A Bastarda de Lily Potter - LIVRO 1 escrita por thaisdowattpad


Capítulo 37
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Capítulo Trinta e Sete
De volta para Casa.

Junho logo chegou e com ele as provas finais.

Antes disso, parte da escola vibrou com a vitória da Lufa-Lufa na Taça de Quadribol. Até mesmo Olívio, que havia ficado chateado com o quarto lugar da Grifinória, havia vibrado junto com os Lufanos. Seu consolo era que no próximo ano teriam chance de conquistar o primeiro lugar, que se tornou sua meta, já que sairia do castigo imposto por McGonagall.

O fim do ano letivo havia chegado, mas antes uma festa seria dada no Salão Principal também para anunciar o vencedor da Taça das Casas.

Assim que Tori e os amigos adentraram o lugar trajando suas capas e o chapéu pontudo, perceberam a cor verde e o símbolo da Sonserina decorando todo o lugar, fazendo todos automaticamente fecharem a cara.

— Estava bom demais para ser verdade... — Olívio murmurou.

Pouco antes de seguir para sua mesa, Tori acenou e sorriu para o Padrinho, que devolveu o cumprimento com um assentir de cabeça. Depois, ela correu para o mesmo lugar de sempre, entre Fred e Lino.

— Só não entendi ainda como a Tori ainda não chorou por isso! — Jorge apontou para a decoração.

— Temos mais seis anos para revidar. — ela mexeu os ombros e sorriu.

Quando Dumbledore se levantou em seu lugar, toda a conversa do Salão desapareceu. Todos focaram sua atenção no diretor.

— Mais um ano que passou! — Dumbledore começou — E preciso incomodar vocês com minha falação asmática mais uma vez antes do delicioso banquete. — cruzou as mãos na frente do corpo.

Muitas pessoas acharam graça naquilo e sorriram para o Diretor, que prosseguiu.

— E que ano tivemos! — focou o olhar na afilhada por alguns segundos — Espero que cada um tenha aprendido alguma coisa esse ano, não só as matérias de obrigação. Sem sombra de dúvidas não estão mais com as cabeças ocas do primeiro dia, estão cheias e terão o verão inteiro para esvaziá-las muito bem, antes do próximo ano letivo. — saiu andando até parar em frente à mesa dos professores.

— Flint nem vai precisar esvaziar a cabeça, já que a dele só tem bosta de Trasgo! — Jorge sussurrou para os outros companheiros de mesa, que soltaram risinhos.

— Agora vamos a contagem das Casas, que são as seguintes: com 229 pontos, Lufa-Lufa em quarto lugar. Com 267, Grifinória em terceiro lugar. 345 pontos para Corvinal, que ficou em segundo lugar. — conforme ele ia falando, caras emburradas iam se formando — E em primeiro, Sonserina com 411 pontos! — ele mal terminou de falar e o Salão tornou-se barulhento.

A mesa da Sonserina começou a bater palmas e bater os pés no chão, urrando e gritando frases do tipo "oh oh oh, Sonserina é a melhor".

— Anda, melhorem essas caras. — Tori pediu aos amigos, logo após o banquete ser servido.

— Não é justo! — resmungou Fred.

— Então vamos nos esforçar no próximo ano para fazer justiça. Ficar de cara feia em nossa última noite em Hogwarts antes das férias, não vai ajudar em nada! — a menina mexeu os ombros.

— Tori tem razão. Ficar de cara feia só melhora a comemoração dos Sonserinos. Não queremos isso, certo? — Carlinhos falou, encarando todas as caras murchas.

— Oh, oh, oh, Grifinória é a melhor! — Faith sussurrou para os amigos e sorriu.

Todos mudaram a expressão, que se tornou bem mais animada. Também iniciaram uma conversa aleatória enquanto se deliciavam do farto banquete.

◾ ◾ ◾

Logo após colocar todas as suas coisas empilhadas nos pés da cama, incluindo seu malão e a máquina de costura que ganhou no Natal, Tori desceu para a Sala Comunal, que estava vazia. Mal chegou e ouviu passos vindo da escadaria do dormitório dos meninos e, ao se virar para olhar, viu Olívio. Mas assim que a viu, ele desviou o olhar.

— Bom dia, Tori! — cumprimentou rapidamente, antes de seguir apressado para a saída.

— Ei, não nos falamos faz um tempo, não é? — ela correu na frente dele e o fez parar.

— Desculpa, Tori, não posso agora. O Expresso logo vai partir, tenho umas coisas para resolver. — Olívio tocou os ombros dela e a afastou para o lado gentilmente.

— Olívio, poxa, você está mentindo para me evitar e disfarça muito mal! — se entristeceu ao perceber isso — Quer saber? Esquece! — se virou para a saída.

— Não, Tori, espera. — o menino a puxou de volta — Tem razão, estou te evitando. Mas é porque não me sinto pronto para conversar com você ainda... — suspirou pesado.

— Isso é por causa da ameaça que fiz no Salão Principal? Ou por ser uma bastarda e filha de um homem ruim? Caramba, pensei que fosse meu amigo de verdade... — lamentou Tori, enquanto tentava soltar seu braço e não conseguia.

— Não, você estendeu tudo errado. Eu... — não conseguiu prosseguir e respirou fundo.

Para a surpresa de Tori, o amigo começou a chorar logo em seguida. Ele a soltou e voltou para a sala, sentando em um canto qualquer e chorando mais ainda. Ela o seguiu algum tempo depois e se sentou, esperando o momento certo de falar.

— Eu não quis te evitar, eu quis te ver logo que soube o que aconteceu, que você estava ferida. Quis te visitar, mas além de não receber permissão eu não tinha coragem. Quando você chegou, eu estive na sala para te receber, mas agradeci quando saiu correndo e não falou com ninguém, porque era mais uma oportunidade de fugir do assunto, porque eu sabia que não ia aguentar... — pausou para chorar mais um pouco.

— O que aconteceu, Olívio? Por que está nesse estado? — se preocupou.

— Eu fiz a mesma coisa que fiz com minha irmã. Te deixei sair da cabana do Hagrid mesmo sentindo que não deveria. Eu pensei em te seguir, mas desisti por confiar que você logo voltaria. Quando a explosão aconteceu e você não tinha voltado, quando soubemos o que aconteceu e que você estava ferida, eu senti a mesma sensação horrível de quando perdi minha irmã. Eu quase te perdi Tori, quase perdi minha irmãzinha de novo! — Olívio voltou a chorar alto e puxou as pernas, encolhendo-as e escondendo o rosto.

— Olívio, está tudo bem comigo, olha só... — puxou uma mão dele e colocou em seu rosto, o fazendo olhá-la — Viu? Meu rosto é quente como de gente viva, não gelado como de gente morta. Sou bonita demais para um cadáver em decomposição! — brincou.

Isso fez com que Olívio começasse rir, mesmo se brevemente.

— Anda, seca essas lágrimas. Eu estou aqui com você! — passou as mãos pelo rosto do amigo, tentando tirar todas as lágrimas dali.

— Você? Quando você se tornou tão informal? Gostei disso! — Olívio sorriu.

— Algumas coisas mudaram agora. Mas, eu estou bem. Então para de chorar e fique tranquilo! — Tori pediu e afastou as mãos.

— Certo, eu vou parar de chorar. Mas não pense que eu acredito que você está bem. — mexeu os ombros.

— Mas eu estou bem, Olívio! — insistiu.

— Isso é o que você quer dizer, mas não é o que você sente. — a pegou desprevenida com aquelas palavras.

Tori respirou fundo enquanto encarava o amigo de volta. Um bolo começou a se formar em sua garganta, mesmo tentando ao máximo evitar.

— Tori, quer que eu te espero? — Jeniffer desceu do dormitório das meninas e apareceu ali.

— Não precisa esperar, eu já vou com você agora! — se levantou rapidamente e respirou fundo — Conversamos em King's Cross para nos despedirmos, ok? — sorriu para o amigo.

— Certo. — ele respondeu e também se levantou.

— Tchau! — dito isso, Tori puxou Jeniffer para correr dali.

◾ ◾ ◾

A viagem até King's Cross seguia divertida para Tori e os amigos. Ela dividiu a cabine com Fred, Jorge, Lino, Angelina, Rita, Jeniffer e Alicia, que passaram a viagem toda brincando com Snaps Explosivos.

Quando se cansaram, passaram a fazer planos para o verão, planos em trocarem cartas ou planos para o novo ano em Hogwarts.

Quando uma nova partida de Snaps Explosivos se iniciou, Fred chamou Tori para conversar fora da cabine. E assim que saíram, ele revelou um caderno conhecido por ela.

— O diário! Ah, meu Deus, como você conseguiu? — Tori o pegou e deu uma boa olhada, não conseguindo conter um sorriso.

— Eu falei para Dumbledore que havia perdido meu diário e ele acreditou. Por sorte, o Mapa ainda estava dentro. Provavelmente ele pensou ser apenas um pergaminho velho... — sorriu Fred.

— Dumbledore pode parecer bobo, mas de bobo não tem nada. Duvido que ele não tenha desconfiado de nada! — a menina duvidou.

— De qualquer forma, ele não disse nada... Mas isso é bom para mim. — soltou um risinho travesso.

— Você é doido, Frederico! — ela deu um tapinha nele e se encostou no espaço entre duas cabines.

— Sou sim! — riu e fingiu jogar para trás um cabelo imaginário.

— Vamos voltar para a cabine? — Tori apontou com o polegar a porta da cabine que ele antes estavam e se virou.

— Tori, espera. — Fred tocou o ombro dela e a fez se virar.

— Pode falar, Fred. — o encarou e esperou.

O amigo se afastou um pouco e coçou o cabelo em um gesto nervoso. Mas não falou nada. Ele parecia não conseguir falar nada.

Até que tomou coragem e voltou para perto da menina, que esperou.

— Interrompo, amigos? — Cedrico apareceu e sorriu.

— Sim. — Fred respondeu, azedo.

— Nunca, Cedrico! — Tori sorriu e foi para perto dele — Que bom que veio, porque eu precisava mesmo falar com você. — falou.

— Vou deixar o casal conversar em paz. Com licença! — com um tom meio irritado, Fred voltou a entrar na cabine e fechou a porta.

— Ele não gosta muito de mim... — Cedrico se divertiu com isso — Mas me diz o que você quer falar. — cruzou os braços.

— O senhor está livre! — ela começou e sorriu — Não precisamos mais namorar. Eu não tenho mais motivos para mentir, então você não precisa mais passar por isso! — continuou.

— O quê? — Cedrico pareceu inconformado e logo depois ficou corado — Tori, só tem um probleminha sobre isso... — engoliu em seco.

— O que foi, Cedrico? — o sorriso se reprimiu e uma ruga de preocupação surgiu em sua testa.

— Digamos que minha mãe ficou sabendo do nosso namoro... Mães costumam ser cheias do sexto sentido e tal... E ela queria te conhecer, marcou até um almoço nas férias, para algum dia que você pudesse. — ele explicou — Mas não se preocupe, eu vou contar tudo para ela, você não vai precisar passar por isso! — tocou os ombros dela.

— Até parece que vou fazer essa desfeita, Cedrico. Quando eu precisei, você me ajudou. Eu fiz chantagem, tudo bem, mas mesmo assim você colaborou em me ajudar. Agora é minha vez! — Tori sorriu para ele — Continuamos juntos e eu dou meu jeito de ir nesse almoço. Depois, inventamos alguma desculpa para o término. Está tudo bem! — avisou.

— Que bacana isso, Tori. Obrigada. Sabe, minha mãe ia ficar toda esquisita se meu namoro terminasse, ia achar que estou sofrendo e ficar em cima. Agora temos tempo para alguma desculpa muito boa! — Cedrico sorriu com gratidão.

— Só estou devolvendo um favor para mais um amigo muito especial que Hogwarts me presenteou esse ano! — devolveu o sorriso e o abraçou — Quer entrar um pouco? — apontou para a cabine logo após desapertar o abraço.

— Melhor não... — fez uma caretinha entre o sorriso.

— Tudo bem. Nos falamos na estação então. — abriu a porta da cabine e acenou.

De volta ao seu lugar, Tori percebeu que os amigos haviam parado de jogar e conversavam. Resolveu entrar no assunto, enquanto esticava as pernas toda folgada e cutucava Jorge, que cochilava.

— Foi um bom ano, não acham? — Tori perguntou e encarou todos os amigos.

— A única parte boa foi que ele acabou! — resmungou Jorge, enquanto estragava os olhos.

— Credo, Jorge, o ano foi bom sim. Eu gostei. Chegamos aqui morrendo de medo, inseguros, sem saber de nada. Agora estando indo para casa sendo outras pessoas. Depois de tudo o que vivemos, momentos bons e ruins, é impossível sermos as mesmas pessoas de antes! — sorriu de leve.

— Concordo totalmente. Nós não crescemos só na idade ou desenvolvemos um pouco mais só o nosso corpo. Nossa cabeça é outra! — Alicia concordou com ela.

— Principalmente depois de ter levado uns bons puxões de cabelo da Tori, não é? — debochou Jorge, acabando por ganhar alguns tapas das duas meninas.

Todos começaram a rir e brincar uns com os outros logo depois, fazendo isso pelo restante da viagem.

◾ ◾ ◾

Assim que o Expresso de Hogwarts parou na Plataforma 9 ¾, dezenas de alunos se trombaram no corredor da locomotiva, apressados demais para sair e encontrar seus familiares. Tori e os amigos permaneceram sentados apenas observando toda a bagunça, esperando o movimento diminuir para só então começarem a sair também.

Chegado o momento, eles seguiram rapidamente pelo final da fila até a saída.

— Não esqueçam de me escrever, por favor! — disse Tori, enquanto abraçava Angelina, Alicia e Rita ao mesmo tempo.

— Você também. Dê um jeito de enganar seus tios e nos escrever também! — pediu Angelina, toda sorridente.

— Não se preocupe, eu tenho meus truques para sobreviver a eles agora! — Tori se afastou das três retribuindo cada sorriso.

Tori ficou vendo as três meninas irem de encontro com suas famílias, sendo recebidas com abraços e muito carinho. Também viu Lino com sua família, que havia acabado de apontar e acenar para ela, onde os dois adultos ficaram a encarando com sorrisinhos e certa curiosidade.

Pouco tempo depois ouviu alguém falando um pouco mais alto e se virou, vendo Molly esmagar em um abraço os três filhos que não via fazia um bom tempo.

— Mamãe... — Carlinhos reclamou, um pouco sufocado pelo aperto "carinhoso".

— Como vocês cresceram. Ah, e estão gordinhos. Hogwarts cuidaria bem de vocês, sempre soube! — Molly soltou o outro filho e focou nos gêmeos, apertando-os.

— Mamãe, você me viu mês passado! — reclamou Fred, com as bochechas apertadas no abdômen da mãe.

— Em circunstâncias nada boas, meu lindozinho, só agora pude ver o quanto está bem. Forte como um touro, não esperava menos de um Weasley e... Tori! — largou os dois e abriu os braços para a menina, que estava um pouco de canto.

Imediatamente Tori correu para a conhecida, a abraçando e recebendo todo o carinho que já aguardava.

— Está bem, certo? — perguntou Molly, enquanto desapertava o abraço só para dar uma boa olhada na menina.

— Estou sim, senhora Molly. É preciso de muito para me derrubar! — gabou-se com humor e riu.

— Isso é bom, Tori! — a mulher voltou a abraçá-la.

— Tem abraço para mim também? — uma voz conhecida fez as duas se afastarem e se virarem para olhar.

— Akin! — Tori soltou um gritinho feliz e correu para perto do conhecido, que a recebeu de braços abertos.

Os dois se abraçaram e ficaram assim por alguns segundos. Diferente da despedida, agora Akin não precisava encurvar tanto a coluna para alcançar a menina, que havia crescido centímetros notáveis.

— E o Harry? — desapertou o abraço e o encarou com expectativas.

— Em casa te esperando extremamente ansioso! — respondeu, fazendo o sorriso da menina murchar.

— Às vezes eu me esqueço que ele ainda não pode saber... — suspirou — E então, vamos? — voltou a se animar.

— Como quiser. — Akin sorriu, mas um sorriso que não chegou em seus olhos.

Mesmo notando isso, Tori preferiu pensar que estava tudo bem e se virou para se despedir dos Weasley.

◾ ◾ ◾

A viagem até Little Whinging foi um pouco silenciosa demais para o rosto de Tori, que continuava a desconfiar que algo não estava certo com Akin. Ela fazia perguntas sobre tudo e todos, onde ele dava apenas respostas automáticas.

Pouco antes de chegar na Rua dos Alfeneiros, Akin — que usava seu carro mágico — desceu para o asfalto e continuou o percurso em terra firme. Tori passou a ficar silenciosa, enquanto olhava pelo vidro as casas e detalhes conhecidos por ela.

Antes mesmo do carro parar em frente a casa dos Dursley, Tori reparou um menino sentado na porta, mexendo em alguma coisa no chão de maneira distraída. Os cabelos despenteados fizeram o coração da menina se acelerar e ela tirar o cinto. Akin mal parou o carro e ela pulou para fora, saindo correndo.

— Tigrinho! — gritou Tori, um pouco ofegante, enquanto um sorriso se alargava em seu rosto.

— Lene? Lene! — primeiro Harry a encarou confuso, parecendo achar que estava ouvindo algo que não era real, para logo depois levantar correndo e ir para perto da irmã.

Os dois irmãos se abraçaram muito forte, enquanto ela o enchia de beijos nos ombros e cabeça.

— Você voltou, Lene! — ele desapertou o abraço e foi possível ver os olhos lacrimejando.

— Eu voltei, meu irmãozinho. — concordou e aumentou o sorriso.

— Você está diferente. Que é que aconteceu nesses meses? — a puxou para se sentar perto da porta.

— Eu cresci um pouco, fiz amigos, fiquei mais confiante, aprendi um bocado de coisas e... — parou para encarar o irmão — E eu senti sua falta, seu descabelado! — bagunçou mais ainda o cabelo do irmão e riu.

— Olá, Akin! — Harry sorriu ao ver o conhecido.

— Olá, amigão! — Akin colocou as coisas de Tori no chão e estendeu a mão.

Entendendo o gesto, Harry se levantou e foi para perto do adulto. Os dois bateram a mão uma vez, bateram outra com a mão fechada e por último fizeram um gesto de "tesoura" cruzando um dedo no outro.

— Ok, isso foi muito estranho! — Tori riu enquanto se levantava do chão.

— Não precisa ficar com inveja da nossa amizade, Lene, você ainda é minha irmã favorita! — gabou-se Harry.

— Eu sou a única, seu bobo! — ela riu e revirou os olhos, logo reprimindo ao se lembrar que seu nível de parentesco com o irmão havia mudado.

— Que foi? Vai chorar? Aliás, por que não chorou ainda? — o irmão brincou e fez cócegas nela.

— Ai, seu bobo. Não é nada não, só estou cansada e quero entrar! — mentiu enquanto ria da brincadeira do menino.

— Então vamos, oras! — Harry avançou para a porta e a abriu.

Tori ficou para ajudar Akin e pegou a caixa do presente misterioso de Natal, diminuindo o peso para ele.

Os dois adentraram e encontraram Harry com a portinha do Armário embaixo da escada aberto.

— Não precisava, Tigrinho. Teremos umas mudanças por aqui agora. Não cabem mais nós dois aí! — dito isso, Tori começou a subir as escadas.

— Que é que vai fazer aí? — Harry correu e a seguiu, curioso.

— O que já deveria ter feito há muito tempo! — explicou e seguiu até a porta do quarto de brinquedos de Duda — Akin, pode colocar meu malão aqui na porta, que antes preciso arrumar essa bagunça. — pediu, enquanto colocava a caixa no chão.

— O que é que está acontecendo aqui? — Petúnia apareceu, saindo de seu quarto.

— Vou arrumar meu novo quarto, tia! — abriu um sorrisinho para a adulta.

— Quem te deu esse direito? — a mulher se irritou, mas manteve a classe por causa do policial ali.

— A senhora, oras. Não se lembra do que me disse quando sai daqui? — Tori piscou discretamente para ela e ergueu um pouco a blusa, mostrando sua varinha presa no elástico da sala.

Imediatamente o rosto de Petúnia perdeu um pouco da cor, encarando a menina entre raiva e pavor.

— Que essa menina está fazendo no meu quarto? — Duda saiu do outro quarto acompanhado por Pedro.

— Seu quarto é esse aí. — apontou para a outra porta — Meu quarto e do Harry agora é aqui! — apontou para aquela porta.

— Mas não é mesmo. Mamãe, faça alguma coisa! — o menino correu para perto da mãe e chacoalhou o braço dela.

— Não. — Petúnia respondeu — Que ela fique com o quarto cheio de tranqueiras, se é assim que ela quer! — soltou o braço.

— Ah, mas papai ficará sabendo disso e não vai gostar nadinha! — Duda gritou em protesto e correu para o seu quarto, sendo seguido pelo amigo.

— Obrigada, tia. — Tori abriu um sorrisinho.

Irritada com isso, Petúnia desceu rapidamente para o andar inferior, a todo momento resmungando coisas que não se podia entender.

— Eu arrumo tudo enquanto você pega suas coisas, Tig. — falou para o irmão.

— Eu não vou. — Harry negou — E acho que não deveria fazer também, porque depois vai se encrencar! — encolheu os ombros.

— Não vou me encrencar, Harry, a tia deixou! — explicou.

— Você não vai, mas eu vou. Depois você vai para sua escola e eu tenho que ficar aqui. Sabe disso. — dito isso, o menino entrou no quarto.

— Você sabe que não pode usar magia fora da escola. — Akin sussurrou para ela.

— Eu sei. Mas meus tios não sabem! — soltou um risinho, sendo acompanhada parcialmente pelo adulto — Akin, o que foi? Está estranho... — perguntou.

— Tem razão, Tori, e eu lamento por não ter sido sincero assim que fui te buscar. Eu tenho um motivo para estar assim. Mas não é por mim, é por você. — ele soltou um suspiro pesado e desviou o olhar.

— Akin, por favor, me conte. Está me deixando preocupada! — tocou o braço dele e o encarou em súplica.

— Tudo bem. — disse Akin, assentindo — O que eu queria te falar e não tive coragem é que... a Abigail McGregor está em coma! — enfim contou.

Ao ouvir aquelas palavras, Tori deu uns únicos passos para trás e ficou paralisada de choque. Todas as lágrimas que não apareciam fazia algum tempo vieram, acompanhadas de um choro desesperado.

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Notas finais do capítulo

[Continua no Livro 2]

❝|Esse foi o primeiro ano da Tori Evans, o Livro 1. Antes de partir para a próxima aventura, eu não poderia deixar de agradecer a cada um que esteve comigo, desde o começo ou quase no finalzinho, cada um de vocês foram muito importantes para a continuidade dessa história.❤
Até a próxima. |❞