Le Passé escrita por amanda c
Notas iniciais do capítulo
Não me matem, por favor!
Boa leitura amores ♥
— Precisamos reconciliar Armin e Anne — Adam diz guiando Roger para fora do hospital, onde haviam sido expulsos graças ao escândalo que o segundo havia armado.
— Isso é um tipo de reação colateral? — Adeline questiona, olhando o desespero do gêmeo se sentindo tão angustiada quanto antes. Engoliu em seco em imaginar que aquilo poderia acontecer com Roger logo em seguida.
— Provavelmente — Nicole disse arrumando o óculos no rosto. Todos estavam na calçada do hospital observando as estrelas que brilhavam no céu daquela noite — Mexemos muito no passado e estamos sofrendo as consequências.
— Eu tenho um plano, pode dar certo, — Jaqueline diz batucando a unha no queixo — Mas também pode dar errado.
— Qual? — Roger disse limpando os olhos cheios de lágrimas. Ele aceitaria qualquer ideia mirabolante que lhe dissessem só para ter Aaron novamente consigo.
Jaqueline então explicou o que havia passado em sua mente. Mandar uma carta falsa para cada um fingindo ser o outro para se encontrarem poderia dar muito certo, como também poderia dar totalmente errado.
— Deixa comigo e com o Adam para escrever as cartas. O restante de vocês irão até a casa do Lysandre para que contem pra ele sobre a ideia de Adeline — Jaqueline disse risonha, finalmente se sentindo importante no grupo.
Adam e Jaqueline rapidamente saíram em direção oposta do restante do grupo para começar o plano de reconciliação de Armin e Anne. Roger ainda estava muito abalado quando respirou fundo e começou a andar ao lado das outras duas garotas.
— Vocês são incríveis.
Nicole e Adeline se entreolharam confusas e então olharam para Roger questionando o motivo da afirmação.
— Estamos aqui há não sei quanto tempo e estão firmes, não despejaram uma lágrima. Enquanto eu pareço um bebê chorão.
Adeline ri pelo nariz e alisa os cabelos platinados. Havia chorado muito no hospital por causa de sua mãe.
— Todos nós temos o nosso ponto fraco, Roger — antes que Adeline pudesse falar sobre o que houve no hospital Nicole rapidamente respondeu — Todos nós choramos em algum momento.
— Aaron é seu porto seguro — Adeline acrescenta — Ele lhe dá estabilidade, da para ver só olhando para vocês.
Roger não nega. Sempre admirou muito o irmão gêmeo. Desde pequenos sempre fora Aaron que fazia as coisas primeiro e Roger apenas imitava. Não se sentia inferior ao irmão por causa disso, mas sim orgulhoso de ter alguém para admirar.
— Quando fui visitar meu pai, vi minha avó ainda viva — Nicole começou a falar sentindo um aperto no peito — Só de lembrar dela… De lembrar dos meus pais preocupados comigo me dá uma uma vontade tão grande de chorar.
— Melhor não falarmos sobre isso — Adeline disse parando de andar ao chegar no ponto de ônibus — Se não todos vão começar a chorar.
O sorriso que a platinada enviou aos amigos fora como um abraço quente em uma manhã de frio. Roger sentiu seu coração se esquentar e sabia que iriam arrumar um jeito de trazer o irmão de volta.
Eles tinham apenas vinte minutos para aquilo.
Adam e Jaqueline precisavam arrumar um jeito de comprar envelopes e papéis para carta, porém estavam sem dinheiro. Entrando em uma papelaria e escondendo o que era preciso para escrever as cartas dentro dos bolsos, os dois jovens saíram correndo ao notar que a dona da loja estava desconfiada.
— Conseguimos — Jaqueline diz com as mãos nos joelhos, sem ar de tanto correr.
— O que vamos falar na carta? — Adam segurava uma caneta preta e um papel de carta na mão.
— Escreve o seguinte… — Jaqueline começou a ditar o que Adam poderia escrever na carta que Armin iria enviar para Anne. Estava muito tarde para conseguirem enviar pelo “La Poste”*, então iriam deixar em seus respectivos armários escolares.
Em seguida de Adam, Jaqueline começou a escrever a carta que Anne iria enviar para Armin. Um iria se desculpar com o outro, pedir desculpas, dizer que sentiam muito e o quanto se amavam. Assim que tudo estava feito enveloparam e correram para a escola. Torciam para que aquilo desse certo e que o casal voltasse a ficar junto.
A escola estava fechada, por já estar de noite. Sem pensar duas vezes Adam ajudou Jaqueline a pular o muro e sem dificuldades já estavam dentro do colégio atrás dos armários deles.
— Eu não faço nem ideia de qual pode ser — Jaqueline assumi mordiscando o lábio e encarando a carta em sua mão.
— Não tem problema — Adam diz retirando o celular do bolso e usando-o como lanterna para iluminar os armários — Nos Estados Unidos, digamos que eu não era um cara legal.
— Você morou nos Estados Unidos?
Sem tirar os olhos dos armários, Adam balançou a cabeça concordando com a pergunta, falando logo em seguida:
— Meus pais são famosos no ramo musical — suspirou com a lembrança — Morei em Los Angeles durante sete anos e voltei para cá no final do ano passado.
— Jura? — Jaqueline parecia muito interessada. Porém, Adam rapidamente cortou seu interesse ao mandá-la segurar o celular para que ele pudesse abrir o armário.
Encostando o ouvido na porta metálica, girou algumas vezes o disco de código para finalmente abri-lo sem saber a senha de segurança. Acertou em cheio, abrindo o armário de Anne.
Jaqueline arregalou os olhos, porém se recusou a perguntar como sabia que se tratava do certo.
— Agora, coloque a carta onde ela possa ver…
Jaqueline obedeceu, colocando o envelope sobre os livros escolares. Adam fecha a porta de metal, trancando-o novamente.
— Como você sabe fazer isso?
— Como disse, não era um cara legal. Eu meio que praticava bullying com algumas pessoas — ele abaixou os olhos envergonhado.
Jaqueline não estava satisfeita com a resposta, porém continuou a iluminar o caminho com a lanterna do celular de Adam, que olhava para cada armário com o cenho franzido e com muita atenção.
— O Armin é bom em guardar segredos — ele diz esquecendo do assunto anterior.
— Como assim?
— Cada pessoa deixa o seu armário de um jeito, mesmo com ele fechado dá para perceber isso — alisou os cabelos — Mas o Armin parece que nem meche direito no armário dele.
Então, ao dizer aquilo, uma lâmpada se acendeu sobre sua cabeça, iluminando toda sua mente.
— Já sei onde está — disse segurando a mão da loira e começando a andar em direção ao começo corredor principal. Havia um armário que parecia novinho em folha. A tinta azul brilhava como se tivesse sido recém passada.
— Ele nunca abriu o armário dele?
— Acho que já, porém com pouca frequência — Adam riu, colocando novamente o ouvido no metal da porta e girando o disco até conseguir abrir a porta.
Havia muita coisa ali. De livros escolares até revistas pornôs.
Colocou o envelope sobre tudo aquilo e torceram para que Armin resolvesse abrir o armário no dia seguinte.
Faltava apenas cinco minutos.
Lysandre conversava com Adeline um pouco distante dos outros dois.
— Você tem certeza disso? — Lysandre parecia muito desconfiado de tudo que a menina falava. Desde o momento em que descobriu ser o pai daquela garota sentia como se sua cabeça estivesse descolada do corpo.
— Podemos tentar. Afinal ela adora suas músicas.
Lysandre então concordou com a ideia de tocar alguma coisa para Louise no dia seguinte, quando fosse visitá-la no hospital. Adeline sorriu e alisou o vestido que usava.
Um choque percorreu a espinha de Lysandre notando que Adeline tinha um sorriso parecido com o de Louise. Respirando fundo e alisando a própria nuca, acreditou finalmente que Adeline era sua filha.
— Você se parece muito com ela — disse.
— Todos dizem que me pareço com você — Adeline diz rindo. Ver o pai envergonhado daquela maneira era muito estranho. Lysandre sempre foi muito confiante, pelo menos quando adulto.
— Precisamos ir agora — a platinada resmunga se afastando do pai e acenando para o mesmo enquanto se aproxima do grupo — Espero ver você daqui alguns anos!
Nicole, Roger e Adeline correram para se encontrar na praça próxima da escola.
Vendo o trio se afastar Lysandre apoia um dos braços na outra mão e alisa o queixo.
— Até daqui alguns anos — ele diz baixo, pensativo.
Jaqueline e Adam esperavam impacientes o trio chegar. Faltando apenas um minuto, eles chegaram esbaforidos e suados.
— Conseguiram? — Nicole questiona sentindo seu peito subir e descer com dificuldade.
— Sim — Adam diz sorridente.
— Mas eles só vão conseguir ver as cartas amanhã — Jaqueline acrescenta e ao terminar sua frase Roger arregala os olhos em direção a loira.
— Amanhã? Não acho que o Aaron tenha esse tempo.
Como se soubesse o que iria acontecer Roger voltou a chorar. Vinte minutos depois do nascimento de Aaron, foi a vez de Roger nascer. Vinte minutos de diferença. Vinte torturantes minutos.
Começou pelos dedos, subindo pela mão e braços.
Roger também estava sumindo diante dos olhos de todos. Aos prantos Roger sorriu para os amigos e se despediu antes de simplesmente virar fumaça em um piscar de olhos.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
La Poste* são os Correios da França. É uma empresa de entrega de cartas e encomendas que funciona por toda a França. A entrega demora de 3-5 dias úteis e uma carta simples como foi feita na história custa em torno de 0,57 €.
~*~
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