Os Descendentes escrita por Sak


Capítulo 7
Um feitiço de beleza


Notas iniciais do capítulo

Maaaaaais um capítulo para vcs messa tarde de sábado meus queridos leitores!!!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/766538/chapter/7

 

Quando Sasuke voltou com o lanche parou na saída do refeitório observando Sakura ao longe. Ela parecia relaxada, estava jogada de forma desleixada na cadeira, com a cabeça inclinada pra trás e mantinha os olhos fechados, parecia apreciar a brisa calma da tarde e o sol se pondo. Completamente diferente da garota raivosa de alguns minutos atrás. Sasuke nunca havia conhecido ninguém como ela e isso o fascinava de um jeito que não sabia como explicar.

Andou calmamente até a mesa e depositou a bandeja que segurava com dois sanduíches e dois copos de suco natural. Sakura despertou com os passos dele, mas o esperou sentar para abrir os olhos e ver o que ele havia trazido. Ficou surpresa com o olhar dele sobre ela, era intenso, ninguém nunca havia lhe olhado assim.

— Então, o que você trouxe? – ela desviou o olhar dele e mirou o lanche.

— Sanduíches naturais e suco de laranja – ele comeu o sanduíche primeiro, como que para provar que estavam gostosos.

Sakura o acompanhou e comeu o sanduíche aproveitando o final da tarde.

— Desculpe por Chyo, ela é assim com todo mundo – o príncipe pediu em nome da cozinheira.

— Por que ela é tão ranzinza assim?– a filha da Malévola tinha lá suas dúvidas se o motivo não era sua mãe.

— Chyo teve uma vida difícil – ele deu de ombros. – Perdeu o marido, a filha e a chance de ter netos. Está sozinha no mundo – confidenciou a ela. – Eu vou te confiar um segredo, posso? – Sakura estranhou, mas concordou. – Nem todo mundo sabe, mas a filha dela foi para a ilha – Sakura ficou chocada com a informação.

— Uol, por que está me contando isso? – ela exigiu. – Eu vim da ilha, esqueceu? – ele não parecia ter noção das coisas, na opinião de Sakura.

— Você não parece ter cara de alguém que espalha segredos por aí – ele deu de ombros, por alguma razão confiava nela, mais do que em sua namorada pelo menos. Tinha certeza de que se contasse algo desse calibre para Karin a escola inteira estaria sabendo pela manhã e as aulas ainda nem haviam começado.

— Quem vê cara não vê coração Sasuke – Sakura o alertou.

— Eu discordo em partes disso Sakura – ele sorriu e piscou para ela brincando. Sakura decidiu ignorar isso.

— Talvez eu conheça a filha dela? – perguntou voltando ao lanche.

— Duvido muito, ela morreu faz muitos anos, eu mesmo não a conheci – ele a informou continuando seu lanche.

— Como ela foi parar lá? – Sakura perguntou curiosa. Sabia que o Capitão Gancho conseguia informações de novos habitantes da ilha e se quisesse os torturava como forma de expressar sua frustração de estar preso naquele lugar.

— Assassinato – Sasukese inclinou na mesa e sussurrou: – Contra o marido, parece que ele batia nela e teve um momento que ela revidou.

— Então foi legítima defesa – Sakura também se inclinou para sussurrar.

— Chyo não pôde fazer nada e a filha foi para a ilha, morreu cinco anos depois, o atestado de óbito estava como exaustão e cansaço – ele comentou triste.

— Quem nasceu livre não vive preso – Sakura se limitou a dizer entendendo a situação.

A filha da Malévola sabia de casos onde muitos que iam parar na ilha cometiam suicídio, a filha da cozinheira podia ter feito o mesmo, mas aguentara bastante tempo, cinco anos não era pouca coisa naquele lugar. Apenas aqueles que não se importassem de viver no inferno continuavam vivos.

— Qual era o nome dela? – Sakura perguntou.

— Mebuki – o príncipe respondeu. – Vamos mudar de assunto – ele pediu vendo que o semblante dela havia mudado, afinal o assunto era mórbido.

— Depois de tudo o que me contou não tenho nem ânimo para continuar conversando – Sakura já terminou o sanduíche e o suco e então se levantou. – Eu vou para o meu quarto, nos vemos depois – se despediu dele. – Ah, obrigada por confiar em mim, mas-

— Sem mas – ele a interrompeu e se levantou indo até ela e segurou suas mãos, Sakura não puxou de volta. – Eu realmente confio em você – ele era tão sincero em suas palavras.

— Não deveria – ela o alertou.

— Por quê? – ele perguntou suavemente a olhando nos olhos.

— Você nem me conhece – ela se exaltou.

Sasuke tratou de acalmá-la.

— Então me permita conhecê-la– ele pediu.

Sakura não gostava da forma como ele agia, ele parecia ter uma espécie de poder que a fazia ficar parada o escutando e isso espalhava algo estranho dentro do seu peito que subia por sua garganta.

— O que está acontecendo aqui?! – uma voz estridente soou.

Tanto Sasuke quanto Sakura respiraram fundo, parecia um último instante de calmaria antes da tempestade em um copo d’água.

— Olha só, sua namoradinha chegou – Sakura debochou puxando suas mãos das dele.

Sasuke suspirou.

— Estamos só conversando Karin – ele tentou explicar.

— De mãos dadas?! – ela havia chegado feito um furacão.

— Olha, eu não preciso estar aqui para a briguinha de casal de vocês, então estou indo – Sakura não tinha paciência para aquele tipo de coisa então saiu do pátio, seguindo rumo aos dormitórios. Ainda podia escutar a voz estridente e irritante da filha da Bela Adormecida ao fundo enquanto tentava acalmar o coração que estava aos pulos de uma maneira estranha.

.

.

.

Andando pelos corredores da escola Sakura não pôde deixar de pensar na história da velha senhora, mas principalmente na realidade de todos que viviam na ilha. Detestava Konoha por deixá-los naquele lugar vivendo como ratos. Por mais que existissem pessoas boas como Sasuke, não podia ignorar o que os “mocinhos” fizeram.

Passando pelos banheiros Sakura escutou alguém chorando e ia passar direto, mas se lembrou de que se quisesse pegar a varinha teria que conseguir mais informações e para isso precisava se enturmar. E, segundo sua mãe, as pessoas que choravam eram as mais frágeis e acessíveis. Decidiu entrar no banheiro e encontrou uma garota de cabelos castanhos com os olhos inchados.

Sakura pôs um sorriso falso no rosto.

— Oi? – a menina deu um pulo se assustando. – Por que está chorando? – demonstrou estar preocupada.

— Não é nada – ela enxugou os olhos sem parar, deixando-os ainda mais vermelhos.

Sakura era boa em ler as pessoas e aquela menina não lhe enganava, era baixa, de óculos, cabelos desgrenhados, usava uma espécie de metal nos dentes, bem desengonçada e usava roupas horrorosas, se lembrando de Temari e até mesmo Karin, duvidava que aquelas roupas fossem a “moda” de Konoha. Só faltava baixa auto estima escrito na testa da garota.

— Ninguém chora por nada – Sakura rebateu, respirou fundo e sorriu novamente. – Não vá – percebendo que a menina tentava fugir. – Talvez eu possa te ajudar – ofereceu sabendo que muito provavelmente não pudesse. – Me diz seu nome pelo menos.

— Meu nome é Matsuri – ela deu de ombros. Sakura se tocou de quem ela era: a filha de uma das fadas, Shizune e a afilhada da Fada Madrinha, Tsunade. “Bingo, talvez ajudar os outros sirva para alguma coisa afinal”.

— Eu sou a Sakura – ela ergueu a mão para cumprimentar Matsuri. – Filha da Malévola – a menina arregalou os olhos ao se dar conta de quem estava segurando as mãos. Sakura foi mais rápida e deixou seu modo atuação em on. – Sabe – começou para acalmar a garota. – Eu estou realmente muito grata de estar aqui, ter a chance de viver entre vocês é fascinante, muito melhor do que a ilha – pelo menos havia sido sincera na última parte.

Quer saber como mentir? Coloque um fundo de verdade nisso.

Vendo que havia funcionado continuou:

— Mas, me diga por que estava chorando? – mas a garota parecia com medo de responder. Sakura deu um passo para trás e continuou com a atuação. – Ah, que bobagem a minha, acabamos de nos conhecer, você provavelmente deve ter todas as amigas de que precisa, as quais possa confiar mais do que em mim – Sakura se afastou continuando a fingir se importar.

— Na verdade eu não tenho nenhum amigo, todos me ignoram – a garota desabafou.

— O que? Mesmo você sendo afilhada da Fada Madrinha e filha de uma das professoras? – Sakura puxou na memória para ver se lembrava, Tsunade havia dito algo. – Shizune, sua mãe, a Fada Madrinha me disse tantas coisas maravilhosas sobre você duas.

— Na verdade ninguém se importa e até me evitam – ela disse timidamente.

— Por quê? – Sakura perguntou curiosa. Para ser evitada pelos outros tinha que haver um bom motivo.

— Eu não sou tão bonita – Sakura segurou a vontade de revirar os olhos para isso. – Nem tão legal e os outros alunos acham que por eu ser filha de uma das professoras eu vou contar tudo para ela – a menina desabafou sem parar.

— Ah querida, se os outros te evitam só por deduzirem quem você é sem nem te conhecer você é quem deve se afastar deles – o modo sincero de Sakura se aflorou e ela respirou fundo antes de pensar no que fazer e não assustar a menina. – Mas já que você se preocupa tanto com a aparência talvez eu possa te ajudar – ofereceu tentando ser legal.

— Como? – a menina perguntou curiosa.

— Com magia – Sakura explicou. – Inofensiva, é claro – acrescentou, já que aparentemente as pessoas do reino pareciam temer a magia por alguma razão. – Espere aí um pouquinho – Sakura ajeitou a menina e se afastou tentando se lembrar de um dos feitiços de beleza que havia no livro da Rainha Má. – Olhe bem e atenção, que o cabelo feio vire um cabelão— Sakura movimentou as mãos e um brilho verde saiu delas.

Funcionou perfeitamente. O cabelo desgrenhado da menina havia ficado maior e agora possuía alguns cachos em um tom mais claro de caramelo, contrastando com o castanho escuro da parte de cima.

— Ah – a menina se virou para o espelho e ficou completamente encantada com o novo cabelo.

— De nada – Sakura foi irônica. – Minha amiga Ino pode te ajudar com as roupas depois, sem ofensa, mas você pode usar roupas mais bonitas do que essas – pelo menos teria a menina do seu lado e quem sabe assim ela não servisse para alguma coisa.

Mas Matsuri ainda estava impactada no quanto seu cabelo estava bonito. Ela se virou para Sakura e perguntou:

— Meu nariz? Pode afiná-lo? E meus olhos? Podem ser azuis ou verdes que nem os seus? Meu queixo pode ser um pouco menor? Pode me dar seios maiores? – Sakura se impressionou com o quanto aquela menina estava desesperada para mudar a aparência, então teve uma ideia.

— Ah não, eu não consigo, minha magia não é tão forte para mágicas grandes – a menina murchou ao escutar isso. – Não como a Fada Madrinha e a varinha – Sakura continuou: – Tipo, um toque daquela coisa e "Bibidi-Bobidi-Bu", poderia ter os traços que quiser – talvez a baixa estima da menina pudesse vir a calhar.

— Ela não usa mais a varinha – Matsuri informou. – Ela acredita que a magia não precisava mais ser usada e tudo o que precisamos está nos livros.

“Mas que bobagem” Sakura pensou se controlando para não bufar.

— É, mas ela usou a varinha na Cinderela e olha só, Cinderela se casou com um príncipe e agora é uma rainha – Sakura disse fazendo a menina ficar pensativa.

— A Cinderela estava sofrendo nas mãos da madrasta malvada e das duas irmãs, ela era muito gentil para sofrer daquele jeito, por isso minha madrinha a ajudou – Matsuri tentou argumentar.

Você não está sofrendo? Você não é gentil? Não é boa o bastante como a Cinderela? – a filha da Malévola continuou a envenenar a menina. Duvidava muito que Tsunade fizesse as vontades da afilhada, ainda mais se soubesse que Sakura estava enfiando minhocas na cabeça da garota, mas não custava tentar. – Mas quem sou eu para dizer alguma coisa, não é mesmo?

— Não, você está certa – a garota estava vislumbrada. – Eu vou falar com ela!

— Sabe, se ela decidir usar a varinha para te tornar mais bonita, me convida – Sakura piscou para ela e apertou sua mão. – Nos vemos depois – se despediu dela.

“Fácil como roubar doce de uma criança”.

 

.

.

.

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E aí, gostaram?

Como já puderam notar Matsuri será Jane, mas diferente do filme em que ela é filha da Fada Madrinha, aqui ela é filha da Shizune (q vai aparecer mais pra frente) e a afilhada da Fada Madrinha, que é a Tsunade. Tenho alguns planinhos para ela (estou fazendo cara de vilã e mexendo as mãos maleficamente, kkkkkkkk)
Muito fofo o momento SasuSaku ali em cima né?! Pena q a Karin tinha q aparecer para estragar tudo.

PS: quero q fique claro q nessa fic Chyo não terá nenhum parentesco com Sasori (mistério, mistério, mistério)

Beijinhos e até o próximo sábado ♥♥♥



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Os Descendentes" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.