Tudo de Mim escrita por Rayanne Reis


Capítulo 8
Capítulo 8


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal, tudo bem?

Desculpem, mas abri as duas fics e postei o capítulo de This Is Us aqui, por isso duas notificações de atualização.

Espero que gostem do capítulo



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—Edward, onde você está? – a mãe soou aflita do outro lado da linha e ele revirou os olhos. Antes do “acidente”, a mãe só o tratava assim quando ele era criança. Ela o via como um homem independente e forte, mas agora, era como se ele fosse um completo inválido, que não conseguia nem ir à esquina sozinho. – Seu pai e eu estamos morrendo de preocupação.

—Mãe, eu estou bem. – a interrompeu e a ouviu gritar para o marido anunciando que havia conseguido falar com o filho.

—Vai me dizer onde está ou preciso colocar a polícia atrás de você? 

—Estou em Forks, mãe. – respondeu sem paciência. Ele não gostava de ser rude com ela, sabia que a mãe só queria o bem dele. Como qualquer mãe sensata, se preocupava com o filho.

—Isso fica onde? Vou te buscar. Está ferido, querido?

—É uma cidade pequena que fica no estado de Washington. Eu estou bem. Eu juro. Não precisa se preocupar e nem vir me buscar. Não sou mais uma criança e posso muito bem me virar sozinho.

—Eu sei que você não é uma criança, Edward, mas eu sou sua mãe e me preocupo com você. O que está fazendo aí?  - Edward caminhou até um balanço, mas não sentou, ele não parecia muito seguro, daria uma olhada pela manhã, seria perigoso para as crianças brincarem nele.

—Lembra do soldado que eu tentei salvar? – ela resmungou, não queria que o filho ficasse revivendo aqueles momentos. – Ele me pediu um favor. Queria que desse um recado a esposa dele, e é isso que estou fazendo.

—Então vai vir embora amanhã? – se era só dar um recado, ele não precisaria de muito tempo para isso.

—Não. Vou ficar uns dias... – ou semanas, completou em pensamento. Não sabia quanto tempo levaria para terminar a reforma. – Estou ajudando a viúva e os filhos dela.

—Por quê? Que tipo de ajuda? – ele amava a mãe, mas ela estava sendo muito enxerida.

—Eu não consegui ajudar ele, e se posso ajudar a família dele, é isso que vou fazer. Vou arrumar o encanamento da casa e talvez fazer uma pequena reforma.

—Edward! – teve que afastar o celular devido o grito da mãe. – Você não pode fazer essas coisas, você... – ela parou de falar.

—Não tenho metade de uma perna. – completou o que ela não conseguia dizer. – Mãe, pela última vez, não sou um inválido e posso muito bem arrumar um encanamento. Ajudei o papai várias vezes, sou capaz e posso fazer isso.

—Eu sei disso, filho. Não quis dizer o contrário. Só tome cuidado, por favor. – pediu num sussurro.

—Pode deixar mãe. Ligo para você amanhã.

—Espera. – pediu antes que ele desligasse. – Como ela é?

—Quem? – perguntou sem entender.

—A viúva. Como ela é? – ele entendeu qual era o propósito da pergunta.

—Ela é jovem, bonita e tem três filhos. E antes que diga qualquer coisa, eu só estou ajudando e nós não temos nada. – explicou com paciência.

—Só estava perguntando. – fingiu inocência. – A propósito, encontrei com a Kate outro dia e ela está solteira, quando voltar para casa vamos marcar um almoço. Quem sabe vocês não reatam. – ele não queria ter aquela conversa com a mãe. Kate era passado e eles não tinham mais nada em comum.

—Certo. – murmurou. – Preciso ir agora. Ligo depois. – encerrou a ligação.

[...]

—Falando sozinha? – Edward perguntou aparecendo atrás dela a assustando.

—Estava apenas pensando alto. E você? Parece meio nervoso.

—Ah, não é nada. - deu de ombros. - Só tive uma conversa estressante com a minha mãe. - puxou uma cadeira para sentar. Passar muito tempo em pé, fazia ele sentir dores. - Antes do acidente, ela não se preocupava tanto comigo, mas agora é como se tivesse cinco anos e ela tivesse que controlar cada passo que dou ou que ela acha que não consigo dar.

—Ah, Edward, não fique assim. É só preocupação de mãe mesmo. Nós somos assim, exageradas e achamos que nossos filhos dependem de nós para tudo. -ela colocou a mão sobre o ombro dele.

—Não é isso Bella. Ela acha que não sou mais capaz. - falou aquilo com tristeza.

—Sei bem como é. Mas fique tranquilo, sua mãe só precisa se adaptar a nova realidade e ela vai ver como você ainda continua sendo o mesmo e que é capaz. Quando for pai vai entender isso.

—Então acho que nunca entenderei. - murmurou triste.

—Por que não?

—Não posso mais ter filhos. Não prestei muita atenção na hora, estava focado em lamentar pela perda da minha perna.

—Mas sabe como isso aconteceu? - sentou de frente para ele e segurou a mão dele.

—Na verdade, eu não quis fazer o exame para ter certeza, mas fui atingido por uma bomba e eles disseram que a radiação pode ter afetado a minha fertilidade. Não me lembro bem dos detalhes e resolvi deixar para lá.  Mas isso não importa mesmo, nunca pensei em ser pai.

—Não? - ela o encarou surpresa.

—Eu fiz uma escolha, Bella. Queria servir ao meu país e não havia espaço para uma família na minha vida. Tinha uma namorada, a Kate, e quando ela entendeu isso, nós terminamos. E agora, parece que ela está solteira e minha mãe acha que podemos reatar.

—Você não quer? Ela não é uma boa pessoa?

—Kate é ótima, mas não sinto nada por ela. Nada além de amizade.

—Acho que você nunca encontrou a mulher certa, então.

—Talvez. - concordou balançando a cabeça. - Mas agora é tarde para encontrar.

—Você ainda pode ter uma família. Filhos não são apenas os biológicos. Vai achar uma mulher que o ame o suficiente para não se importar com nada disso. E a esperança é a última que morre. Pode fazer o exame e descobrir que ainda é capaz de ter filhos.

—E você? - quis desviar um pouco o foco da conversa. - Ainda acredita no amor?

—Não sei. - suspirou derrotada. - Vivi um grande amor e não sei se uma pessoa é sortuda o suficiente para encontrar outro novamente. Fora que minha situação é mais complicada. Tenho três filhos e uma vida muito bagunçada para achar alguém que suporte tudo isso. - levantou encerrando a conversa. - Vou tentar fazer algo para comermos. - olhou para a cozinha bagunçada.

—Desculpa por isso. O que acha de irmos jantar fora?

—Jantar fora? - virou o encarando.

—É. Não acho que vá conseguir mexer em muita coisa com essa confusão toda. Vamos sair e respirar um pouco de ar puro. - sorriu tentando animá-la. - Eu pago.

—Nem pensar. Nosso acordo é que eu te forneça alimentação. Então eu pago. Vou arrumar as crianças.

Bella não saia muito, principalmente à noite. Seria bom fazer algo diferente e não sentir medo. Edward estaria ao lado deles e os protegeria.

[...]

Edward levou um susto quando todos da lanchonete viraram para olhar para eles.

—Tem resto de massa na minha cabeça? - perguntou passando a mão pelo cabelo. Precisava cortar e fazer a barba.

—Não. As pessoas daqui são assim mesmo. - Bella resmungou e ajeitou a filha no colo. - Venham. - os cinco seguiram para uma mesa mais afastada. Não queriam ficar ouvindo o burburinho entre as mesas. - Só ignore.

—Isso acontece sempre? - se ele não suportava os olhares de pena e julgamento da mãe, não conseguia imaginar como Bella suportava os de toda a cidade.

—Só quando me vêem. - tentou fazer graça, mas Edward não riu. Cerrou os punhos e seguiu em silêncio atrás dela.

—Oi pessoal, o que vão querer hoje? - Bella suspirou aliviada ao ver quem era a garçonete.

—Rose. Não sabia que você trabalhava aqui.

—Às vezes quando preciso de dinheiro, ajudo os meus pais. Eles são donos daqui.

—Ah que ótimo. - pelo menos ela tinha um lugar para ir. Ela não conhecia os pais de Rosalie, mas pelo que ela falava e o fato deles não se importarem da filha frequentar a casa dela, eles deveriam ser boas pessoas.

—Quero batatinha. - Clarie exigiu batendo as mãozinhas na mesa.

—Seu pedido é uma ordem, princesa. - fez uma pequena reverência e a garota riu. - Posso sugerir o prato da casa? - apontou no cardápio.

—Parece delicioso, vamos querer. E você Edward?

—Vou comer o mesmo que vocês. - sorriu para Rosalie e ela suspirou dando meia volta antes que começasse a babar.

—Parece que você tem uma admiradora. - Bella o cutucou de leve.

—Que o Emmett não descubra isso. Estou parecendo um homem das cavernas, não sei como ela pode achar isso bonito. - apontou para o rosto dele.         

—Tem mulheres que gostam de homens da caverna, mas dar uma aparada no cabelo e fazer a barba não fariam mal algum em você. - ele riu. Então não era só ele que pensava aquilo.

—Conhece um bom cabeleireiro?

—Posso saber algumas coisas sobre corte de cabelo. Minha mãe teve um salão e me ensinou algumas coisinhas. Eu corto o cabelo das crianças. - ele olhou para os três que aguardavam com paciência a comida, e pelo corte de cabelo deles, Bella levava jeito para o trabalho. - Pode ficar de olho neles? Vou ao banheiro rapidinho. - Edward assentiu. - Comportem-se. - pediu aos filhos.

—Oi gata. - Jacob se colocou entre a porta e Bella. - O que foi? Não está feliz em me ver? - passou a mão pelo cabelo dela e ela tentou se afastar dele. - Corre não, gata. Só quero conversar.

—Tire as mãos de mim, agora mesmo. - rosnou e Jacob riu.

—Toda nervosinha. - debochou aproximando um pouco mais dela. - Seu novo namoradinho já conheceu esse seu lado selvagem? Ele sabe do nosso filminho? Olha, não é porque tem outro que precisa se esquecer de mim. Não sou ciumento. Eu disse que você seria minha novamente e vou fazer de tudo para cumprir a minha promessa, nem que tenha que ser sem a sua colaboração. - Bella o empurrou e entrou correndo no banheiro, trancando a porta.

A respiração dela saia aos arquejos e ela teve que se apoiar na pia para não cair. Precisava dar um jeito nele. Não poderia continuar com medo.

—Droga, Swan, se acalme e não deixe esse idiota mexer com você. - jogou água no rosto e respirou fundo para se acalmar. - Seja forte.

 -O que aconteceu? - Edward levantou preocupado assim que ela voltou para mesa.

—Coisas de mulher. - fez uma careta e ele assentiu, relaxando.

—Isso é delicioso, mamãe. – Noah exclamou com a boca cheia. – Podemos vir aqui sempre?

—Sempre não, mas vamos tentar vir mais vezes. – respondeu passando o guardanapo na bochecha do filho mais velho. Eles não estavam em condição de ficar esbanjando muito, por isso, ela vivia inventado algo criativo e que os filhos gostassem. – Podemos fazer um piquenique amanhã.

—Eu amo piquenique. – Max comemorou animado.

—Eu também gosto. – Edward confidenciou e pensou na última vez em que participou de um. Ele tinha quase certeza de que tinha sido quando ainda era criança.

—Então está decidido. Vamos fazer piquenique enquanto a cozinha não for liberada. – aquilo garantiria que os filhos não entrassem no local e ainda os manteria entretidos.


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Jacob não vai desistir e a Bella está decidida a tomar uma atitude para colocar um fim nessa situação.

Comentem, palpitem, indiquem e recomendem a vontade.

Bjs e até mais.