Os Descendentes escrita por Sak


Capítulo 2
O plano




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Sakura ainda estava digerindo a informação de que finalmente poderia sair da ilha quando um dos capangas de sua mãe adentrou a sala da casa com o pai de Ino ao lado.

— A senhora Malévola convida a Rainha Má e sua filha para a sua casa – informou ele. – Somente as duas – disse quando que o pai de Ino iria falar algo. – E ela está procurando pela senhorita Sakura – falou mirando Sakura.

— Eu já estou indo – Sakura respondeu saindo de seus pensamentos.

— Vamos com você – a Rainha Má se pronunciou. – Eu já imagino o que ela quer.

Assim que saíram da casa da Rainha Má as luzes tornaram a piscar e as ruas voltaram ao mais profundo breu. Sakura não se surpreendeu, sempre fora assim. Logo voltou os pensamentos para sua mãe, ela não era de convidar ninguém para a casa delas. Ali tinha, provavelmente já estava planejando alguma coisa. Foram andando os quatro para a propriedade de Malévola e pelo caminho Sakura escutava os buchichos dos moradores.

— Ignora – Ino murmurou ao seu lado.

A filha da Malévola ficou surpresa ao dar de cara com Cruella de Vil, Lefou e seu filho Kiba do lado de fora de sua casa junto aos outros dois capangas de sua mãe.

Sakura entrou primeiro e os outros a seguiram para uma espécie de sala. Todo o ambiente estava escuro, iluminado apenas pelas lamparinas a gás. O mais profundo breu. Tão diferente de todas aquelas cores e iluminação que estava na televisão antes de tudo se apagar.

Jafar e seu filho Shikamaru já estavam na sala daquilo que poderia chamar de lar. Sakura não confiava no vilão, ele já havia tentado lhe roubar e lhe passar a perna em negociações muitas vezes, com o filho não era muito diferente, mas era só porque o garoto era um preguiçoso de marca maior e sempre fugia das lutas quando podia.

— Onde você estava?! – a voz de sua mãe, Malévola, trovejou pelas paredes.

— Na casa da Rainha Má com a Ino – Sakura tratou de se explicar.

— Isso não importa agora – sua mãe fez um gesto de desdém com as mãos. – Presumo que já saiba da notícia, não?

— Que eu fui convidada para sair desse buraco e viver uma vida de princesa? É, soube sim – Sakura ironizou.

Todos olharam surpresos e um pouco apavorados para a jovem que tinha audácia de responder Malévola, a sua própria mãe.

— Não seja debochada! – a voz de sua mãe entoou fria. – Me lembra daquele imprestável do seu pai – disse com desprezo.

— Desculpa mãe – Sakura murmurou resignada, porém não arrependida. Mas ser comparada ao pai era a pior ofensa que podia receber da mãe.

— Bom – Malévola começou a falar. – Os chamei aqui porque vocês irão para Konoha. – Sakura estreitou os olhos em direção à mãe, ela não faria aquilo a troco de nada. – A varinha da Fada Madrinha, Tsunade, é que projetou a barreira em volta desta ilha – os outros vilões concordaram. – Você quatro pegarão a varinha e irão desfazer essa barreira, entenderam?

— O que eu ganho com isso? – o filho do Jafar se pronunciou.

— O que você ganha com isso? – Malévola se aproximou dele e o jovem não conseguiu não se arrepiar, aquela mulher lhe dava calafrios. – Depois que todos os vilões, inclusive eu, invadirmos Konoha e espalharmos o caos e a destruição por todos os reinos, poderá ter o que quiser: castelos, ouro, riquezas, tudo o que puder imaginar.

— Gosto disso – Jafar sorriu maléfico.

— E finalmente teremos nossa vingança – Cruella de Vil apoiou.

— Mãe – Ino chamou a atenção da Rainha Má. – Não sei se quero destruir os reinos – disse ela apreensiva.

— Ino, querida – a Rainha Má pegou em seu queixo. – Você é jovem demais para entender, mas terá todos os castelos que quiser e será a verdadeira princesa que você nasceu para ser.

Ino puxou o queixo das unhas da mãe, tinha medo de arranhar seu belo rostinho.

— Então estamos entendidos? – Malévola se impôs.

Os vilões concordaram e seus filhos não podiam contrariar.

— Vou precisar do seu livro de feitiços – Malévola falou para a Rainha Má.

— Não funciona aqui – a Rainha lhe respondeu confusa.

— Não é para mim – Malévola rosnou. – É para Sakura. A magia dela vai funcionar fora desse lugar.

Sakura ficou surpresa com a resposta e olhou para os outros na sala. O filho da Cruella de Vil não passava de um garotinho que se assustava com tudo, o filho do Jafar... Sakura não sabia o que pensar, algumas vezes ele parecia inteligente, já em outras era um preguiçoso que pulava o corpo fora sem pensar duas vezes. Aqueles dois garotos não eram bem com quem Sakura se imaginava trabalhando junto, mas pensando bem poderia ser pior, chegava a ser irritante.

— Arrumem suas coisas, pois amanhã de manhã quero vê-los todos prontos – Malévola expulsou todos os vilões e seus filhos de sua casa e eles foram embora depois disso. – Você não Sakura. Trabalhará a noite toda para não me deixar na miséria enquanto não estiver por aqui.

Sakura bufou incrédula e se controlou para não revirar os olhos perante a mãe.

— Sim, mãe – e saiu rumo à máquina de tear.

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— Sakura? – Ouviu um murmúrio baixo próximo de si.

— O que está fazendo aqui? – Sakura sussurrou.

— Trabalhou a noite inteira? – Ino perguntou horrorizada.

— Você acha mesmo que minha mãe iria me deixar ter uma noite de sono tranquila? – Sakura debochou.

Ino não soube o que dizer e tratou de distrair a amiga e chama-la para oque viera fazer.

— Vamos ao Konohamaru.

— Á essa hora? – Sakura torceu o nariz.

— A beleza exige tempo e são sete da manhã, só vamos sair às dez – Ino a informou puxando sua mão. – E temos que estar maravilhosas para quando chegarmos à Konoha – deu pulinhos muito empolgada.

Saíram de fininho pela porta da frente na casa de Sakura. Alguns capangas estavam ali fora, mas Sakura os ignorou como sempre. Se estavam ali era por causa do dinheiro do seu trabalho.

Andaram por cerca de dez minutos até chegarem ao salão de Lady Tremaine, a madrasta má da Cinderela. Suas filhas sabiam fazer o mínimo: cabelo, unhas e maquiagem, mas era o garotinho, neto de Lady Tremaine, é quem arrasava.

— Ino! Sakura! – ele veio até elas empolgado. – Vocês vão para Konoha – disse sonhador.

— Sim – Ino se junto a ele, assim os dois rodopiaram de mãos dadas pelo salão. – Nos faça brilhar – pediu ela.

— Eu não quero brilho – Sakura negou.

— Sentem-se moças, os serviços de Konohamaru estão ao seu dispor – ele se curvou brincando.

E assim ele se revezava entre as duas, tanto no cabelo quanto nas unhas, ele só não era bom com maquiagem, de resto tirava de letra. Ino conversava com o garoto falando sobre seus planos de brilhar em Konoha, as roupas que faria e as joias que usaria. Para ela era um sonho sendo realizado e Konohamaru assentia tudo muito empolgado.

Já Sakura pensava em como é que conseguiria a varinha da Fada Madrinha. Não podia sair perguntando, pois seria óbvio demais, além disso, duvidava que deixassem a mostra tão fácil para qualquer um pegar, ainda mais agora que os filhos dos vilões iriam para lá. Decidiu deixar para lá no momento e só quando estivessem em Konoha é que pensaria nisso.

Ao final da sessão as duas pagaram Konohamaru.

— Cortei suas unhas da mão bem curtas Sakura, quem sabe assim você não para de roer elas – Sakura estreitou os olhos para o menino, mas deixou passar, conviver tempo demais com Ino havia dado muita liberdade para ele. – E cortei seu cabelo curto atrás e maior na frente, chamam esse corte de Chanel – o menino se vangloriou.

— Ficou lindo Konohamaru – Ino elogiou sabendo que a amiga não o faria.

— Já você – ele se dirigiu para a loira –, deixei suas unhas grandes como você gosta Ino e só aparei as pontas do seu cabelo dando um banho de hidratação.

— Muito obrigada Konohamaru – ela abraçou o menino que ficou corado. Ele tinha uma quedinha por ela – Eu vou indo na frente para ver se eu não me esqueci de nada, tudo bem para você Sakura? – ela perguntou preocupada com a amiga.

— Tudo bem Ino, a gente se vê daqui a pouco mesmo – Sakura deu de ombros. Eram nove e vinte e cinco da manhã.

Assim que Ino se foi, Konohamaru chamou por Sakura baixinho.

— Sakura?

— Sim? – ela estranhou o tom do garoto.

— Faz dar certo – ele pediu.

— Faz dar certo o quê? – perguntou ela sem entender.

— Konoha – ele suspirou. – Porque, se vocês derem certo, pode ser que eu também seja convidado e muitas outras crianças aqui também – ele disse esperançoso.

Sakura não sabia como reagir, então disse:

— Eu te garanto Konohamaru, independente do que aconteça, eu prometo que você não vai ficar aqui, nesta ilha, por muito tempo.

Afinal, Sakura o entendia. Aquele lugar era horrível e assim como ela, Konohamaru tinha que trabalhar para sobreviver e ele só tinha dez anos.

— Obrigado Sakura – ele agradeceu. – Você não é tão ruim como todo mundo diz.

— Se disser para alguém eu nego, ouviu? – ela brincou de leve.

Mas Konohamaru estava enganado, Sakura era ruim sim, não era exemplo para ninguém. Pelo visto, aquela era sua sina.

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Sakura estava amarrotando suas roupas dentro de uma bolsa e alguns pertences e ouro em sua mochila. Não sabia como funcionava a economia de Konoha, mas não queria ser dependente deles pelo tempo que passasse lá.

— Ainda não está pronta? – Malévola invadiu seu quarto. – Já são quase dez – ela avisou.

— Estou pronta – Sakura suspirou e olhou para a mãe.

— Vê se não estraga tudo – Malévola lhe alertou entregando o livro de feitiços da Rainha Má.

— Sim mãe – concordou resignada folheando o livro rapidamente e logo em seguida guardando na mochila.

— Não se esqueça de quem você é – ao que Sakura olhou diretamente para os olhos da mãe.

— Impossível esquecer quem eu sou – soltou sem se controlar e pegou suas coisas saindo do quarto. Sabia que sua mãe não lhe acompanharia e não esperava nenhum gesto de despedida da mesma.

Escutou o som de uma buzina vinda do lado de fora.

Era uma espécie de carro que Sakura via nas transmissões que ocorriam na televisão. Muito extravagante em sua opinião. Olhou em volta e muitas pessoas faziam um círculo em torno do veículo. Sakura viu Shikamaru chegando ao longe e olhar para o carro com cobiça, revirou os olhos para o garoto negando com a cabeça. Mas uma pessoa na multidão lhe chamou sua atenção: Sugeitsu, o filho de Narissa. Foi até ele rapidamente.

— Ia embora sem se despedir? – perguntou ele debochado.

— Toma conta do território – ela pediu. – E do Juugo – acrescentou.

— Pode deixar – ele lhe piscou um olho.

Sakura não era de abraços, então só estendeu a mão para o amigo.

— Vê se não volta como uma daquelas princesinhas – brincou Sugeitsu.

— Pode deixar – Sakura revirou os olhos.

— Os quatro jovens convidados aceitam o convite? – um homem já velho, de longos cabelos brancos e vestindo um terno preto saiu do carro e fez a pergunta.

— Mas é claro que sim – Ino apareceu do nada supercontente. – Que limousine linda – elogiou. – A propósito, meu nome é Ino, sou a filha da Rainha Má – ela se apresentou.

— Meu nome é Jiraya e eu levarei vocês até os Reinos Unidos de Konoha – o senhor se apresentou enquanto abria o porta-malas. – Podem colocar suas bagagens aqui e depois entrem no carro.

— Kiba, eu sou filho da Cruella de Vil e do Lefou – o garoto jogou sua única bolsa de qualquer jeito e pulou para dentro do carro.

— Shikamaru, filho do Jafar – ele também colocou sua bagagem de qualquer jeito e entrou no carro.

— Esses meninos são tão sem educação – Ino se lamuriou enquanto colocava suas três malas no bagageiro. – O quê? – ela perguntou inocente ao olhar crítico de Sakura. – Preciso estar precavida.

Sakura negou com a cabeça vendo a amiga entrar no carro. Colocou sua única bolsa no bagageiro, iria levar sua mochila nas mãos.

— E você deve ser Sakura – o homem lhe avaliou e Sakura não gostou nada.

— Sim, sou a filha da Malévola – respondeu.

— É bastante parecida com ela – o homem comentou e Sakura arqueou a sobrancelha segurando a língua para não dar uma resposta atravessada. – Vamos, já estão esperando por vocês em Konoha.

Sakura lançou um último olhar para trás e entrou no carro, para logo em seguida o tal do Jiraya fechar a porta.

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