Le Passé escrita por amanda c


Capítulo 6
Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

Bom dia, boa tarde e boa noite meus queridos ♥ estou postando mais um capítulo maravilindo de Le Passé!

Nesse capítulo falo de um assunto muito sério, caso você conheça alguém que sofra dessa doença ou caso você sofra, procure ajuda! Procure ajuda em casa, ajuda profissional! Saúde é uma coisa muito séria pessoal, não podemos "brincar" com nossas vidas.

Boa leitura a todos ♥



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O primeiro lugar que pensaram em procurar pela flor amarela foi o jardim da escola. Jaqueline estava com dores de cabeça quando finalmente levantou, limpou os joelhos sujos de terra e se apoiou um grande vaso preenchido apenas de terra.

— Somos patéticos — ela diz de olhos fechados. Sentiu uma mão sobre seu ombro de forma delicada e logo imaginou se tratar de Adeline. Pronta para ordenar a mais nova desencostar dela seus olhos se abriram e encararam diretamente pares de olhos azuis mais lindos que já havia visto.

O sorriso calmo e os cabelos loiros recém-cortados em chanel de bico eram muito bem conhecidos por Jaqueline.

— Desculpe incomodá-los, mas quem são vocês? E o que estão fazendo no meu jardim? — Isabelle perguntou retirando calmamente a mão da desconhecida e encarando os outros jovens ajoelhados na grama.

— Nós não somos daqui, me desculpe — Adeline respondeu se levantando e limpando os joelhos — Não sabíamos que o jardim era seu. Pensamos que fosse da escola e como estamos procurando uma flor amarela pensamos que podíamos…

Adeline não pode terminar de falar, já que Isabelle começou a rir. Ninguém entendeu o que estava acontecendo naquele jardim, a não ser Jaqueline, que estava petrificada no mesmo lugar, encarando com surpresa a garota loira.

— O jardim é da escola — ela disse limpando os olhos úmidos de lágrimas — Eu sou apenas a chefe do clube de jardinagem, nada aqui é realmente meu. A não ser aquelas luvas com minhas iniciais. Roger rapidamente identificou os pares de luvas de couro sintético, em cada mão havia uma letra; na direita um I e na esquerda um T.

— Isabelle — Jaqueline finalmente conseguiu falar — Será que você consegue nos ajudar? Você entende muito de flores, eu imagino.

Inicialmente todos arregalaram os olhos, até mesmo Isabelle. Então Nicole parou para analisar ambas as garotas loiras, que se não fosse pelo corte de cabelo igual elas não eram tão parecidas, porém algo chamou a atenção de Nicole rapidamente.

— É a mãe dela — ela sussurrou tão baixo que apenas Adam ouviu. Nicole reparou que as duas possuiam a mesma pinta em forma de coração partido próximo ao queixo. Se não fosse aquele pequeno detalhe que era muito fácil de ser despercebido Jaqueline não iria comentar que aquela adorável e simpática garota era sua mãe aos quinze anos.

— Como sabe meu nome? — Ela franziu o cenho e encarou a filha. Mil ideias passaram pela mente de Jaqueline, porém nenhuma palavra saiu de sua boca.

— Louise comentou de você — Nicole falou finalmente se levantando. Os gêmeos e Adam acompanharam-na no movimento e sorriram abobados para a bela jovem loira.

— Aquela garota realmente não consegue deixar a língua dentro da boca, tenta ajudar qualquer um toda hora — ela resmungou e Adeline se sentiu ofendida do modo como havia falado sobre sua mãe — Enfim, ajudo vocês claro; mas vocês sabem que tipo de flor estão procurando?

Todos balançaram a cabeça de forma negativa. Ela coçou a nuca e riu. Seria mais difícil do que ela pensava.

— Só sabemos que ela é amarela — Roger respondeu, se aproximando de Jaqueline, que continuava dura como pedra no mesmo lugar.

Quando a garota dos anos 70 abriu a boca para comentar mais alguma coisa o sino do começo da aula alarmou os alunos. Ela sorriu terno para todos e então disse:

— Depois das aulas eu ajudo vocês.

Como um fantasma Isabelle sumiu do jardim abandonando todos os futuristas com os olhares vago. Jaqueline respirou fundo e olhou os colegas de escola.

— Você quase nos fudeu — Aaron disse fechando os olhos e coçando a nuca escondida pelo cabelo escuro. Não sabiam o que fazer, se continuavam a procurar ou esperavam pela ajuda daqueles que se dispuseram a fazê-lo.

Foi quando um barulho alto demais vindo da barriga de Nicole chamou a atenção de todos e então todos se lembraram que estavam com fome.

— Será que podemos roubar alguma coisa da cantina? — Roger disse começando a rir, porém sozinho dessa vez. Ninguém havia achado graça no seu comentário.

— Lembro de meus pais comentarem algo sobre ser um cúmulo as escolas cobrarem pela comida nos colégios de 2016. Acho que não precisamos pagar, é só pedir — Adam comenta alisando o queixo e encarando Adeline buscando por ajuda.

— Talvez você esteja certo. Podemos tentar — Nicole abraçou a própria barriga e foi em direção a saída do jardim — Só espero que eles dêem alguma coisa antes do intervalo para nós.

Assim foi feito. Todos estavam comendo um generoso pedaço de bolo de chocolate e uma caixinha de leite antes do intervalo. A senhora que ficava cuidando da cantina naquele horário se comoveu com a história trágica que Nicole inventou sobre todos terem vindo de um orfanato e que lá não davam café da manhã. Foi nessa cantina que finalmente descobriram que estavam em Abril de 1975.

Já era o segundo pedaço de bolo que Jaqueline comia e não aquilo não foi passado despercebido.

— Nunca comeu bolo na sua casa não? — Roger comentou com ironia. Arrancou algumas risadas das duas outras garotas e seu irmão.

— Não.

— Como não?

— Durante cinco anos eu morei com minha tia Ambre e ela me ensinou muitas coisas. Ela é uma supermodelo internacional, e duvido que vocês entendam, mas ela me ensinou que para ter o corpo perfeito precisávamos deixar algumas coisas de lado. Quando voltei para a minha casa nunca mais comi nenhum tipo de massa ou doce.

Ninguém falou nada, apenas observava o que a loira falava enquanto cutucava o bolo com o garfo.

— Mas em uma situação tão estressante como esta precisei de algo para descontar — ela disse por fim levantando as sobrancelhas sem tirar os olhos do bolo.

— Você não precisa ter uma dieta tão restrita para ser belle — Adeline disse cruzando os braços sobre a mesa. Seu comentário fez Jaqueline rir enquanto ela continuava a olhar seu bolo — Falo sério Jaqueline, não precisa abrir mão da félicité que é comer algo que você gosta só porque quer ter um corpo em forma, você pode fazer os dois.

Regarde ta mère — Nicole disse e finalmente a loira levantou os olhos. Olhos tristes e venenosos.

— Meu avô faleceu em 1978, falta poucos anos para isso acontecer. Ele adoeceu de tristeza ao descobrir que minha mãe sofria de bulimia e depois disso faleceu. Nesse mesmo ano minha mãe teve uma crise tão grande de bulimia que quase morreu também, se não fosse meu pai ela já estaria morta à muitos anos. Não me venha comparar com ela — Jaqueline parecia querer fuzilar Nicole com os olhos enquanto falava — Nunca mais me compare com ela!

Todos ficaram quietos. O clima ficou tenso demais. Jaqueline desistiu de comer o bolo e todos se retiraram do local


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Notas finais do capítulo

Glossário: Francês — Português

Belle — Bonita
Félicité — Felicidade
Regarde ta mére — Olhe sua mãe



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