A Bastarda de Lily Potter - LIVRO 1 escrita por thaisdowattpad


Capítulo 36
1x36




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/766825/chapter/36

Capítulo Trinta e Seis
A Bastarda de Lily Potter.

No dia seguinte, enquanto terminava de vestir seu uniforme, Tori disfarçava porém notava outras primeiranistas encarando-a, especialmente as suas mais conhecidas. Ela fingia não notar não por não querer falar com nenhuma delas, mas porque não sabia o que falar.

Não sabia explicar sua reação na noite anterior, não sabia explicar o que fizeram de errado para assustá-la tanto. Só sabia que fez sem poder controlar.

— Jeniffer, vamos descer juntas? — chamou atenção daquela que mais havia se aproximado nas últimas semanas.

— Claro, Tori! — ela concordou rapidamente, enquanto abria um sorriso meio exagerado.

Tori sorriu de volta, mesmo não conseguindo retribuir na mesma intensidade.

O olhar acabou vagando para o outro lado do dormitório, onde as meninas desviaram o olhar rapidamente e disfarçaram. Notando isso, Tori soltou um suspiro alto e foi até sua antiga cama, se sentando na ponta e segurando as mãos no colo, enquanto as antigas vizinhas de cama a encaravam com curiosidade.

— Quando eu estive em meu sufoco, eu pensei em vocês. — Tori falou, lançando olhares entre Angelina, Alicia e Rita — Pensei nas brigas idiotas e em como aquilo era pequeno perto do que eu estava passando. E e eu estou superando tudo aquilo, algo tão complicado que aconteceu, então por que não superar algo tão bobo como foi o motivo da nossa briga? Eu quero superar. Mas a questão é: vocês querem também? — perguntou, levando a mão ao pulso e o segurando.

O silêncio se instalou no quarto, enquanto as três meninas se encaravam e nada diziam.

Até Angelina se mover para frente e suspirar.

— Graças à Merlin que você é bem melhor que todas nós juntas, porque nosso orgulho estava nos impedindo de chegar até você... Bom, ao menos eu e a Alicia, a Rita mudou um pouquinho. — deu de ombros e abriu um sorrisinho — Tori, eu lamento tanto e senti tanto a sua falta... Eu fui tão idiota, nós três fomos, e eu lamento muito, muito mesmo. E sim, eu quero superar! — se aproximou e sentou na cama, abraçando a menina de lado.

— Um peso começa a sair das minhas costas! — sorriu Tori, começando a se emocionar.

— Meu puxão de cabelo me deixou surda ou Tori usou "você" em uma frase? — Alicia brincou e uniu as sobrancelhas, surpresa com aquilo.

— Sim. O que aconteceu não me deixou só com uma marca física, marcou toda a minha vida também... E me mudou. De algum jeito me mudou sim. Só não sei dizer o quanto. — ela concordou e ficou um pouco séria — Eu acho que até... Acho que até cresci, notaram? — brincou e ficou de pé, fazendo uma pose bem ereta e colocando as mãos na cintura.

— Ah, isso é meio impossível agora! — Angelina brincou de volta, causando risos em todas as outras.

— Então o clima ruim acabou? Acabou mesmo? — Rita perguntou e um sorriso começou a se alargar em seu rosto.

— Sim. — Tori concordou, devolvendo o sorriso — Mas muitas coisas precisam mudar para dar certo. Precisamos ser mais sinceras, mas não sinceridade para machucar, sinceridade para ajudar. Precisamos pensar mais antes de agir. Precisamos... Precisamos do que mais? — encarou as outras.

— Não mais puxar os cabelos das amiguinhas. — brincou Alicia.

— Treinar Quadribol nas férias para passarmos nos testes do ano que vem! — Angelina sugeriu, empolgada.

— O que isso tem a ver com o assunto, sua doida? — Tori perguntou e gargalhou — Mas sim, isso é importante para mim se é importante para vocês. — mexeu os ombros.

— Outra sugestão: vamos prometer não mais nos envolver com coleguinhas do nosso grupo, daqui até o último ano, daqui até depois. Porque quando não dá certo, fica um clima tão esquisito... — Rita sugeriu — Eu prometo! — ergueu a mão.

— Como se algum dos meninos do nosso grupo me atraísse... — Angelina revirou os olhos e riu — Prometo isso com a maior facilidade do mundo! — beijou os dedos indicadores, como um gesto de promessa.

— Nem precisava me pedir isso, pois faço questão de passar reto dos três. Eles não fazem meu tipo! — Alicia também concordou, brincalhona — E você, Tori? — encarou a amiga.

Desde quando ouviu a pergunta, Tori ficou um pouco distraída e viajou em seus pensamentos. Acabou sendo trazida de volta quando Rita a cutucou no ombro, a fazendo piscar algumas vezes.

— Se eu prometo? — Tori fez uma caretinha — Mas é claro que sim, meninas, isso é meio óbvio para mim também. Jorge, Lino e... E o Fred, são todos como irmãos para mim. Então prometo! — ergueu a mão também.

— Mais alguma coisa para acrescentar? — perguntou Angelina, encarando as outras.

— Estudar para arrasarmos nas provas! — Rita deu um pulinho empolgado.

Todas as outras caíram na risada, agora mudando para um novo assunto, algum aleatório enquanto terminavam de se aprontar para a aula.

Jeniffer se juntou à elas assim que o assunto "sério" terminou, também conversando e rindo muito.

◾ ◾ ◾

Assim que chegou no Salão Principal, Tori deixou as meninas para trás e saiu correndo ao ver os meninos, inclusive Cedrico que naquela manhã estava na mesa da Grifinória. Ele e Fred levantaram ao mesmo tempo, ambos esperando pela animação da menina, coisa que esperavam há dias.

Mas ela pulou em Fred, quase o derrubando e rindo muito disso. Ele a acompanhou na animação e a girou uma vez, logo a colocando no chão e se afastando um pouco.

— Fred, que susto você me deu aquele dia! — Tori falou, o olhando todo para ver se estava realmente inteiro — E... e eu lamento por ter te envolvido nisso e ter te machucado. — reprimiu o sorriso.

— Você não me envolveu naquilo, eu quem me envolvi. Não podia deixar aquele doido te levar, mesmo não podendo contra ele. — disse Fred, mexendo os ombros.

— Isso é fofo. — ela sorriu de novo, voltando a reparar nos olhos dele e perdendo alguns segundos ali — Mas que bom que ficou tudo bem para nós dois! — desviou o olhar e diminuiu o sorriso.

Só então percebeu que as meninas a olhavam estranho. Não com julgamento, mas com pura curiosidade. Depois olharam também para Cedrico.

— Amorzinho... — Tori se virou para Cedrico e o abraçou apertado.

— Estou doido ou você usou "você" em uma frase? — o menino perguntou, achando graça naquilo.

— Sim. Eu não sei porque, mas passei a querer ser assim, sem tantas formalidades. Vai ver bati a cabeça forte demais e ganhei uma sequela na gramática! — riu.

— É legal mudar. Você vai ver como é. — sorriu e se virou para sentar.

— Está em meu lugar de sempre, Cedrico. — Fred avisou, um pouco sério demais.

— Desculpe, Fred. — Cedrico soltou um risinho e passou para o lado.

— Agora está no lugar da Tori... — insistiu, cruzando os braços.

— Isso de "lugar" é tão infantil. — Angelina se intrometeu, enquanto se sentava do outro lado, de frente para eles.

— Cabe todo mundo aqui! — Tori se intrometeu e fez Lino ir um pouco para o lado, logo se sentando no espaço — Agora você se senta aí e tomamos um café super feliz e produtivo! — cruzou as mãos sobre a mesa.

— Esquece! — resmungou Fred, pegando apenas uma maçã e se afastando para a saída do local.

— Frederico, volta aqui! — o chamou, mas foi ignorada — Que coisa! — resmungou.

— Liga não, Tori, é uma nova TPM. Eu desisti de tentar entender! — Lino falou e jogou as mãos para o ar.

— Eu vou falar com ele, não quero ficar mal com ninguém, principalmente com ele. — puxou as pernas para o lado.

— Você deveria comer primeiro. Passou dias desacordada, esqueceu? — Cedrico reprovou a ideia dela.

— E você não deveria tentar me impedir, porque não vou te obedecer! — abriu um sorrisinho e logo depois se levantou, indo em direção a porta do Salão.

Mal chegou na metade do caminho, quando o som das Corujas com as correspondências surgiu ali. Tori iria seguir o caminho, quando viu um borrão laranja vir em sua direção. Kiki surgiu e soltou um Jornal para a dona, que pegou com precisão.

— Profeta diário... Mas eu eu nem assinei esse Jornal! — estranhou, enquanto puxava a fita que o mantinha enrolado.

Ela desenrolou o papel e o segurou aberto, logo ficando paralisada ao ler o título da primeira página.

A BASTARDA DE LILY POTTER

— A Bastarda de Lily Potter. — Flint começou a ler em voz alta — Quando a primeira aparente filha do casal de "Grandes Bruxos" Tiago e Lily Potter foi apresentada ao mundo como Victória Marlene Evans, causou a todos grande estranhamento. A falta do sobrenome do pai, que depois foi dado ao segundo filho, Harry, não parecia fazer muito sentido, já que a mãe recebeu o sobrenome logo após o casamento. Algo não fazia sentido nessa história, mas todos pensavam ser uma coisa boba demais para nos preocupar... Mas não era uma coisa boba. Nunca foi. Havia algo por trás de um mero sobrenome. — de uma pausa, encarando todos do salão.

O lugar estava silencioso, nem mesmo os funcionários faziam algum ruído. A tensão dominava o lugar.

— Aquela que todos pensavam ter sido uma heroína, boa filha, consequentemente boa esposa, foi destaque em Hogwarts que inclusive lhe deu o cargo de Monitora, que morreu para salvar o filho... na verdade era uma farsa. Tudo de bom que ela fez era uma máscara. Isso se revelou quando, em seu último ano, uma surpresinha desagradável... — pausou para encarar Tori brevemente, logo voltando o olhar para o jornal — ...aconteceu. Ou, em melhores palavras, ela deixou acontecer, ela quis que acontecesse sem nem se importar mais com sua máscara de puritana. Seu casamento com Tiago Potter também foi uma farsa, onde o pobre infeliz assumiu uma filha que não era de seu sangue, chamando de sua aquela que era A Bastarda de Lily Potter! — leu de um jeito teatral, causando risos em vários Sonserinos.

Tori viu Olívio fazer menção em se levantar, mas Carlinhos o segurou e negou com a cabeça. Ambos, assim como toda a mesa da Grifinória, olharam em direção a menina, que estava inexpressiva.

— A pergunta que não quer calar a mim, e acredito que a todos os meus queridos leitores é: Quem é o pai de Victória Evans? — leu esse trecho sem precisar olhar no jornal — Quem é o pai da Bastarda? Quem é o pai da Bastarda de Lily Potter? Quem... — foi interrompido quando Tori correu e subiu na mesa da Grifinória, derrubando vários talheres e recipientes.

A menina desceu no chão e abriu espaço entre dois Sonserinos, onde subiu na mesa e ficou de pé. Mas não fez nada. Não naquele momento. Ela ficou silenciosa tanto quanto todos do salão.

Então tomou com violência o jornal das mãos de Flint, o amassando de um jeito exagerado, com muita força, finalizando o jogando no chão.

— Só completos idiotas para achar graça nessa coisa ridícula, desse jornal ridículo. É isso que vocês são: idiotas. O problema não sou eu, são vocês. Acham graça perseguir pessoas que não tem o mesmo nível familiar, acham graça quem pertence a famílias julgadas "inferiores", acham graça quem não tem o mesmo sangue puro de bruxo ou quem nem sequer tem sangue bruxo. São todos uns idiotas. Mas isso acaba aqui! — Tori foi firme, enquanto fazia questão em retribuir cada encarada de pessoas daquela mesa — A Bastarda que vocês estão debochando não vai mais permitir essas coisas. Não em minha frente, não quando eu estiver sabendo. Por que eu sou uma bastarda, não sou filha do bondoso Tiago Potter. Sou filha de alguém que não me deu um pingo de orgulho em saber, sou filha de um Comensal da Morte. Acredito que todos saibam o que Comensais adoram fazer com quem entra no caminho, não é mesmo? — soltou um riso esquisito e puxou sua varinha das vestes.

Diante disso, Dumbledore se levantou em seu lugar e faz menção em ir até a afilhada. Mas ela negou com a cabeça e ele parou.

Ninguém conseguia piscar.

— Querem saber de quem sou filha? Pois vou dizer só para não dar o gostinho para esse Jornal estúpido contar primeiro. Enfim, meu pai biológico foi conhecido por lutar ao lado de Voldemort na Guerra Bruxa. Foi conhecido como alguém que resistiu a sua prisão, que não se entregou mesmo quando estava cercado por Aurores. Ele lutou por sua liberdade e nesse meio caminho arrancou um pedaço do nariz de um deles. — cutucou o nariz de Flint com a varinha, que se assustou e afastou o rosto rapidamente — Eu sou filha de Evan Rosier. E caso alguém não queira perder o nariz ou alguma outra parte do corpo, não se coloque em meu caminho. Eu não vou mais admitir isso. Cansei de ser a primeiranista que apanha e não conta para ninguém. Agora eu vou revidar, mesmo que isso custe minha vaga aqui. Isso é um aviso, um único aviso. Espero não ter que repetir! — dito isso, desceu da mesa empurrando mais pessoas para sair de seu caminho.

Depois, simplesmente saiu caminhando tranquila do Salão Principal.

◾ ◾ ◾

Na sala de Snape, antes mesmo deste se fazer presente, um silêncio assustador dominava o ambiente. Apenas vez ou outra era possível ouvir alguém fungando ou alguma tosse breve.

Qualquer ruído era breve.

Apenas Tori se movia tranquilamente, enquanto rabiscava um pergaminho e sussurrava alguma música trouxa favorita. Até mesmo Lino, que era seu parceiro de aula, não ousava falar nada.

— Isso ficou bom? — perguntou para ele algum tempo depois, enquanto passava o pergaminho para o lado.

Havia feito o desenho de um suéter, sem muitos detalhes, mas muito bem feito.

— Sim. É um suéter, não é? — o menino respondeu, meio desconfortável.

Parecia com medo de dizer algo errado.

— Não um suéter qualquer. Pretendo trabalhar nele no próximo ano, mas depois te explico o que ele faz. Agora preciso guardar antes que o Snape o queime! — sorriu e dobrou o pergaminho, o guardando no meio de um livro.

Mal fechou o livro e o professor adentrou a sala, extremamente sério como o de costume.

— Espero que esse silêncio não signifique que estejam aprontando. — falou, enquanto erguia a manga da blusa.

— Não, senhor. — Tori negou, recebendo um olhar torto do professor.

— Hoje vocês terão revisão de matéria. Por mais que eu acredite que sim, quero ver se vocês tem a capacidade em falhar duas vezes em poções tão simples. O ano está acabando, não é possível que nada tenha entrado no cérebro limitado de vocês! — Snape se virou para a lousa e fez um gesto com a varinha.

Poção Wiggenweld.

— Ao menos alguém se lembra para quê esta poção serve? — encarou a turma até parar em Tori.

A menina segurou o pulso disfarçadamente embaixo da mesa e apertou um lábio no outro, tudo para evitar o impulso em responder. Por mais que soubesse a resposta, tinha medo em prejudicar sua casa mais ainda.

— A Poção Wiggenweld é uma poção curativa com o poder até de despertar alguém em sono magicamente induzido. — acabou sussurrando extremamente baixo o suficiente para o professor não ouvir, logo depois apertando uma mão na boca.

Sentiu alívio quando o professor moveu a boca para falar com ela, mas outro menino ergueu a mão. Era Adrian Pucey, da Sonserina.

— A Poção Wiggenweld é uma poção curativa com o poder até de despertar alguém em sono magicamente induzido. — Adrian respondeu exatamente a resposta de Tori.

— 1 ponto para a Sonserina! — Snape anunciou, causando um sorriso satisfeito no menino e uma careta azeda em Tori — Vocês tem cinco minutos para pegar cada ingrediente. — voltou para a lousa e fez um novo gesto com a varinha.

Poção Wiggenweld

Ingredientes:
• Casca de Wiggentree
• Ditamno
• Moly
• Muco de Verme Gosmento

Diferente da primeira vez, nenhum aluno se esbarrou ou se aglomerou para pegar os ingredientes nas prateleiras. Tori ficou um pouco atrás, esperando alguns alunos saíram para só então avançar.

Para sua surpresa, algumas pessoas cederam sua vez para ela, que ficou séria diante do gesto para negar logo em seguida com um sorriso simpático. Ela esperou por seu espaço como todos os outros, logo chegando sua vez e pegando os itens necessários.

Assim que todos voltaram aos seus lugares, Snape voltou a se levantar e mover a varinha para a lousa.

MODO DE PREPARO:
Antes de tudo, deve-se esmagar a Moly com o cabo de uma faca. Isso feito, deve-se cortar o Ditamno em pequenas fatias, assim como a casca de Wiggentree. Adicionar ao caldeirão o Muco com a Moly amassada e o Ditamno. Mexer até a solução ferver, e adicionar a casca de Wiggentree. Mexer sempre no sentido horário até atingir a coloração indicada.

— Comecem! — deu a volta em sua mesa e se sentou, pegando um livro e abrindo na página marcada, iniciando a leitura como se nada em volta estivesse acontecendo.

Pouco antes de começar, Tori percebeu que Adrian a encarava. Ela devolveu o olhar na mesma intensidade e uniu um pouco as sobrancelhas, recebendo um sorriso debochado do menino.

Irritada com isso, ela prendeu os cabelos e focou toda sua atenção no preparo de sua poção.

◾ ◾ ◾

Passando-se muitos minutos, Snape enfim fechou seu livro e se colocou de pé. Boa parte da sala já havia terminado sua poção, mesmo se a apreensão no rosto revelava que o resultado não havia sido bom.

Tori ficou encarando sua poção um pouco preocupada, pois não tinha certeza se a cor estava 100% correta. Desviando o olhar para o lado, percebeu Adrian todo seguro de si.

A tensão da menina piorou quando Snape começou a passar em cada uma das mesas para analisar as poções, de todas elas dando bronca nos alunos que falhavam, que ficavam cabisbaixos.

Até que chegou na mesa de Adrian, que imediatamente ficou sério e temeroso. Tori acabou rindo discretamente do menino, que parecia verde o suficiente para desmaiar a qualquer momento.

— Aparentemente aceitável. Vamos ver na hora de usar... — o professor falou, trazendo de volta um sorriso no rosto do menino.

Dali, Snape seguiu para a mesa de Tori, que ficou inexpressiva enquanto o professor analisava sua poção. Vez ou outra ele erguia o olhar para encarar as expressões dela, que continuavam neutras.

— Vamos testar. — ele falou algum tempo depois e se virou — Pucey, coloque um pouco de sua poção em um recipiente, vamos testá-la. Evans, faça o mesmo! — e foi para a frente da sala.

Obedecendo o professor, Tori pegou um recipiente e colocou um pouco da poção, logo indo em direção ao professor.

— Professor, em quem vamos testar? — Adrian perguntou.

Por sorte, aquela pergunta não havia saído de Tori, apesar de sua curiosidade ser a mesma. Ela sabia que o professor não teria a mesma paciência em responder.

— Oras, em vocês. Afinal, vocês quem tem de sofrer as consequências dos seus fracassos, caso aconteça! — respondeu.

Imediatamente Adrian voltou a perder a cor do rosto.

— Pode começar por mim, professor? — Tori se ofereceu.

— Serão os dois simultaneamente. — Snape falou, sem encará-la direito — Fiquem lado a lado. — pediu.

Os dois alunos obedeceram. Então o professor ergueu a varinha e apontou para eles, fazendo todos os alunos prender a respiração ao mesmo tempo.

Apesar de toda a surpresa, Tori não sentiu dor alguma antes de tudo escurecer.

◾ ◾ ◾

Quando voltou a abrir os olhos, a primeira coisa que viu foram vários olhares curiosos a encarando, além do professor Snape segurando os dois recipientes vazios. Ao seu lado, no chão, Adrian permanecia sem se mexer.

— Eu consegui? — Tori perguntou para o professor — Eu acordei, isso quer dizer que eu consegui! — vibrou e se levantou.

— A poção demorou mais do que o esperado para fazer efeito. — Snape tentou argumentar.

— Tori passou dias desacordada, o organismo dela deve estar lento ainda! — rebateu Fred.

— Temos um curandeiro de doze anos aqui? — ironizou o adulto.

— Não, nós temos um professor que só dá pontos para a casa em que é Diretor! — o menino resmungou.

— Está certo. Então para não ser injusto, 1 ponto para a Grifinória. — olhou para Tori, que sorriu, mas logo virou para Fred — No entanto, 1 ponto será retirado do senhor Weasley, pela insolência! — avisou e foi para perto de Adrian.

Snape usou a poção de Tori para acordar o menino, que abriu os olhos algum tempo depois e encarou todos com expressão de dúvida.

— Eu ganhei? — ele perguntou, enquanto se levantava.

— Não. Eu ganhei! — Tori o encarou e devolveu o mesmo sorriso debochado que ele a tratou no começo da aula.

  ◾ ◾ ◾ ◾ ◾ ◾ 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

❝| Créditos do site que tirei os textos da Poção Wiggenweld:
http://hpbrasilpost.blogspot.com/2012/10/pocao-wiggenweld.html

Gente, vocês lembram que a Rita é um animago não registrado que vive dando uns rolês por Hogwarts? Isso explica o artigo do Profeta Diário.

O que acharam do começo da mudança da Tori? Preferem ela fofinha como antes ou passando a ser mais "afrontosa"? Eu pretendo não deixar ela perder a essência, mas não quero ela como nos primeiros capítulos. Vamos ver o que vai dar. |❞