All Out Of Love escrita por Jullie Santana


Capítulo 1
Prólogo


Notas iniciais do capítulo

Essa é uma história Stony, espero que vocês gostem.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/767051/chapter/1

            — Steven Grant Rogers...

            Tony literalmente caiu da cadeira quando se virou bruscamente em direção a porta de acesso da oficina. Parada lá, com uma pasta de papel parto firmemente apertada nas mãos e uma expressão que poderia fazer qualquer um tremer de medo, estava Pepper Potts.

Por um instante, Tony pensou que poderia estar alucinando. Aquele era um nome que ele não ouvia a muito, muito tempo e não havia qualquer possibilidade de sua assistente pessoal saber qualquer coisa sobre Steve. Não que fosse algo incomum para ele ter alucinações depois do Afeganistão, mas até então nenhum de seus delírios tinham seu passado e o presente se misturado de forma tão bizarra. Ele se forçou a empurrar o ar para dentro e para fora dos pulmões lentamente, ainda assim, Pepper marchou para dentro da oficina, os saltos clicando no porcelanato:

— Quem diabos é Steven Grant Rogers? – Ela questionou outra vez, sem se importar com o fato de seu chefe estar, agora, sentado no chão e a encarando de boca aberta.  

— O qu- o que você quer dizer com isso? – Tony tentou parecer indiferente e falhou miseravelmente.  

— Eu acabei de receber um telefonema bastante desesperado do setor jurídico da empresa. Aparentemente, após a aprovação da lei da união civil homoafetiva dois meses atrás, o Canadá, gentilmente, forneceu ao país as certidões de casamento efetuadas lá por cidadãos americanos para serem validadas em território nacional e, surpresa! O estado da Califórnia acabou de atualizar seus documentos. – A voz de Pepper parecia estranhamente controlada. – Então, não se faça de desentendido Tony, quem é Steven Grant Rogers e porque eu só estou sendo informada agora de que você está casado com ele há doze anos?

Tony teria caído outra vez se já não estivesse no chão.

De repente, ele estava de volta àquela quitinete abafada em Boston, onde tudo cheirava a café e tinta óleo e ele tinha que consertar o aquecedor quase que diariamente no inverno. Um colchão no chão, um cavalete de pintura e um banquinho de madeira no canto, centenas de peças de metal e fios desordenados em uma bancada improvisada. Steve, pequeno e magro, vestido apenas em seu moletom do MIT e cuecas boxer enquanto dançava pela cozinha preparando panquecas. Tony e Bucky, tendo que intervir quando ele arrumou briga com um cara, duas vezes maior, que estava incomodando algumas garotas em um bar. Tony beijando cada um dos ossos salientes das costelas dele enquanto sussurrava sobre o quanto o amava.

E, mesmo que já tivessem se passado dez anos, aquilo doeu. Principalmente porque, Tony sabia que daria qualquer coisa para reviver aqueles momentos, mesmo que todos eles tivessem sido construídos sobre mentiras e interesse. Ele tinha sido jovem e estupido na época, mas não havia qualquer desculpa para o sentimento de pesar que ele ainda carregava em seu peito nos dias de hoje.

— Tony, eu juro por Deus... – Pepper o tirou de seus devaneios.

— Eu morava em Boston na época. – Ele finalmente falou. – Estava trabalhando nos meus PhD’s no MIT e ele tinha se mudado para lá com a mãe por causa do emprego dela no hospital. – Tony odiava como sua voz parecia frágil, mesmo enquanto ele estava tentando ser indiferente. – Eu o conheci enquanto ele desenhava estranhos aleatórios em uma das estações de metrô. Clichê, não é? O garoto milionário que se apaixonou pelo pequeno artista pobretão.

Pepper estava mortalmente silenciosa agora, os olhos azuis cheios de algo que se parecia muito com preocupação.    

— Eu me apaixonei à primeira vista, porque ele era uma coisinha linda e explosiva, mas eu descobri eventualmente que eu era só mais um idiota iludido. – Ele fez uma careta de desgosto. – Um dia, Howard lhe deu sete milhões de dólares para que ele se afastasse de mim, ele pegou o dinheiro e foi embora.

— Tony... – Ele desviou o olhar de Pepper, a pena estampada no rosto dela era ainda mais difícil de lidar do que a preocupação.

— Eu nem me lembrava mais desse documento canadense... – Ele emendou. – Eu não pensei que ele pudesse ser validado aqui sem que, você sabe, nós dois pedíssemos por isso.

— Tony, existe uma clausula de validação automática a partir do momento em que a lei permitisse o casamento entre pessoas do mesmo sexo nos EUA. – A voz dela parecia mais gentil agora. – Para que isso não acontecesse, vocês deveriam ter ido até o Canadá e solicitado o divórcio. Eu fico surpresa que seu pai não fez isso, principalmente diante de tudo o que aconteceu...

— Ele não sabia. Ninguém sabia além de Rhodey e James Barnes, o melhor amigo do Steve, eles foram nossas testemunhas. – Tony riu amargamente. – Um dos segredos mais bem guardados de todos os tempos. Que piada.

— Eu sinto muito, Tony. Eu pensei-... Eu nem sei o que eu estava pensando. – Pepper lhe disse com pesar. – Olha, não se preocupe. Nós vamos cuidar disso.  

Era reconfortante saber que Pepper estava ao seu lado, não importa o que, ainda assim, Tony não conseguia se livrar da sensação de que nada seria tão fácil assim, por experiência, nada em sua vida era.

Ele respirou fundo e finalmente se levantou do chão, era hora de encarar seu passado outra vez.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Essa fanfic não contem nenhum embasamento jurídico real então relevem tá?


Me contem o que vocês estão achando, ok?

Até mais.