James Potter e Lílian Evans – Aprendendo a Amar escrita por Emma Salvatore


Capítulo 12
"Não sei"


Notas iniciais do capítulo

Oiii, gente!!!
Aqui está mais um capítulo pra vcs!!!



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— Você deveria ter ido falar com ele! – Marlene argumentou, furiosa.

— Não. Sirius tinha razão – Lílian negou, triste.

— Oh, não! – Alice exclamou. – Prevejo que será você a próxima a ficar em depressão.

— Lílian Evans, você tem que falar com James Potter agora! – Marlene gritou, assustando Dorcas Meadowes e Emmeline Vance, que conversavam em um canto do dormitório.

— Lene, Sirius tem razão, está bem? – Lílian contrapôs, decidida. – Vou para minha ronda agora e espero não ver James.

— E se você o vir? – Marlene questionou.

— Não vou passar de cumprimentos – Lílian deu de ombros. – Não posso magoá-lo ainda mais.

Lílian saiu do dormitório sem ligar para as reclamações de Marlene. Com tristeza, a menina saiu da Torre da Grifinória e esperava que não encontrasse James durante a sua ronda.

E tudo parecia seguir como ela desejava até que os dois acabaram se esbarrando no corredor do sétimo.

— Desculpe – James pediu, ajeitando os óculos. – Ah, oi, Evans.

Surpresa, a menina retribuiu o cumprimento com timidez.

Os dois começaram a patrulhar o corredor em silêncio. Se não fosse pela luz das varinhas, os dois estariam num completo breu.

E justamente por isso, Lílian tropeçou em um graveto e se não fosse por James, teria ido parar no chão. Os braços do garoto a seguraram com força, obrigando-a a olhar seus olhos.

O contato visual demorou por quase um minuto. Os dois pareciam estar hipnotizados, até que Lílian quebrou-o.

— Obrigada – murmurou, saindo de seu aperto.

— Não tem de quê.

Os dois continuaram a ronda em um silêncio estranhamente desconfortável.

— Então, como vai o seu pai? – James perguntou, parecendo meio hesitante. Era visivelmente uma tentativa desesperada de falar sobre alguma coisa.

— Está melhor – Lílian respondeu. – Já está no quarto há semanas. Mamãe acha que só é uma questão de dias até que ele receba alta.

— Ah! – James fez. – Desculpe, mas o que significa estar num quarto e alta?

Lílian riu minimamente. Nesse breve momento, nem parecia que os dois haviam brigado por três meses.

— Quando a pessoa é transferida para o quarto, significa que não está mais tão grave quanto antes, mas não está exatamente bem para ir para casa – Lílian explicou. – Quer dizer que ainda precisa ficar em observação. E alta é a liberação dada pelo médico para ir para a casa. Entendeu?

James fez que sim com a cabeça.

Os dois continuaram a caminhar mais um pouco, até James voltar a perguntar:

— O que você pretende fazer quando sair de Hogwarts?

— Não sei – Lílian respondeu com sinceridade. – Talvez me torne uma Auror. Mas para isso eu preciso melhorar as minhas notas em Transfiguração.

— Jura? – James ergueu uma sobrancelha para ela. – Achei que você tivesse melhorado.

— Er... Bom – Lílian hesitou um pouco. – Também achei.

— Se você quiser, podemos continuar com as aulas – James sugeriu, fingindo inocência.

Lílian não podia aceitar. Precisava, com certeza. Mas essas aulas só aproximariam ainda mais os dois, trazendo esperanças a James de algo que nunca aconteceria.

— Eu não sei. Vou pensar – mentiu.

James deu de ombros.

— É só uma sugestão.

Lílian obrigou-se a não olhar para o garoto até o final da ronda.

Tudo estava tranquilo, como a maioria das noites. E então os dois ouviram dois risinhos.

Cautelosos, os grifinórios seguiram os risos e o que viram chocou Lílian.

Era Sean. E Amelie Mandress da Corvinal. A mesma garota com qual James tinha trocado beijos uma semana atrás.

— Sean – Lílian sussurrou, ainda em choque.

O garoto parou o beijo e olhou para a namorada com desdém.

— Ah, oi, Lílian.

Lílian o encarou, chocada. Amelie tinha um sorriso presunçoso em seu rosto.

— Você... Você está me traindo? – Lílian perguntou, embora já estivesse bem clara a resposta.

— Não está óbvio? – Sean debochou.

Amelie riu.

— Por... Por quê? – Lílian perguntou, parecendo uma idiota. De todos os seus namorados, Sean parecia ser o último a fazer uma coisa dessas.

— Porque me cansei de você – o garoto respondeu, displicente.

— E você não podia simplesmente terminar com ela? – James perguntou com voz alterada.

Sean olhou para ele com presunção.

— Ela está me traindo com você, então não me importei.

— O quê?! – Lílian exclamou indignada. – Eu nunca te traí!

Sean deu de ombros.

— Não importa. Você descobriu. Terminamos. Agora, vocês podem dar licença?

— Menos 10 para Grifinória e para a Corvinal – James falou com raiva contida. – Alunos não podem estar fora da cama nesse horário.

— E são vocês que vão nos impedir? – Amelie perguntou, provocativa.

James ergueu a varinha, mas Lílian o conteve.

— Quer saber, façam o que quiserem – Lílian disse em voz mecânica. – Não me importo.

Os dois riram e voltaram a se beijar, enquanto James e Lílian afastavam-se devagar.

A garota estava indignada e altamente enojada.

James não falou nada até os dois chegarem à Torre da Grifinória. Lílian ainda estava tentando botar as coisas nos eixos. Não havia sentido na traição de Sean.

— Você não merece isso – James falou de repente. – Ele é um idiota, Lílian.

A garota olhou para e ele e, sem pensar, o abraçou.

James ficou surpreso com gesto dela, mas não hesitou em retribuir o abraço.

— Você é boa demais para ele, Lílian – James consolou. – Não fique assim por causa dele.

— Nada vai me acontecer, está bem? – Lílian murmurou de repente, apertando-se ainda mais contra James. – Não precisa ficar com medo por mim. Eu não mereço essa preocupação.

James deu um mísero sorriso.

— Não tem como eu não me preocupar com você – o menino afirmou. – Eu arriscaria a minha vida para te proteger.

— Não ouse!

— Tenho certeza de que você também arriscaria sua vida por mim – James sugeriu com voz triste.

Lílian sabia que ele não estava acreditando nas palavras. E nem ela sabia se era verdade.

A garota desvencilhou-se do abraço e forçou um sorriso.

— Bem, boa noite e obrigada.

James sorriu também.

— Disponha. Sempre. Tenha uma boa noite.

Lílian assentiu e virou-se para o seu dormitório quando mais um impulso a atingiu.

Ela virou-se para James e deu-lhe um beijo na bochecha e saiu, corando furiosamente.

James ficou parado no mesmo lugar, com a mão em sua bochecha, onde os lábios de Lílian Evans tinham delicadamente tocado.

*

— Lílian, você já fez a redação que McGonagall passou? – James perguntou, assim que chegou ao Salão Comunal na noite seguinte.

Lílian sentava na poltrona perto à lareira com Marlene, Alice e Frank. Os livros estavam esparramados em volta do quarteto, denunciando a tentativa de estudo.

— Sim – Lílian respondeu, mostrando dois rolos de pergaminho para o garoto.

— Deixe-me ver – James pediu e a menina consentiu.

O Maroto sentou-se ao sofá ao lado de Marlene, que olhou para os dois sem acreditar. Quando eles tinham voltado a se falar? Até a noite anterior, Lílian estava decidida a deixar James em paz.

O que a garota não contara para as amigas?

— Não, Lily. Não acho que esteja muito boa – James opinou com delicadeza. – Escute, acho que você se atrapalhou um pouco aqui e...

— Pontas! – Sirius chamou. – Vamos! Você esqueceu?

— Ah! Já vou, Almofadinhas! – James voltou-se para Lílian. – Vamos aproveitar que só tem aula de McGonagall daqui a três dias. Olho amanhã sua redação com mais calma e digo o que precisa mudar. Combinado?

Lílian assentiu, animada.

— Obrigada, James.

Pontas!

— Já vou!

James resmungou e subiu para o dormitório, mas Sirius não o acompanhou. Ele caminhou até Lílian.

— Escute, Evans – começou meio apreensivo. – Sobre o que eu disse ontem, esquece. Eu estava errado. James mudou da água para o vinho pelo simples fato de vocês terem começado a se falar. Não quero ser o responsável pela infelicidade do meu amigo, então esquece o que disse, ok?

— Você teve razão em alguns pontos – Lílian disse, pensativa. – Não sei se eu vou sentir por James metade do que ele sente por mim.

— Agora, a única coisa que ele quer é ter você perto dele – Sirius afirmou.

Lílian assentiu e o Maroto tomou o mesmo caminho que James, até o dormitório.

— Você disse mesmo "não sei"? – Marlene perguntou com uma sobrancelha erguida.

Lílian olhou para a amiga confusa.

— Disse. Por quê?

— Lily, há uma grande diferença entre "não sei" e "não" – Alice falou, enigmática.

— E vocês querem chegar aonde mesmo?

— Lílian, você disse que uma possibilidade de se apaixonar por James – Frank explicou.

— Não! Eu não disse! – Lílian protestou.

— Então por que você disse "não sei" ao invés do "não"? – Marlene questionou com um sorrisinho.

— Porque eu... Porque eu... – Lílian tentou se explicar, mas percebeu que não havia explicação. – Olha, me deixem em paz, está bem? Vou dormir. Estou com sono. Até amanhã!

*

Nenhum dos Marotos apareceu para as aulas da manhã. Hoje era dia após a lua cheia. Lílian sabia o que isso significava.

— Será que eles estão bem? – Marlene perguntou, enquanto servia seu almoço no Salão Principal.

— Estão sim – Lílian garantiu.

Marlene abriu a boca para comentar o porquê de Lílian ter tanta certeza, quando Alice tomou a fala:

— Não me conformo, Lílian! Como ele pôde fazer isso com você?

Lílian olhou na mesma direção da amiga e viu Sean exibindo Amelie para os amigos. A ruiva imaginou se seria só uma questão de tempo para acontecer com a corvina o mesmo que tinha acontecido a ela.

— Juro que não me importo – Lílian garantiu a Alice.

— Porque você está apaixonada por outro – Marlene sugeriu com um sorriso cínico. – O primeiro nome começa com J e o último com P. Será que é...

— Cala a boca, Marlene – Lílian mandou, irritada. – Não estou apaixonada por Potter, está bem?

— Continue mentindo para si mesma, Lílian. O quanto você quiser – Marlene provocou.

— Se eu estou apaixonada por Potter, você ainda está apaixonada por Black – Lílian rebateu.

— Sim, estou. – Marlene confirmou, dando de ombros. – Jamais neguei isso. E se você quer saber, talvez eu não esteja tão disposta a esquecê-lo.

— Não tem jeito, Lílian. Agora você precisa admitir que você está apaixonada por James – Alice desafiou.

— E, olha! Ele está vindo logo ali! – Marlene apontou para a porta e Lílian virou-se para olhar.

James estava realmente chegando, completamente abatido e cansado. Ele olhou para Lílian e sorriu, sentando-se ao lado dela logo em seguida.

— Desculpe, Lily. Longa noite. Posso te ajudar em Transfiguração mais tarde? – James perguntou com um longo bocejo.

Lílian deu de ombros.

— Claro.

*

— Obrigada, James! Muito obrigada! – Lílian agradeceu, correndo para abraçar James.

— Ei! Suponho que a sua nota tenha sido um O? – James perguntou, animado.

— Foi E. Mas já é maravilhoso! – Lílian exclamou. – Realmente obrigada, James. Não teria conseguido sem você.

James sorriu e encarou Lílian com intensidade.

— Claro que você teria conseguido. Você é Lílian Evans. Não há nada que você não consiga.

Lílian corou e abaixou a cabeça. James depositava mais confiança nela do que ela tinha em si própria. E isso a encantava de certo modo.

— Ei, pombinhos! – Marlene chamou. – Vocês não vão entrar?

Extremamente corada, Lílian atendeu ao chamado da amiga e entrou na sala de Elfort, seguida por James.

— Vamos enfrentar outro bicho-papão? – Alice perguntou, reparando que as cadeiras estavam afastadas, dando um amplo espaço a sala.

— Não, Srta. Fawley – Elfort respondeu. – Vamos continuar com os Patronos.

Houve murmúrios animados por toda a sala.

— Finalmente! – Xenophilius murmurou, empolgado.

— Vou pedir que vocês se dispersem pela sala e o resto vocês já sabem – Elfort mandou.

Os alunos obedeceram e ao sinal do professor, começaram a gritar o feitiço.

Lílian concentrou-se no dia em que chegou a Hogwarts. Desde que brigara com James, seu desempenho no Feitiço do Patrono estava indo de mal a pior. Ela esperava que agora melhorasse.

Expecto Patronum! – Lílian bradou, concentrada na lembrança do primeiro dia que vira Hogwarts. Porém, não tinha saído mais que um fiapo de luz.

Frustrada, a garota olhou para a sala. Marlene bufava a cada vez que bradava e não saía nada de sua varinha.

James parecia ter o mesmo progresso que Lílian e isso o decepcionava. Ele olhou para ela nesse momento e deu sorrisinho fraco para a garota, que retribuiu.

Os dois concentraram-se novamente e, sem querer, acabaram pensando no abraço em que haviam trocado no início da aula.

Ao mesmo tempo, os dois berraram:

Expecto Patronum!

Da varinha de Lílian, saiu uma linda corça prateada que se uniu rapidamente ao majestoso cervo que saíra da varinha de James. Os animais se entrelaçaram, envolvendo-se entre si.

Elfort congratulou James e Lílian, mas eles nem pareciam ouvir. Os dois olharam-se intensamente, perdidos em seu próprio mundo.

Devido às aulas que tiveram sobre Patrono, eles sabiam perfeitamente que Patronos que se completavam significavam que os bruxos que os conjuraram se completavam também.

Em outras palavras, Lílian Evans e James Potter eram almas gêmeas.


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Notas finais do capítulo

E aí???
O que estão achando???
Comentem!!!
Estarei postando o próximo capítulo na terça.
Beijosssss