A Bastarda de Lily Potter - LIVRO 1 escrita por thaisdowattpad


Capítulo 33
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Capítulo Trinta e Três
Efeitos de um Ataque.

Depois de muita discussão, foi Cedrico quem deixou Tori em frente a Comunal da Grifinória antes de seguir para a sua. A menina ficou com um bico enorme, pois detestava ficar preocupada, ainda mais quando podia evitar.

— Não fique assim. Você sabe que é obrigação de qualquer cavalheiro deixar sua dama em segurança antes de qualquer coisa! — Cedrico apertou de leve o queixo dela para fazer graça.

— Mas a donzela aqui é o senhor, pois foi o atacado. Eu estou bem e saberia me defender contra esse doido! — tirou a mão do menino e a segurou — Anda, Cedrico. Eu te deixo lá rapidinho e volto mais rápido ainda. Não vai acontecer nada comigo! — insistiu.

— Nada feito. — o menino negou — Boa noite, heroína! — se despediu e aproximou do rosto dela, mesmo sem a intenção em fazer o que parecia.

Tori fez uma careta estranha, antes de dar um pulo para trás e estender a mão. Cedrico a apertou e logo depois os dois se viraram para lados opostos.

— Me desculpa por hoje... — Tori falou algum tempo depois, fazendo o menino recuar e a encarar — Eu invadi um espaço que não deveria só porque me senti desafiada. O senhor não merecia essa loucura toda. Então eu sinto muito! — pediu.

— Está tudo bem, Tori. Não estou chateado, até porque você é minha amiga agora. Não é como se eu tivesse sido agarrado por uma pessoa qualquer, é alguém que eu gosto. Não precisa se desculpar. — Cedrico mexeu os ombros e sorriu.

— Sabe que pensando por esse lado até que melhora as coisas? Foi um amigo, não um qualquer! — um enorme sorriso se abriu no rosto da menina — Boa noite, amorzinho. — riu e entrou na Comunal.

Assim que a porta se fechou, o rosto de Tori se apagou outra vez. Ela puxou sua varinha e olhou em volta, cada canto, enquanto lágrimas inundavam seus olhos e uma respiração pesada iniciava.

Devagar, ela subiu os degraus para o dormitório das meninas, enquanto ainda se mantinha em alerta. Usou Lumos para ver se não havia algum intruso por ali ou algo que colocassem todas em perigo. Concluindo que tudo estava seguro, ela se abaixou perto da janela do quarto e chorou baixinho enquanto puxava as pernas para perto do corpo e as abraçava.

— Estava com o Cedrico? Aconteceu alguma coisa? — uma voz conhecida sussurrou.

Tori ergueu o rosto e se surpreendeu ao encontrar Rita parada diante dela, com o rosto meio amassado. Mas não conseguiu responder, apenas deu espaço convidando-a para se sentar e esperou.

Assim que a menina se juntou a ela, Tori a abraçou forte enquanto tremia e chorava.

— Acho que não estou pronta para lutar e não sei se um dia vou estar. A ideia de machucar alguém me aterroriza, Rita. Como vou proteger meu irmão desse jeito? — soluçou enquanto um novo tremor percorria seu corpo.

— O que aconteceu, Tori? Me conta, se isso for te deixar melhor. — Rita desapertou o abraço e segurou as mãos da menina.

— O Bangles... — Tori começou — O Bangles surtou e tentou jogar o Cedrico da Torre de Astronomia! — chorou mais ainda.

— Meu Merlin! — levou as duas mãos até o rosto — Tori, isso é muito grave, você tem que contar ao Dumbledore! — continuou, voltando a segurar as mãos da amiga.

— Não, eu não posso. Não ainda. Eu não tenho provas e ele parecia péssimo quando isso aconteceu, como se Cedrico tivesse dito algo que o machucou, mesmo se não disse nada de grave. Eu estou muito confusa com tudo isso e não tenho como provar nada! — negou e soltou suas mãos, as levando para o rosto e tirando boa parte das lágrimas.

— Tudo bem. Mas tomem cuidado, acho que Bangles pode tentar algum contato com vocês, talvez alguma ameaça, talvez até algum feitiço! — pediu Rita, alarmada.

— Por que acha que estou tão aterrorizada? Eu tenho medo dele machucar o Cedrico, até porque eu que o envolvi nisso tudo. Qualquer coisa que acontecer a culpa será toda minha! — novas lágrimas surgiram, enquanto a menina tentava secar cada uma delas — Mas tudo bem. Eu vou ser corajosa e vou resolver tudo. Se ele quiser machucar o Cedrico, vai ter que passar por mim primeiro! — disse, determinada.

— Levando em consideração seu tamanho e nas aulas nada proveitosas de DCAT nos últimos meses, não vai ser muito difícil Bangles passar por você. — Rita falou, com uma pontadinha de humor.

— Sua boba, a senhora deveria estar tentando me deixar melhor, não me desanimando. — Tori acabou rindo junto — Mas obrigada por me ouvir, Rita. Se não fosse a senhora, eu poderia explodir! — agradeceu.

— Só tentei ser um porcento do que você é e fiz por você o que fez por mim. Não poderia te dar as costas justo quando precisa de alguém... — se justificou, um pouco sem jeito.

— Obrigada, de verdade. — agradeceu outra vez e puxou a menina para um outro abraço.

— Quer que te faço companhia enquanto não consegue dormir? — Rita se ofereceu enquanto desapertava o abraço alguns segundos depois.

— Não precisa, eu já estou exausta e morrendo de sono. — forçou um bocejo e se levantou — De qualquer forma, obrigada! — agradeceu.

— Por nada. E boa noite, Tori! — se despediu enquanto seguia para sua cama.

— Boa noite, Rita! — devolveu o cumprimento enquanto retirava os sapatos e subia na cama.

O silêncio voltou a se instalar no quarto, sendo quebrado apenas pelo som da chuva batendo contra a janela e o som de trovões vez ou outra.

Tori se cobriu até metade da cabeça, deixando de fora apenas os olhos bem abertos e atentos. Ela colocou a mão embaixo do travesseiro, que segurava a varinha e estava pronta para usar, se preciso.

A noite seria mais longa do que o esperado para a menina.

◾ ◾ ◾

— Tori, o que está fazendo aqui de novo? — Cedrico perguntou, avistando a menina assim que saiu de sua Comunal.

Assim como no amanhecer após o ataque, Tori havia acordado bem mais cedo do horário do café na manhã de segunda-feira e ficou esperando Cedrico sair. Por mais que Bangles tivesse sumido outra vez durante o restante do fim de semana, ela não conseguiu sentir paz.

— Desculpa, não consegui evitar de novo... — Tori se desculpou, enquanto se levantava e batia o pó acumulado no uniforme ao se sentar no chão — Vamos para o Salão? — abriu um sorriso não muito animado.

— Tori, você tem de parar com isso, tem que desencanar. O Bangles só teve um momento ruim, ele não vai mais me procurar. Seria arriscado demais com Dumbledore aqui e ele não é burro de se arriscar! — falou, enquanto a abraçava pelos ombros e os dois começavam a andar — Você está com uma aparência péssima, aposto que nem está dormindo. Daqui a pouco vão começar a me olhar torto achando que tenho algo a ver com isso... — usou um tom brincalhão.

— Desculpa, não queria te preocupar. Mas não posso não me preocupar só porque isso te afeta. — a menina suspirou — Prometo amenizar quando o professor Bangles aparecer e eu conseguir falar com ele. Quando ele resolver manter distância, eu deixo o senhor em paz. — garantiu.

— Tudo bem. — assentiu Cedrico.

Os dois seguiram para o Salão Principal iniciando um outro assunto, algum aleatório. Era uma tentativa do menino em esquecer aquela situação que tanto estava perturbando a namorada.

◾ ◾ ◾

Como de costume, as aulas dos primeiranistas da Grifinória e Corvinal começariam em DCAT. Sabendo disso, Tori conseguiu inventar uma boa desculpa para os amigos e saiu alguns minutos antes do fim do café da manhã.

Com a varinha escondida dentro da manga da camisa do uniforme, a menina seguiu até a sala de aula enquanto tentava ao máximo controlar todas as suas emoções e uma terrível vontade de chorar e sair correndo. Mas precisava enfrentar aquilo. Afinal, a culpa era sua.

Um barulho saiu de dentro da sala de aula revelando que havia alguém ali. Percebendo isso, Tori desceu um pouco mais sua varinha e segurou sua ponta com a mão fechada. Tomou coragem o suficiente e entrou sem se anunciar antes, encontrando justamente quem procurava.

— Oh... Olá, Victória, como vai? — assim que a percebeu, Bangles sorriu.

— Bem. — a menina respondeu, seca, enquanto colocava o braço da varinha para atrás das costas.

— Certeza? — o sorriso se reprimiu.

— Por que está agindo como se nada tivesse acontecido? — Tori elevou um pouco o tom de voz, mesmo se arrependendo depois.

— Do que está falando? — Bangles soltou um riso nervoso.

— Se isso for algum joguinho, saiba que eu já entendi tudo. Não adianta fingir que nada aconteceu, isso só mostra que é pior do que parece! — ela se irritou com aquele cinismo todo.

— Tudo bem, você está bem irritada, eu já entendi. Mas eu quero saber o motivo, não tem joguinho nenhum, eu realmente não sei do que está falando! — o adulto se sentou na ponta de sua mesa e pareceu muito sincero.

Tori o encarou atentamente, analisando cada mínima atitude, mínimo gesto. Se sentiu ainda pior quando percebeu que o professor falava a verdade.

Ou mentia muito bem.

— O senhor quase jogou o Cedrico da Torre de Astronomia, não se lembra? — perguntou, enquanto afrouxava sua gravata.

— Eu... Não. — dito isso, Bangles se levantou da mesa muito rápido, indo para frente.

Com o susto e surpresa, Tori puxou sua varinha e se defendeu, mesmo não sabendo do quê.

— Estupefaça! — atacou e atirou o professor para longe de si.

Tremores começaram a percorrer o corpo da menina logo depois, parte adrenalina e parte pavor. Isso piorou quando ouviu vários sussurros às suas costas e se virou, vendo que o restante da turma havia chegado e visto tudo aquilo.

Sem saber ou ter o que falar, Tori apenas encarou a mão de sua varinha, cujo ainda tremia. Depois, voltou a se virar e encarar o corpo estuporado de Bangles.

— Ela atacou um professor. Atacou um professor! — ouviu alguém comentar, muito surpreso.

  — Expelliarmus! — uma voz conhecida pronunciou e tomou a varinha dela.  

Aflita pela falta de sua varinha, Tori se virou e a encontrou na mão de Fred. Isso a machucou, pois quem deveria confiar nela havia feito o contrário.

— Ela tem um bom motivo para isso! — Rita se intrometeu.

— Nada justifica atacar um professor, ainda mais o professor Bangles! — outra pessoa rebateu.

— Tem razão. — Tori enfim falou — Eu o ataquei sem razão, ele não me fez nada diretamente! — confessou.

Dezenas de "Oh's" foram ouvidos em sincronia, todos chocados demais com aquela confissão. Principalmente seus amigos, que não conseguiam entender o que estava acontecendo com a menina.

— Será que podem chamar logo o senhor Filch? Não quero mais atrapalhar a aula. — cruzou os braços e suspirou.

◾ ◾ ◾

Assim como na primeira vez que foi levada por Filch, Tori outra vez sofreu com o forte aperto em seu braço e em sua consciência ao ser arrastada para a sala do Diretor.

— Finalmente! — Filch falou, soltando um riso que parecia arranhar sua garganta — Finalmente vai ter o que merece. Dê adeus à Hogwarts, peste! — era evidente sua alegria.

Tori nada respondeu. A ideia em ser expulsa de Hogwarts travou sua garganta de uma tal maneira que ela nem conseguia soltar ruído algum. O único som que produzia era de sua respiração pesada.

O coração acelerou um pouco mais quando pararam em frente a uma gárgula de pedra não muito bonita.

— Sapos de Chocolate! — Filch falou, causando uma careta confusa na menina.

Mas logo as dúvidas desapareceram quando a gárgula ganhou vida e afastou-se para o lado, ao mesmo tempo que a parede atrás dela se abria em dois. Provavelmente as palavras estranhas eram uma senha.

Os pensamentos de Tori foram interrompidos quando Filch voltou a puxá-la de maneira bruta, arrastando-a por uma escada em caracol. Eles mal pisaram no primeiro degrau e um barulho seco às costas revelou que a parede havia se fechado. Obviamente a menina não pôde olhar, pois estava sendo difícil acompanhar os passos tão apressados do zelador.

No alto da escada eles desceram, Filch bateu em uma porta e esta se abriu silenciosamente, por onde os dois entraram. Ele voltou a arrastar a menina, continuando a segurá-la mesmo quando o Diretor apareceu.

— Atacou um professor. — Filch revelou — A peste atacou um professor desarmado e tem de sofrer consequências terríveis, senhor Diretor! — rosnou.

— Eu sei bem quais consequências tomar, Argo, obrigada. Agora será que pode soltá-la e nos dar licença? — Dumbledore caminhou calmamente até a frente de sua mesa.

— Mas senhor Diretor, ela... — o zelador tentou rebater, mas foi interrompido.

— Obrigada, Argo. Suponho que saiba o caminho até a saída, sim? — apontou para a porta.

Contrariado mais uma vez, Filch soltou o braço de Tori com certa rigidez, entregou a varinha dela ao superior e saiu mancando para a porta, que se fechou atrás dele.

Sozinha com o Diretor, que às vezes esquecia ser seu Padrinho, Tori relaxou a postura e segurou o braço que fora apertado, enquanto encarava os próprios pés.

— Vai me expulsar, não vai? Eu usei magia fora de aula para atacar um professor e eu já tinha azarado um aluno antes. Vou ser expulsa, não é? — suspirou e ergueu os olhos, encarando o Padrinho com dezenas de lágrimas embaçando sua visão.

— Não posso fazer nada sem antes saber exatamente o que aconteceu. Não seria justo! — Dumbledore mexeu a cabeça — Me conte, então. — pediu e esperou.

— Eu fui procurar o professor Bangles na sala de aula dele. Bem antes disso, ele teve atitudes estranhas mais de uma vez. Eu me precipitei na sala achando que ele iria me atacar, então o ataquei primeiro... — fungou e segurou o pulso.

— Atitudes estranhas? Quais atitudes? — o Diretor ficou sério.

— Não posso te contar mais nada, Padrinho, eu lamento. Não tenho certeza e nem provas, não quero falsas acusações. Se eu não fosse expulsa, ia poder te contar em breve, quando eu descobrisse alguma coisa. Mas não vai ser possível... — Tori lamentou e subiu as mãos até o rosto.

— Mas não vai ser expulsa. Só precisará se retratar com o Professor e prometer não mais repetir esse gesto baixo. — a encarou por cima dos óculos.

— O senhor não está me favorecendo por ser sua Afilhada, está? — perguntou, unindo as sobrancelhas em desaprovação.

— De maneira alguma. Victória, você não me passa ameaça alguma. Se passasse, certamente não estaria aqui. É só uma criança amedrontada aprendendo com o próprios erros, porque sei que eles lhe ensinam muito bem. — explicou Dumbledore — Um Sapo de Chocolate iria melhorar esse rostinho? Suponho que sim! — se virou para sua mesa e pegou uma embalagem ali, a estendendo para perto da menina.

— Obrigada, Padrinho. — Tori pegou a embalagem e a abriu.

Antes que ela pudesse pegar o chocolate, o Sapo criou vida e escapou, pulando para a mesa de Dumbledore, que achou graça naquilo e riu.

— Que espertinho! — sorriu e pegou sua varinha, fazendo o Sapo levitar até as mãos da afilhada.

Ele havia voltado a ser imóvel, apenas um doce como outro qualquer. Tori deu uma mordidinha, enquanto o olhar vagava pela sala pela primeira vez e a boca se abria em surpresa. Estava tão chateada e assustada que nem havia reparado na sala do Diretor.

Era uma sala bonita e circular, cheia de ruídos engraçados. Haviam vários instrumentos de prata  curiosos sobre mesas de pernas finas, que giravam e soltavam pequenas baforadas de fumaça. As paredes estavam cobertas de retratos de antigos Diretores e Diretoras, onde todos cochilavam em suas molduras.

— Tem mais alguma coisa que queira falar, ou até mesmo me perguntar? — Dumbledore tirou a menina dos devaneios, que o encarou por alguns segundos.

— Não senhor, Padrinho... — negou, enquanto abaixava o olhar para o doce em sua mão — Eu te contei tudo. — suspirou.

Dumbledore ainda ficou alguns segundos em silêncio diante daquela resposta, que certamente não era a que ele procurava. Mas quando Tori pensou que estava encurralada e teria que contar tudo, o adulto devolveu a varinha para ela.

— Use com sabedoria! — sorriu um pouco.

— Vou usar! — sorriu de volta, mesmo sentindo que o resto do rosto não acompanhou seus lábios.

◾ ◾ ◾

Assim que saiu da sala de Dumbledore, Tori seguiu de volta para a Comunal, que estava completamente vazia, e deitou em uma poltrona. Por estar com tanto sono e cansaço acumulado, acabou adormecendo instantaneamente.

Só não soube ao certo se dormiu por minutos, horas ou dias. Mas acordou tão exausta do que antes, assim que ouviu alguns sussurros ao seu redor.

— ...Acorde você, afinal é o mais preocupado! — conseguiu distinguir a voz de Lino.

— Mas e se ela ainda estiver brava e nos atacar? — Fred parecia amedrontado.

 Não vamos saber de nada se ninguém chamar por ela! — Rita se irritou com os dois.

— Não precisa. — Tori abriu os olhos e percebeu que todos se afastaram — Eu estou acordada faz alguns segundos. O que querem? — secou uma baba no canto da boca.

— Está tudo bem? Como foi com Dumbledore? — Olívio foi o único a chegar mais perto.

— Ele me deu uma nova chance, pois contei meus motivos. Hum... Será que podem parar de me olhar como se eu fosse o Voldemort em pessoa? — pediu e encarou as outras pessoas na sala, que a encaravam de maneira nada discreta.

— Vão cuidar das suas vidas! — Erin, a artilheira da Grifinória, resmungou para os curiosos.

Imediatamente eles dispersaram.

— Que ótimo, eu voltei a ser centro das atenções. — suspirou Tori, abaixando o rosto e encarando as próprias mãos.

— Você é filha de Lily e Tiago Potter, irmã do Menino que Sobreviveu. Acha mesmo que um dia passaria a despercebida? — Carlinhos falou e sorriu de leve — Anda, melhore essa cara. Eu acredito que fez o que fez porque teve motivos! — continuou, cutucando o ombro dela algumas vezes até conseguir um sorrisinho.

— Obrigada por não se afastarem de mim por causa dessa confusão toda. — Tori agradeceu e encarou a todos, parando por último em Fred, que parecia mais sério do que um dia conseguiu ser.

— Daqui a pouco todo mundo esquece. Principalmente pela fama de esquisitão do professor Bangles. Dele dá para esperar tudo! — Olívio, que havia se sentado na frente da poltrona, se levantou.

Um a um, o pessoal do time dispersou dali, deixando Tori apenas com os amigos de sempre. Eles se sentaram diante da poltrona onde a menina estava e iniciaram um papo descontraído, enquanto Fred permanecia calado.

— Pode se aproximar, eu não mordo. — ela o chamou.

— Você estava com a aparência horrível desde domingo, e geralmente você fica assim quando não dorme direito e não dorme direito quando está preocupada. O que aconteceu, Tori? — Fred se aproximou e se sentou no braço da poltrona, encarando a amiga atentamente.

— As provas finais estão chegando e isso me preocupada. — levou a mão ao pulso.

— Provas finais? Tori, eu sei quando está escondendo alguma coisa! — apontou para as mãos dela, que tentou disfarçar mudando de posição.

— Não é nada, Fred. Nada que eu não consiga resolver sozinha! — a menina abriu um sorriso e girou o olhar até Rita, onde trocaram olhares significativos.

— Nada, não é? Como quiser! — duvidou Fred, levantando-se rapidamente e subindo para o dormitório dos meninos.

Diante disso, os olhos de Tori inundaram-se de lágrimas. Estava mais uma vez escondendo coisas dos amigos. O seu consolo era que esconder era para o próprio bem deles.

— Não liga não, Tori. Ele está azedo faz algum tempinho. Nem Jorge que o conhece desde sempre, está conseguindo entender. Mas não liga não, não é culpa sua! — disse Lino, tentando dar consolo para a amiga. 

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Notas finais do capítulo

❝| Nesse capítulo usei trechos do livro Harry Potter e a Câmara Secreta, mais especificamente a descrição do escritório de Dumbledore. Créditos à JK por isso.|❞