Le Passé escrita por amanda c


Capítulo 22
Capítulo 22


Notas iniciais do capítulo

Olá meus amorecos, como vocês estão?
Esse capítulo é puro amor e felicidade, fiquei toda boba escrevendo ele, sério!
Enfim, o próximo capítulo será especial dos gêmeos. Até mais meus amores e boa leitura a todos ♥



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— Roger — a voz de Nicole saiu de sua garganta sem ela perceber. Ela estava deitada em sua cama. Suas unhas estavam fincadas no travesseiro em que todas as noites dormia abraçada.

Os olhos azuis arregalados, a respiração ofegante e a testa suada demonstravam o estado em que Nicole estava naquele momento.

— Ô mãe! — ouviu a voz de sua irmã ecoar pelo corredor — a Nicole está doida.

Ela levantou rapidamente da cama, para poder se sentar e observar onde estava. Usava seu pijama favorito, estava deitada em sua cama no quarto em que dividia com suas duas irmãs. A imagem de sua irmã do meio, parada na porta, com a cabeça para fora do quarto fez seu coração acelerar de alegria.

Era tão bom estar de volta!

Em um pulo, desceu da cama e abraçou a menina com força. Sophie, a filha do meio, já usava o uniforme da escola. Espantou-se ao ser abraçada pela irmã mais velha, que começou a girá-la de alegria.

— Me solta sua doida! — Sophie gritou assustada. Os olhos verdes arregalados pelo susto e os cabelos castanhos presos em uma trança dupla giravam conforme o movimento dos braços de Nicole.

— É tão bom te ver!

Depositou um beijo estalado na testa da irmã, soltando-a e correndo para procurar o restante da sua família.

— Ô mãe! Eu acho que a Nicole está com alguma doença muito séria! — ouviu Sophie gritar do quarto. Ignorou aquele comentário, que se fosse em outro momento provavelmente voltaria para encher a menina de cascudos, saltitou até o quarto dos pais.

Ninguém estava por ali, a cama de casal estava arrumada impecavelmente, os móveis de madeira estavam postos nos mesmos lugares que antes e as fotografias das três filhas estavam penduradas na parede oposta da porta, fazendo um sorriso sincero crescer nos lábios da quatro-olhos.

Desceu as escadas com pressa e então pode ver Clair e seus pais na cozinha. A sua irmã mais nova estava sentada no cadeirão, com a boca aberta esperando pela colherada de mingau que sua mãe estava prestes a trazer.

— Bom dia quatro-olhos — Kentin disse ao ver a menina sorridente descer as escadas. Aquele apelido havia sido estabelecido um para o outro, apenas eles poderiam se chamar daquele modo.

— Bom da quatro-olhos — Nicole respondeu de volta e abraçou o homem na sua frente com força. Ele estava parado à frente da pia de louças sujas, prestes a lavar a louça, porém aquele abraço apertado e cheio de saudade o fez parar de pensar para aproveitar o momento.

Não questionou os motivos da filha, apenas aproveitou aquela demonstração de afeto que era tão rara de acontecer.

— Por quê sua irmã estava gritando? — Aline questionou, limpando a boca de Clair com o babador. Clair já estava com dois anos e meio, balbuciava grande parte das palavras e conseguia andar sem o auxílio do andador infantil. Ela aparentava estar muito mais saudável do que da última vez em que a viu.

— Não sei — Nicole diz soltando seu pai e abraçando sua mãe pelas costas. A mulher estava ocupada alimentando a mais nova, porém não se importou muito com a filha lhe abraçando daquela forma.

— Não quero que se atrase hoje — Kentin começa a lavar a louça, virado de costas para as mulheres do local — Então vá pegar algo para comer e se troque para a escola.

Nicole simplesmente concordou, procurando por algo que lhe saciasse a fome matutina pela mesa e correu com um pedaço de croissant na boca para o andar de cima. Estava tão feliz por estar de volta, seu coração batia rápido e forte, conseguia ouvi-lo em seus ouvidos de tanta emoção.

Sem ter de ouvir as broncas de sua mãe para arrumar o quarto, organizou tudo que estava fora do lugar do cômodo e terminou de comer sem muito sacrifício. Procurando pelo uniforme azul escolar, penteou o cabelo e calçou os sapatos ao mesmo tempo.

Sentiu um aperto no coração ao lembrar dos cinco adolescentes que conviveu durante tanto tempo. Apanhou o celular sobre a cômoda e notou algo surpreendente. Estavam em setembro, mais especificamente, dia 02 de setembro.

— Segundo dia de aula? — franziu o cenho.

Respirando fundo procurou pelos contatos das cinco pessoas em seu celular, notando que não tinha o número de ninguém além de Adeline. Engoliu em seco e enviou uma mensagem para a garota, apertando o celular contra o próprio peito, olhou pela janela do quarto.

— O que será que aconteceu com eles? — respirou fundo e então ouviu a voz de Sophie novamente ecoar pelo corredor.

— Ô mãe a Nicole agora tá falando sozinha! Ela precisa ser internada!

Rindo do comentário, apanhou o travesseiro que estava mais próximo de suas mãos e jogou-o em direção da irmã, que começou a rir da situação e falar que estava tudo bem agora.

Sem nenhuma resposta de Adeline e uma bronca de Aline, Nicole colocou a mochila escolar nos ombros e foi em direção à porta de entrada da casa para ir ao colégio.

— Te amo — Kentin diz beijando o topo da cabeça das duas meninas vestidas com o uniforme escolar. Ele era o Primeiro Tenente do Exército da França, então sempre saia primeiro de casa deixando Aline e as meninas para trás uma ou duas horas antes do horário da escola.

O casal sussurrou algumas palavras que Nicole não quis prestar atenção para dar mais privacidade a eles e então viu seu pai sair de casa com uma mochila verde nas costas. Sentia tanto orgulho de ver seu pai superar todos os medos que ele havia sentido durante a escola militar e seguir aquela carreira com tanto prestígio e renome. Enquanto Kentin havia seguido aquela carreira, Aline era professora de Ciências na mesma escola em que Sophie estudava.

— Me ajude a arrumar Clair, vou deixar ela na casa da sua tia — ouviu sua mãe falar e então Nicole franziu o cenho. Aline havia brigado com sua irmã mais nova quando elas ainda eram adolescentes, ouvir aquilo fez um arrepio percorrer a espinha de Nicole.

— Da tia Alícia?

— É claro, você tem outra tia sem ser ela?

— Mas você não estava brigada com ela? — Nicole questionou a mãe, enquanto caminhava ao lado da mulher para procurar alguns objetos necessários, como chupetas, fraldas etc.

— Está doida? Claro que não Nicole — Aline respondeu confusa. Então a menina entendeu, por ter voltado no passado e mudado tanta coisa, sua mãe e tia nunca haviam brigado e elas mantinham uma relação saudável agora.

— Então eu não preciso faltar na aula para ficar olhando a Clair?

— Filha você está bem? — parando de arrumar a mochila de Clair, Aline se virou para a filha com as mãos apoiadas na cintura.

— Oui.

— De onde tirou essa ideia de faltar à aula? Claro que não menina — balançando a cabeça, voltou a arrumar a mochila da filha. Clair estava sentada no sofá da sala de estar encarando toda a cena, observava tudo com atenção e curiosidade.

Sem falar mais nada, acompanhou sua mãe e suas irmãs até a casa de sua tia, que ficava não muito longe de lá. A mulher recebeu a todas com muita alegria, coisa que normalmente não via tia Alícia fazer. Minutos depois, andou com Sophie e sua mãe até o colégio onde a mais nova estudava.

— Até mais tarde querida — Aline beijou o topo da cabeça da filha mais velha, que se despediu com um aceno e voltou a caminhar em direção à Sweet Amoris. Todos os dias caminhava para a escola junto de sua mãe e irmã, já que uma escola ficava próxima da outra e ambas ficavam minutos de distância de sua casa.

Ao chegar no colégio, finalmente recebeu uma mensagem de Adeline como resposta:

“Je vais bien. Je serai bientôt à l’école. Bisous :)”

Relaxou os músculos e sorriu com a mensagem. Guardou o celular na mochila e começou a andar pela escola atrás do seu armário e de rostos conhecidos. Começou a ficar mais tensa ao notar que nenhum dos cinco estavam por ali. Guardou a mochila no armário, pegou seu caderno e voltou a andar pelos corredores.

Os olhos azuis percorriam pelo corredor, encarando cada rosto, cada sorriso e tendo seus ouvidos atentos à cada som que era ecoado por ali. Queria encontrar seus amigos, caso contrário teria um infarto. Sem exageros, pois seu coração batia rápido demais.

Com o caderno contra os seios, desceu os poucos degraus que levavam para a entrada do prédio. Um sorriso inigualável se instalou nos lábios da garota ao ver um par de cabeças castanhas escuras. Os gêmeos estavam lá, bem na sua frente.

Porém, algo estava diferente. Não eles, mas sim ela estava diferente.

Não conseguia prestar muita atenção em sua volta, nem mesmo conseguia prestar atenção em Aaron. Só tinha olhos para Roger, que caminhava a passos lentos em sua direção.

Amour.

Foi a única palavra que se fixou em sua mente, enquanto tudo ao seu redor parecia estar em câmera lenta. O mundo parecia estar parado, observando a beleza daquele rapaz em sua frente.

Os gêmeos, finalmente, pararam logo na frente da menina. Ela, por sua vez, estava um degrau acima deles, fazendo-a ficar levemente mais alta.

Seu coração parecia querer sair da boca, não por medo ou ansiedade como nos minutos atrás; mas sim por causa de seus pensamentos em relação a Roger. Não havia notado o quão lindo aquele rapaz era, o quão simpático, extrovertido e carismático ele era.

Talvez a falta que ele havia feito ao sumir abruptamente diante de seus olhos fez aquele sentimento tão repentino aparecer em seu coração.

Estavam na frente do colégio, atrapalhando grande parte do fluxo de alunos que queriam entrar no prédio. Aaron e Roger se entreolharam, notando que após o cumprimento de ambos Nicole não havia dito absolutamente nada.

— Nicole? — Aaron perguntou segurando as alças da mochila e tombando a cabeça para o lado.

— Nicole está nos ouvindo? — foi a vez de Roger se pronunciar. Como se sua voz tivesse a feito sair dos próprios pensamentos, ela piscou algumas vezes e começou a ficar tão vermelha quanto um pimentão.

Novamente os gêmeos se entreolharam. O que estava acontecendo com ela, afinal?

— Está tudo bem?

Não respondeu a pergunta de Aaron. Ela simplesmente enroscou os dedos quentes nos cabelos de Roger que estava logo na sua frente e beijou o rapaz inesperadamente.

A boca de Aaron formou um perfeito O e os olhos heterocromáticos do rapaz estavam arregalados de surpresa. Nunca esperava aquilo vindo da quatro olhos.

Ainda segurando o caderno contra o peito com uma das mãos e alisando os cabelos da nuca de Roger com a outra, Nicole iniciou um beijo quente e apaixonado. O rapaz não sabia o que fazer além de corresponder aquele ato.

Segurando com força a cintura da menina e com medo de puxá-la para mais perto e fazê-la cair do degrau, mantiveram aquela distância mínima, enquanto suas línguas brigavam por espaço dentro das cavidades.

Observando tudo ainda assustado com a atitude da menina, Aaron tampou a boca e se afastou um pouco do casal que atrapalhava a passagem dos estudantes.

— Bonjour — a voz de Adeline foi ouvida por Aaron, que virou seu rosto para a menina ainda cobrindo a própria boca — O que está…

Não conseguiu completar a própria frase. Arqueou as sobrancelhas ao notar quem eram as pessoas no meio dos degraus da entrada. Intercalou seus olhos de Aaron para o casal, de forma assustada.

— Desde quando? — ela gritou chamando atenção do casal, que continuava a se beijar. Os dedos de Nicole não queriam se desenroscar dos cabelos macios de Roger, porém ao ouvir a voz da amiga afastou sua boca e respirou fundo.

Realmente estava ficando sem ar já, porém aguentaria mais alguns segundos naquele beijo tão desesperado. Nicole sorriu, suas bochechas estavam quentes, enquanto Roger apenas abraçava sua cintura e encarava o irmão com um sorriso de vitória.

— Vamos logo casalzinho — Aaron disse rindo e começando a andar ao lado de Adeline, que ainda estava inconformada com o que havia visto — Senão vão precisar de um quarto caso continuem assim.

Vendo o irmão e a platinada se afastar, Roger pegou a mão da menina que havia lhe beijado com tanta paixão e começou a andar na mesma direção que o gêmeo com um sorriso abobalhado no rosto.


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Notas finais do capítulo

Glossário: Francês — Português
Oui — Sim
Je vais Bien — Estou bem
Je serai bientôt à l'école — Daqui a pouco estarei na escola.
Bisous — Beijos
Amour — Amor
Bonjour — Bom dia



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