lílian a todo custo.

Lílian sentiu novamente um mau pressentimento e apertou a mão de James com força.

— Também vou te proteger – ela garantiu.

— Vocês vão contar a Dumbledore? – Sirius perguntou depois de um tempo.

— Claro – James afirmou. – Ele precisa saber o que houve.

Sirius assentiu, concordando.

O quarto morreu em silêncio, cada um dos adolescentes com suas preocupações.

James temia que Lílian sofresse mais com a guerra. Ele não queria que a sua ruivinha fosse vítima novamente da Maldição Cruciatus. Ele sabia que a promessa feita a Amélia não era em vão. Ele realmente faria de tudo para protegê-la.

Lílian, entretanto, preocupava-se com o pressentimento ruim que vinha sentindo. Toda vez que James lhe fazia promessas desse tipo, algo de ruim invadia seu peito e não queria sair. Era como se fosse uma certeza de que ele não conseguiria cumpri-la e isso a deixava temerosa.

Sirius pensava na proposta que Voldemort fizera. Sabia que os amigos eram fortes suficientes para recusá-la, mas temia pelos outros. Quantos Comensais da Morte foram forjados pela simples promessa de muito poder? E, embora empurrasse esse sentimento para longe, o garoto tinha impressão de que Remus não recusaria a proposta caso fosse lhe oferecida uma vida mais digna, um emprego decente e a segurança de sua futura família.

E Sirius não queria ter que lutar contra um amigo. Porque de uma coisa Sirius Black sabia: iria lutar até o fim contra Voldemort e qualquer aliado dele.


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Notas finais do capítulo

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