Tudo de Mim escrita por Rayanne Reis


Capítulo 17
Capítulo 17


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal, tudo bem?
Vamos ver como foi a volta para casa do Edward.
Boa leitura e espero que gostem.



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Edward mal colocou o pé dentro de casa e já foi esmagado pela mãe, que o apertou em seus braços e começou a chorar.

—O que aconteceu? Papai está bem? - Perguntou preocupado.

—Estamos ótimos. - Ela o tranquilizou e o afastou apenas o suficiente para poder dar uma boa olhada nele. - Você engordou. - Comentou emocionada.

—A Bella cozinha muito bem. - Deu um beijo estalado na bochecha da mãe e pegou a mala que havia deixado cair. Falar nela o deixava com o coração apertado.

—Olha quem finalmente voltou. - Carlisle não era muito de demonstrar sentimentos, mas a alegria e o alívio de ver o filho em casa era mais forte do que tudo e ele o abraçou também. - Sentimos a sua falta garoto.

—Também senti a falta de vocês. - Estava feliz por rever os pais, mas a alegria dele não poderia ser completa, pela segunda vez, ele voltava para casa com uma parte dele faltando. Infelizmente, dessa vez, nada poderia substituir a parte faltante.

—Deixa essa mala para lá e venha comer. - Esme saiu o puxando pela mão. - Nos conte como foi essa sua viagem. - Exigiu curiosa. Apesar de conversarem por telefone durante toda a estadia dele em Forks, ele fora muito vago e ela necessitava de maiores detalhes.

—Correu tudo bem na reforma. Ficaria orgulhoso, pai. - Carlisle sorriu.

—Tenho certeza de que sim. O que você fez na casa? - Esme lançou um olhar irado para o marido. Ela não queria saber da reforma e antes que Edward pudesse começar um relato detalhado da reforma, resolveu intervir.

—Você passou quase cinco meses morando com uma mulher e os filhos dela. - Acusou e ele sorriu de canto, sabia que a mãe estava desesperada por informações e até então conseguiu enrolar, mas já era hora de abrir o jogo. É claro que não sem antes tentar uma última distração.

—E o almoço com a Kate? - Esme revirou os olhos.

—Ninguém liga para ela.

—Como não? Você estava louca por esse almoço e passou a semana toda falando nele. - Carlisle a desmentiu.

—Isso foi antes de ver o brilho nos olhos dele. - Virou para o filho o encarando. - Você está mudado. Vejo tristeza pela separação, mas vejo felicidade. O que realmente aconteceu lá?

— Tudo. - Edward respirou fundo, deixou a mala encostada na parede e seguiu até a cozinha. Encheu um copo com água gelada e sentou à mesa com os pais de frente para ele. - Tive pesadelos apenas nos dois primeiros dias e depois que me acostumei com eles e fui os conhecendo, foi como se finalmente me encontrasse. Após o acidente. - Esme mexeu desconfortável no lugar, aquele tema não era muito discutido entre eles. - Achei que tudo estava perdido, pois o exército era tudo para mim. O que não sabia era que ele não era tudo de mim. Eu sou muito mais do que um soldado ou um filho. Vivi tanto tempo na guerra, que foi maravilhoso finalmente encontrar a paz. - Seu corpo poderia estar sentado em frente aos pais dele, mas a mente dele estava bem longe dali. - Quando cheguei, quis ir embora correndo. As crianças estavam chorando e a casa era uma bagunça total. O que me fez ficar foi o senso de ajudar, Bella estava desesperada e eu devia aquilo a eles, pelo Jeff. Bem, pelo menos foi isso o que pensei na hora, mas a verdade é que algo, que só fui compreender depois, me impulsionou a ficar e ajudar, e que bom que fizer isso, pois foi a melhor decisão da minha vida. – Edward retirou o celular do bolso e acessou a galeria de fotos. – Esse é o Max. – Mostrou para os pais uma foto dele fazendo careta e na sua melhor pose de sapeca. – Ele é muito levado. – Riu lembrando das várias travessuras dele. – Mas tem um coração de ouro e é muito alegre também, tem um sorriso capaz de alegrar até o pior dos vilões. No começo era um pouco irritante, depois eu comecei a ansiar pelas perguntas e implicâncias dele. Acredita que ele acha que sou o Cyborg? Ele é um super-herói que é metade humano e metade robô, por assim dizer, e Max acha que também sou um. – Passou para outra foto. – Esse é o Noah, ele tem sete anos e essa cara de sério é só no começo mesmo, depois que ele se abre você consegue ver como ele é carinhoso, educado e precisam ver como ele é inteligente. – Falou todo orgulhoso. – Ele é o melhor da turma, a professora nos contou. Ele tem uma capacidade incrível de perceber as coisas e se acha o homenzinho da casa. O deixei no comando e dei algumas instruções também. – Passou para a terceira foto. – Esse anjinho aqui é a Claire. – O sorriso dele alargou ainda mais. – E ela é realmente um anjo. Tão doce e carinhosa. Ela falava o meu nome de um jeito meio estranho, mas bem fofo e que sempre me fazia rir. Ela é muito princesinha e vivia atrás de mim pela casa afora, tinha que tomar cuidado para que ela não entrasse nos locais, tínhamos que ficar de olho nos três. – Edward passou mais duas fotos, uma dos três sozinhos e outra com ele e os três empoleirados nele, sorrindo. – Sabem que nunca gostei de crianças e sempre as achei bem irritantes, mas com eles é tão diferente. Sinto um carinho tão grande por eles, acho que seria capaz de fazer de tudo por eles. A despedida foi bem difícil. – Comentou saudoso.

—Acho que falta um membro dessa família. – Carlisle comentou como quem não quer nada e Edward riu.

—Bem, eles têm uma mãe. – Mostrou para eles a foto de Bella.

—Agora entendo o motivo dessa reforma ter demorado tão. – Carlisle provocou e Esme deu um cutucão nele.

—Ela é mesmo muito bonita, mas isso é o de menos. Bella é uma guerreira, uma mãe incrível e uma pessoa com um coração tão bondoso e puro. Já assou por tantas coisas e mesmo assim conseguiu dar a volta por cima e ainda mantem o bom humor. Aprendi tanto com ela e ela foi uma grande amiga, me ouviu sem nunca julgar ou me menosprezar. – Esme colocou a mão sobre a dele.

—Nunca te menosprezamos, filho. Eu sei que você é mais do que capaz. – Com a mão livre secou as lágrimas. – O acidente não te deixou inválido aos meus olhos, ele me fez lembrar de quando você ainda dependia de mim e de quando eu te protegia do mundo. Mas você cresceu e eu não podia fazer mais nada por você. E como agora posso, quero fazer tudo o que estiver ao meu alcance.

—Eu sei, mãe. – Ergueu a mão dela e depositou ali um beijo terno. – Aprendi isso com a Bella e vê-la cuidando dos filhos, me fez perceber o amor que sente por mim. Obrigado por tudo e me desculpe por ter sido um péssimo filho.

—Oh, meu anjo, você é o melhor filho desse mundo. Eu te amo muito e tenho muito orgulho de você.

—Nós dois temos. – Carlisle completou.

—Não entendo porque está aqui. – Esme olhou para o filho.

—A reforma acabou e você insistiu para que viesse embora e participasse desse almoço com a Kate.

—Como eu disse, ninguém aqui liga para a Kate. – Balançou a mão afastando a ideia de juntar o filho e a ex-namorada dele. – Se soubesse que o que sente pela Bella era tão forte assim, teria insistido para que ficasse lá, mesmo que isso significasse ficar longe de você. Sua felicidade é tudo o que me importa. E é tão bom ver você apaixonado.

—Apaixonado? – Edward ergueu uma sobrancelha e encarou a mãe.

—Até eu posso ver isso.

—Se está dizendo isso, pai, é porque está muito nítido mesmo. – Ele riu e recostou na cadeira. – Eu a amo, mas as coisas são complicadas e ainda temos que superar algumas coisas. Quem sabe um dia. – Deu de ombros e suspirou.

—Que foto mais linda. – Esme exclamou olhando para a tela do celular. – Era a foto que Alice tirou deles no dia da família. – Vocês são tão lindos juntos. 

—Eles se tornaram a minha família. – Ele mandaria imprimir a foto e colocaria num porta-retratos bem ao lado da cama dele. Queria que os rostos deles fossem a primeira e a última coisa que ele veria todos os dias. Ao vivo era bem melhor, mas teria que se contentar apenas com a foto.

—Não fique por nós. Vá ser feliz ao lado da sua família.

—Vocês também são a minha família. E Bella e eu decidimos que precisamos de um tempo para definir o que estamos sentindo e se podemos superar o passado. – Levantou da cadeira. – Preciso descansar agora. – Avisou e os pais assentiram.

—Deixei o seu quarto aqui embaixo pronto. – Ele queria voltar para o antigo quarto dele no andar de cima, mas não queria contraria a mãe e voltar a discursão do que ele era ou não capaz de fazer.

—Obrigado, mãe. – Deu um beijo nos cabelos dela.

—Está tão carinhoso. – Comentou e ele riu.

—A vida pode mudar a qualquer instante e não quero me arrepender de não ter dito ou feito tudo por quem amo. E isso inclui demonstrar o quanto amo vocês. – Deu um abraço no pai.

—Acho que seria indelicado cancelar o almoço com Kate... – Esme sorriu constrangida.

—Tudo bem mãe. Vai ser bom revê-la, preciso pedir desculpas a ela. – Saiu antes que lhe fizessem mais perguntas.

[...]

—Me disseram que você estava na pior, que tinha sido gravemente ferido, mas não me parece que você está à beira da morte. – Kate o abraçou e ele riu. Ela estava igual a última vez que ele a viu. Ela era uma mulher bonita, mas ele definitivamente não sentia nada por ela.

—Se tivesse me visto quando voltei, juraria que eu estava morto e só esqueceram de me enterrar. – Piscou para ela.

—Sinto muito por isso, Edward. Eu queria ter ido ao hospital, mas sua mãe disse que não queria visitas. – Passou às mãos pelo longo cabelo loiro e ele não pode deixar de pensar em outra pessoa.

—Eu não queria mesmo. – Os dois sentaram lado a lado no sofá. – As informações que recebeu não estavam erradas. Realmente estava na pior e foi por pouco que sobrevivi.

—Sua missão aqui ainda não estava finalizada.

—Ah, não mesmo. – Os dois ficaram em um silêncio constrangedor. Edward não sabia como iniciar a conversa e gostaria de voltar para as amenidades.

—Sua mãe disse que estava reformando a casa da família de um soldado que morreu em combate. – É claro que ela havia falado, ele pensou. – Já terminou?

—Sim. – Balançou a cabeça e a encarou. – Eu sinto muito, Kate. Fui um péssimo namorado e nunca te dei o devido valor. Lamento que tenha perdido tanto tempo comigo.

—Não faça isso, Edward. – Colocou a mão no joelho dele e retirou logo em seguida como se tivesse levado um choque. Esme também contou aquela parte a ela. – Você não foi um péssimo namorado, só um pouco ausente, mas isso era porque não me amava.

—Não foi isso o que disse na sua carta. – Kate não conseguia contato com o namorado e já não aguentava mais a situação entre os dois, então resolveu escrever uma carta e terminar a relação deles de uma vez por todas.

—Me desculpe, Edward. Eu era jovem, idiota e estava muito carente. Queria que você me notasse e que se preocupasse comigo, se soubesse que só iria ignorar a minha carta, jamais teria escrito. – Ela estava envergonhada e passou as mãos no cabelo.

—Então não pensa tudo aquilo sobre mim? - Perguntou surpreso.

—É claro que não. – Garantiu segurando a mão dele. -Tudo o que disse foi no calor do momento. É claro que você não era muito presente e as vezes parecia que não se importava comigo, mas você nunca foi um insensível.

—Você disse que eu era incapaz de me conectar a alguém e que não sabia o que era estar em um relacionamento. – Completou magoado e ela apertou a mão dele com força.

—Como eu disse, me arrependo de cada palavra e te acho um cara incrível. – Ele a olhou em dúvida. – Se não achasse não teria aceitado o convite da sua mãe para vir até aqui e tentar reatar com você. – Abriu a boca, mas não soube o que dizer. – Eu sempre te admirei, você era diferente dos outros caras e sempre foi maduro e muito decidido e eu era e ainda sou encantada por isso. Sem falar que me sentia protegida ao seu lado. Eu te amo, Edward e quero tentar mais uma vez. Estamos mais maduros e acho que dessa vez vai dar... – Ela parou de falar ao ver a expressão no rosto dele. – Errado. – Adivinhou e fez uma careta ao vê-lo concordar com ela.

—Você é uma boa pessoa, Kate e nunca foi minha intenção ser um namorado mediano. Eu gostava de você e sempre quis o seu bem, mas nunca estive apaixonado por você. Eu conheci o amor e o deixei escapar, pois acreditei nas suas palavras e duvidei de mim mesmo. O que foi um erro tremendo. – Balançou a cabeça e não pode deixar de comparar a relação dele com Bella e com Kate. – Eu posso e vou fazê-la feliz. – Kate percebeu, com um aperto no coração, que ele não se referia a ela.

—Isso você pode e espero que ela o faça feliz também, pois você merece. Desculpa por ter atrapalhado o seu relacionamento. – Pegou a bolsa e estava prestes a sair, quando Edward a impediu, segurando o braço dela.

—Não foi culpa sua. Eu que confiei mais nas suas palavras do que no meu coração. Não se preocupe com isso, nem tudo está perdido e ainda há tempo para corrigir isso. – Sorriu para ela e a abraçou. – Espero que encontre um homem que a faça feliz e que ame da forma que merece.

—Viu como você é incrível? – Ele a soltou, mas manteve uma mão no ombro dela.

—Sim, eu sou. – Se ele queria que as pessoas parecem de ter pena dele, ele precisava dar o exemplo e admitir que ele podia sim fazer qualquer coisa, e principalmente, ter uma família e os amá-los de forma completa. – Agora vamos comer, minha mãe caprichou.

Ele resolveria todas as pendências e depois voltaria para a família dele, não conseguiria ficar longe deles e a saudade o estava sufocando. Esperava que eles o aceitassem de volta e que o perdoassem por ter ido embora.


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Notas finais do capítulo

Se Esme soube o que o filho estava sentindo, teria levado as malas para Forks e ficado por lá também. Para quem teve um namoro ruim, Kate estava ansiosa para voltar.

Acredito que gostarão do próximo capítulo. Então comentem que volto rapidinho.

Bjs e até mais.



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