Os Descendentes escrita por Sak


Capítulo 21
Um abraço e uma dúvida


Notas iniciais do capítulo

Olha só quem resolveu tomar vergonha na cara e trouxe capítulo novo? Euzinha, kkkkkk



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— E aí? Como anda seu "relacionamento" com a Sakura? – Naruto perguntou depois que se sentaram à mesa do refeitório.

Sasuke suspirou apaixonado pensando na garota de cabelos cor de rosa.

— Você tá afim da filha da Malévola, cara? – Gaara apareceu do nada se intrometendo na conversa.

Sasuke ficou vermelho, principalmente porque o ruivo não estava sozinho, o irmão estava do lado. E a irmã também, e a amiga dela. E Lee, nunca sabia o que esperar daquele garoto.

Que situação mais constrangedora.

Naruto lhe mandou um sorriso sem graça tentando transmitir suas desculpas.

— Não sei porque a surpresa – Temari disse para Gaara. – Ela é bem legal – se sentou ao lado de Sasuke.

— Se a gente puder fazer algo pra te ajudar – Tenten ofereceu ao se sentar do outro lado dele. – Pode contar com a gente.

Então se lembrou do elogio que Sakura lhe fizera momentos antes.

— Ela disse que me acha sensível – disse olhando para Naruto e respondendo a pergunta dele. – Isso é bom, não é?!

— Cara, não! – Gaara se intrometeu mais uma vez. – Ela vem da Ilha – falou com ênfase –, você acha mesmo que ser sensível é uma coisa boa por lá? – isso fez Sasuke engolir em seco. – Os caras lá devem ser durões – apontou.

— Kiba não é durão – discordou Kankuro. – E Shikamaru... – pensou sobre o filho do Jafar. – Sei lá o que pensar dele – deu de ombros.

— Ele é muito inteligente – Temari o elogiou. – Na dele e observador e... o que foi? – ficou surpresa quando todos na mesa olharam pra ela.

— Acho que Sasuke não é o único a se apaixonar pelo filho de um vilão – zombou Naruto.

Isso fez Temari corar.

— Não tô apaixonada por ele! – negou e se recompôs quando os demais riram. – Não posso mais elogiar alguém que é bem diferente do que eu imaginava? Aliás, vamos nos ater ao fato de que Sasuke está apaixonado pela Sakura – desviou o assunto. – Então, já se declarou? – perguntou ao príncipe.

— Não – Naruto negou por ele. – Ele simplesmente trava com medo de ser rejeitado.

— Bom, vindo da Sakura eu não duvidaria, ela não parece ser adepta ao amor – Tenten analisou. – Quer dizer, nem sabemos se ela já chegou a namorar alguém na ilha.
Sasuke suspirou.

— A gente vai ver isso pra você Sasuke, não se preocupe – Temari acrescentou.

Desviaram o assunto e conversaram sobre bobagens.

 Ao final do almoço Lee se aproximou e disse:

— Às vezes sensibilidade é tudo do que uma pessoa precisa – e com o mesmo olhar que tinha o Chapeleiro Maluco continuou a divagar. – E empatia, e solidariedade, e amor... é, amor com certeza... – foi andando e numerando nos dedos.

Pensou em Sakura, no elogio que ela lhe deu, se realmente foi um elogio. Esperava que sim. 

“Sensível”. Não conseguia tirar a palavra da cabeça.

.

.

.

Depois do almoço Sasuke foi até a diretoria para esperar pelo pai e pelo irmão mais velho, Itachi havia sido evasivo quando dissera apenas que precisavam conversar sobre algo importante. 

Se sentou numa dos bancos da recepção e ficou esperando. Não conseguia ouvir nada estando do lado de fora, mas tinha que admitir que estava bastante curioso. Divagou em pensamentos até ouvir a porta se abrir de supetão e por ela passar Sakura correndo.

— Sakura! – tentou chamá-la, mas ela não parou.

Logo em seguida saíram os amigos dela. Eles pareciam meio pálidos.

— Vocês vão ficar bem? – Itachi perguntou a eles.

— Sim – Ino colocou um sorriso no rosto, Sasuke percebeu que era um sorriso triste. – Não se preocupe.

— Vamos pra aula – Shikamaru chamou, o cabelo, que estava mais cumprido, lhe cobria o rosto.

Itachi esperou eles viraram no corredor e comentou:

— E eu que achava que tomar bronca do pai fosse horrível – bagunçou os cabelos longos frustrado.

— Foi tão ruim assim? – Sasuke ficou surpreso. Achava que o amor e a saudade fossem maiores do que tudo.

— Ruim é pouco – suspirou Itachi. – Nunca vi tanta hostilidade entre um pai e um filho. Não sei qual relação é a pior: se é Jafar e Shikamaru ou se é Malévola e Sakura – balançou a cabeça. – Fizemos muito bem em tirá-los daquele lugar. Escuta, tenho que entrar para a reunião, falo com você depois, tudo bem?

Sasuke assentiu e esperou a porta fechar antes de correr atrás de Sakura. Demorou um pouco para encontrá-la no lago e ficou chocado quando ela começou a brilhar verde e desengonçadamente atirar a chama verde na água. 

Viu ela tremer ao longe e se escondeu quando ela olhou ao redor, com medo.

Então Sakura, filha de Malévola, havia enfim demonstrado uma vulnerabilidade. Sasuke queria confortá-la. Desesperadamente.

Terra dos contos de fadas, como estava apaixonado por aquela garota.

Esperou ela entrar no prédio para enfim se revelar.

Sakura pulou de susto.

Os olhos dela estavam vermelhos, olhos de quem segura o choro.

— Você está bem? – perguntou cauteloso.

— Está aí há quanto tempo? – Sakura se sentiu apavorada.

— Não muito – respondeu. –- Mas eu vi o brilho verde – decidiu ser sincero. – Tem certeza de que está bem?

— Estou melhor – ela respondeu. – É só... – suspirou fechando os olhos. 

— A conversa com a sua mãe não foi boa?

— A relação com a minha mãe é complicada – balançou a cabeça exasperada. – Ela acha o quê? Que vou esquecer que sou filha dela? Quando todo mundo que fala comigo faz questão de me lembrar disso o tempo inteiro? Às vezes me olho no espelho e vejo quão parecida com ela eu sou, isso me apavora – desabafou. – Não quero ser como ela. Nem como meu pai. Não quero – colocou os braços ao redor de si sacudindo a cabeça.

— Você não é ela – disse Sasuke se aproximando.

— Eu poderia ser ela, somos tão semelhantes que parece inevitável eu não me tornar ela – derrubou uma lágrima e tratou de enxugá-la depressa, havia prometido que nunca mais choraria pelos pais que tinha.

— Mas você não é ela – sussurrou tentando tirar aquele olhar angustiado do rosto dela. – Você é Sakura, pode ser filha de Malévola, mas não é Malévola – a puxou para um abraço tentando confortá-la. – Não é – continuou a murmurar enquanto ela tremia.

Sakura se agarrou a ele. Ninguém além de Ino já havia lhe abraçado daquela maneira. Era bom.

E aos poucos foi se acalmando.

— Obrigada – disse se soltando dele mais tranquila. Seu corpo já não tremia mais.

— Disponha – respondeu ele.

Relutantemente tirou os braços ao redor dela, deslizou por eles até segurar suas mãos. - Vamos para a aula? – chamou delicadamente.

— Vai você – disse ela. – Eu já perdi mais da metade da aula mesmo. Vou correr pro quarto e tentar tomar um banho rápido antes de ir para a próxima.

— Então eu te vejo depois –- ele se despediu 

— Te vejo depois – Sakura retribuiu.

.

.

.

De banho tomado e já mais calma, Sakura encontrou com os amigos dentro do quarto dela e de Ino esperando por ela.

— Tá mais calma? – Ino perguntou cautelosa sentada na cama. 

Os meninos estavam jogados no chão.

— Tô sim – respondeu secando o cabelo com a toalha.

E realmente estava. Não sabia explicar como, mas Sasuke havia conseguido lhe acalmar apenas com um abraço.

— Q bom – resmungou Shikamaru. – Porque eu não estou!

Sakura o entendia.

— E se... – Kiba falou devagar, com medo da reação dos demais. Estava deitado com os braços atrás da cabeça, olhando para o teto do quarto delas. – A gente demorasse mais um pouco?

— Como assim? – Ino perguntou confusa.

— É – se sentou –, e se ao invés da gente tentar pegar a varinha no dia da coroação a gente deixasse pra depois – se encolheu com o plano ridículo.

Os outros ponderaram suas palavras e o que aquilo significava. Sabiam que não haveria outra chance tão cedo depois da coroação e isso era o mesmo que deixar seus pais na ilha e realmente se entregarem para a vida fora dela. Longe deles, longe de tudo. Um novo começo. Mas poderiam fazer isso?

— Ok – disse Shikamaru devagar. – Eu posso fazer isso, mas falo apenas por mim, eu realmente não tô nem aí pro que vai acontecer com o meu pai.

— Não posso dizer o mesmo – Sakura se opôs. – Quer dizer, ainda é a minha mãe, ela está contando comigo e se eu conseguir tirar ela de lá... – pensou no que aconteceria. – Talvez...

— Eu quero tirar meu pai de lá – disse Ino com convicção. – Mas não tenho certeza quanto à minha mãe, não sei o que aconteceria com ela aqui fora – analisou.

— O que acham que vai acontecer? Eles querem vingança – disse Kiba sem rodeios. – Minha mãe... ela é cruel, seu nome não é à toa. Já meu pai... ele não sabe fazer mais nada além de obedecer – sacudiu a cabeça em negação e se levantou. – Eu nunca me senti tão livre em toda a minha vida quanto agora, não quero perder isso.

— Não sei não – Sakura negou. Só pensava na reação da mãe.

— Eu concordo com o Kiba – disse Shikamaru.

— E eu com a Sakura – disse Ino se colocando ao lado da amiga.

Era um impasse.

— Qual é – exasperou Shikamaru se levantando do chão. – A gente não deve nada aos nossos pais!

— Somos quem somos por causa deles! – Sakura brigou.

— Discordo, somos quem somos apenas por sermos filhos deles! – Shikamaru rebateu.
Kiba e Ino se entreolharam em pânico. Eles não podiam brigar agora.

— Chega gente – pediu Kiba.

Mas Sakura e Shikamaru ainda soltavam faíscas pelos olhos.

— Cinco dias – soltou Ino de repente. – Dá cinco dias pra gente pensar nisso direito e então a gente decide. É tempo suficiente e então vemos se vamos dar a poção ao Sasuke e roubar a varinha ou... – não conseguia continuar.

— Ou abandonarmos nossos pais – verbalizou Shikamaru. – Esquecemos que a ilha existe e ficamos por aqui.

Ficaram em silêncios por alguns segundos, ponderando.

— Tudo bem – disse Kiba por fim para acabar com aquela discussão. – Cinco dias são o suficiente pra gente pensar.

Mas Shikamaru não conseguia deixar por isso mesmo, ainda encarava Sakura com raiva e resolveu falar:

— Por que você quer ajudar a sua mãe? O que de bom ela já fez para você?!

— Você não entenderia – Sakura negou.

— Tem razão, eu não entendo! – estourou. Logo em seguida suavizou a voz: – Mas sabe o que eu entendo? Apanhar do pai porque não conseguiu dinheiro o suficiente, ser obrigado a roubar e a tacar o terror nas pessoas pra conseguir o que quer – exasperou. – Konoha é melhor do que aquele lugar, eu não sei você, mas eu não vou voltar pra lá!

— Nisso eu concordo com você, já não tínhamos combinado? Se tentarem nos mandar para lá a gente foge.

— Então porque ainda quer ajudar ela? Sua mãe é a pior vilã de todos os vilões! É só por isso q você está aqui!

— Você lava a sua boca para falar da minha mãe! Eu não menciono a sua! – Sakura ficou nervosa.

— Minha mãe era boa – Shikamaru rosnou.

— Então porque ela foi parar na Ilha? – Sakura provocou.

Shikamaru entrou em fúria.

— Eu vou para aula antes que eu cometa uma besteira – saiu do quarto furioso.

Kiba lançou um olhar exasperado para Ino antes de ir atrás do amigo.

— Eu quero ver você tentar – Sakura resmungou baixo para que ele não ouvisse.

Ino jogou as mãos pro alto.

— Vocês precisam se controlar! Qualquer hora dessas vão acabar se matando – choramingou.

Sakura deu de ombros.

Vai ver era isso o q os dois precisavam: lutar um contra o outro para acertarem as contas.

Mas pensou nas palavras dele. Poderia abandonar a mãe na ilha? Pensou nela lá, sozinha. Seu pai provavelmente pararia de visitá-la, aliás, estranhava ele ainda não ter aparecido para si. Ele sempre sabia onde lhe encontrar.

— Não sei se consigo fazer isso Ino – desabafou para a amiga se sentando na cama. – Não sei se consigo abandonar minha mãe.

— Tá tudo bem – disse Ino se sentando ao lado dela. – Isso quer dizer que tem uma parte sua que é boa e é normal se importar. Também não sei se consigo abandonar meus pais.

— Mas eles têm um ao outro, pelo menos. Minha mãe só tem a mim.

— E seu pai? - perguntou delicadamente.

— Ele não se importa! – exasperou. – Nossa, se minha mãe sair da Ilha fico na dúvida de quem ela vai querer se vingar primeiro: se o rei e a rainha por terem colocado ela lá, se o povo da Bela Adormecida ou se é meu pai – suspirou.

 


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Notas finais do capítulo

E aí, gostaram? Espero q sim!

Notas:
♦ Sasuke confortando a Sakura é maravilhoso e vai pesar em uma decisão dele num futuro próximo;
♦ Nosso príncipe não é o único apaixonado pelo filho de algum vilão, Temari tem uma quedinha no Shikamaru; perguntinha: vcs gostariam de ver alguma cena específica para eles dois? Tô planejando algumas coisinhas, mas vai ser mínimo já q o foco é mais SasuSaku.

PS: para aqueles q já sabem quem é o pai da Sakura continuem mantendo segredo por favor, é muito divertido ler os comentários de quem ainda não sabe tentando adivinhar ♥♥♥♥♥

Beijinhos e até o próximo (sai ainda esse mês) ♥



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