Philia e Eros escrita por Holanda


Capítulo 2
Parte II - Eros




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/766516/chapter/2

Eros

 

Sentimentos são coisas líquidas por isso não tem fronteiras bem definidas… não se sabe onde termina um sentimento e começa outro, eles podem se misturar e formar soluções novas, pode evaporar e desaparecer, por isso, sentimentos não se explica, apenas se sente.

 

— Não brinca, os Greeks só viraram aquele jogo na raça! — Yang exclamou ao seu lado assim que estavam na rua.

— Com uma boa ajuda do Tody Hall! — comentou Pyrrha ajeitando seu cachecol ao redor de seu pescoço.

— Ah é! Ele tava insano nesse jogo! Se ele continuar jogando assim, vai concorrer a melhor jogador da liga esse ano! Não concorda? — Yang desviou de uma poça d’água que estava no meio da calçada.

— A disputa vai ser apertada para ele, mesmo se ele continuar jogando bem como hoje, o Bryan Collins e o Gary Fritz estão jogando muito e nem vou falar do Magnus, ele já foi eleito duas vezes seguidas o melhor. — disse Pyrrha olhando meio preocupada para as pesadas nuvens de chuva no céu.

— O Magnus ainda não tá 100% depois daquela lesão no tornozelo que ele teve, o Gary vai passar dois jogos no banco depois que ele chutou a canela do Lewis no último jogo do Polux, se eu tivesse que apostar meu dinheiro em alguém, seria no Bryan ou no Tody!

— Apostar no Tody faltando apenas dos meses para acabar o campeonato é uma aposta ousado. — Pyrrha olhou para Yang sorrindo.

— Se não for para ser ousado, nem quero. — A loira riu e lhe deu uma piscadela divertida.

Elas riram juntas, essas tardes que ela e Yang iam assistir jogos de basquete ao vivo eram os preferidos de Pyrrha, era um programa que geralmente elas faziam apenas na companhia uma da outra e era algo que ela adorava tanto que Pyrrha se pegou várias vezes contando os dias para chegar a próxima vez que ela sairia com Yang para assistir a um jogo.

Agora que o campeonato estava acabando… ela se preocupava que talvez seus bons momentos juntas acabariam, não, Pyrrha não precisava se preocupar com isso, realmente, Yang arrumaria formas para elas saírem e divertirem.

— Ah, não! Tá chovendo! Que merda! — Yang ralhou, mas era mais uma zombaria do que uma irritação genuína.

— Vamos para meu apartamento, é mais perto! — Pyrrha disse cobrindo a cabeça com um capuz para lhe proteger da água fria.

— Vamos correr! — Yang gritou rindo, ela pegou a mão de Pyrrha e começou a correr.

A chuva do finalzinho do outono era bem gelada e as duas podiam sentir suas roupas encharcadas enquanto sua temperatura corporal abaixava, mas isso era quase irrelevante, elas pareciam crianças de divertindo na chuva, desviando de poças d’água e de carros que passavam esguichando água. Yang virou na rua onde o prédio de Pyrrha ficava arrastando a garota ruiva atrás de si.

— O portão tá aberto, vamos ver quem chega primeiro! — Pyrrha gritou e se desvencilhou da mão de Yang correndo na frente da loira.

— Isso não é justo, você é muito mais rápida que eu! — Yang riu atrás dela, mas, mesmo assim, a perseguiu na tentativa de alcançar a ruiva, não adiantou, Pyrrha já estava no portão cantando vitória.

— Alguém vai ter de lavar os pratos!

— Tá, ok, você ganhou! — Yang riu e se juntou a ela debaixo do alambrado para se protegerem da chuva. — Vamos entrar, tá um gelo aqui fora.

Pyrrha abriu a porta com sua chave, logo as duas garotas entraram na recepção onde uma mulher velha e com óculos fundo fez uma careta para as duas por estarem molhando o chão, Yang ainda piscou para a mulher e sorriu meio debochada, já Pyrrha, apenas se desculpou timidamente enquanto arrastava a loira o mais rápido possível para longe da recepcionista mal encarada.

— Será que tem alguma roupa minha no seu apartamento? — Yang perguntou depois que elas começaram a subir pelas escadas, Pyrrha morava apenas no quarto andar.

— Acho que não, mas eu te empresto alguma roupa minha. — Pyrrha sorriu para ela. — Assim podemos ficar quite, né?

— Acho que sim. — Yang lhe deu um sorriso torto. — Ah… Pyrrha?

— Sim? — Quando ela se virou para olhar Yang, a ruiva a viu com uma expressão séria.

— Tem uma coisa que eu queria te dizer. — Yang disse e seus olhos transmitiram uma sensação muito singular na ruiva.

— Ah… — Pyrrha sentiu seu coração pular duas batidas, por algum motivo, ela ficou nervosa. — Ah… pode ser dentro de casa? Depois que colocamos roupas secas?

Yang a olhou por alguns segundos em silêncio, depois sorriu gentil para ela:

— Claro que pode.

 

~**~

 

Pyrrha colocou a bandeja de plástico dentro do micro-ondas, ela viu o recipiente com a comida congelada começar a girar dentro do aparelho, seu coração ainda estava batendo rápido, e ela nem sabia direito o porque.

Ela soltou um longo suspiro, quem ela estava querendo enganar? É claro que Pyrrha sabia o porque. Sua amizade com Yang cresceu tanto em tão pouco tempo se transformando em algo que ela mal sabia nomear. Se a ruiva fosse sincera consigo mesma, diria que estava com seus sentimentos confusos, Pyrrha nunca teve motivos para duvidar de sua sexualidade, mas agora, estava ela ali, vestida em um moletom vermelho velho, encarando uma comida pré-cozida dentro de sua cozinha, se perguntando se o que sentia por sua amiga, que estava do outro cômodo trocando de roupa, era amizade ou algo a mais.

— Pyrrha?

A ruiva se virou para ver Yang encostada na porta de sua cozinha, ela estava usando um moletom branco com faixas laranjas, uma bermuda bem curta e uma toalha jogada em seus ombros.

— Se você não se incomoda, usei seu secador de cabelo. — Ela disse coçando a parte de trás de sua cabeça e Pyrrha riu do gesto quase tímido dela.

— Tudo bem, você sabe que eu não me importo, esquentei algo para comermos.

— Hum… o que é? — Yang se aproximou sorrindo e Pyrrha enrijeceu quando sentiu a loira bem ao seu lado.

— É… é o de sempre, macarrão com queijo e acho que tem champignon também. — respondeu torcendo para que seu nervosismo não transparecesse tanto.

— Acha? Ah, você esquentou uma comida já feita, entendi.

As bochechas de Pyrrha coram.

— Me desculpe, eu não sou uma boa cozinheira… podemos pedir algo pelo telefone.

— Não se preocupe. — Yang pegou um garfo e logo se sentou a mesa. — Só fico meio preocupada porque você é uma atleta, não deveria comer essas coisas com frequência.

— Eu sei… — Pyrrha se sentou na frente de Yang e a serviu uma porção generosa do macarrão, ela sabia que a loira comia bem mais que ela. — Mas desde que Nora se mudou, e eu estou sozinha, tenho que me virar como posso.

— Nora que cozinhava para você? — Yang perguntou já começando a comer o macarrão.

— Nem tanto, mas o namorado dela, o Ren, ele cursa gastronomia, então ele sempre trazia comida, mas agora que eles estão morando juntos em outro bairro, ficaria estranho ele continuar cozinhando para mim. — explicou tímida.

— Ah… isso faz sentido, se você tivesse esperando, eu poderia ter cozinhado algo especial para nós. — Yang lhe deu uma piscadela sorrindo e Pyrrha teve de segurar a respiração por um instante, quando o seu sorriso se tornou tão poderoso para ela? Talvez a resposta seja “sempre”.

— Eu não sabia que você cozinhava. — Ela disse olhando para o seu prato, estava se tornando uma tarefa difícil encarar Yang por muito tempo sem acabar se sentindo como se estivesse preste a ter um ataque cardíaco.

— Eu cozinho muito bem, criei minha irmãzinha praticamente sozinha, você vai adorar minhas habilidades culinárias. — A loira se gabou e Pyrrha acabou rindo.

— Mal posso esperar.

Foi a vez de Yang ficar meio constrangida, ela viu um leve rubor se formar no rosto da loira.

— Tem uma coisa que eu queria te perguntar e… já faz um tempo que eu penso nisso… — Yang começou visivelmente nervosa.

Pyrrha engoliu a seco, seu coração voltou a bater feito um louco, se sua suspeita estivesse certa, agora era a hora, mas ela nem tinha certeza sobre o que sentia, o que Pyrrha faria se Yang dissesse que estava apaixonada por ela? Isso acabaria com sua amizade? Ela conseguiria lidar com isso? E se Yang sofressem por sua causa? Pyrrha seria capaz de rejeitá-la? E se ela não quisesse rejeitá-la?

— Pyrrha? Você escutou alguma coisa que eu disse? — Yang ralhou parecendo um pouco irritada.

— Ah, me desculpe, acho que me distrai, o… o que estava dizendo?

Yang gastou um tempo a olhando, como se estivesse tentando adivinhar no que Pyrrha estava pensando.

— Eu tava dizendo… — Yang fez uma pausa e encarou seu prato já vazio por um segundo. — Estava pensando em sair da casa dos meus pais.

Os olhos de Pyrrha se arregalaram, aquela era uma afirmação que ela não estava esperando.

— Ah… posso saber o por que?

— Bem… várias coisas, eu acho… eu já estou com 23 anos, aquela idade que as pessoas começam a te olhar torto se você ainda mora com seus pais, o fato de eu ter muitos gastos para me deslocar também, acho que esses são os principais motivos.

— Compreendo. — Pyrrha disse se levantando, de certo modo, ela estava aliviada pelo assunto ser algo tão material e comum. — Eu vou te apoiar em sua decisão, acho que pode ser uma experiência de crescimento importante nesse momento de sua vida.

— Hum… — Yang entregou o prato vazio para Pyrrha que levou até a pia, a loira se levantava para ajudá-la a levá-los. — Bem, lembra que eu disse que morar sozinha era uma merda?

— Sim…

— Bem… agora que você tá sozinha aqui e tal… eu pensei…

— Você quer dividir esse apartamento comigo? — Pyrrha disse de repente percebendo onde Yang queria chegar.

— Ah, eu só pensei que seria a situação ideal, mas está tudo bem se você não quiser, quer dizer, nós não nos conhecemos a tanto tempo assim e…

— Yang! — A ruiva interrompeu. — Seria ótimo ter alguém para dividir as despesas, com o inverno chegando, a conta vai subir por causa do aquecimento e… seria ótimo ter companhia… especialmente a sua. — Pyrrha teve de desviar o olhar e esconder o rubor que se espalhou por seu rosto… o que ela estava dizendo?

— Ah, que bom que está tudo bem para você, mas acho bom você tirar um tempo para pensar antes, até próxima semana você pode me dar uma resposta.

— Se você prefere assim… — Pyrrha disse olhando pela pequena janela do apartamento.

— Hum… você teria um guarda-chuva ou algo assim?

Pyrrha riu.

— Não, acho que não.

— Nossa…

— Fique até a chuva passar, na verdade, pode passar a noite, se quiser, a quarto de Nora está vago.

— Ah, vamos ter uma noite de edredom e chocolate! — Yang riu e pulou empolgada.

— Como seria “uma noite de edredom e chocolate”? — Pyrrha perguntou rindo também.

— Ah, eu e minha irmã fazíamos isso sempre, pegamos um monte de lençóis, travesseiros e edredom, colocamos no sofá e passamos a noite assistindo filmes tomando canecas e mais canecas de chocolate quente.

— Parece ótimo. — Pyrrha disse a olhando sorrindo admitida, Yang sempre parecia brilhar a todo momento, fosse por sua aparência ou por sua personalidade cativante.

— Eu posso preparar o chocolate, você arruma as coisas na sala?

Pyrrha assentiu e guardou os pratos limpos, ela saiu deixando Yang trabalhar nas bebidas achocolatadas. Ela foi até o quarto e pegou roupas de cama limpas e trouxe até a sala, estava realmente frio para a temporada de outono, então Pyrrha resolveu trazer seu aquecedor portátil para perto do sofá, feito todos os preparativos, só lhe faltou ligar a TV, o canal de esportes estava passando, mas ela usou o controle para abrir o menu e navegar para os canais de filmes, tinha muitas opções, era melhor esperar Yang para decidirem juntas.

— Olha, você trouxe o aquecedor, que maravilha! — Yang cantarolou ao entrar na sala com duas canecas grandes e fumegante.

— Eu estava com um pouco de frio, espero que isso não te incomode.

— Imagina, você saber que eu adoro um calor. — Yang riu da própria piada e se sentou no chão aos pés do sofá. — Senta aqui, Pyrrha.

Pyrrha deslizou do sofá para o chão pegando a caneca que Yang lhe ofereceu.

— Você pode escolher um filme.

— Mesmo? Quer dizer, você é a dona da casa, você deveria escolher o que vamos ver. — Yang disse.

— Não tem problema, não sou uma grande conhecedora de filmes, ficarei feliz de ver qualquer coisa que você escolher.

— Se você tá dizendo… — Yang pegou o controle e navegou pelos canais até parar em um. — Ah, esse filme é legal, eu já o vi, meio meloso em algumas partes, mas no geral, dou nota 8!

— Parece ótimo. — Pyrrha disse se aconchegando em seu canto e bebericando sua bebida adocicada.

Elas assistiram ao filme tranquilamente, ou pelo menos, fora da cabaça de Pyrrha, tudo estava tranquilo, já dentro… ela não conseguia parar de pensar em todos aqueles sentimentos confusos. Agora que havia a expectativa de Yang vir morar com ela, Pyrrha tinha de resolver aquilo, não poderia conviver com sua amiga sem saber o que realmente sentia, mas ela também não queria dizer e acabar machucando Yang, por outro lado, ela sentia que falar sobre aquilo era a única forma de resolver o problema…

Pyrrha falaria, ela seria franca com Yang, mesmo sabendo que sua amizade poderia ficar em risco.

— Yang? — Ela chamou apenas para perceber que a loira já estava a olhando, Pyrrha engoliu a seco vendo aqueles olhos cor púrpura a encarando.

— Sim?

— Eu… tem algo que quero te dizer… é sobre como eu me sinto…

Yang se ajeitou para olhá-la melhor, ela esperou pacientemente para que Pyrrha retomasse a falar, não querendo pressioná-la de nenhuma forma.

— Eu… — As palavras fugiram de sua boca, de repente, Pyrrha sentiu como se seu coração estivesse sendo esmagado e sua garganta fechou. — Eu… — Ela tentou novamente, mas obteve o mesmo resultado.

— Pyrrha? — Yang chamou e Pyrrha se viu obrigada a virar o rosto e encará-la, a loira estava sorrindo para ela e com um brilho doce no olhar. — Tá tudo bem, você sabe que pode me contar qualquer coisa. — Ela disse e levou a mão até o rosto de Pyrrha colocando uma mexa de seu cabelo atrás da orelha.

Pyrrha se inclinou para perto dela instintivamente, ela se pegou perdida no olhar de Yang e com uma vontade repentina de beijá-la. Você não tinha vontade de beijar amigos, não é? O que Yang pensaria dela? Pyrrha sabia que sua amiga gostava de mulheres, mas isso não significava que ela gostava dela, como ela reagiria ao descobrir o que Pyrrha sentia?

— Pyrrha? Eu… eu acho melhor eu ir embora. — Yang disse se afastando.

— O que? Por que?

— Acho que você precisa de um tempo para pensar e…

Yang foi interrompida quando Pyrrha puxou seu rosto de repente e ela se viu sendo beijada pela garota que ela tinha uma queda a meses. Yang mal acreditou, demorou alguns segundos para ela retribuir colocando sua mão na nuca de Pyrrha a puxando para mais perto, a ruiva jogou seu peso para frente e Yang teve de segurá-la mais firme enquanto o beijo ficava mais intenso.

Pyrrha se afastou respirando ofegante e Yang a olhou com um sorriso bobo no rosto.

— Eh, isso foi uma coisa. — Ela disse sorrindo, mas Pyrrha afastou o rosto incapaz de olhá-la. — Você quer falar sobre isso?

— Parece… parece que me apaixonei por você… me desculpe. — Vermelho se espalhou por seu rosto.

Yang riu.

— Você não pode pedir desculpas por isso. — Ela disse se aproximando e puxou o rosto de Pyrrha que a ruiva a encarasse. — Também parece que eu me apaixonei por você, mas… não queria parecer interesseira, quer dizer, parecer que eu me aproximei de você com segundas intenções, eu gosto de sua amizade e a valorizo muito… eu estava morrendo de medo de estragar o que nós temos.

— Eu também! — Pyrrha disse rapidamente, mas logo abaixou seu tom de voz. — Eu nunca senti essas coisas antes, quer dizer, nunca me interessei por garotas antes… — Ela engoliu a seco. — Isso tudo é muito novo, eu não sei o que pensar.

— Você quer tentar?

— Tentar? Você quer dizer…

— Podemos sair, tipo… em um encontro.

— Encontro? — Pyrrha se arrependeu, não exatamente pela proposta, mas sim por perceber que na verdade, todas as vezes que elas saíram poderiam ser chamadas de encontro e ela nunca havia percebido.

— Só se você quiser, é claro…

— Yang? Eu acho que já fomos a muitos encontros nesse tempo que somos amigas. — Ela disse rindo.

Yang riu também.

— Acho que podemos dizer que sim… então? O que faremos..?

— Eu sei que é arriscado, talvez até ousado vindo de mim… mas… eu gostaria de tentar. — Pyrrha se aproximou vendo Yang abrir um sorriso largo.

— Tentar o que?

Pyrrha revirou os olhos sorrindo, Yang adorava provocar os outros:

— Ficar, eu acho.

— Como um relacionamento? — perguntou empolgada.

— Podemos não nos precipitar?

— Ah, claro, desculpe, então vamos curtir sem compromisso. — Yang falou.

— Por enquanto!

Yang riu:

— Por enquanto.

Elas chegaram perto uma da outra, o rosto de Pyrrha ficou rubro e Yang riu suavemente, seus narizes se encostaram e seus olhos fecharam, elas podiam sentir a respiração uma da outra, muito perto, um cheiro atrativo novo, impregnado com o fogo da paixão, não era afobado ou destrutivo, era apenas quente e acolhedor. Seus lábios se encontram fechando a distância entre elas, agora, um sentimento novo era selado com aquele beijo, da amizade para o eros….

Eros era como os gregos chamavam o amor romântico, aquele conotado de atração sensual e fascínio pela beleza, a força que leva as pessoas a se unirem fisicamente em um nível de intimidade próprio.



Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Philia e Eros" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.