A Bastarda de Lily Potter - LIVRO 1 escrita por thaisdowattpad


Capítulo 14
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Capítulo Quatorze
Primeira aula de Vôo.

Como o esperado, quando Tori entrou no salão principal, o lugar diminuiu o barulho. A mesa da Sonserina a olhou feio sem ao menos disfarçar.

— Ignore esses chatos, Tori! — Fred falou para ela, enquanto seguiam para a mesa da Grifinória.

— Tudo bem... — concordou e apressou os passos até a mesa.

Os três se acomodaram perto de Lino e os outros companheiros de casa.

O café seguiu tranquilo, com muita conversa sobre matérias ou assuntos aleatórios. Tori comeu sem pensar em mais nada, pois pareceu que todo o sangue que perdeu triplicou sua fome. Se culparia por qualquer egoísmo quando já estivesse satisfeita.

— No intervalo das aulas vou procurar o professor Flitwick para falar sobre o Coral. Ontem acabou não dando, espero que hoje ainda dê tempo. — Tori falou para Lino, que estava sentado ao seu lado.

— Acho que ele sabe da sua situação e vai relevar, Tori. — o menino a tranquilizou.

— Eu espero. — sorriu.

— Eu vou com você. Vou pedir para entrar também e tenho certeza que vou ser aceito. Eu canto muito bem! — ironizou Fred, enquanto mexia em sua gravata.

— Bobo! — empurrou o braço dele — Qual aula temos agora mesmo? — perguntou para os outros alunos de seu ano.

— Poções... — gemeu Alicia.

— Que legal. Hoje vou aprender com o senhor Snape! — se animou.

— Não se anime, Tori. Ele quase arrancou nosso couro na aula de ontem! — Lino avisou.

— Eu sei lidar com ele, não se preocupem! — jogou os cabelos para trás.

— E com o pessoal da Sonserina? Porque vamos dividir a aula com eles! — Rita a lembrou desse detalhe desagradável.

— Não sei lidar, mas vou aprender! — Tori deu de ombros.

◾ ◾ ◾

A masmorra era um lugar meio escuro e frio. Tori reparou isso enquanto ia com seus amigos em direção a sala de aula de Snape.

Chegar até lá sem sofrer alguma piadinha a deixou confortável, mas sabia que era por estar acompanhada. Sozinha a história seria outra.

— Para os que não estavam na aula de ontem, quero lembra-los que não permitirei brincadeiras com varinhas e nem feitiços idiotas aqui! — encarou Tori em especial — Sigamos com a aula de hoje. — virou em direção a a lousa e tirou sua varinha das vestes.

Um movimento da varinha foi suficiente para palavras surgirem na lousa, que até então estava limpa.

Poção para curar Furúnculos.

— Levando em consideração que todos, todos, falharam miseravelmente na aula de ontem, hoje vocês irão repetir a poção. Espero que não me matem de vergonha outra vez! — Snape explicou para a expressão de dúvida de todos os alunos — Recordando: para que serve mesmo essa poção? — observou todos.

Alguns alunos levantaram as mãos, entre eles Tori, que ergueu tanto que ficou de pé. O professor a encarou com expressão de dúvida, assim como alguns alunos.

— Evans? — ergueu uma das sobrancelhas.

— Como o próprio nome já diz, a poção serve para curar Furúnculos na pele. Porém, também pode servir para oleosidade da pele ou acne. Ela pode ser ingerida ou passada sobre o local. Ah, e durante o preparo é preciso tomar muito cuidado com as cerdas de porco espinho enquanto a poção está no fogo, pois ela pode explodir e causar furúnculos em quem a está preparando! — finalizou e recuperou o fôlego.

— Alguém fez o dever de casa... — comentou Fred, soltando risinhos.

— E tomou alguma coisa que a deixou acelerada. — Jorge complementou, também rindo. 

— Um ponto a menos por se exibir e mais um por não dar a chance para outro aluno, respondendo além do que eu pedi! — resmungou Snape.

— O quê? — inconformou-se Tori.

— Silêncio! — ordenou o professor.

Outro movimento e mais palavras apareceram na lousa, logo abaixo das outras.

Poção para curar furúnculos.

Ingredientes:
• Lesmas Cozidas;
• Cerdas de Porco Espinho;
• Folhas de Urtigas Secas
• Presas de Cobra.

— Como já sabem, os ingredientes ficam naquela prateleira. Tentem não quebrar nada! — apontou para o lugar — Vocês tem cinco minutos! — avisou e foi para sua mesa.

Todos os alunos correram e se amontoaram em frente a prateleira. Foram pegando seus ingredientes e só então voltando para suas mesas. Os materiais necessários já estavam sobre as mesas, cada kit para cada aluno.

Ao voltar para sua mesa, Tori reparou que as palavras da lousa haviam mudado para outras.

• MODO DE PREPARO:

Coloque a água no caldeirão e aqueça a mesma. Enquanto aquece deve-se cozer as lesmas em um recipiente à parte com água quente e quando a água do caldeirão estiver quente deve-se acrescentar as folhas das urtigas secas.

Após o cozimento das lesmas, deixe-as esfriar e logo em seguida, acrescente as presas de cobra e as lesmas na solução do caldeirão. Misture a solução lentamente e deixe cozinhar por mais alguns minutos até adquirir uma forma homogênea e viscosa.

Retire o caldeirão do fogo e só então acrescente as cerdas de porco espinho.

— Podem começar! — Snape avisou, enquanto observava todos os alunos.

Todos começaram a trabalhar, todos com a insegurança em estarem fazendo aquilo sozinhos. Mas nem todos empolgados em repetir a poção da aula anterior.

Tori, que havia prendido os cabelos totalmente, tinha sua atenção voltada para um outro recipiente, onde colocava as lesmas.

— Eu sinto muito, amiguinhas. — lamentou e colocou o recipiente no fogo.

De longe, Snape revirou os olhos para a cena.

◾ ◾ ◾

— Vocês são vergonhosos! — rosnou Snape longos minutos após todos começarem a trabalhar.

Ele passeava entre as mesas e observava o fracasso. Nenhuma das poções estava como deveria, o que o irritava mais do que o natural.

— Poxa, professor, nos entenda. Estamos repetindo uma poção e nem tivemos um incentivo além de sermos chamados de fracassados... — Angelina murmurou.

— Ah, vocês querem incentivo para a obrigação? — o professor parecia incrédulo — Pois bem, vão ter: ao final das poções, irei escolher um de vocês para azarar e usaremos uma das poções. Então acho bom fazerem uma poção, no mínimo, digna de perfeição! — alterou a voz.

— Obrigada, Angelina! — alguns alunos resmungaram.

De volta ao trabalho, Tori tirou seu caldeirão do fogo, insegura se havia o tirado no tempo certo. Respirou fundo enquanto pegava algumas cerdas de porco-espinho e tomava coragem para jogá-la no líquido.

Acabou o fazendo um tempo depois e como reação se jogou no chão, causando o olhar confuso de todos os alunos e uma expressão raivosa de seu professor.

— Eu consegui? — se levantou do chão e espiou seu caldeirão, que não havia explodido ainda.

— Vamos descobrir! — outra vez Snape tirou sua varinha das vestes.

Ele apontou para Tori e sussurrou algumas palavras. No momento seguinte, a mão da menina estava repleta de furunculos.

— Professor... — ela o encarou decepcionada e então voltou sua atenção para a mão ferida.

Snape se aproximou do caldeirão e pegou uma certa quantidade. Tori esticou a mão azarada e não encarou o adulto. Sentiu apenas um líquido quentinho escorrer por sua pele e trazer alívio.

— Não está perfeita, ainda restaram manchas em sua pele. E pensar que por um momento achei que você não fosse um fracasso como todos os outros aqui, Evans. Doce ilusão! — se afastou para sua mesa.

— Minha mão vai ficar assim, professor? — reclamou.

— É um incentivo! — ele a lembrou e nem sequer a encarou.

— Inacreditável! — Tori balançou a cabeça algumas vezes e se voltou para suas anotações, afim de não encarar seu professor pelos próximos minutos restantes da aula.

◾ ◾ ◾

— Você deveria contar ao Dumbledore. Isso não se faz com um aluno! — reclamou Fred, durante o intervalo antes da próxima aula.

— Não precisa. Como o senhor Snape disse: serve como incentivo. Vou ser tão boa que ele vai ser obrigado a me dar pontos! — gabou-se Tori.

— Tori, eu sinto muito. Se eu não tivesse dito nada... — Angelina lamentou.

— Não se preocupe. Agora estamos na mesma! — riu ao se lembrar do primeiro jantar em Hogwarts — Vou indo para a sala, pois quero ter uma palavrinha com o professor Flitwick. Com licença, senhores! — avisou e se afastou.

Tori seguiu com destino a sala onde seria sua próxima aula e onde encontraria Flitwick, professor de Feitiços e maestro do Coral de Sapos.

Sentiu que estava sendo seguida e não se importou, pois sabia que poderia ser alguém de sua casa cujo combinaram de vigiar cada passo dela para que não fosse "atacada" outra vez.

Ao virar o corredor, alguém mais alto surgiu à sua frente e cruzou os braços. Um sorriso feio brincou em seus lábios.

— Ora, ora, veja o que temos aqui... O lobo em pele de cordeiro! — Flint debochou.

Algumas pessoas de uniforme em detalhes verdes apareceram também e observaram a possível confusão.

— Será que não pode deixar isso para depois, Flint? Estou com pressa! — pediu, suspirando fundo para manter a paciência.

— Sabe que não vai dar... Ainda não esqueci o fato de você ter me agredido no Beco Diagonal! — rosnou e apertou os punhos.

— Sinto muito, mas convenhamos que o senhor foi muito mal criado... Agora com licença! — tentou avançar, mas o caminho foi fechado pelo garoto.

— Queremos dar licença para ela, pessoal? — falou com as outras pessoas de sua casa.

— Não! — eles responderam em coral e alguns soltaram risinhos maldosos.

— Ouviu, não é? — Flint deu de ombros.

— Pare de encher o saco, Flint. Deixe a menina em paz! — um garoto o enfrentou.

Tori reparou que ele era da Grifinória e mais velho do que ela. Tinha os cabelos e olhos castanhos, que no momento estavam raivosos.

— Ou o que? — Flint o desafiou.

— Não vai querer que eu responda essa pergunta! — o garoto foi para mais perto, ainda com pose rígida.

Encarando a possível confusão causada por ela, Tori engoliu em seco e foi para perto dos dois garotos. Encarou-os, mas não teve atenção. Como se sua falta de músculos fosse ajudar caso os dois começassem a brigar.

— Vocês não vão brigar aqui. Acredito que nenhuma casa quer perder pontos por isso. Ao menos eu não quero que minha casa perca mais pontos! — Percy apareceu e foi para perto da confusão. 

Junto com ele, Tori viu outros rostos conhecidos de sua casa, inclusive os Monitores e os três amigos.

— Não posso garantir... — o encrenqueiro deu de ombros.

— Eu posso te fazer garantir! — o defensor ergueu os punhos, pronto para a briga.

— Chega! — Tori gritou e só assim teve a atenção para si — Eu que sou culpada por ter falado com uma estranha nada confiável, eu que tenho que sofrer as consequências. Eu! Não quero brigas por minha causa, não quero ninguém prejudicando suas casas por minha causa! — respirou fundo e engoliu o choro que tentou escapar.

Aquela não era hora de ser fraca.

Toda a platéia ficou em silêncio, todos encarando a situação. Tori trocou olhares entre Flint e os outros alunos da Sonserina.

— Querem me perseguir por algo escrito em um pedaço de papel? Ótimo. Fiquem à vontade. Eu vou continuar estudando aqui, vou continuar dando meu melhor, os senhores aceitem ou não. Espero que aprendam lidar ou eu apenas lamento muito! Agora com licença, e eu espero sinceramente que ninguém tente entrar em minha frente! — ameaçou e passou a manga da camiseta em uma lágrima teimosa que molhou sua bochecha.

Todos abriram passagem.

— Tori, eu vou... — Fred tentou se aproximar.

— Não, Fred. Eu quero ficar sozinha. Com licença! — Tori o conteve, irritada.

Então foi para longe dali, só então liberando suas fraquezas para virem à tona. Chorou enquanto caminhava apressada para o único lugar que ninguém a procuraria: o banheiro da Murta.

Mas seu caminho foi interrompido por um esbarrão.

— Sempre você, Evans! — ouviu a voz de Snape nada contente.

— Hoje não, Snape! — soluçou e tentou passar reto.

— Perdeu a noção? — ele atraiu a atenção para si outra vez.

— Não sei. Pergunte para o pessoal da Sonserina! — dito isso, ignorou totalmente seu professor e saiu correndo dali.

◾ ◾ ◾

Os dias seguiram com o isolamento de Tori. O medo de prejudicar seus companheiros de casa era tanto, que não conversava com ninguém além do necessário.

Sua única companhia fora do horário das aulas era Kiki, sua coruja. As duas ficaram próximas muito rápido, o que ajudou a não amolecer em sua decisão.

No fim da semana, os primeiranistas teriam sua primeira aula de vôo nos últimos horários. Duas turmas por vez seguiram para o lado de fora do castelo, no lado oposto à Floresta Proibida em um gramado plano.

Tori caminhou sozinha até lá, suspirando aliviada ao perceber que a Grifinória dividiria a aula com a Lufa-Lufa, a casa mais amigável de toda Hogwarts.

Viu Fred, Jorge e Lino parados ao lado de vassouras e conversando animados enquanto apontavam para elas. Quando viram a menina, ficaram sérios e desviaram o olhar.

Mesmo tentando evitar, as pernas de Tori acabaram seguindo em direção aos três meninos.

— Hum... Oi! — os cumprimentou sem jeito.

— Oi! — responderam juntos.

— Eu posso ficar junto com os senhores? — ela segurou o pulso.

— E você quer? — Fred perguntou, sério.

— Mas é claro! — assentiu — Acho que meu drama já foi longe demais... — soltou um risinho sem jeito.

— Não é drama, Tori. Você estava com problemas e precisava pensar, nós não estávamos deixando você fazer isso. — Lino lamentou.

— Então os senhores me aceitam de volta? — sorriu e encarou os três.

Uma suspense seguiu por alguns segundos. Tori prendeu a respiração, nervosa com a possibilidade da resposta ser negativa.

— Vem logo aqui , senhorita! — foi Fred quem quebrou o suspense, abrindo os braços.

Sem pensar duas vezes, Tori o abraçou. Sentiu os outros amigos se juntarem ao abraço e algumas lágrimas inevitáveis molharam seu rosto em pouco tempo.

— Meninas... — Lino debochou logo após desapertar o abraço.

— Foi um inseto mágico! — Tori se defendeu e passou a manga da camisa no rosto.

Ela a puxou um pouco para cima, dobrando o pedaço usado e que havia ficado úmido. Encarou Fred e viu que o olhar do amigo se demorou em seu pulso.

— Isso são marcas de dedos? — ele perguntou, tentando pegar o braço da amiga.

Tori se desviou e puxou a manga da camisa, um pouco sem graça.

— Já percebeu que sempre que estou nervosa, eu seguro meu pulso? É isso! — sorriu amarelo e foi para o lado de uma das vassouras.

Para sua sorte, a professora que daria aquela aula apareceu no segundo seguinte. Ela tinha o cabelo curto e grisalho, além de chamativos olhos amarelos semelhantes aos de um falcão.

— Boa tarde, turma! — ela os cumprimentou e teve uma resposta imediata — Bem vindos à sua primeira aula de vôo! — abriu um sorrisinho.

Tori virou o rosto para o lado e observou Fred e Jorge tão concentrados como nunca os viu em uma aula sequer daquela semana. Acabou sentindo inveja de tanta empolgação, pois estava tão alheia quando Lino, que parecia distraído.

— Estiquem a mão direita sobre a vassoura. — mandou Madame Hooch caminhando perto deles — Agora digam: Em pé! — continuou. 

— EM PÉ! — gritaram todos.

Inesperadamente, para ela pelo menos, a vassoura de Tori foi a primeira a subir para sua mão. Talvez porque usara o mesmo tom autoritário, mas ao mesmo tempo respeitoso, que usava quando precisava corrigir Harry. Ou simplesmente foi pelos laços de sangue, como Angelina e Alicia comentaram dias atrás. Ela nunca saberia o motivo, pois não tinha vontade de sair do chão.

— Muito bem, Evans! — Hooch elogiou — Agora montem em suas vassouras! — falou para os outros alunos.

Depois, ela passou entre eles corrigindo posturas e maneiras de segurar a vassoura. Também os ensinou a como montar sem escorregar pela outra extremidade.

— Agora, quando eu apitar, deem um impulso forte com os pés. Mantenham as vassouras firmes, saiam alguns centímetros do chão e voltem a descer curvando! — a professora pediu e tirou um apito do bolso — Um... dois... três... — apitou.

Todos os alunos fizeram o que a professora havia pedido. Lino, porém, mal teve tempo e escorregou de sua vassoura, caindo sentado no gramado.

— Preste atenção, Jordan! — Hooch o repreendeu.

— Professora, acho que algo está errado com minha vassoura... — Tori gemeu.

Ao contrário das outras, sua vassoura subiu sozinha cada vez mais longe do chão. A menina congelou conforme ia ficando cada vez mais distante dos alunos.

— Curve-se para descer, Evans. Curve-se! — a professora gritou para ela, nervosa.

— Você consegue, Tori! — Angelina gritou para ela, animada.

— Não acredito muito nisso... — ainda sem se mover, ela gritou de volta.

— Faça o que te pedi! — outra vez Hooch gritou.

Agora a menina estava longe o suficiente para não conseguir ver com clareza o rosto de todos ali presentes. Mas resolveu tentar ser corajosa, pois era o que todos estavam esperando.

Devagar, Tori soltou uma das mãos e a levou até um pouco mais à frente do cabo da vassoura. Segurou ali e moveu a outra, indo em direção ao mesmo lugar.

Foi então que seu corpo tombou para a frente e, no segundo seguinte, ela estava pendurada e gritando de maneira histérica.

Não queria morrer. Ela havia feito promessas para pessoas de Little Whinging e gostaria de cumprir. Não queria ter o mesmo fim trágico de Murta.

— Aguenta firme, eu vou subir! — ouviu uma voz distante, mas não se moveu para olhar.

— Eu não quero morrer... eu não quero morrer... — berrou Tori enquanto se esforçava para manter as mãos fechadas — Eu vou morrer! Morrer! — se desesperou enquanto seus pulsos tremiam.

Então não pôde mais se manter ali e soltou.

Tendo em vista que aquele era seu fim, Tori fechou os olhos e esperou pelo impacto. Ou esperou não ter tempo de sentir nada, pois era assim que imaginava a morte: tão rápida a ponto de ser indolor.

Mas seu corpo acabou parando de repente, sem dor e ainda ouvindo vozes assustadas de alunos.

Tori abriu um olho de cada vez e encarou a grama, onde ela levitava com pouca distância.

— É o Dumbledore! — ouviu alguém sussurar.

Dezenas de rostos viraram em uma direção, de onde o diretor surgiu portando sua carinha. Ele fez um movimento e colocou Tori sentada no chão. Ela não se moveu e vez ou outra um tremor percorria seu corpo.

— A vassoura só pode estar com defeito, é a única explicação! — Angelina tentou achar uma justificativa para aquela quase tragédia.

— É a primeira aula, ninguém ia acertar mesmo! — Jorge tentou considerar.

— Não para a filha do Potter! — negou Alicia.

— De novo com isso, Alicia? — Rita reclamou.

— Tori, está tudo bem? — ouviu a voz de Fred por perto e o encarou.

Não respondeu e vagou o olhar para todos ali, que a encaravam com milhares de interrogações.

Com o corpo ainda trêmulo e as pernas falhas devido ao susto, Tori se levantou e saiu correndo de volta para o castelo, sem nem cogitar olhar para trás. 

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Notas finais do capítulo

❝| Retirei o modo de preparo da Poção para Curar Furúnculos no link a seguir:

[ http://cruccio.forumeiros.com/t192-pocao-para-curar-furunculos ] |❞