Mudança escrita por Kori Hime


Capítulo 1
Mudanças


Notas iniciais do capítulo

Eu escrevi essa história já tem alguns anos.

Boa leitura.



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A cobertura de dois andares recém adquirida por André Lourenço acabara de ser entregue, e a mudança já estava sendo descarregada na garagem, logo pela manhã, como ele desejou, para que não houvesse tumulto com jornalistas e fotógrafos, o que foi impossível. Um fotógrafo tentou entrar no prédio, dizendo ser morador, mas logo foi encaminhado para fora, assim que o segurança de André o reconheceu.

André não sabia como já sabiam onde ele iria morar, pois poucas pessoas, e de confiança, sabiam seu novo endereço.

O novo prédio de vinte andares era de frente a praia, possuía uma grande estrutura de diversão particular, como piscinas aquecidas, saunas, academia e até mesmo um cinema. André procurou por uma nova residência durante alguns meses. Ele queria morar em um lugar tranquilo, para descansar, até mesmo em uma ilha paradisíaca. Mas decidiu ficar no Rio de Janeiro por enquanto, pois era mais conveniente para ele no momento.

No final do dia, ainda havia caixas no meio da sala e algumas malas no closet. André decidiu dar uma pausa para comer alguma coisa, estava sozinho, dispensou o segurança no restante do dia. Também estava sem empregada, Rosa, que trabalhava em sua mansão, estava de férias. Aliás, férias merecidas no Pará, pagas por André, como um presente de aniversário.

Ele foi até a cozinha, muito bem planejada, com modernos aparelhos eletrodomésticos. Mas a geladeira estava vazia. A única alternativa seria pedir uma pizza. Ele voltou para o quarto e pegou seu celular, o aparelho vibrava sobre a cama de casal. Era um número desconhecido.

— Como está nossa casa nova, querido? — A voz de Bento penetrou o ouvido de André com aquele sotaque manso.

— A minha casa, você quer dizer. Está perfeita. — Ele respondeu, caminhando pelo quarto decorado da forma que desejava, sem muitos móveis, mas todos de bom gosto e cores claras. Abriu a porta que dava para a varanda de frente a praia. O mar estava calmo e a brisa suave.

— Quero ver com meus próprios olhos. — André ouviu um barulho de buzina, Bento deveria estar dirigindo. — Tá sozinho?

— Sim. Por quê?

— Já comeu?

— Ainda não. Estava pensando em pedir uma pizza agora mesmo.

— Que isso, deixa que eu levo a comida. Acende as velas e abre um vinho que eu tô chegando, amor. — Ele desligou, sem querer saber a resposta de André, como sempre.

André suspirou e foi até o banheiro, onde lavou o rosto, a nuca e se olhou no espelho, passando os dedos nos cabelos negros, grande o bastante para esconder toda a mão entre os fios, já estava na hora de cortar. O closet era conectado ao banheiro, ele procurou uma camiseta para vestir, estava usando somente uma calça azul marinho de malha. Pegou a primeira camiseta branca que viu em uma mala aberta.

O interfone tocou, fazendo André dar uma corridinha, descalço, pelo piso frio do apartamento. Ele atendeu, era o porteiro que informava a chegada de Bento. André liberou a entrada dele, procurou o vinho, mas a adega ainda estava vazia. Ele esfregou as mãos, ansioso talvez, quando a campainha tocou e ele foi atender.

Só então ele parou para pensar o que Bento estava fazendo no Rio de Janeiro, ele nem gostava tanto assim da cidade.

— Demorou hein? — Bento passou pela porta, quando ela se abriu.  — Estava vestindo a roupa? Não precisava se incomodar.

André preferiu não comentar. Bento lhe entregou umas sacolas de papel enquanto ele próprio carregava as cervejas com a outra mão. Falou por cima do ombro que comprou frango frito e a salada maluca que André costumava pedir no restaurante que eles iam com frequência.

— Essas coisas fritas vão acabar entupindo uma artéria sua. — André o alertou, mas sabia que Bento não iria aceitar sua sugestão de uma dieta mais balanceada. — Preciso fazer compras, minha geladeira está vazia. Minha empregada tomando sol no Pará e meu segurança, bem, ele não faz compras.

— E a namorada? Onde está? — Bento se referia a Olivia, uma jovem atriz que estava há algum tempo com André.

— Gravando um comercial. — André procurava pelos garfos, ainda não estava familiarizado com o lugar de cada coisa na cozinha. — É de um hidratante, eu acho.

— Desistiu das modelos e decidiu atirar na direção das estrelas? — Bento zombou.

— Não seja cruel, ela é uma boa atriz. — Ele encontrou os talheres e guardanapos de pano. Pegou dois copos, mas percebeu que Bento já bebia a cerveja direto da garrafa. Claro. — Terminamos de gravar o novo clipe da minha banda. Foi bem divertido.

— E o que vai ser dessa vez? Ela te socou num ringue de boxe?

André riu.

— Não, não. É uma música romântica.

— Você quer dizer melosa?

— Romântica, de uma forma moderna. — André procurou pelo molho de ervas finas, que sempre pedia junto com a salada. Ela estava no fundo do saco, Bento não se esqueceu disso também.

— Essa coisa de colocar namorada nos clipes, você não aprendeu a lição?

— Como assim?

— Quantas namoradas já apareceram nos seus clipes? Quando os vê depois, não sente algo estranho?

— Não. Tenho boas recordações. Devemos manter as lembranças agradáveis do relacionamento, afinal, é para isso que o namoro serve. Quando ele acaba, você extrai dele o que aprendeu durante o tempo que ficou com a outra pessoa, para melhorar.

— Mas você não está melhorando. — Bento pegou uma asa de frita e mordeu, puxando a pele com os dentes. — Continua insistindo no mesmo erro.

— Erro? No que estou errando?

— Quanto tempo faz que tá namorando com a atriz?

— Olívia. — André o corrigiu. — Acho que uns três meses.

— Tudo isso? Achei que fosse um mês só. Quantas vezes eu a vi? Sem contar nos comerciais de televisão que você insiste em me mostrar.

— Não sei. O que isso importa?

— Você está me escondendo dela.

— Como assim? Essa fritura toda está fazendo mal a sua cabeça. — André girou os olhos e continuou comendo a salada, sentado no banco alto ao lado da bancada de mármore. Deu uma olhada no balde de frango frito, era irresistível, mas conseguiu vencer a tentação, estava de dieta.

— Tem vergonha de mim. — Bento chupou as pontas dos dedos, fazendo barulhos com a boca, limpou a mão no guardanapo oferecido por André, que estava incomodado caso ele fizesse alguma sujeira. — Por que nunca me apresentou ela?

— Não sei do que está falando. Ainda não teve oportunidade para isso. — André ficou de pé, em frente ao balcão da cozinha. Bento sentado do outro lado, o banco era alto, mas seus pés ainda alcançavam o chão com facilidade. Ele olhou sério para André e deu um sorriso.

— Tudo bem então. Vou fingir que acredito no que me diz. Mas ainda acho que está dificultando um encontro meu com a atriz.

— Olívia!

Eles terminaram a refeição. André decidiu mostrar o apartamento para Bento. Começaram pela sala de estar que era bem ampla, com um sofá branco confortável e várias almofadas sobre ele. Bento brincou, perguntando para que serviam aqueles livros grandes sobre a mesa de centro, se era para usar como apoio, caso o pé do sofá quebrasse.

André gargalhou, enquanto Bento pegava um dos livros, e folheava as páginas.

— Isso aqui é francês?

— Sim. É um livro sobre história da arte.

— Mas por que francês?

— Porque é o original em francês.

— E por acaso você fala francês?

— Pouco. Aprendi no colégio. Você não teve aula de francês na escola?

— Eu? Não! — Bento devolveu o livro para a mesa de centro e parou diante a janela, observando o mar. Era uma bela vista, apesar de ele sempre preferir um rio cheio de peixe, que um mar com tubarão.

— Aqui não tem tubarão.

— Como você sabe? — Bento abriu a janela e deixou a brisa entrar na sala. — Cuidado, se for mostrar seu corpinho na praia, e quiser tomar um banho de mar, o tubarão vai direto para as suas tatuagens.

— Isso não faz sentido Bento. — Eles riram e foram ver os quartos. Havia dois quartos no andar, e no andar superior mais dois, um era a suíte de André. Todos tinham banheiro e closet.

— Gostei, eu não tenho muito jeito de morar em prédios, mas esse lugar é bom.

— Claro que é bom. — André deu uma olhadinha no closet, as malas ainda estavam lá para ele arrumar as roupas. Preferiu não levar todas as roupas de sua mansão para o apartamento, já que ia comprar algumas novas.

— Nossa! Para que tudo isso? — Bento se referia à banheira da suíte. — Dá para umas cinco pessoas fazerem uma festa aí dentro.

— Não pensei em dar uma festa desse tipo na minha banheira. — André analisou melhor, achado que era mesmo um pouco exagerada, mas muito bonita, principalmente porque a parede de vidro tinha total visão para o lado de fora, dando uma sensação agradável de relaxamento na hora do banho. Ainda não havia experimentado, mas era o que imaginava.

— Dá até para eu dar umas cambalhotas aí dentro. — Bento brincou, fingindo entrar na banheira. André não o repeliu, mas ele não prosseguiu.

— Lá em cima tem um jardim com piscina.

— Tem uma piscina na nossa cabeça?

— Sim, é uma piscina pequena.

— Você não tem medo de se afogar enquanto dorme?

— Essas coisas são seguras.

— Eu não confio não. — Ele ficou interessado em dar uma olhada na piscina, mas preferiu fazer isso em outra oportunidade, dizendo que já era tarde e precisava ir embora. Afinal, agora André tinha uma namorada e ele tinha que colocar isso na cabeça, e pronto.

— Mas já? Você ainda nem viu o resto do apartamento. Achei que fosse ficar aqui e me perturbar o resto da noite.

— Pode parar de fantasiar essas coisas aí dentro da cachola. Eu sou um homem decente. Não vou ficar aqui sozinho com você, nesse apartamento vazio. O que sua namorada vai dizer?

— Ela não vai dizer nada. Não tem o que dizer. Somos amigos, lembra?

— Não quero ser motivo de mais um rompimento seu. — Bento descia as escadas e André ia caminhando ao lado dele.

— Você não vai acreditar nessas mentiras que a imprensa diz, não é?

— Na verdade. — Bento virou-se, André ainda estava dois degraus acima. — Não foi a imprensa que me disse isso. — Ele só parou quando chegou à porta de saída que estava trancada. — Alguns meses atrás uma pessoa me procurou e foi engraçado.

André insistiu que Bento o acompanhasse até a sala, mas ele preferiu ir para a cozinha, atrás da última garrafa de cerveja.

— Quem foi te procurar?

— A loira da pinta no queixo. — Bento tomou um gole da cerveja e ofereceu a garrafa para André.

— Michele. — André não entendia porque Bento não chamava suas namoradas pelo nome delas, era sempre um apelido ou característica que possuíam. — Quando terminamos, a Michele voltou para Londrina. Quando ela foi falar com você?

— Foi logo que terminaram. —Ele matou o restante da cerveja que André recusou. — Tava toda nervosa, falando que a culpa era minha. E outras bobagens.

— Que bobagens?

sabe, as mesmas coisas que todo mundo diz. As pessoas realmente acham que somos amantes. — Ele deu um sorriso malicioso. — Não é que eu não me sinta lisonjeado por isso. Você é bonitão.

— Obrigado, mas ser bonito não é o suficiente.

— Claro, você também é rico. Então deixa tudo mais excitante.

— Você também é rico.

— E bonito? — Bento arqueou a sobrancelha.

— Sim. É bonito.

— Vou tuitar isso. — Ele pegou o celular do bolso. André não via onde aquela conversa poderia chegar.

— Mas o que as outras pessoas dizem não me importa.

— Depois de tantos anos, acho que me acostumei com essa fama de gostoso. — Bento esqueceu-se de que estava de saída e foi para a sala, caindo no sofá, esticando as pernas e apoiando as botas sobre a mesa de centro. — Nem o pessoal que caça comigo me perturba mais. Já se acostumaram com suas calças apertadas. Aliás, você precisa dar um pulo lá na fazenda, passar o Natal com a gente. Leva sua namorada também.

— Obrigado pelo convite, mas não sei se a Olivia vai querer ir.

— Pede com jeitinho. Tira a camisa.

— Não sei.

— Aí, tá vendo? Tem vergonha de me apresentar a ela.

— Não é vergonha.

— Eu não tenho piolhos.

— Fico aliviado.

— Ela tem?

— Não, Bento. Não é nada disso.

— Então me diz o que é.

— Não é nada. — André esparramou-se no sofá, de repente o móvel parecia muito grande.

— Me conta. — Bento esticou o braço, tentando alcançar o ombro de André, mas ele estava um pouco longe. — Eu preferia seu antigo sofá, dava para sentar juntinho.

— É, estou começando a sentir falta da minha casa também. — Revelou. — Comprei esse apartamento para ficar mais perto da Olívia aqui no Rio de Janeiro. Mas agora não sei se fiz a coisa certa. — Bento nada disse, ouviu o desabafo de André sem soltar nenhuma piada. — Eu gosto dela, mas não é mais como antes. Sabe?

— Não.

— Como assim não? — André ajeitou as costas no sofá, tirando algumas almofadas.

— Desde que eu te conheço. — Bento abriu as mãos e começou a contar os dedos. — Você já teve mais namoradas do que eu posso contar nesses dedos.

— Não sou o tipo de pessoa que gosta de ficar sozinho. E quando estou com alguém, é pra valer.

— Certo. Mas se for comprar uma casa para cada namorada que arruma, a crise imobiliária vai acabar.

— Eu fiz o que achei certo.

— Ótimo. Quando a atriz vai se mudar?

— Não vai. — André estava incomodado com aquela conversa. Mas não conseguiu mudar de assunto. Bento não deixou. — Só porque estou confuso com meus sentimentos, não quer dizer que eu vá terminar com a Olívia amanhã.

— Não precisa ser amanhã, poder esperar passar o feriado.

— Muito menos depois do feriado. Daí vem o Natal. Ninguém termina o namoro no Natal.

— Faltam muitos dias para o Natal. Você pode ficar comigo lá em casa.

Bento cruzou os braços, pensou em sair para comprar umas cervejas e André achou que era uma ótima ideia. Eles foram no carro de Bento para um mercado a quinze minutos do prédio.

André ficou encarregado de empurrar o carrinho, enquanto Bento o abastecia com diversas coisas, principalmente bebida.

— Você tem uma churrasqueira na sua casa?

— Sim.

— Ótimo.

— Não está pensando em fazer um churrasco agora, está?

Bento virou-se e lançou um sorriso animado para André. Ele saiu na frente e o outro foi atrás dele correndo com o carrinho, mandando esperar. Chegaram à área do açougue do mercado.

— Relaxa, você mora na cobertura, ninguém vai perceber.

— Eu acabei de me mudar, não quero incomodar os vizinhos. — André suspirou. — Já não tenho uma boa fama. Quero pelo menos preservar alguns meses e fazer amizades no condomínio.

— Não se preocupe, as mulheres te amam e os homens invejam sua barriga sarada. Você vai ter vários amigos.

— Assim soa falso.

— Que tal uma torta de maçã para sobremesa?
            André mexeu os ombros.

— Que seja, já estamos comprando o mercado todo. Pega a torta.

Bento estava brincando sobre o churrasco, mas comprou dois bifes enormes e batatas para gratinar, além de alguns temperos. André apenas o assistiu preparar a comida, com um avental amarrado na cintura. E uma hora ele ainda teve que tirar uma foto para postar nas redes sociais. André não acreditava que o deixava fazer essas coisas, mas saiu na foto sorridente.

— Está cheirando muito bem. — Ele se aproximou e olhou os bifes. — Não acredito na fome que estou sentindo.

— Claro, porque aquela saladinha não tampa nem o buraco do dente. — Bento tirou o avental, procurando por pratos.

Eles jantaram novamente na cozinha. André não bebeu tanto quanto Bento, mas divertiu-se no processo. Já se sentia mais sonolento. Os dois conversaram até o dia amanhecer, quando pegaram no sono, ambos no sofá. Cada um para um lado. Realmente era muito grande aquele sofá.

André acordou primeiro e observou Bento de boca aberta, fazendo um barulhinho estranho, conforme respirava. Ele estava todo desajeitado no sofá, com uma perna para fora do móvel, e a outra esticada. Já passava das nove horas e André havia esquecido que buscaria Olívia no aeroporto. Ele esfregou os olhos e correu para o andar de cima. Seu celular estava no quarto, sobre a cama.

Dez chamadas não atendidas, além de algumas mensagens. André lavou o rosto rapidamente e escovou os dentes. Ele desceu as escadas acelerado, Bento estava espreguiçando-se no sofá, perguntando onde era o incêndio.

— Esqueci da Olivia.

Bento gargalhou, sentindo o corpo todo fora do lugar por ter dormido de mal jeito. — Eu realmente prefiro seu antigo sofá.

André ligava para o número do celular de Olivia, mas só caía na caixa postal. De repente, seu celular começou a vibrar e disparar alertas de mensagens de texto. Achou que fosse a namorada brava, ligando para ele e entupindo sua caixa de mensagens, mas ao contrário disso eram outras pessoas. Assistentes, amigos, pessoal da banda, seu assessor.

O celular de Bento disparou em chamadas e mensagens também.

— Como assim olhar o twitter? — André perguntou para o assessor que conversava pelo celular. — O que tem lá?

— André... — Bento o mandou olhar uma coisa em seu celular, inicialmente estava rindo bastante, mas depois que as mensagens foram atualizando, ele viu que era algo sério.

— Estou dispensando essas montagens da internet.

— Apenas olhe isso. — Bento colocou seu celular na cara de André, que leu rapidamente a mensagem na tela. Ele engoliu seco e piscou os olhos devagar, sentando-se no sofá com o celular de Bento nas mãos. As atualizações no perfil do Twitter de Olivia chegavam e André continuava lendo. Bento olhava por cima dos ombros do amigo tudo o que ela estava tuitando.

 

@fholivia Descobri que meu tempo é muito precioso para desperdiçar com algo que não tem futuro. E hoje, tive a prova de que tomei a decisão certa.

@fholivia Não quero ao meu lado uma pessoa que não me valoriza e que me esquece, para passar a madrugada com os amigos, esfregando isso na cara do mundo inteiro.

@fholivia Eu espero que eles sejam felizes, porque nesses últimos meses, eu não fui tão feliz como achei que seria.
           

— André? — Bento mexeu nos ombros dele. — Para de ler isso. — Tentou pegar seu celular, mas André se levantou no mesmo instante.

— Ela está terminando comigo pelo Twitter?

— Acho que sim.

— Por quê?

— Não sei. — Bento coçou a cabeça, passando a mão nos cabelos loiros. — Vai ver ela queria descontar as piadinhas que eu posto lá.

André o olhou sério. Não achava que Olivia fosse do tipo vingativa. Ele tentou ligar para ela mais algumas vezes, até receber a ligação da assessora de Olivia. A conversa foi rápida e André não acreditava no que estava ouvindo. Ele jogou o celular na mesa de vidro, largando-se no sofá em seguida. Riu, nervoso, passando as mãos no rosto.

— O que ela disse?

— Que eu provoquei tudo isso. — Olhou para Bento. — A culpa é minha por ela ser humilhada... Acredita nisso? Eu que a humilhei.

— Você é um cara mau.

— Sem brincadeiras. — André virou a cabeça para o outro lado, chateado.

— Quer que eu compre um pote de sorvete?

— Bento!

— Só quero ajudar. — Ele esticou os braços e alcançou André, abraçando-o com força. Dando um beijinho na testa do amigo. — O mundo está cheio de modelos e atrizes desamparadas, aguardando pelo André Lourenço da sua vida.

— Isso não está ajudando muito.

— Certo. — Bento pigarreou. — Então não temos mais nenhum obstáculo para nosso relacionamento decolar.

— Achei que tínhamos combinado que aquele final de semana na sua fazenda ficou no passado. — André ainda não acreditava que havia levado um fora nas redes sociais.

— É, eu disse, mas você mesmo quem compôs aquela música do cara apaixonado por duas mulheres e eles decidiram os três ficarem juntos, não foi?

André o olhou com curiosidade.

— E o que isso tem a ver com nossa situação?

— Ah! Pensei que você fosse todo moderno e aceitasse um relacionamento aberto. Fechado pro público, aberto na intimidade.

André suspirou, esfregando as mãos no rosto.

— Nada do que você fala faz sentido, Bento.

— Você não me compreende, acho que precisamos de terapia de casal.

André gargalhou, acabou deixando o corpo escorregar pelas almofadas e Bento o puxou para deitar a cabeça no seu colo.

— Fechado pro público e aberto na intimidade, hã?

— É, viu só, você entendeu.

Bento piscou-lhe o olho direito com um sorriso cativante que fazia as covinhas sobressaírem.

— O que você veio fazer no Rio de Janeiro mesmo?


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Notas finais do capítulo

Tenho mais história com esses personagens:
https://fanfiction.com.br/historia/765944/Erro_bom/

Aguardando seu comentário :D



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