Le Passé escrita por amanda c


Capítulo 20
Capítulo 20


Notas iniciais do capítulo

Olá meus amorecos, tudo bem com vocês?
Tenho uma coisa para contar para vocês, então não comecem a ler a história antes de ler essas notas!

Esse seria o último episódio da fanfic antes do epílogo,porém, tive a ideia de fazer um capítulo para cada personagem, acrescentando mais cinco capítulos. Farei isso, então não precisam se preocupar, já que este não é mais o último capítulo, por consequência.!!!



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Jaqueline e Adam esperavam impacientes o trio chegar. Faltando apenas um minuto, eles chegaram esbaforidos e suados.

— Conseguiram? — Nicole questiona sentindo seu peito subir e descer com dificuldade.

— Sim — Adam diz sorridente.

— Mas eles só vão conseguir ver as cartas amanhã — Jaqueline acrescenta e ao terminar sua frase Roger arregala os olhos em direção a loira.

— Amanhã? Não acho que o Aaron tenha esse tempo.

Como se soubesse o que iria acontecer Roger voltou a chorar. Vinte minutos depois do nascimento de Aaron, foi a vez de Roger nascer. Vinte minutos de diferença. Vinte torturantes minutos.

Começou pelos dedos, subindo pela mão e braços.

Roger também estava sumindo diante dos olhos de todos. Aos prantos Roger sorriu para os amigos e se despediu antes de simplesmente virar fumaça em um piscar de olhos.

Tudo o que ocorreu após aquilo fora apenas desespero e choro. Ninguém sabia o que fazer, ninguém sabia o que estava acontecendo. Nicole tentou abraçar o corpo de Roger, que já havia virado fumaça, porém, quase caiu de joelhos no chão por não ter mais nada na sua frente.

Adam encarava as garotas chorando sem saber o que realmente poderia fazer. Engoliu em seco e olhou ao redor, tentando pensar. Sua cabeça não consiga pensar em nada além da palavra “fudeu”.

— Nós também vamos morrer! — Jaqueline chorava aos berros. Ela estava sentada no chão da praça tampando os olhos com as mãos. Próxima dela estava Nicole, seu choro era mais silencioso, ela abraçava o próprio corpo de olhos fechados, como se imaginasse estar abraçando Roger.

— Talvez — Adeline soluçou em meio ao choro — se esperarmos amanhã... — limpou o próprio rosto e olhou para Adam. Ambos olhares estavam melancólicos e vazios.

—  O próprio Roger disse que não dá tempo — Jaqueline continuou a gritar aos prantos.

— Precisamos ter fé.

— Fé? — Nicole finalmente abriu os olhos para encarar Adeline. Franzindo o cenho e retirando os óculos de grau, se aproximou da menina — Como podemos ter fé em um momento assim? Não dá nem mesmo para ter sanidade aqui!

Nicole gritou tão alto que assustou até mesmo Adam. Inesperadamente, Adeline aproximou violentamente sua mão do rosto de Nicole, lhe dando um forte tapa na bochecha. Aquele barulho forte fizeram todos se calarem instantaneamente.

Jaqueline levantou do chão e limpou o rosto com as costas das mãos. Aproximando-se de Nicole, puxou os ombros da menina para trás e se colocou entre as duas garotas, encarando as duas com seriedade.

— Não é assim que vamos solucionar a situação — Adam disse abraçando Adeline, que afundou o rosto no peito do rapaz, sentindo-se envergonhada pelo que acabara de fazer.

Nicole segurava a própria bochecha enquanto encarava a platinada com os olhos azuis arregalados. Nunca havia apanhado em toda sua vida, nem mesmo seus pais haviam levantado a mão para ela; e ao pensar que alguém que considerava sua amiga fazer algo parecido lhe cortou o coração.

— Precisamos pensar direito, precisamos pensar em como não desaparecer também — Jaqueline disse fungando e ainda segurando os ombros de Nicole.

— Acho que realmente devemos esperar até o amanhecer. Precisamos estar unidos em um momento como este — Adam sentia seu peito esquentar graças ao calor que Adeline emitia. Seus dedos formigavam enquanto alisava as costas da menina em uma demonstração de carinho.

— Vamos dormir na escola então?

— Posso conversar com Castiel se quiserem — Adam questionou soltando o abraço de Adeline. A platinada estava com o rosto muito vermelho de vergonha pelo que havia feito com a amiga.

— Não acho que ele aceitaria a gente de novo — Nicole falou, finalmente — Vamos para a escola. Vocês conseguiram entrar naquela hora, então vamos conseguir de novo.

Jaqueline e Adam andavam na frente, enquanto Nicole estava alguns passos de distância de Adeline. Todos caminhavam em direção à escola em pleno silêncio. A única coisa que era possível ser ouvida era o barulho da cidade.

— Desculpa — Adeline suspirou fechando os olhos ao alcançar os passos de Nicole. A quatro-olhos encarou o chão, colocando uma mecha de cabelo escuro atrás da orelha.

— Está tudo bem — Nicole sorriu ainda sem olhar para a outra — Acho que merecia essa.

Adeline encarou a menina curiosa e envergonhada.

— Foi bom pra acordar pra realidade — riu da situação. Seu rosto ainda estava dolorido, porém entendia o motivo da amiga ter feito aquilo. Encarou, finalmente Adeline com um lindo sorriso no rosto o que fez a outra sorrir também.

— Nós precisamos ser unidos — Adeline diz tímida, porém sorridente.

Ao ouvir a conversa das duas garotas logo atrás, Jaqueline para de andar, encarando-as.

— Que bom que está tudo bem — a loira sorri alegre. Ela havia mudado muito desde quando se conheceram.

— Vamos logo meninas, está muito tarde — Adam diz olhando pelo canto do olho as três meninas conversando animadas, ignorando a tensão que havia sido estabelecida minutos atrás.

Ao finalmente chegar na escola Adam teve de ajudar as três meninas a pular o muro escolar fazendo escadinha para todas. Ao ver que Adeline era a última, sentiu suas bochechas esquentarem.

A garota estava de vestido e caso ela ficasse um nível acima da sua cabeça, conseguiria ver qualquer coisa dentro de sua saia. Só de imaginar a cena, Adam sentiu seu corpo inteiro formigar.

— Toma cuidado — ele disse ao ver o pé direito da garota sobre sua mão. Fechando os olhos ao levantar a garota, se controlou para não olhar para cima.

— É sua vez Adam — a voz de Nicole ecoou por trás do muro. Sentiu o peso de Adeline sair de sua mão e então finalmente abriu os olhos. Em um impulso rápido se pendurou no muro e se levantou sobre ele, sentando-se no concreto para observar toda a paisagem de cima do muro.

Ao descer, caiu próximo demais de Adeline e novamente suas bochechas coraram. Adeline, notando a proximidade também corou, porém rapidamente começou a andar em direção ao prédio escolar.

Como na primeira noite, os quatro adolescentes dormiram na biblioteca. O barulho dos professores chegando pela escola rapidamente fizeram-nos acordar.

— Precisamos fazer os dois leem as cartas e se reencontrem! — Adeline disse sendo a primeira a olhar para fora da biblioteca.

O colégio estava começando a se encher aos poucos. Os professores andavam de um lado para o outro com seus livros enormes, já havia alguns alunos e a faxineira do lugar passava calmamente uma vassoura nos cantos dos corredores. A presença daquela mulher, com um tecido na cabeça e a vassoura na mão incomodou Adam. Era como se ela não devesse estar por ali.

Em um piscar de olhos o colégio começou a ficar cheio de adolescentes. Ao ver Anne entrar pela porta principal, os quatro futuristas se olharam ansiosos.

Ela conversava com uma amiga de sala igualmente ruiva. Ao abrir o armário viu o cartão cair em seus pés e arqueou uma das sobrancelhas.

— Olha só! É um admirador secreto! — a amiga disse vendo Anne pegar o cartão curiosa.

— Oras, cale a boca Íris! — Anne riu envergonhada — Não vou ler perto de você.

Íris ficou aparentemente ofendida, se despediu da amiga e andou até o próprio armário. Adam e as três garotas observavam toda a cena escondidos atrás da porta de vidro da biblioteca.

Anne amassou o papel da carta e colocou dentro do bolso da camisa, saindo aos passos largos de perto dos armários. Provavelmente procurando por Armin.

— Isso foi uma reação boa? — Adam questionou assustado.

— Não pareceu — Jaqueline arregalou os olhos e correu atrás de Anne, sendo acompanhada pelos outros.

Parados no meio do corredor principal, Anne e Armin estavam aos beijos. A ruiva segurava o colarinho do rapaz com força, puxando-o para si de forma agressiva. Armin inicialmente havia se assustado com a garota vindo em sua direção com um olhar assassino e ao sentir-se puxando por ela pensou que iria levar a maior surra de sua vida. Porém, o beijo macio e ardente de Anne fez seu coração acelerar ainda mais, de alegria dessa vez.

Todos os alunos, incluindo os futuristas, observavam a cena chocados. Alexy, que estava logo ao lado do irmão sorria tão largo, que parecia estar prestes a soltar rojões.

— O que está acontecendo aqui? — a diretora apareceu, saindo do grêmio com muitos papéis em mãos. Ao notar os adolescentes se beijando a mulher arregalou os olhos por trás dos óculos e rasgou boa parte dos papéis.

Seu coque perfeito se desfez e a senhora trincou os dentes com raiva. Diferente da época dos adolescentes futuristas, que beijos entre jovens é algo tão comum, na década de 70 era algo inadmissível.

— Senhorita Anne e Senhor Armin!!

Nathaniel ao ouvir os gritos da diretora, apareceu finalmente do lado de fora do grêmio. Boquiaberto com a cena, que não havia acabado com os berros da Senhora Shermansky, não deixou de encarar Isabelle do outro lado do corredor. Queria ele ter aquela coragem.

Sem ar, Anne parou o beijo e soltou a gola de Armin. O rapaz não estava entendendo absolutamente nada. Havia acabado de chegar na escola.

Logo atrás do casal estava Castiel e Lis de mãos dadas, haviam acabado de entrar no corredor e ver aquela cena tão incomum os deixaram confusos. Próximo a eles estava Kentin e Aline, encarando um ao outro com sorrisos tímidos e as bochechas vermelhas.

— Você acha que eu sou bidu? — ela disse seca — Fiquei grilada durante todos esses dias para você se declarar por uma carta?

Armin franziu o cenho confuso. Não havia escrito carta nenhuma se declarando pela garota. Porém, rapidamente relaxou os músculos e sorriu. Ignorou o fato de que não havia sido ele, voltou a beijar a garota.

— Já chega — a diretora Shermansky puxou os dois adolescentes pela orelha, levando-os para a direção.

— Eles voltaram? — Nicole questionou confusa. Os alunos, após aquele show, voltaram para suas atividades. Adam, Adeline, Jaqueline e Nicole continuaram no corredor principal confusos. Lysandre estava parado no seu armário, observando os quatro adolescentes pensativo.

— Acho que sim — Jaqueline franziu o cenho confusa. Olhou ao redor tentando encontrar algum sinal de Roger ou Aaron, porém não havia nada ali.

— Não deu certo, será? — Adeline disse cabisbaixa, porém uma voz dupla ecoou pelo corredor. Na entrada da escola, entrando finalmente no corredor, vinham dois gêmeos de cabelos escuros.

Roger e Aaron estavam de volta, inteiros e sorridentes.

Sem pensar muitas vezes as três garotas correram em direção aos rapazes, abraçando-os com força ao mesmo tempo. Adam não ficou para trás, andando a passos largos sorridente.

Os seis futuristas se abraçaram, no meio do corredor principal do colégio. As garotas estavam aos prantos e os rapazes seguravam as lágrimas. A velha faxineira observava tudo, com um grande sorriso no rosto.

De repente, sua vassoura se transformou em uma linda flor amarela e a velha mulher se transformou em uma mulher formosa, alta, com belos cabelos arroxeados. Tia Agatha caminhou, segurando a flor, em direção aos jovens.

Em um passe de mágica não havia mais ninguém naquela escola a não ser Agatha e os seis adolescentes. Sem notar o que estava acontecendo, continuaram a se abraçar com alegria de estarem todos juntos novamente.

— Olá meus queridos — sua voz ecoa pela escola toda. Aquilo assusta todos eles, que se afastam para encarar Agatha. Em um movimento rápido, a arroxeada coloca a flor amarela no cabelo de Adeline, que simplesmente desaparece na frente dos olhos de todos.

— O que você fez? — Adam disse enfurecido. Seus olhos estavam arregalados de pavor.

— Vocês precisavam entender... — em um estalo de dedos uma flor amarela apareceu nos cabelos de Nicole, que também desapareceu.

— A importância… — ela continuou a falar e em outro estalo duas flores aparecem penduradas nas blusas dos gêmeos. Ambos sumiram mais uma vez, dessa vez logo na frente dos olhos de Jaqueline.

— Da verdadeira… — ela estalou outra vez e uma linda flor apareceu nas mãos de Adam, que desapareceu instantaneamente.

— Amizade.

Apenas Jaqueline estava ali. Sozinha diante da mulher de cabelos roxos com um sorriso confortante e os olhos vidrados nela, Jaqueline começou a chorar de desespero. O que aquela mulher havia feito com seus amigos?

— O que você quer de mim?

— Dê valor aos que estão perto de você, minha querida. Amizades de verdade, não nascem em qualquer lugar — Agatha sorriu largo e entregou uma última flor à Jaqueline, que segurou a planta com as mãos trêmulas e os olhos cheios de lágrimas.

Assim como os outros. Jaqueline também desapareceu do corredor escolar.  


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Notas finais do capítulo

Glossário de Gírias anos 70
Bidu — Sabe tudo/Esperta
Grilada — Desconfiada/Com duvidas

~*~
Este capítulo não tem palavras em Francês



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