Os alunos da Sweet Amoris do futuro estavam sentados em carteiras velhas e desconfortáveis dentro de uma sala de aula qualquer. Eles haviam explicado de uma forma não tão maluca que eles não eram de lá e que precisavam de ajuda para achar uma flor amarela.

— Impossible — Louise disse franzindo o cenho e andando de um lado para o outro da sala como uma professora faz.

— Nós sabemos —  Jaqueline estava irritada com toda aquela situação. Ela massageava a testa e a nuca enquanto tentava não encarar a semelhança escancarada entre Louise e Adeline.

— Nós precisamos encontrar essa flor — Aaron comentou olhando para o irmão.

— Mas deve haver milhões… Milhares de flores amarelas na cidade.

Louise estava certa, seria impossível encontrar uma flor específica entre toda a cidade. Ela continuava a andar, tentando pensar em alguma possibilidade, quando encarou os seis futuristas.

— Posso chamar mais pessoas para ajudar? Talvez se mais gente ajudasse mais fácil achariamos a flor que vocês precisam.

    Demorou alguns minutos para que todos eles concordassem que seria bom ter mais ajuda e então Louise saiu da sala de aula atrás de ajuda. Roger começou a falar que sua bunda estava formigando de tão dura que era aquela cadeira e Jaqueline apenas concordou com o rapaz, enquanto todos os outros tentavam chegar em um acordo de se falariam ou não para eles o mesmo que falaram para Louise.

Quando a morena voltou para onde os outros estavam reunidos ela abriu a porta para que mais cinco pessoas entrarem. Apenas uma garota e o restante todos rapazes. O sangue de todos congelaram quando viram quem Louise havia chamado.

— Foram as únicas pessoas que estavam nesse horário na escola.

Nathaniel estava parado logo ao lado de Louise sério, encarando os seis que estavam na sua frente, principalmente Jaqueline que era estranhamente familiar para seus olhos.

Kentin logo ao lado de Aline. Ambos estavam com as bochechas vermelhas e tentavam não manter contato visual um com o outro. Nicole engolia a seco cada vez que piscava os olhos e notava que aquilo não era um sonho, que realmente estava vendo seus pais adolescentes.

Castiel com os braços cruzados e analisando cada pessoa da sala ouviu atentamente quando Roger começou falar, ele explicou a mesma coisa que haviam dito para Louise:

— Nós não somos daqui e queremos voltar para casa, só que precisamos de ajuda. Foi dado à nós a missão de encontrar uma flor amarela, que só com essa flor podemos voltar.

— De onde vocês são? — Lysandre perguntou deixando a cabeça tombar levemente e encostando os dedos na bochecha. Sempre quando ele ficava curioso sobre algo Lysandre fazia aquele movimento e ao notar aquilo Adeline quis chorar, com saudade de seus pais, seu irmão, com uma grande vontade de voltar para casa.

— De longe, très loin! — Jaqueline respondeu se levantando e caminhando em direção a Nathaniel. Ela parou na frente do pai, encarando-o com atenção, porém ao abrir a boca se referiu a todos — Se quiserem nos ajudar seria maravilhoso, caso vocês estejam com receio de mexer suas bundas por seis adolescentes idiotas que não sabem voltar para casa, nós nos viramos sozinhos.

Nicole arregalou os olhos ao ver ela ser tão dura e direta com eles. Ela pensou que depois dessa atitude com certeza eles iriam recusar.

— Depois de um convite tão caloroso e educado como esse — Castiel começou a falar e um sorriso sarcástico nasceu em sua boca — Eu estou dentro.

Todos acabaram aceitando ajuda-los, Nathaniel não se sentia nenhum pouco confortável perto da garota loira que não parava de encara-lo, porém, mesmo assim aceitou ajudá-los.

— Mas como iremos fazer isso? —  Aline perguntou. Os cabelos castanhos longos presos por uma tiara deixavam seus olhos verdes da jovem destacados, eles eram idênticos aos olhos de Nicole. Ou melhor dizer, Nicole era idêntica a Aline, se não fosse pelos grandes óculos sobre o nariz da futurista.

— Vamos nos dividir em grupos, quatro grupos de três. Assim vai ser mais rápido achar o que eles precisam — Nathaniel respondeu pensativo.

— Acho melhor sempre colocarmos algum deles no grupo — Castiel pensou alto, o que fez o sorriso de Lysandre murchar e seus braços caírem para as laterais do corpo. Castiel tinha razão, já que seria mais fácil para eles descobrirem qual era a flor certa.

— Eu divido os grupos, sou mais rápida — Jaqueline disse encarando a todos — Nathaniel, Adam e a moreninha; Adeline, Roger e o carinha de olho verde; Nicole, Aaron e o platinado; e eu, a boazinha ali e o ruivo.

Todos ficaram encarando-a sem entender do porquê daquela divisão.

— Veulent changer? — Ela disse com ar debochado. Nathaniel viu sua irmã Ambre naquela atitude. Ele cruzou os braços e decidiu encarar melhor todos aqueles que não conhecia que estavam na sala.

Louise disse que era melhor todos irem para casa e descansar, já que amanhã seria um dia cansativo na escola. Apenas quando os seis notaram que iriam ficar sozinhos toda a noite naquela escola tiveram vontade de chorar.

Jaqueline ficou reclamando de como precisava da sua cama e de um banho de banheira. Nicole e Adeline tentavam pensar em algum lugar da escola para que eles pudessem ficar de noite sem que nenhum professores brigasse com eles no dia seguinte quando todos chegassem.

— Que tal a biblioteca? — Adam disse se intrometendo na conversa.

— Lá tem algumas poltronas — Roger concordou com o pensamento do moreno. Os olhos cinzentos de Adam encarou os outros analisando a situação. Acabaram todos indo para a biblioteca, se sentaram nas poltronas e arrastaram algumas cadeiras para que pudessem esticar as pernas.

— Esta será a pior nuit da minha vida — Jaqueline rosnou afundando os ombros na poltrona e tentando encontrar uma posição confortável para a cabeça.

Para serem discretos os gêmeos ligaram dois computadores na biblioteca e deixaram as luzes do lugar desligadas. A iluminação dos computadores iria deixar o local menos escuro e um pouco menos arrepiante. Caso deixassem as luzes da biblioteca acessas quando a escola fosse aberta alguém iria notar a presença dos alunos ali.

Quando o sol finalmente iluminou a biblioteca e a luz dos computadores não eram mais necessárias Nicole e Adeline acordaram. As dores nos músculos das costas e das pernas lhe deixavam desconfortaveis.

— Vá ver se alguém já está na escola, eu vou acordar os outros — Adeline disse suspirando. Nada daquilo era um sonho, infelizmente.

Acordou os gêmeos com facilidade, Adam e por último Jaqueline, que resmungou até os últimos segundos que pode antes de abrir os olhos e quase começar a chorar ao ver que tudo realmente havia acontecido de verdade.

— Precisamos começar a procurar essa flor, antes mesmo deles. Caso achemos antes eles não irão precisar nem nos ajudar — Nicole disse finalmente aparecendo na entrada da biblioteca. Ela comentou que havia alguns adultos pelo colégio que ela deduziu ser professores.

— Então vamos logo — Adam penteou rapidamente os cabelos com os dedos enquanto andava em direção à saída da escola.