Tudo de Mim escrita por Rayanne Reis


Capítulo 4
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal, tudo bem?

Essa semana vai ser bem corrida, então aproveitei para postar de uma vez o capítulo.
Espero que gostem e não confiem no Jacob.



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—Jacob. – Bella tremeu ao falar e Edward se colocou ao lado dela. Seus instintos diziam que havia algo de errado ali e ele descobriria o que era.

—Você sumiu. – ele apontou sorrindo maliciosamente para ela. – Espero não tê-la assustado.

—Não. Ando muito ocupada. Sabe como é... Com as crianças e tudo mais. – Edward podia sentir a tensão emanando do corpo dela e resolveu se aproximar.

—Mas vejo que teve tempo para fazer um novo amigo. – apontou para Edward. – Sou Jacob Black. – estendeu a mão e Edward a apertou com força.

—Edward Cullen.

—Ah é. – Bella deu um tapa na própria testa. – Esqueci de apresentá-los. Edward é um amigo e vai ficar um tempo lá em casa. – ela falou um pouco alto demais aquela informação. Jacob deu um passo para trás.

—Entendi. – ergueu as mãos em sinal de rendição. – Entendi o recado. – saiu murmurando.

—Quer que dê um jeito nele? – Edward perguntou cerrando os punhos. Conhecia aquele tipo de longe.

—Não! Ele não vai ser um problema. Vamos esquecer isso e focar nas compras. Quais canos devemos levar? – perguntou apontado para as várias opções a sua frente.

—Isabella, se estiver com algum problema, pode me contar. – ela pensou por uns instantes e depois deu de ombros.

—Me chame de Bella. – pediu dando as costas para ele. – Então, acha que esses servem?

Se ela não queria falar, ele não insistiria, mas pelo tempo que ficasse por perto, ficaria de olho naquele homem.

[...]

—Olá amores. – Bella correu para abraçar os filhos.

—Mãe, está me sufocando. – um dos garotos reclamou. Edward não tinha gravado quem era quem.

—Desculpa Max. – ela apertou o outro garoto e depois os guiou até a cozinha. – Sentem-se, quero conversar com vocês.

—Ele ainda está aqui? – o garoto mais velho perguntou encarando Edward.

—Sim, Noah. Edward vai ficar um tempo conosco, enquanto arruma o encanamento. Ele vai dormir no quarto de hóspedes e espero que sejam gentis com ele.

—Teremos água todo dia? – o mais novo sorriu.

—Sim, Max. Nossos problemas vão acabar e as suas desculpas para não tomar banho também. – ele fez bico.

—Vocês estão namorando? – o mais velho parecia ser bem desconfiado.

—Não. – os dois falaram juntos.

—Não. Edward era um amigo do seu pai. – Bella refletiu sobre o quanto da história poderia contar aos filhos. – Ele veio ver como estávamos e trouxe uma foto que estava com o seu pai e se ofereceu para nos ajudar.

—Que bom que você não morreu. O meu pai morreu. – Max falou com tristeza e fungou.

—Sinto muito por isso. Sei como é perder alguém. – colocou a mão sobre o ombro do garoto.

—Quantas pessoas você matou? – Noah perguntou o encarando. – Tem uma arma?

—Filho, não seja indiscreto e subam para tomar banho, depois vou ajudar com o dever de casa. – ela empurrou os dois e eles subiram correndo. – Eles costumam fazer umas perguntas bem irritantes, mas você se acostuma.

Edward esperava não ter que ficar tempo suficiente para se acostumar com nada. Passou a tarde toda avaliando o local e estimava que precisaria de uma semana para arrumar o encanamento, depois disso, ele poderia ir embora e seguir com sua vida. Foi quando ele se deu conta que não tinha para onde voltar. Poderia ir morar com os pais. Não. Descartou aquela ideia imediatamente. Ele amava Carlisle e Esme, mas não poderia voltar a morar com eles e sentir a pena deles. Precisava ter a própria casa. Tinha juntado um bom dinheiro e poderia comprar uma casinha simples. Trabalho que seria um pouco complicado, não que ele tivesse preguiça de trabalhar. Começou cedo ajudando o pai com as obras e era um dos melhores soldados, sempre elogiado e condecorado. Mas agora a realidade era outra...

—Terra chamando Edward. – Bella estalou o dedo próximo ao rosto dele.

—Desculpa, falou comigo?

—Perguntei se come frango. – ela apontou para as panelas.

—Sim. Como de tudo. – ele sorriu.

—Ótimo. Os meninos também comem de tudo, mas a Claire é um pouco complicada para comer. Tenho que ficar inventando várias receitas.

—Quer ajuda? – ofereceu e ela assentiu. Nunca tinha cozinhado com o marido.

—Pode picar os legumes? – ela entregou uma faca para ele.

—Sim, senhora. – bateu continência a fazendo rir.

—Você é engraçado e um mistério, Edward Cullen.

—Um mistério? – ele balançou a cabeça sem entender. – Sou um livro aberto.

—Então me diga. Por que veio até aqui e por que está nos ajudando? – ela desligou o fogo e cruzou os braços o encarando e pela primeira vez, ela o analisou por completo.

Ele era alto, um pouco magro demais, mas tinha porte de alguém que era forte em outra época. A barba lhe dava um ar sexy e a camisa xadrez dobrada a fazia se lembrar de um fazendeiro, só faltava o chapéu de cowboy para completar o visual rústico. As roupas eram um pouco largas demais e ela tinha duas teorias: ou aquelas roupas eram de outra pessoa ou ele tinha perdido muito peso recentemente.

—A verdade é que – Bella balançou a cabeça afastando os pensamentos e corou ao percebeu que fora pega no flagra por Edward e seus lindos olhos verdes. – Está me ouvindo? – perguntou com um sorriso irônico.

—É claro. – gaguejou e cruzou os braços disfarçando o constrangimento.

—Sinto que estou em débito com vocês.

—Conosco? Por quê? – ele abaixou a cabeça envergonhado e Bella entendeu aonde ele queria chegar. – Edward, você não tem culpa do Jeff ter morrido, a menos que você o tenha matado. – ela levou uma das mãos ao queixo.

—É claro que não. – respondeu indignado.

—Então, não tem motivos para se culpar. Vocês estavam no meio da guerra e infelizmente, essas coisas acontecem. E pelo que me lembro, você quase morreu também.

—Sim, mas queria tê-lo salvado, se tivesse visto a bomba antes, talvez ele estivesse com você.

—Não vamos falar sobre isso. – pediu pigarreando. – As crianças já vão descer e não quero que eles escutem sobre como o pai delas morreu.

—É claro. Você tem toda razão. – voltou a picar os legumes.

—Não se culpe e nem se sinta na obrigação de nos ajudar.

—Eu quero ajudar vocês. Ficaria muito feliz com isso. – ela sorriu para ele.

—Obrigada.

—Mãe vai olhar o meu dever agora? – Noah entrou na cozinha carregando um caderno.

—Depois do jantar querido. Tomou banho direito? – Edward deu uma olhada no garoto e ele corou.

—Mãe! – resmungou constrangido.

—O que foi? – Bella olhou para o filho sem entender o motivo da reclamação.

—Tem gente aqui, não pode ficar falando essas coisas. – explicou balançando a perna.

—Edward já é praticamente de casa, não vai reparar nisso. Agora vá lá pegar a sua irmã, o jantar já está quase pronto.

—Tá. – ele saiu correndo.

—Tudo certo aí? – Bella se aproximou dele para verificar o trabalho. Fazia muito tempo que ele não cozinhava e estava em um ritmo lento.

—Quase pronto. – respondeu dando uma rápida olhada nela.

Ela parecia mais relaxada e menos bagunçada. Tinha dado um jeito na cozinha, o resto da casa continuava da mesma forma, e usava roupas limpas. Pelo pouco de tempo que tinha passado ao lado dela, Edward conseguiu perceber que ela era uma pessoa muito agitada e estava sempre fazendo várias coisas ao mesmo tempo. Como agora, ela mexia nas panelas, fazia anotações num caderninho e ainda o estava ajudando a terminar de picar os legumes.

—Você é bem elétrica. – observou largando a faca.

—Tenho que acompanhar o ritmo. – Bella apontou para as três crianças que entraram correndo na cozinha. Eles falavam alto e ao mesmo tempo, Edward teria achado aquilo irritante, mas ele sorriu, estava começando a se acostumar com aquele clima. Era bom estar rodeando por tanta alegria e calor.

—Sem bagunça, crianças. – Bella pediu servindo os filhos.

—Não quero isso. – Max apontou para os legumes.

—Coma ou não tem sobremesa. – ele fez um bico, mas a promessa da sobremesa falou mais alto e ele resolveu comer. – Aqui. – Edward pegou o prato que lhe foi estendido e o encheu.

—Está muito bom. – fez um barulho de satisfação ao dar a primeira garfada.

—Que bom que gostou. Amo cozinhar, mas as crianças comem tão pouco, a menos que seja alguma besteira, porque aí eles comem muito.

—Batatinha. – Claire mastigava alegremente a batata. Ela comia sozinha, sentada em uma cadeirinha especial. Ela fazia uma bagunça enorme, mas exibia um grande sorriso e isso parecia ser o suficiente para que Bella não se importasse com a bagunça.

Edward terminou o segundo prato e depois relaxou esticando as pernas. Tinha sido uma excelente refeição e o momento foi muito agradável. Noah e Max revezavam contando sobre o dia deles e Claire soltava pequenos resmungos e risadas diante dos relatos dos irmãos. Ela não articulava muito bem as palavras, mas se esforçava muito para poder acompanhar a conversa dos garotos. Apesar de ter passado o dia todo com a mãe, ela também queria contar o que havia feito e Bella ouvia tudo atentamente como se fosse uma grande novidade.

Estar sentado naquela mesa trouxe um sentimento de paz e logo em seguida de tristeza para Edward. Ele queria ter uma família. Nunca tinha se sentido assim antes, estava conformado e determinado a ser um solteirão, mas ficar ao lado de Bella e dos filhos dela, fez com que ele quisesse ter aquilo. Talvez fosse hora de ele procurar por uma namorada. A última namorada séria que ele teve foi Kate e fazia muitos anos que ele não a via, provavelmente ela já deveria ter outro. Um homem que a amava e que dava o devido valor a ela. Não que Edward tivesse sido um péssimo namorado, mas ela sempre reclamava que ele parecia não se importar muito com ela. Ela dizia que mesmo quando os dois estavam juntos era como se eles estivessem a quilômetros de distância. O fim do namoro deles aconteceu através de uma carta. Ela cansou de namorar um homem que vivia longe, seja fisicamente ou emocionalmente.

Enquanto Bella ajudava os filhos com os deveres, Edward se ofereceu para lavar a louça, ele precisava fazer algo para não pensar muito, seus pensamentos estavam tomando um caminho desconhecido e assustador para ele. Ele não sabia se era capaz de ter uma família, sofreu muito e ainda sofria e não queria ter que se preocupar com mais ninguém ou sofrer pela perda de alguém e muito menos ser um fardo. Seu corpo estava se recuperando muito bem, mas sua mente ainda era uma bagunça. Ele precisava avisar Bella sobre os ataques dele, não queria assustar ninguém e nem que eles sem sentissem em perigo. Falaria com ela em particular e ela saberia a melhor forma de conduzir a situação.

Terminou de lavar a louça e foi sentar na varanda. A cidade era bem tranquila e caia uma leve chuva, aquilo o acalmava e ele fechou os olhos aproveitando a calmaria. Acordou sobressaltado quando uma mão tocou no ombro dele. A reação dele foi apertar o braço da pessoa e só conseguiu processar o que estava acontecendo quando ouviu um choro baixo.

—Está me machucando. – ele se afastou horrorizado. O que ele tinha feito?


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Notas finais do capítulo

Postando e saindo correndo... É maldade parar por aqui, mas é para dar um suspense. Quem será que ele está machucando?

Comentem, palpitem, indiquem e recomendem a vontade.

Bjs e até mais.