Le Passé escrita por amanda c


Capítulo 21
Capítulo 21


Notas iniciais do capítulo

Ai meu Deus a história tá acabando!!!!

Esse é o capítulo especial do Adam, o próximo será da Nicole.
Até lá ♥



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Assim que Adam abriu os olhos reparou que estava em seu quarto. A bateria montada logo ao lado da cama, as baquetas no criado-mudo, os pôsteres de bandas velhas e atuais fazendo a decoração da parede contrária e as milhares de roupas jogadas no chão. Aquele era realmente seu quarto.

Sentou-se na cama e alisou os cabelos, estava com os músculos doloridos e cansados, como se tivesse dormido muito mal.

Será que tudo aquilo havia sido um sonho seu? Será que havia voltado no passado só em seus sonho?

Ainda de pijama, andou em passos largos em direção à sala. Ainda estava morando no mesmo apartamento que seu pai morava na época da adolescência, porém estava com moveis diferentes, mais bonitos e novos.

VIu sua mãe arrumando a mesa de café da manhã. Castiel não estava por ali e um aperto em seu peito lhe deixou desconfortável. Porém, uma mão pousou sobre seu ombro e ao levantar os olhos viu seu pai parado logo atrás.

— Bom dia filho — a voz de Castiel era calma e manhosa, como se ele tivesse acabado de acordar.

— Bonjour — não disse muito, deu passagem para Castiel passar pelo corredor e se sentar à mesa. Lis encarou o filho sorridente, chamando-o para comer com eles.

— Como foi o dia ontem? — ela questionou passando manteiga no pão e entregando para Castiel.

— É — ele disse pensativo, não sabia o que responder. Seus olhos passaram rapidamente pela sala de jantar buscando algo que lhe desse uma pista — Foi bom.

— Só isso que você tem para falar sobre seu primeiro dia na escola? — Castiel diz sério. Ele colocava café na xícara.

— Primière journée?

— Acho que você dormiu demais querido — Lis riu e colocou uma torrada com manteiga sobre o prato na frente de Adam. O cenho franzido do rapaz estava evidente abaixo dos cabelos escuros.

— Hier foi seu primeiro dia na Sweet Amoris, esqueceu Adam?

Então nós voltamos para o presente, porém um dia antes da detenção.” Pensou o menino relaxando os músculos. Comeu as torradas e bebeu do café com calma, respondendo as perguntas que os pais fazia. Porém, sua curiosidade falou mais alto, então perguntou:

— Aconteceu algo estranho na adolescência de vocês?

Os dois pararam de fazer o que estavam fazendo e se olharam cúmplices. Como se não quisessem tocar naquele assunto.

— Não me lembro para falar a verdade — Lis diz, voltando sua atenção ao café.

— Teve um dia — Castiel apoia os cotovelos na mesa, encarando Adam com curiosidade — Não sei se foi um tipo de sonho que tive, ou se realmente aconteceu. Mas, me lembro de ter que hospedar seis adolescentes no meu apartamento. Não sei quem eram eles.

Adam sentiu uma fisgada e sorriu ao ouvir a história. Eles realmente haviam voltado e Tia Agatha realmente havia apagado sua presença da lembrança de seus pais. Tudo estava como deveria estar.

— Vá se trocar querido — Lis interrompeu a história que Castiel contava. Sempre que se tratava do passado, Castiel se empolgava e não parava de falar.

— O.K

Adam foi até o quarto, pensando se deveria agir ou não como no segundo dia de aula. Colocou a mesma roupa que se lembrava de ter usado naquele dia. Nunca iria esquecer daquele dia, na verdade. Calça jeans preta com dois rasgos no joelhos, uma camiseta branca escolar, uma jaqueta de couro preta e tênis All Star branco.

Ao sair do quarto, já arrumado deu de cara com Lis, que sorriu abobalhada para o filho.

— Você parece tanto seu pai assim — ela disse e Adam simplesmente revirou os olhos, rindo do comentário da mãe. Lis abraçou o menino e beijou a lateral da cabeça dele, que franziu o cenho com a demonstração de afeto repentina.

— Vamos filho — Castiel saiu do seu próprio quarto com uma maleta de instrumento em mãos. Iria, provavelmente, devolver a guitarra ao dono.

Ele e Lis se tornaram um casal reconhecidíssimo pela música que produziam. A violinista havia tocado o coração de muitas pessoas, recebendo prêmios em várias ocasiões, porém, graças a um machucado no ombro parou de tocar e não se sentiu mais confortável em colocar um violino nas mãos. Depois daquele acidente se tornou uma dona de casa e uma mãe muito mais presente.

Já Castiel era um caçador de talentos. Um gerenciador de bandas e era ótimo naquilo que fazia. Mesmo na França, continuava com seu trabalho de procurar por pessoas novas e lançá-las no mundo musical com uma força total. Ele era produtor musical de grandes cantores e bandas daquela época.

— Nous allons— Adam disse saindo do apartamento e se direcionando ao carro estacionado na garagem do prédio. Um DS3 estava aguardando-os para ser dirigido. Com estofamento de couro, recém lustrado e teto solar, aquele carro era como um segundo filho para Castiel.

Colocou a maleta de guitarra no banco de trás e entrou no carro, encarando Adam com uma ótima expressão de ironia.

— Vai ficar aí plantado?

Adam suspirou e entrou no veículo no banco do passageiro, colocando o cinto de segurança e encostando a cabeça na janela.

— Você está estranho hoje — Castiel diz. Já estavam fora da garagem. Iriam passar primeiro na casa do dono da guitarra, para só então Castiel deixar Adam no colégio.

— Só… Não é nada — ele pensa antes de falar e suspira. A imagem de Adeline sumindo logo na frente de seus olhos ficou martelando em sua mente durante toda a manhã.

— É alguma fille?

Adam pareceu se sentir desconfortável com a pergunta e se remexeu no estofamento de couro. Castiel riu com a expressão do rosto do filho e apertou os dedos no volante.

— Sabe filho, foi muito difícil pra mim assumir que estava gostando da sua mãe — ele diz sem tirar os olhos da rua — Acho que é difícil para qualquer um assumir que está gostando de alguém.

— Oui.

— Por isso, eu dou meu total apoio para você fazer isso — Castiel riu dos olhos arregalados de Adam. As bochechas vermelhas do adolescente foi uma resposta clara de que realmente havia uma garota em seus pensamentos.

— Não vou me declarar!

— Oras — Castiel parou de rir e arrumou as costas no encosto da poltrona do motorista — Por que não?

— Ela nem deve gostar de mim — Adam abaixou os olhos, ainda vermelho de vergonha.

— Eu posso saber qual o nome dela?

— Adeline Chevalier — não pensou antes daquele nome sair de seus lábios. Porém, ao ver os olhos cinzentos de seu pai o encarar, quis sair correndo para fora do carro e se enterrar em algum pedaço de terra longe da França.

— Adeline Chevalier seria a filha do… — Castiel não terminou sua frase. Adam apenas concordou com a cabeça rapidamente, suspirando em derrota. Agora não havia volta, havia dito em voz alta diante de seu pai, que estava apaixonado por ela.

Estavam parados na frente de uma casa, sem falar mais nada Castiel saiu do carro e tocou a campainha do lugar. Um pré-adolescente atendeu à porta ainda de pijamas e um sorriso enorme ao ver Castiel.

— Só um minuto, vou chamar meu pai — disse o rapaz, correndo para dentro da casa. Não demorou muito para que um homem mais jovem que Castiel viesse à porta. Ele era um dos cantores que Casitel gerenciava.

— Aqui está — ele entregou a maleta para o homem — Praticamente novinha em folha.

Castiel não demorou muito mais do que cinco minutos para conversar com o seu cliente e voltar para o carro, onde Adam estava à todo momento.

— Parece divertido o seu trabalho — Adam diz coçando a nuca. Castiel não respondeu, um filme de sua vida passou em sua mente e o homem suspirou, dando partida no carro.

Arrependia-se de não ter investido em uma banda para seguir carreira musical, porém, continuar dentro do meio era satisfatório. Após o acidente de carro e a quebra do ombro de Lis, Castiel sentia-se culpado da mulher também ter parado seu sonho musical. Trinta minutos depois estavam na frente do colégio e Adam se despediu do pai com um balanço de mão.

— Até a noite, moleque — Castiel diz brincalhão, vendo o menino se afastar do carro.

Adam procurava com os olhos seus amigos. Não encontrava em nenhum lugar Jaqueline, os gêmeos ou Nicole. Engoliu em seco, pensando que estava sozinho e caminhou em direção ao seu armário.

Ao ouvir a voz de Jaqueline logo nas suas costas, sorriu largo e virou o corpo. Todos estavam ali, parados alguns metros de distância de Adam. Nicole e Roger estavam de mãos dadas e Adam sentiu uma fisgada em sua cabeça.

— O que é isso? — Adam riu indicando as mãos dos dois com o nariz.

— Tem mulheres que nos pega de cheio — Roger diz fazendo todos rirem. Então sua atenção se virou para Adeline, que ainda ria do comentário. Aquele sorriso maravilhoso aquecia o peito de Adam. Estava feliz de poder ver todos de novo.

— Eu tenho que ir pra minha sala — Jaqueline diz batendo a mão no ombro de Adam. Ela se despediu do grupo e andou em direção às escadas no fundo do corredor para ir até a sala de artes.

— Nós temos que ir pra aula também — Nicole diz observando com os olhos Adeline e Adam — Vamos?

Apenas ela e os gêmeos andaram em direção a sala de aula, deixando Adam e a platinada para trás.

— Como você está?

— Très bien e você?— ela disse sorridente. Suas mãos estavam sobre a saia azul escura. Ao notarem que apenas os dois estavam parados naquele corredor ambos ficaram vermelhos de vergonha.

— Acho melhor irmos, né? — Adam não respondeu a pergunta, abrindo o armário nas suas costas e pegando os livros necessários. Ambos caminharam em direção à sala de aula quietos, se sentaram na mesma carteira daquele dia e não trocaram uma única palavra até o fim do dia.


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Notas finais do capítulo

Glossário: Francês — Português
Bonjour — Bom dia
Primière journée — Primeiro dia
Hier — Ontem
Nous Allons — Vamos/Vou
Fille — Garota
Oui — Sim
Très bien — Muito bem



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