Tudo de Mim escrita por Rayanne Reis


Capítulo 11
Capítulo 11


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal, tudo bem? Espero que sim.
Obrigada a todos que estão acompanhando e em especial a Teresinha que recomendou a fic. Amei demais e fiquei muito feliz.



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A reforma continuava a todo vapor e a casa estava um caos. Enquanto Edward e os meninos mexiam na parte de cima da casa, Bella fazia de tudo para manter os filhos no andar de baixo. Longe de toda a bagunça e perigos. Claire era mais fácil de controlar, mas Noah e Max viviam escapando e tinham que ser retirados do local de obra.

—Hora do lanche. – Bella anunciou carregando uma bandeja e Emmett sorriu satisfeito, ele estava com fome e além da moto, Bella os estavam pagando com as comidas preferidas deles. Ela não achava muito justa aquela troca e torcia para que sobrasse um pouco de dinheiro para dar a eles.

—Essa é a melhor parte do serviço. – Emmett correu para chegar na frente e pegar o maior sanduíche.

—Seu guloso. – Jasper reclamou limpando as mãos na calça. – Você sempre pega tudo. – Cutucou o amigo e Bella olhou em volta procurando por Edward. - Ele está lá em cima. – Apontou para o telhado. Algumas telhas haviam soltado com a última tempestade e Edward queria garantir que estaria tudo em ordens quando a próxima viesse.

Ela sorriu para eles e marchou até o lado de fora da casa.

—Edward, desça daí agora mesmo. – Ordenou ao vê-lo andando despreocupado pelo telhado. - Por que não pediu um dos meninos para fazer isso ou simplesmente deixou para lá?

—Está parecendo a minha mãe. – Riu e terminou de prender uma telha. – Você que deveria de sair daqui, não é seguro para você. – Ele usava um capacete de obra, mas não era com essa parte do corpo dele que ela estava preocupada e sim com a perna dele. – Eu sei me cuidar, Bella. – Resmungou ao ver o olhar nada amistoso que ela lançava a ele.

—Vou ficar aqui até você descer. – Cruzou os braços e bateu o pé esquerdo no chão. Edward riu e começou a juntar os materiais. Ele sabia que ela só estava preocupada e não que duvidava da capacidade dele, mas ele sabia bem o que estava fazendo e só subiu porque tinha certeza absoluta de que não haveria perigos para ele. Ajudou o pai a consertar vários telhados quando era menos. – Estou esperando. – Reclamou e ele revirou os olhos. – Vou subir e te tirar daí a força. – Ameaçou e começou a subir a escada que estava apoiada na lateral da casa.

—Para com isso, Bella. Já estou descendo. – Pediu preocupado e ele estava certo em se preocupar, pois Bella pisou e falso e caiu com a escada em cima dela. Estava no meio dela e isso impediu maiores danos.

—Bella? – Edward gritou calculando como poderia descer de lá sem a escada. – Emmett? – Gritou ainda mais alto e o garoto apareceu do lado de fora segurando um sanduíche.

—Caramba! – Assobiou de boca cheia e chamou por Jasper que recolocou a escada no lugar para que Edward pudesse descer. Ele teve que se controlar para descer com cuidado e não se machucar também. – Ela está inconsciente, mas tem pulsação. – Ele havia participado de uma aula de primeiros socorros e agradeceu a Rosalie por ter o feito prestar atenção as explicações.

—Diz que sabe dirigir. – Edward torcia para que sim, já que ele não poderia dirigir um carro que não fosse adaptado.

—Sim. – Respondeu pegando Bella no colo.

—Jasper, fique com a Claire e quando a Alice chegar, peça para ela ficar cuidando das crianças. Pode pegar a bolsa da Bella e as chaves do carro? Estão em cima da bancada da cozinha. – Ela havia saído cedo para entregar umas encomendas.

Jasper correu e Edward agradeceu pela presença dos dois, se estivesse sozinho com Bella, estaria até agora em cima do telhado e ela jogada sem nenhum socorro. Mas não era hora de pensar no que poderia ter acontecido, sua concentração estava inteiramente no bem-estar de Bella.

[...]

—Quantos dedos têm aqui? – A médica perguntou erguendo dois dedos. Bella estava acordada, mas parecia meio zonza.

—Três. – Bella respondeu se esforçando para levantar, mas foi impedida por um enfermeiro.

—Acho que ela teve uma concussão. Vamos precisar de uma tomografia.

—Não é necessário. Estou bem. – Declarou irritada. – Eu vejo dois dedos, mas tudo o que me importa são as três crianças que precisam de mim. Só me deixem ir. – Suplicou com os olhos marejados. A pancada foi forte, mas ela precisava ir para casa e cuidar dos filhos.

—Não posso deixá-la sair assim. Vai precisar passar a noite aqui para termos certeza de que está bem.

—Eu... – Bella estava prestes a reclamar, mas foi impedida por Edward.

—É melhor escutar a médica. Eu posso ficar com as crianças. – Bella o encarou com incredulidade. – Eu sei que não é a melhor opção, principalmente após aquele incidente. – Ele olhou para os próprios pés. – Mas garanto que está tudo sobre controle e não vou machucá-los. – Prometeu.

—Não é isso que me preocupa. Você nunca cuidou deles e eles podem parecer uns anjinhos, mas são terríveis. – Bella riu e sentiu uma forte pontada na cabeça.

—Eu sei que não vai ser fácil, mas vamos ficar bem. Qualquer coisa, eu peço ajuda as meninas. Tenho a certeza que elas ajudarão. – Bella queria protestar, mas a verdade, era que ela não estava em condições de ir para casa, a cabeça dela latejava e seu corpo estava todo dolorido devido à queda, tinha caído de mau jeito e a suspeita era de uma leve fratura no ombro. Esperava que não fosse nada demais.

—Tudo bem, mas pode me prometer algo? – Pediu estendendo a mão.

—Vou preparar tudo e já volto para levá-la a tomografia. – A médica avisou dando espaço a eles. Edward assentiu e aproximou de Bella.

—Do que precisa? – Segurou as mãos trêmula dela e sentiu o quão fria elas estavam. Teve um déjà vu que o fez estremecer. Balançou a cabeça afastando os pensamentos, ele não queria reviver aqueles momentos.

—Edward, se algo me acontecer... – Começou, mas ele a silenciou, colocando o dedo sobre os lábios dela.

—Não diga isso. Não vai te acontecer nada. Você só sofreu um leve tombo. – Falou apressado. – Eles vão te liberar logo e poderá voltar para os seus filhos. Você só vai ficar por precaução e não porque está morrendo.

—Escuta, Edward. – pediu apertando a mão dele. – Nós não sabemos o que pode acontecer, mas me prometa que se algo ruim me acontecer, você vai pegar as crianças e levá-las para os meus pais, imediatamente. – Edward balançou a cabeça negando. Ela estava bem, tinha que estar bem. – É só por precaução.

—Bella, você está ótima. – Garantiu sorrindo para ela.

—Assim espero, mas precisamos esperar os exames primeiro. O endereço deles está numa agenda que está em cima da mesinha ao lado da minha cama. Lá tem as senhas do banco. Pegue o dinheiro necessário para irem embora e entregue para os meus pais o resto. Os documentos importantes estão na primeira gaveta da cômoda. Por favor, não chame a assistência social, só os leve para lá. Não quero correr o risco dos meus sogros pegarem eles.

—Bella. – Edward riu. – Você não deveria deixar coisas tão importantes assim ao alcance de qualquer um. – A repreendeu como se falasse com uma criança. – Agora descanse. Você não está raciocinando bem. – Ela confiava demais nas pessoas, e aquilo era um perigo.

—Só prometa? – Suplicou quase chorando.

—Eu prometo Bella. Mas não vai te acontecer nada. Amanhã virei buscá-la. – Deu um beijo na testa dela.

—Você é um grande amigo, Edward. – Fechou os olhos e ele achou que ela tivesse pegado no sono. – Diga as crianças, que eu as amo. – Pediu ainda de olhos fechados.

—Amanhã você pode dizer a eles. – Garantiu e ela relaxou.

[...]

—A mamãe morreu? – Max correu e se agarrou a perna de Edward.

—Não. – Ele abraçou o garoto. – Ela só levou uma pancada na cabeça e teve que ir para o hospital, mas amanhã ela está de volta.

—Pode falar a verdade. Nós aguentamos. – Noah estufou o peito, ele se sentia na obrigação de cuidar dos irmãos.

—Sua mãe teve uma concussão. É uma lesão na cabeça que deixa a pessoa zonza, com dor de cabeça e um pouco confusa. Por isso que os médicos querem que ela fique lá, para ser observada. Se ela viesse para casa poderia cair de novo e se machucar. E é só isso. – Colocou a mão no ombro de Noah. – Podem relaxar e ficar tranquilos que amanhã ela estará de volta e bem.

—Eu quero a mamãe. – Claire esticou os braços a procura de um colo.

—Eu sei, princesa e ela já volta. – Ela deitou a cabeça no ombro dele com o polegar na boca.

—Quem vai cuidar da gente? – Max levou as mãos ao queixo. Alice ficou com eles, mas assim que Edward chegou, ela teve que ir para casa.

—Eu. – Tentou soar brincalhão para que as crianças se sentissem melhor com ele. – Acham que não dou conta de vocês três?

—Você não sabe cuidar de criança. – Max o acusou e ele teve que concordar com o garoto. Ele não sabia mesmo, mas não devia ser tão difícil cuidar dos três por apenas algumas horas. Eles dormiriam em pouco tempo e Bella estaria em casa logo pela manhã, assim ele esperava.

—Estão com fome? – Colocou Claire sentada na bancada da cozinha e abriu a geladeira torcendo para que Bella tivesse deixado algo pronto. A comida dele não agradaria as crianças e não queria traumatizá-las. Se bem que poderia preparar um macarrão com queijo, eles gostavam e isso ele sabia fazer.

—Muita fome. – A barriga de Noah roncou evidenciando o quanto ele estava com fome.

—Certo, então. Vou preparar uma vitamina e fazer macarrão com queijo. O que acham? 

—Vai ter sobremesa?

—Tem uns cookies e podem comer após o jantar. Agora subam e tomem banho. – Colocou Claire no chão e ela o olhou confusa.

—Ela não sabe tomar banho sozinha. – Noah fez uma careta como ele não soubesse o que estava fazendo e ele não sabia mesmo.

—Esqueci disso. – Passou as mãos no cabelo. Poderia encher a banheira, talvez fosse mais fácil dar banho nela assim. – Podem ir e depois levo a Claire. Tem dever de casa? – Lembrou que Bella sempre os colocava para fazer o dever e só depois os deixavam assistir TV. Pelo menos ele era observador e estava há um mês com eles, tempo o suficiente para entender um pouco da dinâmica da casa.

—Eu não tenho. – Max fez aquele cara de sapeca de quando estava escondendo algo.

—Não tem? – Edward curvou para encará-lo, ele já tinha participado de interrogatórios com criminosos e não seria difícil arrancar a verdade do garoto.

—Não tenho. – Mordeu o lábio inferior segurando para não rir e entregar a mentira dele.

—Então quero ver os seus cadernos. – Cruzou os braços e Max bufou.

—Que droga. – Chutou o chão.

—Olha a boca, sua mãe não vai gostar nada disso.

—Não pode me dedurar, nós somos amigos e amigos protegem o outro.

—Amigos não mentem para o outro, e você garoto. – Apontou o dedo para ele. – Mentiu para mim e por isso vai ganhar menos cookies.

—Isso é injusto. – Saiu resmungando.

—E você? – Ignorou as reclamações de Max e virou para falar com Noah.

—Tenho dever de matemática, mas não sou muito bom.

—Sei fazer algumas continhas. – Ele não era muito bom na matéria, mas passou sem maiores problemas.

—Pode me ajudar? – Pediu fazendo bico. A mãe sempre o ajudava com os deveres.

—É claro. Depois do jantar te ajudo. – O pequeno sorriu e saiu atrás do irmão mais novo.

—Vamos sobreviver, pequena. – Tentou soar positivo. Cuidar de crianças eram mais difícil do que ele imaginava. Ficou se perguntando como Bella conseguia lidar com tudo e ainda manter um sorriso no rosto e parecer tão tranquila ao final do dia.

[...]

—Quando a mamãe volta? – Max perguntou balançando as pernas. Os quatro estavam esparramados nos sofás assistindo um filme, mas nem isso foi capaz de manter os pensamentos deles longe do hospital.

—Amanhã cedo. O Emmett ficou com o carro e vai buscar ela.

—Por que você não vai? – Noah pausou o filme para se concentrar na conversa.

—Eu não dirijo mais. – Os dois garotos o encaram em busca de maiores informações e Claire deitou com a cabeça no ombro dele. Os três estavam alimentados e limpos e ele considerava aquilo uma vitória e tanto. – Vocês sabem que estive no exército, não sabem? – Eles assentiram. – Sofri um acidente e bem... – Ele não sabia se Bella havia conversado sobre aquilo com eles e muito menos como explicar a situação para eles. – Eu perdi uma parte da minha perna. – Sentou e colocou Claire ao lado dele, ergueu a barra da calça e os três esticaram para ver melhor.

—Uau! Você é um robô? – Edward riu do assombrou de Max. A reação dele foi melhor do que imaginava.

—Como faz para andar? – Noah estava curioso, mas não assustado.

—Isso se chama prótese e substitui bem a minha perna. Não é a mesma coisa, mas ajuda muito. Ainda estou me adaptando, porque é um pouco difícil.

—Dói? – Claire tocou o rosto dele e o abraçou.

—Só um pouquinho, mas não se preocupem. Estou bem. Vocês têm me ajudado muito.

—Nós? – Os três perguntaram juntos.

—Vocês são legais e me sinto em paz aqui.

—Você não tem mais pesadelos. – Noah observou. – A mamãe disse que você tinha um trasntorto.

—Transtorno pós-traumático. – O corrigiu.

—Isso. E que as pessoas que tem isso tem pesadelos.

—Sim, isso e muito mais, mas eu estou bem melhor agora e não vou machucar vocês. – Garantiu e levantou, estava na hora de colocar as crianças para dormir. – Chega de conversa, vocês precisam dormir.

—Não estamos com sono. – Noah protestou.

—Posso usar a sua perna de ferro? – Max pediu já se sentindo o Homem de Ferro.

—Se eu te emprestar, como vou andar? – Estava aliviado por não ter traumatizado as crianças. Bella não ficaria muito feliz se ele tivesse feito isso.

—É mesmo. Posso ter uma, então? – Ele não desistiria da ideia e Edward estendeu a mão para ajudá-lo a levantar.

—Você já tem duas pernas perfeitas, não precisa de uma artificial. – Explicou e Max fez uma careta.

—Se você diz. – Resmungou e Edward riu. Queria que a vida dele fosse tão descomplicada assim.

—Vamos dormir e acordar bem cedo para preparar uma surpresa bem legal para a mãe de vocês.

Bella havia ligado na hora do jantar e avisado que seria liberada na parte da manhã e como era sábado e as crianças não iriam para aula, queria preparar um café da manhã especial e aproveitar o dia ao lado da família. Da família de Bella é claro, não dá dele. Se corrigiu rapidamente. Apesar de morar com eles, ele não era da família, embora se sentisse como parte dela.

—Boa noite crianças e qualquer coisa é só gritar. – Colocou os três para dormirem na cama de Bella e manteve a porta aberta para o caso deles precisarem dele.

—Obrigado, Edward. Estou feliz por você estar aqui e cuidar de nós. – Noah sorriu e puxou a coberta para ficar melhor aquecido.

—Também estou feliz por estar aqui. – Retribuiu o sorriso e foi muito sincero. Para completar a felicidade, só faltava Bella e logo a família estaria completa.

Família não era só de sangue e se ele considerava os companheiros do exército como família, por que não poderia considerar Bella e as crianças? Sim, ele era da família e mesmo que eles dissessem o contrário, ele não mudaria de opinião.


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Notas finais do capítulo

Bella está bem, então não se preocupem. Agora as crianças já sabem a verdade sobre o Edward e isso vai aproximá-los muito.

Comentem, palpitem, indiquem e recomendem a vontade.

Bjs e até mais.