Os Descendentes escrita por Sak


Capítulo 4
Um teste




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— Esse é o quarto de vocês – Sasuke abriu uma porta azul escura, com diversos desenhos entalhados que possuía o nome dos dois no centro. – Espero que gostem.

Havia duas camas, com duas cômodas, uma ao lado de cada e uma janela entre as duas. O quarto era em tons azuis e dourados, evidenciando a construção de realeza. Havia uma televisão também, com alguns aparelhos que Kiba reconhecia como som, computador e um vídeo game. Havia também uma escrivaninha, com alguns cadernos, livros, canetas e mais alguns materiais escolares.

— Maneiro – Kiba elogiou.

Shikamaru se jogou em uma das camas.

— Essa aqui é minha – falou aprovando o conforto.

Sasuke ficou contente pelo quarto ser do agrado dos dois, esperava que as meninas também gostassem do delas.

— Bom – Sai chamou a atenção deles. – Vamos para o refeitório?

— É – Sasuke concordou. – Vocês devem estar com fome.

— Na verdade não – Shikamaru só queria dormir.

— Bem, eu estou – Sasuke respondeu. Ficara o dia inteiro esperando pela chegada deles que nem reparara que não havia comido quase nada.

Kiba lançou um olhar de alerta para Shikamaru.

— Mas vou com vocês – o filho do Jafar se levantou da cama. Sabia que era melhor se enturmar se quisesse achar a tal varinha.

— Então vamos – Sai foi em frente.

No refeitório havia diversas mesas retangulares com bancos na cor dourada espalhados pelo local, do outro lado do refeitório havia uma bancada onde dava para a cozinha e do lado havia uma saída grande que dava para um enorme pátio. Havia alguns jovens ali, estavam esperando por eles. As meninas também já estavam lá, pareciam ter acabado de chegar.

— O que acharam do quarto de vocês? – Sasuke perguntou avidamente para as duas.

— Adorável – Ino respondeu sonhadora.

Já Sakura queria dizer repulsivo, mas ao invés disse:

— Limpo – Sasuke estranhou a resposta, mas não comentou nada.

— Bem, estes são Gaara, Kankuro e Temari – apresentou os três jovens que já estavam no refeitório.

— Somos filhos de Jasmine e Aladdin – a garota tomou a frente.

Sakura trocou um olhar com Shikamaru entendendo o que estava acontecendo. “Um teste” pensou. Não era coincidência justamente os filhos da Bela Adormecida, Branca de Neve e agora Jasmine e Aladdin estarem ali. Só faltava um cachorro aparecer.

De repente escutaram um latido bem alto e depois o barulho de patas correndo pelo refeitório.

Kiba gritou bem alto e subiu em cima das mesas, pulando uma por uma fugindo do cachorro.

— Olá – Sakura cumprimentou a todos com um sorriso sem graça pelo comportamento de Kiba, ele só lhe envergonhava cada vez mais. Viu o ruivo de nome Gaara piscar para si e depois para Ino.

— Desce daí Kiba! – Ino gritou completamente envergonhada.

— MANTENHA ESSA BESTA SANGUINÁRIA LONGE DE MIM! – ele devolveu.

Shikamaru foi ousado e decidiu beijar a mão da garota Temari para cumprimentá-la.

— É um imenso prazer conhecer você – disse galanteador e a garota sorriu sem graça não esperando pela reação. – Desculpe pelo nosso amigo, ele morre de medo de cachorros.

— Mas ele não é filho da Cruella? – Kankuro perguntou estranhando.

— Bem, é – Sakura concordou. – Mas não somos nossos pais.

Sasuke gostou de ouvir isso dela, sabia que seu irmão ficaria contente quando desse seu relatório sobre a chegada dos filhos dos vilões.

— Calma, ele não é uma besta sanguinária – Sasuke se aproximou de Kiba e acalmou o cachorro. – O nome dele é Akamaru e ele é a mascote da escola – Akamaru se sentou e abanou o rabo gostando do carinho de Sasuke. – Todos o adoram. Venha – chamou Kiba. – Não tenha medo.

Kiba desceu bem devagar da mesa e Sasuke pegou a mão dele, guiando para que acariciasse o cachorro. O filho da Cruella ficou surpreso: o cachorro era bonzinho e seu pêlo era muito macio.

— Você não parece nem um pouco com a besta sanguinária cheia de carrapatos que a minha mãe descreveu – disse admirado e o cachorro latiu como se entendesse, Kiba pulou para trás assustado.

— Pode levar algum tempo até ele se acostumar – Shikamaru comentou e Sakura concordou com um leve balançar de cabeça. Kiba não deixaria de ser o menino assustado que era de um dia para o outro.

— Então – Sakura chamou a atenção de Sasuke. – Vocês têm muita magia aqui em Konoha? Tipo varinhas e essas coisas.

— Sim – ele afirmou. – Mas a maioria está aposentada. A maioria dos alunos aqui são meros mortais comuns.

— Que por acaso são reis e rainhas – Sakura disse irônica.

— Isso! – Karin se intrometeu e abraçou Sasuke pelo pescoço. – O sangue real corre por nossas veias.

Sasuke tirou os braços dela de cima de si e se dirigiu até Temari. Sakura lançou um olhar irônico para a garota ruiva, sabendo que ela iria se irritar, pois dito e feito, Karin bufou de raiva.

— O almoço...? – Sasuke perguntou.

— Um instantinho só – Temari respondeu indo até a cozinha.

Kankuro e Gaara juntaram duas mesas e as cobriram com um pano que Temari trouxera da cozinha.

— Foi ela que cozinhou? – Sai perguntou baixinho para os irmãos dela.

— Relaxa – Kankuro o tranquilizou. – Foi a Fada Madrinha quem preparou tudo.

— Santa Fada Madrinha – Gaara gracejou.

Logo a mesa estava toda posta, com panelas que soltavam cheiros muito bons. Os pratos e talheres já estavam postos. Sakura esperava que não tivesse frescura por parte dos principisinhos e princesinhas. Não estava a fim de saber para que cada talher servia.

A filha da Malévola preparou seu prato, mas esperou que qualquer um dos outros comesse antes dela, era muito desconfiada. Enquanto todos colocavam seus pratos ainda analisou seus talheres, pareciam bem limpos.

— Precisa comer Sakura – Ino lhe alertou. – Você não come, faz o que? Uns dois dias? – ela conhecia a amiga muito bem.

— Como assim você não come faz dois dias? – Sasuke não pôde deixar de escutar e perguntou muito preocupado. Nunca havia ouvido falar de alguém que não comesse á dois dias, nem mesmo as meninas que mais se preocupavam com seu peso.

Sakura lançou um olhar de alerta para Ino.

— Sangue de fada – ela respondeu rápido. – Posso passar muitas horas sem comer ou dormir – deu de ombros.

— Não que isso seja bom – Ino acrescentou e recebeu mais um olhar mortal da filha da Malévola.

— Que legal – exclamou Gaara surpreso. – Você tem sangue de fada.

— Uma fada do mal – Karin comentou maldosa.

Sakura lançou um olhar mortífero para aquela menina ruiva, já estava ficando de saco cheio da filha da Bela Adormecida. Karin tropeçou de repente e seu prato quebrou, jogando toda a comida que foi parar no rosto, cabelo e roupas dela. Sakura se espantou.

— Você fez isso! – Karin acusou Sakura.

— Eu não fiz nada – Sakura negou, mas não tinha certeza.

— Karin, foi um acidente – Sasuke tentou acamá-la.

— Não foi nada, ela tem magia e usou em mim! – continuou acusando.

— Eu nunca usei magia – Sakura se defendeu. – Como é que eu posso ter causado isso?

— Você veio daquela ilha imunda! – Karin gritou.

— É, com uma barreira mágica em volta! – Sakura devolveu.

Sasuke saiu puxando Karin para fora do refeitório.

— Não liga para a Karin – Temari disse tentando acalmar os ânimos dos que ficaram. – Ela pode ser bem neurótica ás vezes.

— E muito, muito irritante – Kankuro acrescentou.

O resto da refeição foi feita em um silêncio incômodo, sem ninguém dizer nada. Logo Sasuke voltou e também terminou seu almoço. Enquanto Temari fora buscar as sobremesas Gaara perguntou:

— Cadê sua namorada? – Sasuke suspirou com a pergunta.

— Foi para a casa – deu de ombros. – Lamento por ela – ele disse se virando para Sakura. – Ela não está aceitando muito bem a vinda de vocês para cá.

— Isso deu para perceber – Sakura disse irônica e Sasuke suspirou. Por algum motivo que Sakura não sabia explicar, não gostou de vê-lo triste. – Mas, sabe, eu sabia que não seria tão fácil, quer dizer, nós somos o malvados – ela brincou.

Sasuke ficou encantado por ela tentar lhe animar.

— Não – ele negou com a cabeça e olhou bem no fundo dos olhos dela enquanto dizia: – Vocês são os filhos dos malvados, a culpa não é de vocês – Sakura sentiu seu coração bater forte com as palavras do príncipe.

— Prontinho – Temari voltou com uma bandeja em mãos.

Todos pegaram um potinho e experimentaram, enquanto Temari falava:

— Esses foram – ela murchou desanimada quando todos cuspiram – eu quem fiz.

— Querida, tá precisando de umas aulas de culinária – Ino comentou. – Sem ofensa.

— Nós temos aula de economia doméstica aqui – ela comentou ainda desapontada.

— Sério? – Ino perguntou encantada.

Sakura negou com a cabeça.

— Eu vou buscar a sobremesa que a Fada Madrinha fez – e lá se foi Temari mais uma vez.

Os irmãos foram embora pela tarde, apenas Sasuke ficara para fazer um relatório, mas partiria no dia seguinte pela manhã. O príncipe estava muito contente pelos jovens da ilha terem vindo e queria escrever detalhadamente sobre cada um. Eram mais educados do que esperava. Mas a filha da Malévola o havia fascinado de certa forma. Ele riu se lembrando das respostas atravessadas dela, dificilmente alguém lhe tratava assim.

 

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Já de volta aos quartos Ino desengatou a falar:

— O príncipe Sasuke é encantador – ela suspirou encantada por ele. – Pena que é comprometido.

Sakura ficou curiosa do porque daqueles dois estarem juntos. Sasuke era muito gentil e Karin era uma louca obcecada, na sua opinião.

— E aquele tal de Gaara? Eu o vi piscar para você – Sakura brincou com a amiga.

— Ele também piscou para você – Ino devolveu. – Não vou ficar com uma cara que dá em cima de mim e na minha melhor amiga também, e provavelmente toda a população feminina neste reino.

Sakura riu achando graça.

— E o tal Kankuro? – perguntou.

— Provavelmente deve ser que nem o irmão – Ino murchou.

— E o Sai? – agora sim Ino quase chorou.

— Ele tinha que ser filho justo da Branca de Neve? – ela se lamentou.

Sakura decidiu deixar a amiga em paz com suas lamúrias. Tinha que dar um jeito de se enturmar se quisesse achar a varinha da Fada Madrinha e até que isso acontecesse podia demorar muito tempo.

Mas por hora decidiu analisar o quarto melhor, por mais que as cores não lhe agradassem, o quarto era bem limpo e organizado. Havia uma escrivaninha numa parede com duas cadeiras e de cada lado havia materiais: cadernos, livros, mochilas, tudo etiquetado com o nome das duas. Com o guarda roupa não era diferente: metade dele era designado para Ino e a outra metade era para si. As roupas pareciam iguais em sua maioria, mas podia dar um jeito naquilo depois, os tecidos eram bem macios.

Mas a melhor parte do quarto com toda a certeza era o banheiro, havia dois suportes para toalhas, uma pia com um espelho embutido e o melhor: um chuveiro com banheira. Decidiu testar a água e apreciou como ela vinha quentinha.

— Adeus banhos de balde com água gelada – suspirou agradecida. Decidiu tomar um banho naquele momento.

Abriu a água da banheira para que enchesse e enquanto isso aproveitou a água do chuveiro. Suspirou muito grata, jamais tivera tal sensação antes, a água caia quentinha em sua cabeça e descia pelo seu corpo quase como uma carícia, usou uma bucha para esfregar a pele e saiu quando a banheira estava cheia entrando na água, a sensação era maravilhosa.

Viu diversos vidrinhos em um compartimento e decidiu cheirar todos, eram muito cheirosos e alguns estavam escritos que podiam ser usados na banheira, escolheu o vidrinho roxo escrito lavanda e despejou na água. O cheiro espalhou pelo banheiro.

Só saiu quando Ino bateu na porta reclamando do quanto estava demorando.

— Agora entendo porque demorou tanto – Ino disse boquiaberta apreciando o banheiro.

— Você tem que experimentar, a água daqui é muito melhor que a da ilha, sem falar que ela vem quentinha – disse Sakura enrolada em uma toalha e com outra na mão enquanto secava o cabelo. Foi até sua mochila para pegar uma roupa, mas desistiu no último segundo indo até o guarda roupa.

— Aqui – Ino saiu do banheiro com um vidrinho em mãos – usa isso no cabelo antes de pentear.

Sakura passou o conteúdo do vidrinho no cabelo e então os penteou com os dedos mesmo, mas então achou um pente no seu lado do guarda roupa e decidiu o usar. Com os cabelos desembaraçados tratou de analisar as roupas, não tinham nada haver com o seu estilo, mas os tecidos eram muito macios. Então teve uma idéia.

Foi até sua mochila e de lá tirou o livro de feitiços da Rainha Má. Foi folheando até achar um de seu interesse.

— Hora de testar – escolheu uma blusa e uma calça e as colocou sobre a cama enquanto se concentrava no que queria fazer. – Muito bem e fique esperta, isso vai te deixar de boca aberta— nada aconteceu durante uns segundos, então as duas peças foram envoltas em brilho e mudaram. Sakura sorriu e se vestiu, agora sim pareciam com algo mais haver com seu estilo.

— Sakura! – Ino ficou surpresa quando saiu do banheiro e a viu com o livro em mãos.

— Eu sei – a filha da Malévola agradeceu. – Minha magia funciona aqui.

— Isso é ótimo, mas é bom você tomar cuidado – Ino a advertiu.

— Eu sei, uma passo de cada vez.

 

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