lucky strike escrita por max, Honora


Capítulo 1
hold tight and love me longer


Notas iniciais do capítulo

Enquanto eu escutava Lucky Strike do Troye Sivan (aliás o album todo dele me faz querer escrever sobre Remus e Sirius), acabei escrevendo uma coisinha soft, espero que apreciem.



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Remus Lupin pegou-se observando as estrelas por mais tempo que gostaria; era sua nova tática para desviar sua atenção de Sirius Black. Apesar de serem bonitas e possuírem um brilho extraordinário, o licantropo tinha o conhecimento em seu coração de que elas só não eram mais belas do que Sirius. 

 

Tais pensamentos sempre o traiam, os olhos antes focados em ignorar Sirius, agora o observavam. O sorriso antes contido, agora repuxava-se e em sua garganta uma gargalhada ficava travada ao ver Sirius dançar desengonçadamente ao som de uma música popular. Se James estivesse ali, Remus teria certeza de que a cena seria ainda mais cômica, mas, para a surpresa do próprio Lupin, Sirius convidara apenas Remus para visitá-lo no inicio das férias de verão. 

 

Moony não soube exatamente o que pensar sobre a proposta, mas sabia que havia algo errado, já que a relação entre os dois andava um tanto... esquisita. Afinal, Remus não via Sirius convidar James para dormir na mesma cama  ou o enxergava sentar-se ao lado de James e fazer cafuné em sua cabeça como Sirius fazia consigo, como um simples casal de Hogwarts.  

 

Apesar de achar inusitado de Black, Remus não podia negar o quanto apreciava tais momentos; era sempre reconfortante ter alguém ao seu lado para lhe abraçar quando os sonhos perturbadores da lua-cheia nublavam sua mente, era igualmente bom deitar a cabeça no colo de Sirius e apreciar o olhar carinhoso e as mãos insistentes em um carinho demorado. 

 

Todos os atos de Sirius para com Remus o deixava confuso como nunca, ainda que admitisse que quanto mais íntimo se tornava, melhor era a sensação. 

 

— Ei, Remus! Está aí? — Sirius encontrava-se agachado a sua frente, enquanto mantinha seu peso sob as palmas da mão na grama fresca — Você ficou me olhando com um sorriso de orelha a orelha por minutos, comecei a ficar preocupado de que havia sido petrificado — Remus riu, arrancando uma gargalhada do amigo. 

 

— É só... as estrelas estão bonitas hoje — murmurou, vendo-o retirar uma bebida de uma mochila velha. 

 

— Você não parecia estar olhando exatamente para as estrelas — o sorriso de Sirius era a perdição de seu contra-argumento, suas palavras nublavam sua mente e tudo ficava difícil demais de se entender na presença tão próxima de Sirius. Podia sentir seu perfume, podia ver a pele arrepiar-se, podia ouvir o coração de Sirius tão mais acelerado que o seu. 

 

— Não vou aumentar seu ego, Padfoot — sentiu o espaço ao seu lado ser preenchido, mas manteve os olhos fechados, apreciando a brisa aconchegante, ao mesmo tempo que sentia a grama e, principalmente, os dedos de Sirius roçarem em sua mão. 

 

Antes que abrisse os olhos, apreciou a música calma, ouviu Sirius abrir uma garrafa e, por fim, seu suspiro saiu como alívio; não havia melhor sentimento quando se estava perto de Sirius. Black o fazia esquecer de seus maiores problemas e, frequentemente, o lembrava do quão incrível Remus era, o enaltecendo de maneira saudável e amorosa. 

 

— Você sabe porque te chamei aqui, não é? — com os olhos agora abertos, deparou-se com um Sirius de expressão serena, mas olhos medrosos. E apesar do próprio insistir que não possuía medo, lá estava Black com o pé num tique nervoso, reviravoltas no estômago e pensamentos assustados. 

 

— Para ser sincero, não — decidiu dar um grande gole na bebida, sentia que necessitaria. 

 

— Não dificulte as coisas, Lupin — resmungou Sirius, agarrando a garrafa de sua mão e bebendo por segundos sepulcrais. 

 

— Sirius, você não precisa tocar no assunto se estiver se sentindo desconfortável, ok? — Remus ao menos tinha noção do que estava dizendo, mas sentia que seu subconsciente sabia exatamente do que se tratava. 

 

— Não, a gente precisa conversar sobre isso, certo? Quer dizer... Eu não sei exatamente o que tá acontecendo entre a gente e eu gostaria muito de culpar você por ser fodidamente bonito e inteligente, mas eu acho mais cabível culpar os hormônios e a adolescência, sabe? — observou-o agarrar um cigarro mentolado de sua carteira, ato típico de quando estava bêbado demais ou nervoso demais – e Remus tinha certeza de que se tratava da última opção. 

 

O escutou tagarelar sobre assuntos desconexos por talvez dois minutos, apesar de se divertir com a situação, Remus estava pensando com muito esforço no que dizer para Sirius e, quando não encontrou as palavras certas, decidiu que o melhor a se fazer era agir; afinal, movimentos impulsivos poderiam muito bem substituir toda a baboseira de “ei, acho que sinto algo por você”. 

 

— E você sabe que os hormônios ficam realmente agitados na adolescência, não é? É como se fosse o Peter quando entra na Dedos de Mel, ele simplesmente fica maluco e - 

 

Quando deu-se por si, seus lábios estavam fortemente unidos aos de Sirius, numa tentava desesperada de dizer a ele que não era necessário todo aquele falatório, Remus sabia exatamente o que Sirius queria dizer. 

 

— Uou — Remus suspirou, enquanto Sirius continuava a se surpreender — Eu bem digo que você é inteligente, Moony, sempre sabe o que fazer nas horas certas — o grifinório aproximou-se, levando as mãos até os cabelos castanhos e curtos de Remus, sentindo seu suspiro contra seu rosto, ao mesmo tempo que seus beijos alastravam-se por suas bochechas. 

 

— Eu sei que não preciso falar, Remus. Sei que entende. Mas quero que saiba que você é... Bem, totalmente inusitado e novo pra mim. Não você, digo, o sentimento. O sentimento que eu tenho por você. Entendeu? — Remus segurou o máximo, mas entregou-se para a gargalhada que tanto prendia-se em sua garganta. 

 

— Como você conseguia sair com todas aquelas garotas, Sirius Black? Você é simplesmente péssimo com sentimentos. 

 

— Bem, não era como se eu sentisse algo por elas como eu sinto por você, Moony — seu rosto claramente dizia “ei, seu lobisomem debochado, não deixe sua inteligência a desejar em um momento como esse!” e Remus não soube fazer nada além de rir. 

 

— Eu também gosto de você, pads, muito — acariciou o rosto do amigo, enquanto as testas prendiam-se uma na outra e os olhos atentavam-se ao brilho extasiado. 

 

Remus entendia que todos os toques desesperados de Sirius e sua aproximação íntima eram seu modo peculiar de tentar dizer que estava apaixonado pelo melhor amigo. Não sentia-se incomodado com o medo da rejeição ou do julgamento que Sirius possuía, pois entendia tais sentimentos tão bem quanto Black.  

 

— Você acha que o que estamos fazendo é... errado? — questionou Sirius, dando lugar para Remus deitar a cabeça em seu colo, como tipicamente faziam. 

 

— Bem, beber e fumar não é lá muito bom, não é? — Remus deu de ombros para então escutar a risada nasal de Sirius. 

 

— Quando foi que você se tornou tão engraçadinho, Remus Lupin?  

 

— Quando eu tomei um gole daquilo — apontou para a garrafa com álcool, ao mesmo tempo que acariciava o rosto de Sirius. — Sentir e receber amor não é errado, Sirius. 

 

Sirius assentiu, sorrindo. Remus era de fato inteligente, mas sua verdadeira especialidade era deixá-lo com o coração leve e os olhos com luminosidade evidente. E o amante estava certo, amar não era incorreto, era apenas Remus Lupin; encantador e nunca entediante. 

 


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