A Bastarda de Lily Potter - LIVRO 1 escrita por thaisdowattpad


Capítulo 28
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Capítulo Vinte e Oito
O aniversário dos Gêmeos. parte 1

Os dois amigos seguiram para o sétimo andar e subiram até a Torre de Astronomia, onde obviamente não teria ninguém além deles e poderiam conversar sobre qualquer coisa sem serem interrompidos.

— O que tem de tão grave para me contar e que não poderia ser em qualquer lugar, Olívio? — Tori caminhou alguns passos enquanto observava os detalhes em volta.

O garoto seguiu até a beirada do lugar, apoiando suas mãos no parapeito e observando a vista além. Ele soltou um suspiro pesado, antes de se virar e ficar encostado ali.

— Quando eu olho para você, consigo ver minha irmã. — Olívio falou, encarando a amiga fixamente.

— O senhor tem uma irmã? Eu não sabia... — se espantou.

— Tive, hoje não tenho mais. — lamentou — Nós a perdemos na Guerra Bruxa certa vez quando nossa casa foi atacada. Eles estavam em busca de mais aliados talentosos para Você-Sabe-Quem e não davam a opção de recusar. Minha mãe aceitou, temendo pelo bem estar de sua família, mas meu pai era honesto demais para se rebaixar a isso. Então a consequência na recusa veio logo em seguida, eles não se importaram com a presença de duas crianças ali e machucaram meu pai e não pararam até... — deu uma pausa e pigarreou, como se algo em sua garganta o incomodasse.

Entendendo do que se tratava e chocada demais com o que o estava ouvindo, Tori caminhou até o amigo e segurou uma de suas mãos, passando todo o apoio que conseguia.

— Minha irmãzinha se desesperou e acabou atacando um Comensal com seu ursinho de pelúcia. Mesmo sendo apenas uma criança, ele a atacou de volta. Mesmo estando em desvantagem e sem chance alguma de machucá-lo, ele percebeu que ali estava sua vingança perfeita e ele... — Olívio teve dificuldade em continuar mais uma vez — Ele a matou diante dos nossos olhos, Tori! — soltou sua mão e escorregou para se sentar no chão, abraçando os joelhos.

— Olívio, eu sinto muito. Sinto muito que tão novo tenha passado por isso! — Tori se ajoelhou na frente dele e apertou o pulso em um gesto de nervosismo.

— Tori, é por isso que eu te protejo tanto. É como se fazendo isso, de alguma forma uma culpa sai de cima dos meus ombros. Eu como irmão mais velho não protegi minha irmã... Eu poderia tê-la segurado, poderia eu mesmo defender meu pai, poderia... Tori, eu não fiz nada, nada! — soluçou e apertou uma mão no rosto — Ao te ver sendo agredida de alguma forma e ainda assim tão corajosa em enfrentar tudo isso de cabeça erguida, me lembrou minha irmã. E dessa vez eu não pretendo ver e ficar de braços cruzados. Nunca vou deixar que te façam algum mal e não revidar depois! — deixou claro.

— Olívio, eu já te falei que não precisa disso. Eu sei me cuidar... — colocou uma mecha do cabelo por trás da orelha e abaixou o rosto.

— Precisa sim. Tori, olhe só para você... — o garoto tocou o queixo dela e a fez erguer o rosto — É educada, simpática, inteligente, se importa com os outros, é super protetora, coloca as necessidades dos outros na frente das suas... Tipo agora, que te encontrei chorando e muito nervosa, mas ainda assim aceitou vir me ouvir. Eu queria ser 1% do que você é, mas não passo de um egoísta como todo mundo costuma ser. — recolheu sua mão e secou suas lágrimas.

— Não. Imagine, Olívio, olhe só o nível do seu problema perto do meu. Eu só estava com frescurite infantil! — Tori negou e tirou um pouco do seu peso nos joelhos.

— Se é para comparar, você também perdeu pessoas que amava na Guerra. Ainda assim está aí, de cabeça erguida tentando consolar o chato do seu amigo. E com sucesso, pois é a primeira vez que consigo falar sobre minha irmã sem chorar feito um doido e precisar urgente de uma poção calmante! — relembrou Olívio, rindo de leve e fazendo a amiga abrir um sorriso animado.

— Acredite, dói muito ser sempre tão "cabeça erguida". Mas eu tenho que ser assim, não tem ninguém para fazer isso por mim... — disse, voltando a se sentar nas pernas.

— É, tem razão. Acho que vou tentar aderir isso! — sorriu — Vamos voltar? Daqui a pouco vão dizer que estamos tendo um caso... — se divertiu com a possibilidade.

— Deus me livre! — Tori se levantou rapidamente do chão — Quer dizer... Não que o senhor seja tão terrível assim... Aliás, não tem nada de terrível, caso tenha parecido que eu quis dizer isso, mas eu não disse. Não e... Vou parar de falar agora e nós vamos embora. Ótima idéia? Ótima! — se atrapalhou um pouco nas palavras.

— Vamos, irmãzinha! — a abraçou pelo pescoço e a fez caminhar até a escada.

— Concordo! — ela riu.

◾ ◾ ◾

Depois da conversa, os dois amigos seguiram para a Salão Principal para o horário de almoço. Mais uma vez Tori travou no meio do corredor, se acovardando em ir se sentar com os amigos. Percebendo isso, Olívio voltou para perto dela e a empurrou pelos ombros em direção ao mesmo lugar de sempre.

— Cabeça erguida, lembra? — relembrou e se afastou.

— Olívio... — o chamou entre os dentes, mas ele já estava longe.

— Tori, tudo bem? — Fred perguntou, enquanto abria espaço para ela se sentar.

— Sim. — assentiu — E o senhor? — se sentou em seu típico lugar, mas não sem antes reparar na ausência de Lino ali.

— Você sumiu. O que aconteceu? Eu não entendi muito bem a situação lá no nosso lugar. — o amigo perguntou, disfarçando sobre A Casa dos Gritos.

— Encontrei um bilhete com meu nome mais uma vez. Eu já tinha encontrado um algum tempinho antes e esse novo bilhete me fez surtar. Estou cansada de tantos mistérios! — puxou um prato para perto de si e começou a se servir.

O assunto foi encerrado quando Lino apareceu e se sentou no mesmo lugar de sempre, logo começando a se servir. Ele encheu o prato até começar a cair um pouco para os lados e encheu um cálice de suco, logo o bebendo todo em poucos goles.

— Nossa, que suco delicioso! — comentou, logo pegando um pouco mais — Uh, costelinhas! — colocou o cálice de lado e pegou uma costelinha, dando várias mordidas na carne até encher a boca.

— Calma, meu parceiro, não precisa comer como se não houvesse mais comida de onde essa veio! — Jorge achou graça naquilo.

— Será que vai ter tortinha de abóbora depois? — o ignorou, falando de boca cheia.

— Lino? — Tori o chamou.

— Talvez pudim? Nossa, eu amo pudim! — continuou, pegando o cálice outra vez e derrubando um pouco do conteúdo em suas vestes — Caramba! — ele riu daquilo.

— Lino, pare com isso. — ela voltou a pedir ao amigo.

— Acho que vou visitar a cozinha depois, pois não sei se isso aqui será suficiente... Ou eu podia guardar um pouco nos bolsos. Isso, é uma boa idéia! — pegou uma coxa de frango de seu prato e a enfiou no bolso.

— Lino Jordan! — gritou Tori, enfim conseguindo atrair a atenção do menino.

Os outros amigos pararam o que estavam fazendo e ficaram a encarando com curiosidade, assim como notaram as esquisitices de Lino. O menino colocou a coxa de volta em seu prato e suspirou, ficando calado por alguns segundos.

— Tudo bem, tudo bem... Eu estou tentando fingir que estou bem, que o pé na bunda que eu levei nem doeu, mas... Eu sou um péssimo fingido e eu fiquei meia hora no banheiro chorando em posição fetal. Satisfeita, Victória? — desabafou, enquanto limpava as mãos oleosas em um guardanapo.

— Espera... Você levou um pé na bunda da Tori? E por isso estava no chão quando o encontramos logo após ela gritar? — supôs Jorge, largando imediatamente seu garfo.

Antes que alguém pudesse responder, Fred começou a rir alto sendo acompanhado pelo irmão e as amigas. Tori lançou um olhar desagradável para eles, enquanto Lino soltava o pano de prato e respirava fundo.

— Estou satisfeito de repente, que estranho. Com licença, amigos! — se levantou e saiu rápido dali antes que alguém pudesse impedi-lo.

Tori ficou encarando as costas do amigo por um tempo, antes de se levantar e bater na mesa tão forte que fez algumas pessoas olhar e o riso dos amigos cessar imediatamente.

— Por que os senhores sempre fazem isso? Se dizem ser tão amigos, mas tem atitudes de inimigos. Que coisa mais feia. Se for para ter amigos que debocham da dor de alguém, então eu prefiro voltar a ser como era antes, podendo contar apenas com o meu irmão e uma vizinha apaixonada por gatos! — rosnou e afastou as mãos da mesa — Agora com licença, que vou ser para o Lino algo que os senhores não devem saber o que é: amiga de verdade! — se virou muito rápido e seguiu para a saída do lugar.

Tori saiu caminhando do Salão Principal muito apressada, pois imaginava que teria muita dificuldade de encontrar o amigo. Mas para sua completa surpresa, ao passar pela porta o encontrou um pouco cabisbaixo. Ele disfarçou quando a viu se aproximar.

— Lino, por favor, eu... — Tori tentou começar a se explicar, mas foi interrompida.

— Não, Tori, eu estou bem. Eu realmente estava satisfeito, por isso sai no meio do almoço. Pode voltar tranquila para lá! — era notável que ele estava mentindo, pois o sorriso que ele abriu em seguida não alcançou os olhos, eles diziam outra coisa.

— Eu sei que está mentindo e não vou deixá-lo em paz enquanto não conversarmos. Eu fui um pouco rude e quero me desculpar! — a menina insistiu e ficou na frente dele, para caso tivesse que evitar uma fuga.

— Não foi rude coisa nenhuma, eu que fui intrometido e mereci o que aconteceu... — Lino tentou passar a culpa para si.

— Eu como sua amiga deveria ter agido de outra forma, e não ter saído correndo e chorando como se a coisa mais absurda do mundo tivesse acontecido. Aquilo não foi um absurdo, eu que surtei porque... Bom, Tori sem surtar não é Tori, não é mesmo? — abriu um sorriso nervoso e coçou a cabeça.

— Vamos esquecer isso. — pediu e tentou sair andando, obrigando a menina a entrar em seu caminho.

— Se vai te magoar, eu prefiro esclarecer as coisas primeiro! — disse ela, firme.

— Tudo bem. — assentiu.

— Olha, não é nada pessoal, é só questão de idade e maturidade. Eu sei que pareço uma mãe às vezes, mas no fundo eu sou só uma criança querendo fazer coisas de criança. Beijar não é uma delas. Não estou pronta para isso e acredito que nem o senhor, ou o Fred e Rita estavam, ou Jorge, Angelina e Alicia estão. Cresci muito nesses últimos meses, mas não o suficiente para um passo tão grande quanto esse. Então me desculpa, mas não posso te retribuir, não agora... Mas, quando eu estiver pronta, quem sabe? Mas não muda comigo, por favor! Você se tornou meu Porto Seguro por aqui, alguém que eu posso desabafar qualquer coisa e que não vai surtar com isso, que não vai sair batendo nas pessoas por mim, que eu posso contar tudo. Então por favor, seja meu amigo de antes! — muitas lágrimas se formaram nos olhos de Tori, que levou a mão ao pulso e o segurou.

— Tudo bem, Tori. Mas... Posso fazer inveja nos meninos que sou seu Porto Seguro? — um sorriso acompanhado de bom humor iluminou o rosto de Lino outra vez.

— Não, Lee! — negou e secou suas lágrimas.

— Eu tentei... — riu — Abraço de reconciliação? — perguntou, abrindo os braços devagar.

— Abraço de reconciliação! — Tori abriu um enorme sorriso e pulou em cima do amigo, quase o derrubando.

Os dois riram logo depois e o silêncio veio fazer companhia, ficando ali com eles por alguns minutos. Até o garoto resolver expulsá-lo.

— Tori, acho que seus pais teriam muito orgulho da pessoa que você está se tornando, porque eu tenho orgulho de você. — comentou Lino, enquanto desapertava o abraço.

Tori o encarou e sentiu seus olhos se enchendo de lágrimas outra vez. Ela acabou abrindo um novo sorriso e puxou o menino para outro abraço.

◾ ◾ ◾

Algum tempo depois |

Com a proximidade de Abril, todos os alunos começaram a focar nos estudos para estarem prontos em suas provas finais dali alguns meses. Tudo o que não estudaram no ano todo, tiraram algum tempo para estudar.

Tori, por outro lado, estava tranquila, mesmo se isso te fizesse se sentir muito culpada. Sabia que a matéria que se daria muito bem era DCAT, enquanto os amigos não teriam tanta sorte. Várias vezes durante suas aulas cogitou contar para eles, já havia confrontado o professor Bangles, mas sempre acabava desistindo. Não era justo encrencar quem a estava ajudando, assim como não era justo esconder tantas coisas daqueles que chamava de amigos.

No último dia de Março, Tori se irritou mais do que o de costume com as meninas, irritações bobas. Tinha a impressão que elas estavam escondendo alguma coisa, mas ficava menos irritada quando percebia que os gêmeos e Lino estavam tão desinformados quanto ela.

— Estou dizendo, elas estão escondendo alguma coisa. Minha intuição está gritando isso em meus ouvidos! — comentou com eles quando estavam estudando só os quatro na biblioteca.

— Acho que você está doida, para variar! — debochou Fred, tendo de se esquivar para não levar um tapa.

— O que vamos aprontar amanhã? Tem que ter alguma coisa genial, pois é aniversário de vocês! — Lino perguntou encarando os dois amigos.

— É aniversário dos senhores? E não me contaram nada? Argh! — resmungou Tori, juntando todas as suas coisas muito apressada e saindo dali sem ter tempo de ser interrompida.

Estava mais desapontada do que irritada, pois em meio a tantas coisas acontecendo, tanta novidade, havia se esquecido de conhecer melhor seus amigos. Havia se dado conta de que não sabia o aniversário de nenhum, fora que não sabia o que dar de presente pois seguia sem ter um tostão sequer.

Ao parar perto de um janela para organizar seus pensamentos, Tori ficou observando além. Viu os terrenos de Hogwarts, as árvores da Floresta Proibida.

— É isso! — teve uma ideia repentina e saiu correndo dali.

Seguiu direto para sua Comunal, onde apenas falou a senha para entrar sem ao menos cumprimentar a Mulher do quadro como de costume. A abertura mal surgiu e três pessoas saíram apressadas, esbarrando na menina e derrubando seus livros e pergaminhos.

— Meninas! — comemorou Tori assim que percebeu serem suas amigas ali — Eu precisava mesmo falar com as senhoras, pois tive uma ideia bem fofa! — sorriu toda animada.

— Não temos tempo agora, Tori. Nos perdoe! —Alicia lamentou e passou reto.

— Nem a senhora, Rita? É a principal que ia gostar! — insistiu.

— Não posso agora. Podemos conversar durante o jantar? — Rita sorriu um pouco sem jeito.

— Não estamos te evitando, Tori, se é o que pensa. Só estamos ocupadas em uma coisa muito importante que logo você ficará sabendo. Espero que entenda... Agora com licença! — disse Angelina, enquanto puxava as outras duas menina para sair dali.

— Ok... — suspirou Tori, se abaixando para pegar seu material.

Depois que recolheu tudo, ela adentrou a Comunal com um bico enorme no rosto. Seguiu até uma poltrona vaga e se jogou, pegando um pedaço de pergaminho e sua pena.

— Vou ter que resolver isso sozinha, que ótimo! — resmungou — Mas eu dou conta! — apoiou o pergaminho em cima de um livro e começou a rabiscar.


□ Lugar
□ Comidas
□ Decoração
□ Músicas
□ Brincadeiras
□ Homenagens

— Ok... Como vou resolver isso tudo sozinha? Faltam só algumas horas! — Tori respirou fundo e coçou a cabeça.

— Falando sozinha, Tori? — Carlinhos surgiu de repente e se sentou no braço da poltrona que ela estava, espionando suas anotações — Isso é o que estou pensando? — sorriu.

— Era para ser, mas não sei se dou conta sozinha. As meninas estão ocupadas com outras coisas, não tem como me ajudar e não posso contar com o Lino, pois sob pressão ele acabaria dedurando tudo! — apertou as têmporas algumas vezes enquanto falava.

— Eu posso te ajudar. Comece riscando isso, isso e isso aqui. — pegou a pena e o pergaminho, rabiscando três itens logo em seguida.

 


□ Lugar
□ Comidas
□ Decoração
□ Músicas
□ Brincadeiras
□ Homenagens

— Acho que meus irmãos não gostariam dessas frescurinhas. A simplicidade vai fazê-los pirar de alegria. Só mostre que se lembrou, os presenteie com as coisas que eles mais gostam e vai dar tudo certo! — Carlinhos devolveu a pena.

— Ok, mas quais brincadeiras? Só conheço Snaps Explosivos. Mas não tem graça jogar com eles, pois são bons demais! — Tori questionou, muito mais confusa do que antes.

— Você ao menos já pensou no lugar? Se sim, eu te ajudo com as Brincadeiras. Conheço algumas coisas que meus irmãos adoram e, por sorte, vou para Hogsmeade daqui a pouco e tenho alguns trocados. Eu te ajudo com alguma coisa! — ele pegou o pergaminho e o rabiscou outra vez.

 


□ Lugar
□ Comidas
□ Decoração
□ Músicas
[] Brincadeiras Carlinhos
□ Homenagens

— Não faço idéia. O lugar que eu tenho em mente, não poderia convidar ninguém além deles, o Lino, Angelina, Rita e Alicia. É segredo nosso, então não posso compartilhar! Argh, acho que vou desistir... — choramingou.

— Se quiser fazer algo secreto, por mim tudo bem. Enjoei de passar aniversários com eles mesmo. Mas... esse lugar não colocaria os pontos da Grifinória em risco, não é? — questionou, agora como Monitor e não como amigo.

— Imagine. — riu toda sem graça — Eu sei que eles amam detenção, mas não daria isso de presente a eles. Que tipo de amiga eu seria? — engoliu em seco e mudou o olhar para o pergaminho.

— Confio em você, ok? — se levantou — Vou comprar umas coisinhas em Hogsmeade e te encontro aqui amanhã, por volta das Quatro da tarde. Pode ser? — avisou.

— Tudo bem. E obrigada, Carlinhos, o senhor é a pessoa perfeita para me ajudar nisso. Obrigada, obrigada, obrigada! — juntou todas as suas coisas e seguiu rapidamente para a escada do dormitório das meninas para pensar nos detalhes que ficaram em sua responsabilidade.

◾ ◾ ◾

Assim como em todos os dias anteriores, Rita, Alicia e Angelina chegaram cheias de segredinhos e sussurros no Salão Principal para o jantar.

— O que é que tanto escondem? — Jorge perguntou para elas.

— Não estamos escondendo nada, vocês que estão doidos! — rebateu Angelina, enquanto enchia a boca de comida para finalizar o assunto.

— E você, por que está calada? Está doente ou algo do tipo? — Fred reparou na quietude de Tori.

— Eu? Não tenho nada, estou bem. Só estou viajando na maionese um pouco! — riu toda sem graça — Bom, terminei. Vou indo, com licença! — disse enquanto se levantava.

— Queria saber porque você sempre some depois do jantar de sábado... — o amigo a encarou com curiosidade.

— Bom, eu... Nunca tenho destino certo. Mas geralmente eu visito a Murta ou fico no corredor de quadros ouvindo histórias. — mentiu naturalmente, conforme havia sido preparada.

Logo nas primeiros aulas com Bangles ele já havia inventado boas desculpas para ela usar em casos como esse e não acabar encrencando os dois. Para quem não gostava tanto de mentir, ela parecia ter sido bem preparada.

— Você é doida, Tori! — gargalhou Rita.

— Bom passeio, então. — se despediu Angelina.

Com um sorriso um pouco exagerado demais, Tori se virou para sair dali ao mesmo tempo que Bangles se levantava da mesa dos professores e ia sorrateiramente para a saída. Os dois trocaram olhares disfarçados e ele saiu primeiro, sendo seguido pela menina.

Para evitar desconfianças, o professor sempre ia caminhando bem na frente, sendo possível até perde-lo de vista. Para melhorar o disfarce, Tori parou para amarrar seu cadarço e se demorou nisso. Quando terminou, saiu apressada para a saída para os Terrenos de Hogwarts, onde foi aumentando o ritmo dos passos enquanto puxava sua varinha para iluminar o caminho.

— Lumus! — pronunciou e imediatamente o caminho se tornou mais visível.

Com um cuidado exagerado, caminhou pelo terreno com destino a Floresta Proibida, onde encontraria o professor Bangles outra vez para mais uma aula conhecendo a Floresta e estudando suas criaturas das trevas, aula que havia começado uma semana antes.

Quando estava prestes a descer rumo a Floresta, algo no chão atrás da menina fez barulho, revelando que poderia ter mais alguém ali além dela. Tori apertou a varinha na mão e girou o corpo rapidamente, enquanto mirava sua varinha para quem quer que fosse.

O braço da varinha abaixou imediatamente ao reconhecer quem estava ali.

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Notas finais do capítulo

❝| Eu criei um plot pro Olívio nesse capítulo com a intenção de usar nos anos seguintes. Por isso se você for pesquisar e achar estranho o fato de não ter encontrado nada nas Wiki da vida, é isso. E me desculpem por trollar vocês com esse plot, porque sei que pensaram que ele na verdade ia se declarar, quando apenas veio com um balde de água fria chamando a Tori de "irmãzinha". kkk |❞