A Bastarda de Lily Potter - LIVRO 1 escrita por thaisdowattpad


Capítulo 34
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Capítulo Trinta e Quatro
O passado vem à tona.

Os efeitos do ataque ao professor Bangles seguiram para o dia seguinte, onde Tori era seguida por olhares curiosos por onde quer que passasse. Nem mesmo nas aulas os alunos conseguiam disfarçar, principalmente nas aulas de DCAT, que de melhores passaram a ser as piores para a menina.

Apesar de ter desobedecido Dumbledore e não ter ido se redimir com Bangles, ele parecia não se importar ou se lembrar de alguma coisa. Ele fingia melhor do que ela sequer imaginou e isso, de alguma forma, a tranquilizou.

Na noite de terça-feira, Tori enfim conseguiu tirar o atraso de todo o sono que acumulou desde o sábado, conseguindo dormir a noite toda sem intervalos.

Acabou reclamando muito quando Jeniffer a acordou na manhã de quarta, onde a menina teve que puxar o edredom e fazer cócegas nos pés, pois só chamar não estava surtindo efeitos.

— Não quero ir para a aula hoje... Diga aos professores que estou com preguicite aguda e eles vão entender. — resmungou, enquanto apertava o travesseiro no rosto.

— Anda logo. Ainda nem é hora da aula, é só que Hagrid está te procurando, disse que é coisa séria! — Jeniffer continuou as cócegas.

— Hagrid? — imediatamente Tori se levantou, enquanto o coração começava a acelerar — Por que não disse antes? — pulou da cama e correu para trocar de roupa.

◾ ◾ ◾

Logo após vestir o uniforme, onde não teve o mesmo cuidado ao deixá-lo todo desalinhado e a gravata com o nó errado, Tori seguiu um pouco descabelada ao lado de Jeniffer até os terrenos de Hogwarts.

— Estou dizendo, não precisa me acompanhar. Talvez a conversa tenha gritos e a senhora não vai querer ver isso. Eu não quero que veja isso, pois vou ficar envergonhada! — Tori tentava, sem sucesso, fazer a menina parar de segui-la e voltar para o Castelo.

Não poderia arriscar que mais alguém entre seus amigos descobrisse sobre as aulas secretas com Bangles, caso fosse esse o assunto de Hagrid que poderia ter descoberto tudo e brigaria com ela.

— Por que ele gritaria com você? — Jeniffer achou graça naquilo.

— Ahm... Bom, vai saber, não é? Talvez Hagrid tenha acordado de humor ruim! — deu de ombros.

As duas ficaram quietas quando pararam em frente a cabana de Hagrid, que estava totalmente silenciosa. Mesmo estranhando aquilo, Tori bateu na porta algumas vezes e esperou.

— Está aberta! — a voz de Hagrid quebrou o silêncio.

— Com licença... — a menina pediu, enquanto empurrava a porta para entrar.

— SURPRESA! — muitas vozes gritaram em desordem, enquanto batiam palmas e faziam outros barulhos.

— Ai, meu Deus! — Tori tocou o rosto, chocada e emocionada ao mesmo tempo — Não acredito que... — não conseguiu terminar.

— Que não iríamos saber que é seu aniversário? — Olívio apareceu e a abraçou, erguendo-a do chão — Uma menina não faz 12 anos todos os dias, Tori! — sorriu e deu um beijo estralado na bochecha.

— Obrigada! — agradeceu, enquanto lágrimas emocionadas molhavam o rosto.

— Feliz aniversário, Tori! — Jeniffer se aproximou dela rindo.

— A senhora me enganou direitinho! — ela riu junto e abraçou a menina — Obrigada! — fungou.

— Deixe um pouco de lágrimas para nós dois! — Lino e Jorge apareceram e roubaram a menina para um abraço, os dois ao mesmo tempo a erguendo do chão.

— Pode ter certeza que tenho lágrimas de sobra! — Tori gargalhou enquanto era colocada de volta no chão — Obrigada meninos. Hum... E o Fred? — perguntou, dando falta do outro menino.

— Disse que chegava daqui à pouco, disse que estava cansado e iria dormir mais cinco minutos! — Jorge revirou os olhos e riu.

— Ah. — murmurou a menina, com a decepção chegando ao seu rosto.

— Feliz aniversário, amorzinho! — Cedrico a abraçou de lado e apertou os lábios para não rir.

— Cedrico, até o senhor envolvido nisso? — ela retribuiu o abraço e sorriu.

— Não poderia ficar de fora, é óbvio! — retribuiu o sorriso.

Assim que desapertou o abraço, Hagrid acenou para que ela se aproximasse. Pedindo licença aos amigos, ela seguiu até o gigantesco homem enquanto um enorme sorriso iluminava seu rosto.

— Até o senhor sendo cúmplice? — Tori cruzou os braços.

— Alguns passarinhos me contaram que você não estava muito bem e eu resolvi ajudar. Veja, fiz até um bolo e escrevi cada palavra! — apontou para um bolo rosa e de letras verdes contendo alguns erros ortográficos.

— É maravilhoso. Obrigada, Hagrid! — o surpreendeu com um abraço e reparou que isso o emocionou.

— Isso não é tudo... — puxou do bolso uma espécie de livro.

— Hagrid, não precisava! — Tori pegou o presente e o abriu — Ah, meu Deus. Me diz que não é quem estou pensando... — encarou o gigante com os olhos repletos de lágrimas.

O livro na verdade era um álbum, onde possuía uma única fotografia que se movia. Era uma garota ruiva ninando um bebê que parecia ser de poucos meses, enquanto o olhava de uma forma tão doce que confortou Tori imediatamente.

— Lily era uma mãezona e te amava muito! — Hagrid fungou e passou as mãos gigantes pelo rosto — Ela teria muito orgulho de você, Tori, não duvide disso nem por um segundo sequer! — pediu.

— Ah, Hagrid, obrigada por isso também... — voltou a abraçar o gigante, que desatou a chorar.

— Isso é um aniversário ou um velório? — Jorge perguntou, fazendo todos começarem a rir.

— Tem razão, Jorge. — a menina concordou e secou o rosto — Vamos atacar esse bolo? — encarou os amigos com um sorriso travesso.

— Achei que nunca fosse tocar nesse assunto! — Lino massageou a barriga de forma engraçada e lambeu a boca.

Jeniffer se aproximou do dono da cabana e se ofereceu para ajudar, recebendo uma resposta afirmativa e um sorriso gentil. A menina pegou os pratos e uma faca, logo cortando o bolo em várias fatias iguais.

Enquanto isso, Tori caminhou para perto da janela e ficou observando além, enquanto puxava sua gravata e arrumava o nó.

— Tem bolo para mim ainda? — uma voz conhecida a assustou.

Assim que se virou, encontrou Fred com seu típico sorriso divertido nos lábios, nem parecendo que estava zangado com a amiga antes.

— Frederico! — o sorriso de Tori quase alcançou a testa.

Os dois amigos se abraçaram, enquanto ele a erguia do chão e girava uma vez, só porque sabia que isso a faria rir. Dito e feito, a menina gargalhou e o acertou com uns tapinhas para ser liberta.

— Me desculpa pelas ignorâncias, eu estava meio irritado com umas coisas e não tinha direito de descontar em você, senhorita. — ele se desculpou enquanto a soltava e se afastava.

— Tudo bem, Fred. Eu bem que mereci suas desconfianças. Eu surtei... — a menina diminuiu o sorriso e suspirou.

— Esquece isso. Hoje é um dia especial e eu quero bolo! — abriu um novo sorrisão e se virou em direção à mesa — E aí, Jeniffer, tem jeito? — colocou as mãos na cintura.

— Folgado! — Tori riu e revirou os olhos, enquanto voltava a organizar sua gravata.

— Aqui, folgado. — Jeniffer entregou um prato para Fred e depois foi para perto de Tori — Aqui está, aniversariante! — entregou um outro para Tori.

— Obrigada! — ela agradeceu e pegou o prato.

— Tori, será que podemos conversar em particular? — a menina pediu, ficando séria de repente.

— Tudo bem, vamos ali fora. — apontou para a porta — Já voltamos, pessoal! — avisou para o restante.

As duas meninas seguiram para a saída da cabana, chegando lá fora e mantendo uma distância segura para conversar sobre qualquer coisa.

— Se lembra que eu estava procurando quem estava escrevendo os bilhetes misteriosos? — perguntou Jeniffer, recebendo um assentir positivo da outra menina — Tenho um suspeito número um. Na verdade, não tanto suspeito, está mais para confirmado mesmo. A caligrafia parece muito, só não vamos ter provas ainda! — mexeu os ombros.

— Ah, meu Deus, quem é? Fala, Jeniffer! — Tori parou de comer seu bolo e deu toda atenção para a menina.

— Eu sei que não deveria estar te contando agora. Afinal, é a sua festinha de aniversário... Mas, mas não deu, me desculpa, mas não dava para continuar te escondendo até voltarmos ao Castelo. — entrelaçou uma mão na outra, nervosa.

— Jeniffer, por favor! — suplicou Tori.

— Tudo bem, tudo bem. Tori, o dono da caligrafia semelhante é o professor Bangles. Eu espiei a caligrafia de alguns Sonserinos, porque para mim eram os suspeitos número um, pois os bilhetes te faziam mal. Eu espiei o professor Snape, e nada. Espiei até o Flint, mesmo se duvido muito que ele saiba escrever. Para não ser injusta, procurei alunos de cada casa, até pessoas próximas a você. Perdi todo esse tempo sendo que Bangles era o mais óbvio, não sei como não pensei antes! — gesticulou com as mãos enquanto falava.

— Ótimo. Depois eu vou procurá-lo só para ver se a caligrafia é realmente a mesma. Vai que deixei algum detalhe passar! — Tori abriu um sorriso animado — Vamos entrar? — apontou para a cabana de Hagrid.

— Sério que você ficou bem com isso? — Jeniffer duvidou.

— Sim. A senhora ajudou a tirar um peso das minhas costas e isso me deixou muito feliz, além do fato de terem se lembrado do meu aniversário. Estou feliz e nada vai mudar isso! — abriu a porta e deu espaço para a outra passar primeiro.

Mesmo não crente naquelas palavras, Jeniffer adentrou a cabana, sendo seguida por Tori, que pouco antes de fechar a porta, mudou a expressão radiante para uma séria.

Acabou mudando outra vez quando Olívio veio para perto dela, iniciando uma conversa animada. Os dois foram para perto da janela e enquanto o garoto conversava, Tori apenas assentia e sorria, onde seus olhar vagava além do vidro.

Estava conseguindo prestar atenção na conversa e responder alguma coisa, quando viu alguém passar muito rápido nas proximidades da cabana e descer em direção à Floresta Proibida. Parou na metade do caminho, virando o rosto para olhar para trás até focar na janela e abrir um sorriso estranho.

— Bangles... — murmurou Tori, sentindo o rosto todo perder o calor.

— O que disse? — Olívio fez uma careta e se virou para olhar a janela.

Mas não havia nada mais para ver.

— O professor Bangles, acho que vou levar uma pedaço de bolo para ele como forma em me desculpar! — a menina sorriu e seguiu até a mesa.

Notando que Jeniffer estava distraída em uma tentativa de se livrar do chá horrível, pela expressão dela, que Hagrid havia lhe servido, Tori pegou um pedaço de bolo e seguiu para a porta.

— Volto rapidinho. — ainda sorriu para o amigo, pouco antes de fechar a porta e sair para o terreno.

Tori deu a volta na cabana e colocou o pratinho de bolo no chão, enquanto se encurvava e ia de fininho para o outro lado, descendo com cuidado em direção à Floresta Proibida.

Nem sequer olhou para trás, temendo ser vista ou reconhecida por alguém. Permaneceu sorrateira até entrar entre a primeira fileira de árvores.

Se tivesse olhado para trás, talvez tivesse percebido alguém a seguindo discretamente, ainda pegando o prato de bolo e o comendo durante o caminho.

— Que desperdício! — reclamou, enquanto descia atrás da menina.

◾ ◾ ◾

Mesmo não tendo certeza se encontraria Bangles no mesmo lugar de sempre, Tori seguiu floresta à dentro contando as mesmas árvores de sempre. Contou vinte até encontrar a gaiola do Barrete-Vermelho vazia, junto a uma fogueira recentemente apagada e a bolsa que o professor sempre carregava consigo.

— Professor? — Tori chamou atenção, enquanto puxava sua varinha e olhava em volta.

Ninguém respondeu e a floresta seguiu em completo silêncio. Notando que estava sozinha, Tori foi para perto da bolsa e começou a vasculhar, colocando o braço até o fundo e puxando um livro. Assim que o trouxe para fora, reparou não ser o que pensava. Aquilo na verdade era o Diário de "A. R. L." que havia desaparecido há algum tempo e, pendendo para fora, o Mapa do Maroto.

— Então era verdade... É mesmo ele. — a menina pensou alto, enquanto voltava a guardar o diário e colocava a alça da bolsa no ombro.

Não encontrando quem procurava, Tori voltou a contar as árvores de volta para os Terrenos de Hogwarts, disposta a contar aos amigos sobre o Mapa, mesmo não sabendo bem qual história contaria sobre o reaparecimento repentino.

Parou apenas quando tropeçou em uma raiz, logo se recompondo e movendo o corpo para prosseguir. Mas algo a prendeu no chão, a mesma medida que ia sentindo algo subir em volta de sua perna.

Assustada, Tori olhou para baixo e notou que as raízes criaram vida e enlaçavam suas pernas pouco a pouco. Moveu o braço para usar algum feitiço, mas outra raiz a segurou muito rápido nos pulsos, fazendo a varinha cair no chão.

— Droga. Por que eu fui cochilar mas aulas de Herbologia? Por quê? — Tori reclamou, enquanto ficava cada vez mais imóvel pela planta.

— Algum problema, Victória? — Bangles surgiu de repente, encarando todo o sufoco da menina como algo normal.

— É isso? Vai me deixar aqui para morrer só porque sei que é o senhor quem me enviou aqueles bilhetes misteriosos? Oh, eu te surpreendi, não é? Acha mesmo que eu não ia descobrir quem escrevia, depois de sua burrice em não mudar a caligrafia? — a menina se mexeu violentamente para frente tentando se soltar, mas tudo o que conseguiu foi ser arranhada pelas raízes.

— Eu não tentei me esconder. Sabia que não mudando a caligrafia, uma hora você viria até mim. Eu quis que viesse até mim sem te forçar e você realmente veio! — o adulto abriu um sorriso de triunfo.

— Eu estou aqui, professor. Agora diz o que quer, diz o que tanto Dumbledore esconde de mim. Diz! — desarmada, Tori respirou fundo para não chorar, pois aquela não era hora de ser fraca.

— Quero esclarecer suas dúvidas de sábado. Queria saber sobre seus pais, então agora terá a chance de saber a verdade toda. Preferi te amarrar para evitar seus chiliques quando eu começar a contar a parte que eu tentei evitar e você insistiu. Porque vai doer, ah se vai! — fez uma gesto com a varinha e a varinha da menina voou para a mão dele.

Tori não sabia exatamente o motivo, mas ouvir a palavra "verdade" fez com que tremores percorressem por todo seu corpo e e garganta ficou seca. Não conseguiu dizer nada, nem mesmo soltar um gemido como protesto.

— Vou começar contando o que o tão respeitado Alvo Dumbledore não teve coragem de te contar, por te achar nova demais. Mas olhe só, hoje é seu aniversário e envelhece mais uma ano, o que te torna um pouco mais velha e madura o suficiente para ouvir tudo. Enfim, querida Marlene, quer começar pelo pior ou pelo melhor? Me permita sugerir o pior, porque depois você vai suplicar pelo melhor! — Bangles se moveu e começou a andar em volta da menina, que permanecia imóvel pelas raízes.

— Pode contar o que quiser, que não vou mesmo acreditar. O senhor deixou de ser alguém confiável faz tempo! — Tori enfim conseguiu encontrar sua voz, que saiu um tanto trêmula.

O professor Bangles caminhou até parar em frente a menina, que ficou imóvel e inexpressiva.

— Victória, Victória... Chega a ser injusto esse nome, pois te deram para deixar claro que é uma vitoriosa, sendo que nem te contaram tudo, nem saberiam como iria reagir diante da verdade, se iria se render ao fracasso ou dar a volta por cima. Mas vamos a história que te rendeu esse nome... — estralou as costas, antes de voltar a se encurvar para ficar da altura da menina — Victória, você é uma bastarda que sai por aí desfilando com pose de Potter, mas não é filha dele! — abriu um sorriso esquisito.

— Pare de mentir! — Tori tentou avançar, mas tudo o que conseguiu foi torcer seu pulso e sentir dor.

— Para quê toda essa agressividade? Estou sendo mais amigo do que Dumbledore, ou que sua tia Petúnia. Ambos sabiam de tudo e nunca te contaram. Eu estou sendo sincero, caramba! — deu um passo para trás e fez um bico — Eu sabia que você iria duvidar, então é só perguntar ao Dumbledore depois, talvez ele confirme, talvez continue mentindo. Quem sabe? — jogou os braços para o ar.

Ouvindo aquilo, Tori fechou os olhos com força por alguns segundos, tentando conter uma terrível vontade de chorar. Notando isso, Bangles foi para perto dela e tocou um ombro.

— Era uma vez uma garota muito bonita. Mas essa garota não era apenas exterior, ela era ainda mais bonita por dentro. Não era como as outras, que se importavam com coisas fúteis. Ela ignorava coisas bobas e se ocupava com coisas mais produtivas. Se tornou Monitora, obviamente, pois seu jeito de ser não passava a despercebido. — começou, se afastando e indo para a frente da menina.

Ele pegou dois dos bonecos pequenos que pensou em usar na última aula, movendo a varinha e fazendo com que criassem vida, obedecendo seus comandos.

— Foi isso que chamou atenção do grande vilão dessa história. Ele era de uma família puro sangue, que inclusive uma parente distante lutou ao lado do famoso Gellert Grindelwald na Guerra Bruxa. Esse rapaz não tirava seu tempo apenas para irritar inferiores, ele também era muito talentoso e se tornou destaque em feitiços de controle, seja do corpo ou intelecto. Começou com feitiços simples como Confundus e Immobilus, aperfeiçoando ambos. No último ano andou praticando de maneira ilegal feitiços mais graves como Obliviate e Legilimens, além de uma das Maldições Imperdoáveis, a Imperio. — continuou Bangles, fazendo os bonecos se moverem de maneira sincronizada — Ele era bom em tudo o que envolvia a manipulação, mas resolveu usar isso para o mal. É aí que sua aparição começa a se aproximar, Victória... — olhou para a menina e fez os bonecos flutuarem em um volta dela uma vez.

Tori permaneceu imóvel até que os bonecos se afastassem, então lançando um olhar choroso e assustado ao professor, que não parecia disposto a se calar.

— Ele era tão bom, que resolveu usar seus talentos logo após terminar os estudos, não demorando a se assumir como Comensal da Morte, o que ele muito se orgulhava. — fez o boneco erguer o braço rapidamente para o céu, onde uma pequena nuvem surgiu seguida por uma imagem de caveira, onde uma cobra saia de dentro da boca — Então no último fim de semana antes do início de um novo ano letivo em Hogwarts, a nossa adorável e inteligente garota teve o desprazer de encontrar o nosso vilão, a quem já não tinha bom relacionamento na época da escola, que sofria provocações e piadas cujo somente ele e os amigos achavam graça. Ela foi pega sozinha e desprevenida, forçada a fazer coisas que não queria. Eu observei tudo escondido, deixando o vilão achar que havia feito algo despercebido! — jogou um boneco em cima do outro.

— Pare de mentir. Minha mãe não sofreu nada, Harry e eu somos frutos de amor. Pare de inventar, Bangles, isso é feio! — Tori gritou para ele, muito irritada.

— Não me interrompa, Bastarda. Até parece que três anos não foram suficientes para sua mãe te educar! — ele também se irritou e fez a gravata da menina subir para a boca, a calando — Onde é que parei mesmo? Ah, sim, sim... Nossa garota sempre foi muito forte e determinada, e apesar dos horrores que viveu, voltou para Hogwarts como se nada tivesse acontecido, mesmo os amigos notando uma diferença gritante nela. — tirou o outro boneco e deixou um sozinho.

Abalada com toda aquela história maluca, Tori fechou os olhos com força e começou a respirar pesado. O esforço em não cair em um choro desesperado estava acabando com ela.

Mas o homem não parecia disposto a parar de falar. Não ainda, mesmo se sua aparência começou a ficar abatida.

— A consequência de seu ataque surgiu algum tempo depois, com uma gravidez aparentemente indesejada. Quem soube e soube o que gerou aquilo, sugeriu um aborto, mas um aborto estilo trouxa onde mataria o feto, mataria você. Mas a garota sempre foi Grifinória do primeiro fio de cabelo até a ponta da última unha do pé, e quis enfrentar aquilo, sendo talvez a luta mais difícil de sua vida, ou não. — Bangles parou para beber alguma poção, que o fez ficar um pouco mais corado — Os que souberam, sempre te trataram como uma "coisa", enquanto para a garota era apenas um bebê, o seu bebê! — abriu um sorriso.

Sem poder falar ou gritar para que ele parasse, o choro que Tori tanto custou para segurar veio a tona. Em pouco tempo o rosto estava completamente molhado, enquanto um olhar de horror encarava o professor.

— Não ouviu o que eu disse? Ela te amou, mesmo se saiu de um monstro. Pare de chorar, pare. Essa é a parte boa e era para servir como consolo... — Bangles usou um feitiço e um lenço surgiu da ponta da varinha, onde foi para perto da menina e começou a secar as muitas lágrimas — Eu vou te soltar, pois isso está te machucando. Não tente nenhuma gracinha ou vou te estoporar! — ameaçou, enquanto abaixava a gravata e as raízes começavam a afrouxar.

Mal foi solta e Tori caiu de joelhos, sentindo-se totalmente fraca e confusa por aquela história maluca, que possuía tantos bons detalhes que era difícil manter a ideia de que era tudo mentira.

— Você sabia que sua mãe era tão talentosa, que criou uma versão exclusivamente mágica do Uniforme de Hogwarts, além de outras roupas, cujo a fizeram manter o mesmo corpo de sempre, mesmo se por baixo do tecido a barriga crescia e crescia? Foi assim que ela escondeu a gravidez dos olhares curiosos, enquanto não terminava os estudos. Ninguém em Hogwarts além dos amigos, e eu, sabiam e eles fizeram um juramento de nunca espalhar aquilo. Eu nem precisei jurar, até porque eu era um detalhe desconhecido. — ele tentou entregar o lenço para a menina, que negou — Potter se aproximou dela logo que descobriu tudo, dando o apoio e maturidade que ela jamais esperou. Ele já era apaixonado por ela há anos, então acabou a pedindo em casamento e se oferecendo como disfarce quando não fosse possível esconder um bebê. Ele te assumiu como se você tivesse saído dele, descobrindo uma capacidade incrível em amar alguém. — outra vez um sorriso.

A leveza e tranquilidade de Bangles voltaram a irritar Tori, que fechou os olhos mais uma vez, soluçando entre o choro vez ou outra.

— Você nasceu no começo do último mês, antes do próximo que iniciariam as provas finais. Sua mãe se dividiu entre cuidar de você e estudar. E... Ah, como pude esquecer de um detalhe importante? Que cabeça a minha! Você não ficou em Hogwarts, obviamente, ficou em uma casa em Hogsmeade, onde pessoas confiáveis intercalavam durante o dia para te cuidar, até chegar a noite e os seus "pais" irem até lá. Dumbledore foi cúmplice disso até o fim das aulas, onde o casal se casou e logo depois pararam de te esconder, mesmo com tanto julgamento que receberiam. — Bangles passou as mãos pelos cabelos em um tique nervoso — Mas isso logo foi esquecido, quando passaram a negar Você-Sabe-Quem e se mostrarem fiéis a Dumbledore. O egoísmo de Lily logo foi esquecido, onde mentiu a paternidade da filha e ocultou o direito do verdadeiro pai! — apertou as mãos de uma tal forma que foi possível ouvi-la estralando.

— Direito? Que direito? O senhor acabou de me dizer que sou fruto de um estupro. Como esse monstro vai ter algum direito sobre mim? — Tori gritou, enquanto passava as mãos trêmulas pelo rosto — Aliás, quem é ele? Quem é? — a respiração se acelerou.

— Nossa, acabei me esquecendo de revelar o personagem chave desse intenso enredo, estou meio distraído hoje! — o professor deu um tapinha na cabeça e começou a rir.

— Fale logo. Sem enrolação, por favor! — suplicou.

Apesar de parecer querer causar angústia ao contar toda aquela história, Bangles ficou abatido diante daquela pergunta. Ele ficou sério e a palidez voltou ao seu rosto, parecendo tirar suas forças para até mesmo abrir a boca e falar.

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Notas finais do capítulo

❝| A intenção era revelar a paternidade da Tori nesse capítulo, mas preferi deixar no próximo, exatamente sendo a primeira frase que digitei nele. Não me matem, até porque vocês sabem que eu ando postando rapidinho e logo vou liberar outros capítulos.|❞