Os Descendentes escrita por Sak


Capítulo 20
Uma conversa difícil


Notas iniciais do capítulo

Olha só quem voltou com capítulo novo...

Muito obrigada a todos que acompanham a história e me incentivam a continuar, sério, me ajuda tanto e me deixa tão feliz saber a opinião de vcs!

Vamos ao capítulo, tá bem grande hein, me superei, + de 3 mil palavras *o*



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Alguns dias depois...


— Você está roendo as unhas –- Sasuke sussurrou em seu ouvido.

Sakura deu um pulinho de surpresa em sua carteira. Estava tão concentrada em olhar para a Fada Madrinha que havia se esquecido do príncipe sentado atrás de si.

— Algum problema Sasuke e Sakura? – Tsunade perguntou em frente à lousa, diante da turma inteira que se virou para olhar para eles.

— Não, problema nenhum – Sasuke negou. – Só estava pedindo um lápis emprestado para Sakura.

Ao que Sakura automaticamente pegou o que estava em cima da mesa e entregou a ele para disfarçar e se surpreendeu. Desde quando Sasuke conseguia mentir tão bem?

— Bem, como a maioria já deve saber – a Fada continuou –, neste sábado estaremos fazendo atividades entre pais e filhos, já tivemos a confirmação da presença de alguns pais, mas estaremos abertos a todos, principalmente aos vilarejos ao redor. São o povo de vocês, afinal. E já sabem: ao realizar alguma tarefa poderão receber um ponto por participação.

Sakura ainda estava roendo as unhas, desde que havia saído da ilha não cometia mais o ato, mas tinha uma boa razão: não sabia que Tsunade havia voltado e ficou ligeiramente nervosa. Trocou um olhar preocupado com Ino.

— E agora? Acha que ela suspeita de alguma coisa? – Ino perguntou nervosamente a amiga assim que saíram da sala.

— Não sei, na dúvida, a gente banca a sonsa – respondeu Sakura.

— Sakura! – a filha da Malévola se virou ao escutar seu nome já sabendo o dono da voz: Sasuke.

— Eu vou na frente – disse Ino se afastando.

Tinham armado essa estratégia: deixar a filha da Malévola e o príncipe sozinhos para que os outros vissem o quanto eles estavam próximos, assim quando Sakura enfim desse a poção a ele não desconfiariam.

— Oi – Sakura o cumprimentou e olhou bem para ele. – Você...

— Você... – disseram ao mesmo tempo.

Sasuke riu sem graça e Sakura o acompanhou.

— Você está bem? – Sakura perguntou preocupada.

— Estou – respondeu ele sincero.

E parecia mesmo. A filha da Malévola estava surpresa por ele estar tão bem.

Começaram a caminhar em direção ao refeitório e vez ou outra passavam por alguns alunos que cochichavam e gesticulavam para o príncipe. Sasuke nem parecia se abalar.

— Não te incomoda? – questionou curiosa.

— O quê? – ele sorriu com a curiosidade evidente dela.

— Todos esses comentários que estão fazendo de você?

— Não! – Sasuke riu. – Posso ser o futuro conselheiro real, e é claro que sempre estarão falando de mim, mas minha vida pessoal não diz respeito a ninguém.

Aquilo surpreendeu Sakura.

— É muito bom ouvir isso – foi sincera em sua resposta. – Sempre te achei tão sensível.

— Isso é bom? – perguntou ele duvidoso.

— Talvez - ela deu de ombros.

"O que será que isso quer dizer?" Sasuke se perguntou intrigado.

— Você estava roendo as unhas na aula – ele mudou de assunto. – Sabe que isso é sinal de nervosismo?

— Ah – Sakura não sabia o que responder exatamente.

— Tudo bem, também me sinto assim às vezes – falou compreensivo. Estava nervoso naquele momento – Eu queria te dizer uma coisa, é sobre – Sasuke começou a dizer, mas a Fada Madrinha apareceu o interrompendo.

— Como tem passado, Sakura?

— Bem, Fada Madrinha – respondeu tentando não demonstrar o nervosismo já apontado por Sasuke.

O que estava acontecendo consigo? Parecia ter perdido a manha para mentir, o que era um ultraje dado que enrolação e trapaça eram características herdadas de seu pai; mas ele também era muito cheio de si, "soberbo", sua mente sussurrou, "por isso ele fracassa". Será que estava ficando soberba que nem ele? Era por isso que estava fraquejando? "Mas fracassar fez com que ele não fosse para a ilha", pensou mais uma vez.

— Sasuke já lhe contou as novidades? – Sakura balançou a cabeça pra dispersar o rumo que seus pensamentos estavam tomando e voltou a prestar atenção na Fada.

— Novidades? – tentou parecer entusiasmada.

— Eu ia fazer isso agora mesmo. – disse Sasuke. O que era uma mentira, não era aquilo que queria dizer a ela. – Conseguimos marcar um momento para você e seus amigos falarem com seus pais.

Sakura parou mortificada. “Merda!” gritou em pensamentos, era tudo o que não precisava: se visse sua mãe ela iria lhe matar.

— Vão nos mandar de volta para a Ilha? –- perguntou tentando conter o pânico em sua voz.

— Não! – Sasuke respondeu abismado com a linha de pensamento dela.

— E como é que vamos falar com nossos pais? – perguntou confusa.

— Pela Internet – respondeu a Fada.

Ao que Sakura foi inserida rapidamente sobre a aula extracurricular que abriria inscrições em breve. Aparentemente os humanos inventaram uma tecnologia capaz de se comunicar com alguém do outro lado do mundo em tempo real. Mas em Konoha a magia e a tecnologia se misturavam, de modo que não afetasse e muito menos interferisse no mundo humano.

— Então? – a Fada perguntou.

— O que? – Sakura desviou a atenção.

— Vamos?

— Agora? – ficou surpresa.

— É, agora – a Fada foi firme. – Acho que a essa altura eles já devem estar nos esperando.

— Eu vou indo almoçar, te vejo depois Sakura – Sasuke se despediu.

Sakura acompanhou a Fada e encontrou Shikamaru e Kiba ao lado do professor Asuma em frente à sala da direção.

Assim que ficou perto dos meninos trocou um olhar de pânico com eles, Ino veio logo em seguida com a professora Rin em seu encalço. Ela parecia meio perturbada: compartilhava o pânico deles.

Mas Sakura estava agradecida - e muito surpresa -, nenhum deles estava surtando - ainda.

Tsunade bateu na porta antes de entrar, os dois professores a acompanharam. Sakura ficou surpresa de encontrar o rei e o príncipe mais velho sentados em duas poltronas.
Uma tela estava posta em frente a uma janela que se encontrava parcialmente fechada.

Na sala também se encontravam o conselheiro real e o diretor. Encarou friamente aquele homem, sem deixar de lembrar de Izumi toda machucada por causa dele.

— Engraçado que as pessoas de poder a minha frente sejam apenas homens – comentou irônica encarando o diretor. – A rainha não pôde vir majestade? – perguntou se dirigindo ao rei.

— Ela não está passando muito bem de saúde – respondeu seco.

Sakura engoliu em seco.

— Desejo melhoras à ela – respondeu humildemente. A fronte do monarca parecia abatida e o príncipe mais velho não estava muito diferente.  Sasuke não havia comentado nada consigo, pelo visto estava longe de conseguir a confiança dele. Mas olhando para os dois a frente talvez o príncipe mais novo não soubesse sobre o mal estar da rainha.

— Bom – Tsunade chamou a atenção –, o primeiro a falar será Shikamaru, seu pai já está esperando, e sinto muito pela sua mãe – disse a sinceramente e apertou o ombro dele em solidariedade.

Sakura percebeu Shikamaru se contrair. Aquele era um assunto delicado.

— Tudo bem, eu nem me lembro dela – ele respondeu. Ao que Sakura sabia que ele estava mentindo. Todo mundo na ilha sabia como Jafar tratava as mulheres, a surpresa era a mãe do menino ter sobrevivido até os 10 anos de idade dele.

— Na sequência será Kiba; Cruella e Lefou  já estão esperando. Em seguida Ino, a Rainha Má e seu pai também estão aguardando, e por último Sakura – a Fada se virou para a garota – Malévola ainda não apareceu, mas o que me chama a atenção é o fato de você não ter o nome de seu pai registrado.

Sakura gelou. Nunca, em hipótese alguma poderiam descobrir quem era seu pai. Poderia encrencá-lo se soubessem já que as condições do seu nascimento era um mistério até para si mesma, mas por mais que o detestasse, ele ainda era seu pai.

Então deu de ombros.

— Você não sabe quem é seu pai? – ela pressionou.

— Isso importa? – retrucou.

— Só estou surpresa por essa irregularidade ter passado despercebida – comentou.

— Deve ser porque vocês não se importam com o que acontece na Ilha – retrucou mais uma vez.

— Por favor, não seja grosseira – pediu a Fada.

— Não estou sendo grosseira, estou apenas constatando um fato: não sou a única na Ilha que não tem o nome de um dos pais registrados. Você só está curiosa porque esses devem ser os primeiros documentos de uma criança da Ilha em que coloca as mãos – disse amargurada. Depois se calou imediatamente. Merda, porque tinha de ser tão explosiva às vezes? Tinha uma platéia lhe observando e só esperando um sinal para ser mandada de volta. – Me desculpe, tem toda a razão, estou sendo grosseira. Peço perdão por minha atitude – tentou se redimir.

Aquilo de pedir desculpas estava ficando cada vez mais fácil e na maioria das vezes resolvia toda a situação.

— Tudo bem – aceitou. – Nós conversaremos sobre seu comportamento depois –- foi até o telão e o ligou.

De onde estavam os demais presentes na sala não apareciam. Logo uma imagem apareceu na tela. Era Jafar. Com uma mulher no colo.

— Jafar – Sakura agraciou maleficamente ao vê-lo no monitor. – Que desprazer é ver você.

— Filha de Malévola – Jafar devolveu o sorriso irônico. – Saia da frente – ordenou. – Quero falar com meu filho.

Shikamaru respirou fundo antes de se virar para a tela. Seu pai parecia o mesmo, principalmente com a mulher em seu colo quase nua. Que humilhação.

— Nova esposa, meu pai? – perguntou tentando disfarçar o que sentia. Era degradante a forma como o pai tratava as mulheres que não tinham poderes mágicos. Se recusava a ser como ele.

— Não – o pai sorriu. – Concubina – acariciou o rosto da jovem que tinha o olhar voltado para baixo. – Pode ir querida – dispensou a jovem em seu colo.

Sakura engoliu a raiva, mas Ino é quem estava segurando a bile para não vomitar. A garota não parecia ser muito mais velha do que as duas.

Ino apertou a mão de Shikamaru levemente antes de sair da frente do monitor e se postar ao lado de Kiba.

— Como tem passado meu filho? – Jafar perguntou ansiosamente. – Se... adaptando bem?

— Melhor do que eu esperava – Shikamaru se limitou a responder.

O vilão estreitou os olhos não gostando do tom de voz do garoto.

— Vejo que está passando muito tempo com Sakura e aprendendo a não respeitar os mais velhos – disse venenosamente.

— Mas eu respeito os mais velhos – Sakura o respondeu. – Eu só não respeito você.

— Eu e metade da ilha, e isso não vem ao caso, não se meta! – Ordenou.

Sakura sorriu venenosa para ele e saiu da frente do monitor mais uma vez. Cruzou os braços e não teve como evitar de não roer as unhas. Se Jafar estava daquele jeito, não queria nem imaginar como estaria o humor de sua mãe.

— Não tem mais nada para me dizer? – Jafar perguntou para o filho demonstrando sinais de irritação.

Havia um monte de coisas que gostaria de dizer ao pai, mas não podia. Então se segurou.

— Não, não tenho mais nada para lhe dizer – respondeu e acrescentou tardiamente: – Pai.

— E quando poderei vê-lo novamente? – Tentou tirar algo do garoto. Parecia perdê-lo.

— Não sei, mas espero que não seja tão cedo – disse meio irritado. – Tenho que ir – se despediu.

— Shikamaru! – trovejou. – Não vire às costas para o seu pai!

Shikamaru se virou, não conseguindo desobedecer.

Seu pai encerrou a chamada.

Logo em seguida a Cruella de Vill apareceu com Lefou ao lado.

— Kiba? – perguntou por ele. – Onde é que esse menino está?

O garoto se levantou apressadamente.

— Oi mãe – a cumprimentou nervosamente. – Oi pai – acrescentou ao vê-lo junto da mãe.

— Oi filho – seu pai respondeu.

— Saia Lefou – disse Cruella. – Quero falar com ele sozinha.

Lefou sai da frente da tela sem pestanejar. Ele sempre obedecia a Cruella, só perdia para os comandos de Gaston, seu “fiel” amigo.

— Por que demorou tanto para entrar em contato? – a mãe ralhou.

— Eu nem sabia que a gente podia entrar em contato – tentou se defender.

— Não me interrompe quando eu estiver falando – ralhou mais uma vez.

Kiba não falou mais nada e deixou a mãe lhe dar broncas e mais broncas.

Sakura não conseguiu segurar o sorriso e revirou os olhos.

— Vai rindo enquanto pode Sakura – Disse Cruella maleficamente. – Você está tão encrencada – se despediu rindo cruelmente.

Sakura ignorou a risada e os olhares dos mais velhos a sua volta. Sabia que estava encrencada com sua mãe, não precisava que Cruella lhe dissesse isso.

Logo as imagens da Rainha Má e do pai de Ino estavam na tela.

— Oi mãe, oi pai – Ino cumprimentou os pais.

— Oi querida – o pai lhe respondeu de volta. – Como que minha princesinha está?

— Bem – respondeu sincera, mas um tanto culpada. Não pensava muito nos pais estando ali. Mas se deu conta de uma coisa e foi isso o que disse: – Morrendo de saudades dos dois.

— Postura Ino – sua mãe mandou e Ino obedeceu se endireitando. – Sabia que Konoha faria bem a sua pele – analisou a filha.

Ino colocou as mãos no rosto sentindo a pele mais macia do que nunca.

Sakura se controlou para não revirar os olhos dessa vez, era só isso que parecia importar a Rainha Má: a aparência. Mas Sakura se lembrou do que havia lido em meio aos tantos feitiços e poções da Rainha Má: sobre uma terra que era destinada a ser sua, mas que fora arrasada pela desgraça sob circunstâncias as quais não se sabia nada a respeito.

De todos os vilões na Ilha a Rainha Má era uma das poucas que respeitava. Fora ela que lhe ensinara o respeito aos mais velhos e a realeza, e muitas outras coisas. Ainda que tivesse ignorado boa parte dos ensinamentos dela, lhe era grata pelas tentativas.

— É tudo o que você me falou mãe, tudo e muito mais – disse Ino sonhadora. Sakura voltou a atenção para a conversa. – Obrigada por compartilhar essa beleza comigo.

— Presumo que não estejam sozinhos – comentou olhando para Sakura.

Sakura se limitou a um sorriso e se curvou para provocar o conselheiro e o diretor. Sentia que o rei não se importaria. A Rainha Má somente riu.

— Me vingue – a rainha pediu olhando para Sakura.

Mas foi Ino quem respondeu:

— Mãe, eu não quero ser a mais bela do reino – com medo de que ela brigasse, só que mais preocupada com que os adultos presentes na sala pensariam.

— Bobagem – sua mãe chacoalhou uma das mãos em frente à tela fazendo pouco caso, e para disfarçar, é claro. – Você já é a mais bela.

Conversaram mais uma meia dúzia de palavras e se despediram.

Sakura estava cada vez mais curiosa para saber a história da Rainha Má e essa terra esquecida e o que a levou a fazer um pacto. Sabia que pactos com objetos inanimados que de repente se comunicavam era o mesmo que fazer pacto com demônios.

Sua mãe era a próxima, ela poderia ser uma fada, mas ela se deixara levar pelo mal a muito tempo. Seu nascimento não mudara isso.

Ino foi para trás e acompanhou os meninos se afastando mais. De todos os pais, tinham certeza que Malévola seria a mais furiosa.

Será que ela apareceria? Torcia para que não, mas Sakura sabia que sim. Era sua mãe afinal de contas.

Então quando o telão ligou novamente lá estava ela. Sentada na mesa de sempre, o cajado apoiado ao lado. A cara impassível como sempre, mas o olhar era de fúria contida.

Se segurou para não engolir em seco e cruzou os braços atrás das costas.

— Oi... – disse arrastado. – Mãe – ela não respondeu, como já era de se esperar. – Eu estou bem, não se preocupe – tentou segurar o tom irônico, mas era quase impossível. – Como é que a senhora está?

Demorou alguns segundos antes que a mãe abrisse a boca e respondesse:

— Como acha que eu estou? – a voz era a de quando estava segurando a raiva, isso era demonstrar domínio.

— Na mesma de sempre, só que sem a sua galinha dos "fios" – fez aspas na palavra – de ouro – tentou controlar o sarcasmo, mas falhou miseravelmente.

Os demais na sala ofegarem, seus amigos foram mais para trás. O rei trocou um olhar preocupado com a Fada Madrinha.

— NÃO SEJA DEBOCHADA! – gritou e bateu na mesa ao que Sakura deu um passo para trás. "Merda", sua mente sussurrou. – Quantas vezes tenho que dizer? Me faz lembrar o inútil do seu pai –- Sakura se encolheu, odiava ser comparada com ele.

— Devo presumir que ele deve ter ido aí para você estar com esse humor do cão – disse sem tanta firmeza na voz.

— Estou falando sério! – rosnou.

"E quando não está? Foi sempre assim, a vida inteira."

— Quer ser uma inútil como ele? Uma imprestável? Alguém que não vale nada?

Sakura olhou para baixo, era assim que ficava quando recebia broncas da mãe.

— Não quero ser como ele – disse firme, mas não tinha coragem de dizer que também não queria ser como ela.

— Bom – Malévola estava no controle novamente. – Já se esqueceu de quem é? De onde veio?

Sakura crispou os lábios e olhou bem para ela. Eram tão parecidas.

— É impossível esquecer quem eu sou! – retrucou, então a amargura veio com tudo. – Por que nunca me falou de como era aqui fora?

— Do que adianta sonhar? – ela suspirou colocando a mão na testa. Sinal de que estava ficando com dor de cabeça. – Já se esqueceu de tudo o que lhe ensinei?

— Custava ter me contado uma história que fosse? Nunca me disse como o é céu azul que nem os olhos da Ino, ou a grama que é verde que nem os nossos olhos e–

— Chega! – sua mãe interrompeu. – Foi para isso que ligou? Pois pode voltar pra sua vida de "princesinha", como você mesma disse antes de partir, mas eu quero que sempre se lembre Sakura: de quem é e de onde vem. Acha que os que estão lhe assistindo aí confiam em você? Que se importam? Que te aceitam pelo que você é? Pois está muito enganada. Você nunca vai deixar de ser minha filha!

Então a tela se apagou. A própria Malévola é que havia encerrado a chamada. 
Sakura crispou os lábios tentando conter a raiva.

— Legal falar com você também, mãe. Estava morrendo de saudades – disse irônica para a tela desligada. – Satisfeitos? – se virou para a "platéia". Seu corpo estava em ira. Sentia que ia explodir a qualquer momento e saiu da sala deito um vulcão em erupção. Escutou lhe chamarem, mas não parou.

Acabou indo parar no lago. Aquele lugar estava virando seu refúgio, como a gruta na praia da ilha.

Fechou os olhos e respirou fundo algumas vezes tentando se conter, mas não estava adiantando. Seu corpo parecia em chamas, como da outra vez. Abriu os olhos e suas mãos emitiam aquele fogo verde que parecia crescer. Tentou controlar, mas perdeu o controle e desengonçadamente atirou no meio do lago.

Logo estava ofegante tamanha magia que saiu da palma de sua mão. Parecia que seus poderes estavam aumentando.

"Droga" disse em pensamentos, "não posso perder o controle desse jeito. E se alguém tiver visto?", olhou ao redor e não viu ninguém, mas isso não lhe tranquilizava nem um pouco.

Piscou para afastar as lágrimas. Se recusava a chorar. Mas não conseguia impedir seu corpo de tremer.

— Rrrrr – Sakura rosnou para o nada. – Ela me irrita tanto!

Pensava em mil outras coisas que podia ter dito para a mãe, mas sabia que jamais conseguiria. E esse era o principal motivo pelo qual estava irritada: ainda a temia mais que tudo.

Se sentia fraca, vulnerável desse jeito. Odiava se sentir assim.

Ainda tinha o pai. Ou melhor: o homem que se dizia seu pai, mas que só aparecia em seus aniversários e quando queria algo da mãe.

Não entendia ele. Para que ir para Ilha quando tinha o mundo inteiro fora dela?

Suspirou e se preparou para ir para o quarto e tomar um banho. Não fazia questão de ir para as aulas da tarde, mas iria. Ainda tinha que bancar a aluna perfeita.

 

 


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Notas finais do capítulo

E aí? O q acharam?

Muitas revelações hein?! Dei várias dicas sobre o pai da Sakura e pela última vez: nessa fanfic NÃO É O Hades!!!!!!!
Essa vai pra quem curte contos de fadas, devo confessar q o conto do pai dela é um dos meus favoritos...

Deixo a teoria pra vcs...

Bjs e até o próximo...
PS: tô tentando atualizar pelo menos uma vez mês...



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