O conto da raposa escrita por Solline


Capítulo 3
Capítulo 3 (Fim)


Notas iniciais do capítulo

Bom, olá!
Aqui está o ultimo capítulo desta curta fanfic... Espero que quem tenha lido tenha se divertido tanto quanto eu me diverti escrevendo!
Boa Leitura!



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Respirei fundo antes de continuar andando até a casa em que vivia com minha avó.

Não demorou muito para eu chegar até em casa, no caminho pensava se deveria falar sobre Heitor, a raposa, que me ajudou ou se deveria manter aquilo em segredo. No final resolvi não comentar nada:

— Vó! – Chamei-a do portão de entrada, porém não houve resposta. – Vó! – Chamei mais alto e uma pessoa desconhecida apareceu após abrir a porta da entrada. Era um rapaz, alto, ruivo e seus olhos me lembraram os de Heitor. – Errei de casa? – Estava confusa. O rapaz sorriu com o canto dos lábios, e negou balançando a cabeça suavemente.

— Oh! Sienna! – Minha avó surgiu por detrás do rapaz e veio me receber com um abraço. – Entre minha querida. Deve estar cansada né? Vá tomar um banho e depois venha almoçar. – Não tive tempo para perguntas e logo fui conduzida até meu quarto.

Meu quarto estava arrumado, mas ainda era tudo igual:

— Fiquei fora só umas horas, o que poderia ter mudado? – Arrumei uma muda de roupas limpas e fui tomar um banho.

Não demorei e depois de me vestir fui para a cozinha, onde encontrei minha avó conversando amigavelmente com o estranho. A mesa estava recheada e ambos estavam sentados a minha espera:

— Oi. – Falei chamando a atenção. O rapaz estava sentado de costas para a porta e minha avó em frente a ele. Caminhei até meu lugar de sempre, a cadeira da ponta e sentei-me. – Quem é esse? – Perguntei sem cerimônias.

— Nosso novo vizinho. Ele se mudou hoje pela manhã. – Minha avó respondeu sorrindo. – Ele veio da cidade sul, como é mesmo seu nome querido? – Minha avó tem uma memória ruim para nomes.

— Heitor. – O olhar que antes estava focado em minha avó tornou-se para mim e senti um tremor em meu corpo ao ser encarada por aquele rapaz que além do mesmo olhar também tinha o mesmo nome da raposa.

— Heitor? – Minha voz sairá mais aguda devido a surpresa e minha vó me olhou curiosa.

— Sim. Algum problema com meu nome? – Aquela frase e o jeito de falar eram idênticos. O sorriso de canto ao final da pergunta me incomodou.

— Não. É bonito e combina contigo. – Respondi hesitante, porém olhando-o atentamente. – Eu me chamo Sienna.

— Já estou sabendo. – Respondeu com o mesmo tom de antes e senti vontade de lhe responder grosseiramente, mas minha avó provavelmente me mataria depois. – Sua avó me falou bastante de você. – Continuou.

— Ambos já se apresentaram então que tal comermos? – Minha avó sugeriu.

O almoço seguiu de forma silenciosa e calma. Mesmo com minha língua coçando para fazer comentários e perguntas, mas me mantive quieta até o final:

— Obrigado pela comida. Estava realmente delicioso. – Heitor agradeceu antes de se despedir e ir para sua casa.

— Por nada querido. Se precisar de algo é só chamar. – Minha avó sorria amavelmente e eu ainda segurava minha curiosidade.

— Só chamar. – Repeti as ultimas palavras de minha avó e recebi um meio sorriso como resposta de Heitor.

— Até breve.

Alguns dias haviam se passado desde que eu tinha retornado da floresta e todos os dias pela manhã enquanto eu ia para meu trabalho de meio período na biblioteca do vilarejo, encontrava Heitor voltando de sua corrida matinal.

Ele havia se mudado, pois assumira uma vaga de médico no hospital do vilarejo.

Durante as noites de quarta e sábado ele janta conosco e nos domingos ele nos recebe em sua casa para o almoço.

Hoje é domingo, porém minha avó logo cedo havia saído e só retornará no sábado, pois foi visitar sua irmã mais nova na cidade leste.

Mesmo assim Heitor insistiu que eu devia ir almoçar com ele e minha avó, durante o jantar no sábado, concordou sem pensar duas vezes:

— Entre. – Heitor abriu a porta para que eu entrasse em sua casa, que era muito bem decorada. – Pensei que não viria. – Comentou enquanto o seguia até a cozinha.

— Perdi a noção do horário. – Menti. Tinha me atrasado enquanto tentava me decidir se comentava sobre Heitor, a raposa, ou se fingia que aquilo nunca tinha acontecido.

— Entendi. Pode se sentar e servir-se. – A mesa estava, como sempre, bem arrumada e a comida parecia muito gostosa.

Almoçamos tranquilamente vez ou outra comentando casualidade:

— Soube que você assumiu uma vaga no hospital. – Comentei de forma casual enquanto o ajudava a ajeitar as coisas.

— Sim.

— Qual a especialidade?

— Ortopedia.

— Entendi. – Ele como sempre respondia só o que eu perguntava e nunca me questionava nada. – Alguém já lhe disse sobre a tradição da floresta? – Ele parou brevemente o que fazia, mas continuou logo.

— Sim. – Eu definitivamente deveria parar de sondar meu vizinho. – Por que? – Dessa vez eu quem tinha congelado. Era a primeira pergunta que ele me fazia.

— No dia em que você chegou eu tinha voltado de lá. – Comentei. – Você já viu uma raposa?

— Não. – Ele terminou o que fazia e encostou a cintura na bancada da pia, cruzou os braços e ficou me analisando. – Você já viu uma raposa?

— Se eu te contar você não acreditaria. – Falei enquanto terminava de guardar as coisas na geladeira. Olhei-o hesitante.

— Experimente. – Seu sorriso de canto me provocou.

— Eu vi uma raposa vermelha gigante na floresta, e ele me ajudou. – Contei brevemente. – Pude ouvir sua voz em minha mente e ele disse que se chamava Heitor. – Contei por fim e me encolhi esperando as risadas. Quando elas não vieram olhei com cuidado para onde Heitor estava.

— Pensei que tinha se esquecido. – Ele desviou o olhar para a janela. E eu fiquei surpresa. – No começo você pareceu notar, mas com o passar dos dias não falou ou perguntou nada, então pensei que tivesse esquecido.

— Que? – Eu estava perplexa. – Você realmente é aquele Heitor?

— Sim. – Eu nem sabia o que pensar. – Eu sou Heitor. Era uma raposa guardiã da floresta.

— Era?

— Sim. Tinha sido preso na forma animal de uma raposa há uns séculos. Meu passatempo era ajudar os jovens que iam a floresta fazer oferendas. Mas depois que você saiu da floresta eu magicamente apareci nessa casa, deitado no sofá e na minha forma humana. – Cada palavra parecia uma flechada, eu estava confusa. – Parece que meu castigo finalmente terminou. – Ele sorriu, era o primeiro sorriso sincero que ele me direcionava.

— Certo. – Eu não tinha o que falar. Decidi ir embora, mas fui impedida por Heitor que segurou meu punho.

— Sei que deve estar confusa. Também fiquei, mas não precisa ficar com medo. – Seu olhar parecia sincero e ansioso.

— Não estou com medo. – Afirmei segurando sua outra mão com minha mão livre. – Não vou fugir. – Sorri ao ver seu olhar surpreso. Mas eu fui surpreendida ao ser puxada por ele e ser abraçada.

— Obrigado. – Sua voz suave e melódica me envolveu de sentimentos confusos e como se fosse um sonífero senti meu corpo amolecer e então tudo se apagou.

Abri meus olhos e fechei em seguida me arrependendo. A luz do sol que invadia meu quarto quase me cegou. Levantei num pulo e corri até a entrada. Parei ao ver minha avó sentada no sofá tricotando:

— Vó? – Chamei-a e ela logo se levantou e me observou cautelosamente.

— Está se sentindo bem? – Questionou segurando minhas mãos. – Você desmaiou assim que chegou em casa. Ficamos tão preocupados. – Me assustei e me afastei.

— Como assim? Eu desmaiei assim que cheguei aqui? – A questionei surpresa e recebi um aceno positivo como resposta.

— Ficou três dias dormindo, e vez ou outra ficava chamando um nome... Qual era mesmo?

— Heitor?

— Isso.

— Então foi tudo um sonho?

— Tudo o que? – Minha avó me olhava com curiosidade. Sentei-me no chão mesmo.

— Foi um sonho. Que bela imaginação a minha. – Um bater na porta de madeira da entrada interrompeu meu drama interno. Minha avó ainda confusa abriu a porta e quem estava ali parado fez meu coração parar por um instante. – Heitor?

Ele olhou-me surpreso e minha avó parecia um pouco perdida:

— Nos conhecemos? – Ele questionou curioso.

— Desculpa. Você parece com alguém do meu sonho. – Ops! Aquilo pareceu uma cantada. Senti meu rosto esquentar.

— Ela acabou de acordar de um sono de três dias deve estar confusa. – Minha avó tentou explicar. Ele concordou brevemente.

— Oh sim. Só passei para me apresentar. Me chamo Heitor e me mudei hoje para a casa ao lado. – Oh Deus! – Espero que nos demos bem. – Ele sorriu amigável e minha avó retornou o sorriso.

— Bem-vindo! Qualquer coisa que precisar pode contar conosco.

— Obrigado e digo o mesmo. – Ele sorriu para mim e eu não soube o que fazer. – Até breve. – Ele despediu-se logo e saiu. Minha avó fechou a porta e me encarou curiosa.

— Ele é o mesmo Heitor do seu sonho?

— Não. – Talvez eu estivesse doida. – Me enganei. – Para evitar mentir novamente fui para meu quarto. – Talvez eu deva dormir mais. – Falei para mim mesma. Observei a janela e resolvi fechar a cortina. Quando me aproximei da janela vi nosso novo vizinho, Heitor, no jardim de sua casa. Ele pareceu me notar e cumprimentou-me brevemente com a cabeça. Acenei sem jeito e por fim fechei a cortina. – Raposa ou não, este é sem dúvidas o Heitor que vi em meu sonho.

Decidi que a melhor opção naquele momento realmente seria dormir. Então me deitei e logo a escuridão do sono me envolveu mais uma vez.


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Notas finais do capítulo

Eii você aí!! Sim Sim você mesmo! Se leu até o final dessa história, que tal me contar pelos comentários o que achou? Pode elogiar, fazer críticas construtivas e também sugerir ideias para novas histórias, pois isso vai me dar inspiração e me motivar a escrever mais e mais!
Espero que tenha se divertido lendo!
Nos vemos em breve!
Um abraço e um beijo no ♥!



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