Chamas Azuis escrita por Caramelo


Capítulo 11
A Morte Trás o Medo


Notas iniciais do capítulo

Oi gente! Faz um bom tempo já, sei disso... Mas enfim, é a vida kkkk
Minha pequenas férias acabaram por enquanto então estou voltando a postar mais capitulos, pois essa história ainda está bem longe de acabar.

Bom, não vou prender mais vocês aqui.

Vou deixa-los, como sempre, nas mãos de Jane...



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I

Abro os olhos ansiosa. Sinto o liquido viscoso e quente, escorrendo pela minha bochecha esquerda. Eu não quero acreditar que isso seja real, porém... Minha visão, a principio turva, começa a absorver as formas ao meu redor. Vejo o chão em volta de mim sujo por uma pequena possa escarlate, tão escura que quase mistura-se com o tom negro do piso.

Meus olhos acompanham o fluxo de sangue, seguindo até os pés da cadeira do garoto ao meu lado. Minhas mãos, ainda tremulas, agarram os braços da cadeira que estou. Não pode ser... Digo a mim mesma enquanto continuo trilhando o rastro de sangue até a fonte. Meu olhar congela assim que o faço, parando sob a garganta cortada de Jared.

Sua cabeça está baixa e seus cabelos compridos caem sobre seu rosto escondendo o olhar vazio do rapaz. O uniforme branco que usava, agora está inteiramente manchado de vermelho, assim como tudo ao seu redor... Embora eu esteja o encarando com meus próprios olhos, não consigo acreditar no que vejo. Ele está morto... Ele realmente... Está morto.

Sinto as lagrimas acumulando-se sob meus olhos. Eu não quero chorar, não neste lugar... Isso é culpa minha, é tudo culpa minha... Por que eu tive que dizer aquelas coisas? Eu não queria que acabasse desse jeito. Não queria que mais ninguém sofresse por culpa minha e agora... A pessoa que tentou me salvar, que tentou me tirar deste inferno, está morta. É tudo culpa minha.

— Ele parece tão insignificante agora - ouço a voz de Alastor pronunciar-se enquanto o vejo caminhar em direção ao corpo do garoto. Seus dedos ossudos encontram o queixo pequeno de Jared e levantam sua cabeça para que ele consiga ver o rosto inerte do rapaz... Aquele sorriso odioso volta à seus lábios assim que o faz. - Não passa de mais uma carcaça vazia...

— Tire suas mãos dele! - grito interrompendo Alastor. - Você não tem o direito de toca-lo!

Os enfermeiros que acabaram de soltar as cordas que prendiam meu corpo à cadeira, afastam-se de mim. De forma à liberar a visão de Alastor, para que o mesmo possa me ver claramente. Seus olhos escuros encontram os meus em menos de um segundo. Sinto a ponta dos meus dedos formigarem com o aperto forte que faço contra os braços da cadeira. Não tenho forças para levantar-me sozinha, mal consigo manter-me acordada...

Embora pareça que minha febre desapareceu e que a dor do meu corpo diminuiu quase que completamente, sei que é tudo apenas temporário. Logo irei ter outra recaída. Estou exausta, tenho certeza disso. Ainda tento entender como me mantive acordada por tanto tempo. Talvez seja mais forte do que penso.

— Agora o está defendendo? - Alastor questiona-me soltando o queixo de Jared abruptamente. Vejo a cabeça do rapaz fazer um movimento rápido para traz com o impulso e, logo depois, a cadeira em que seu corpo se encontra, perder o equilíbrio, de forma que o faz tombar para trás. O som da madeira colidindo contra o piso ecoam pela cela escura fazendo-me tremer.

A madeira frágil da cadeira parece se desmanchar com o choque, quebrando-se em alguns grandes pedaços. O corpo do rapaz, solta-se das cordas e rola em direção a poça de seu próprio sangue. O liquido vermelho escuro mancha seu rosto sereno e alguns cachos longos de seu cabelo escuro.

No mesmo instante, levanto-me da cadeira, porém minhas pernas fraquejam e, assim como Jared, desabo sobre a poça. Sinto o líquido grudento molhando a saia de meu vestido cinzento, penetrando sob o tecido e encontrando minhas pernas cobertas pelo mesmo. Rastejo até que meus dedos encontrem seu rosto. Sem hesitar, afasto aqueles cabelos molhados e sujos da frente de seus olhos, torcendo para que aquele azul profundo encare-me da mesma forma que fizeram na primeira vez em que nos encontramos, porém tudo que vejo é um infinito vazio.

— Devo lembra-la, senhorita - Alastor continua, porém não desvio meu olhar de Jared. Sinto que se o fizer, estarei abandonando ele -, de que foi você quem o condenou.

— Apenas porque você me obrigou a fazê-lo - respondo prendendo as lágrimas e segurando um soluço.

— Eu não lhe obriguei a nada - diz o homem sem alterar seu tom de voz. Ouço seus passos atrás de mim. - Pelo contrário, lhe dei um escolha e você a fez. Não deve lamentar a morte de um ser tão insignificante quando ele...

Não respondo mais nada. Não há mais o que dizer. Alastor está certo, outra vez. Eu sou a única responsável por isso. "Me perdoe, Jared. Me perdoe" Imploro finalmente deixando algumas lagrimas escaparem. Sob minha visão turva pelo choro, ainda consigo vê-las pingarem nas bochechas pálidas do rapaz. Seu rosto, ainda quente, parece estar apenas adormecido ao meu toque... Creio que estou mais gelada que ele.

— Eu não consigo ficar encarando essa cena patética - ouço mais uma vez a voz grossa de Alastor ressoando atrás de mim, porém mais afastada. - Tirem a garota dali. - Ele ordena aos enfermeiros e imediatamente ouço os passos deles vindo em minha direção.

— Não! - digo inutilmente, tentando agarrar Jared e puxa-lo contra meu corpo para abraça-lo. Não importa o quão ridículo tudo isso pareça, não posso solta-lo. Embora não entenda bem o motivo, sinto que é meu dever ficar ali com ele... Não posso deixa-lo e ainda há Camélia e Carter. O que Alastor fará com eles?

Sinto duas mãos grandes agarrarem meus braços, tirando-me do chão com tanta facilidade que até mesmo eu fiquei surpresa com minha própria fraqueza. Encaro o rosto de Jared afastando-se à medida que sou erguida do chão. O homem que me levanta apoia meu corpo, ainda cambaleante, sobre o seu próprio, de forma que meu peito encontra o seu. Luto para me soltar de seus braços e voltar para junto do corpo de Jared, mais seu aperto é forte de mais para que eu o faça.

— Solte-me! - grito entre lagrimas enquanto tento empurrar seu peito para longe de mim.

— Alec, nem consegue silenciar uma garota pequena desse jeito, me pergunto como ainda levanta uma espada - ouço algum dos outros enfermeiros debochar e em contraste outros mais riem em coro. "Como podem rir disso?" Eu odeio pessoas como eles, detesto este lugar...

— Acalme-se! - o homem grita em retribuição, ignorando os insultos dos outros. Ele me sacode de forma que me deixa tonta e só então levanto meu olhar para encara-lo. Vejo aqueles olhos cor de âmbar que parecem implorar para que eu pare de lutar, os mesmos olhos que encaravam Jared antes de apunhala-lo na garganta. - Você só tem que me obedecer...

— Cale-se! - grito mais uma vez. A raiva que sinto... Não consigo descrevê-la em palavras. Raiva não só dele, mas principalmente de mim. Como pude deixar ele me tocar? O homem que acaba de matar Jared... Como ele ousa vir me separar dele? Por que logo ele? - Seu monstro, não quero escuta-lo! - continuo esbravejando.

— Apenas a leve para fora daqui - Alastor ordena mais uma vez. - É tão barulhenta...

— Leva-la? - pergunta o homem loiro que aperta os meus braços com tanta força que quase não consigo senti-los mais. - Para onde, senhor?

— Para fora daqui - responde Alastor. - Como lhe disse, eu costumo cumprir os meus acordos.

— Certo - o enfermeiro diz obedientemente e em seguida volta a me encarar de forma autoritária. - Você vai vir comigo, agora.

— Eu não vou deixar Jared aqui... - respondo imediatamente, mas sou cortada pelo som estridente da voz dele.

— Cale essa sua maldita boca! - Alec, o enfermeiro de olhos cor de âmbar grita, tentando silenciar-me mais uma vez. - Você só tem que fazer o que mando! 

— Cansei de obedecer enfermeiros como você - digo em retribuição, enquanto bato com os punhos cerrados sobre seu peito. - Eu quero ficar com ele... - continuo, porém minha voz começa a falhar. - Não posso deixa-lo! É minha culpa... Minha!

Os olhos do rapaz parecem me analisar por um segundo, como se sentissem pena de mim... Porém esse olhar dócil desaparece tão rapidamente quanto surgiu. Substituído por um outro mais agressivo e determinado, um olhar que me faz congelar no lugar. Meu corpo inteiro para por apenas um segundo, assustado.

— Se é assim... - diz ele e, embora seu olhar seja sádico, sua voz é calma e baixa. - Então não tenho escolha.

Um sorriso forma-se no canto dos lábios do rapaz. Seu aperto se desfaz e, antes que eu tenha tempo de empurra-lo para longe, suas mãos encontram a adaga que usará para degolar Jared. Ele a saca de seu cinto em uma velocidade tão impressionante que mal tenho tempo de entender o que está acontecendo.

Minha mente parece se perder nos segundos à seguir, como se adormecesse e despertasse em menos de um minuto. Tudo parece girar ao meu redor, como se o mundo ficasse de cabeça para baixo e então voltasse ao normal subitamente... Quando dou por mim, a lâmina fria está sob meu pescoço e eu, mais uma vez nos braços do assassino de Jared.

II

— O que pensa que está fazendo, Alec? - esbraveja Alastor do outro lado da cela.

O enfermeiro loiro segura a lâmina rente a minha pele, quase a sinto cortando-me aos poucos... Com a mão esquerda ele abraça meu peito, mantendo-me imóvel contra seu corpo. Estou tão próxima dele que consigo ouvir o bater voluptuoso de seu coração e sua respiração baixa e ofegante... O cheiro de suor que seu corpo emana provoca minhas narinas de forma que me faz ficar enojada.

Quero apenas correr e me desfazer daquele aperto, porém qualquer movimento que eu fizer, pode resultar em uma morte instantânea. Tento respirar o mínimo possível, com medo de que a lâmina possa me cortar com o simples movimento de inspirar e expirar que faz meu peito subir e descer.

— Apenas faça o que mando - responde o rapaz calmamente -, vou tira-la deste buraco...

— Pensei que não deixaria que eu me machucasse... - digo com a voz tremula para Alastor que ainda encara embasbacado a cena. - O acordo...

— O acordo dizia que nem ele e nem seus seguidores poderiam machucar você até que estivesse sã e salva fora dos muros deste manicômio - Alec interrompe-me abruptamente. Sinto o bafo quente que emana de seus lábios em meu ouvido esquerdo a cada palavra dita pelo mesmo. - Acontece que eu não sou um deles...

— Você... - Alastor continua. Vejo seus punhos cerrarem de raiva. - Devolva-me a Adaga agora mesmo, garoto estúpido.

— Sinto muito, senhor— Desta vez, Alec ressalta a palavra com desdém. Como se estivesse debochando de Alastor... -, mas isso não vai ser possível. Não vim de tão longe para sair de mãos vazias.

— O que está acontecendo? - pergunto a ninguém especifico, apenas solto na esperança que alguém me responda. - Quem é você? - concluo, desta vez, direcionando-me apenas para Alec.

— Fique em silencio  - ele responde tão baixo que não tenho certeza de escuta-lo bem. - Se quiser sair desse lugar vai ter que fazer exatamente o que eu mandar.

— E quem disse que quero ir com você? - protesto enquanto agarro a mão que ele segura a adaga. Tento, imprudentemente, afastar-me de Alec e desvencilhar-me de seu aperto, mas tudo que consigo é que ele me puxe para mais perto dele.

O braço forte que agarra meu peito parece espremer-me de forma que me deixa sem fôlego e, em contraste, Alec deixa que a lâmina vacile. Sinto-a deslizando sob a pele nua de minha garganta e em seguida a dor tênue de um pequeno corte... Deixo um suspiro assustado escapar pelos lábios e levanto a cabeça tentando me afastar da lâmina, mas é inútil. Estou presa... O sangue do corte ressente escorre até a gola alta do busto do vestido, contribuindo para o arco-íris escarlate e macabro que mancha o tecido.

Cerro os dedos envolta da manga do uniforme do garoto loiro e, embora saiba que deva solta-lo, não consigo. Mantenho o tecido áspero sob meus dedos agarrando com tanta força que posso sentir meus dedos ficando dormentes mais uma vez. Estou com tanto medo... Tanto.

— Por favor... - digo deixando que mais lagrimas escorram pelos meus olhos. Implorando para que ele me solte, mas o enfermeiro mantém-se firme. Como se ignorasse completamente qualquer súplica minha.

— Escute-me, droga! - ele vocifera para mim, enquanto aperta outra vez minha garganta com a adaga. - Você quer morrer? Se a sua resposta for não, então apenas fique quieta e só faça o que eu lhe disser. Não se preocupe, sei o que estou fazendo...

— Seu garoto ingrato - Alastor grita de forma enfurecida interrompendo-nos e obtendo a atenção de todos. Seu rosto parece contorcer-se em ódio. - Eu o resgatei do inferno e é assim que me agradece? Apunhalando-me? O que pensa que está fazendo? - Ele pergunta mais uma vez à Alec.

A figura sombria de Alastor apenas nos encara... Fico tentando imaginar porque ele simplesmente não manda que seus seguidores matem Alec ou apenas deixa que o garoto acabe comigo... O homem parece estar desarmado, como se estivesse nas mãos de Alec. Eu sou a refém dele, então por que Alastor se importa com isso? Será apenas por que fez uma promessa de que me libertaria?

Encaro-o tentando entender o que se passa em sua mente neste momento... O porquê de tudo isso estar acontecendo. Sua pose ríspida parece ter desaparecido completamente, agora ele é apenas mais um homem assustado. 

 — Alastor... - o tom sereno e, ao mesmo tempo, debochado de Alec ressoa atrás de mim. - Carter estava certo... Está ficando tão fraco, nem pode sentir o meu cheiro. Estivesse ao seu lado por tanto tempo e não percebeu... Chega a ser patético, já foi um ser respeitável, mas agora é apenas mais um velho abutre.

— Como ousa seu verme...! Devolva-me a adaga imediatamente, caso contrário... - Alastor continua, mas é interrompido no mesmo instante por Alec.

— Fará o quê? - Alec continua no seu nítido tom de desdém. - Não está em posição de exigir qualquer coisa... Não vai querer que a sua preciosa garotinha de olhos violeta saia ferida daqui - Sinto seus lábios mornos quase tocando minha orelha esquerda... Ele fala baixo e suavemente, de alguma forma. É como se ele estivesse acariciando-me, mas sem tocar-me. Essa sensação... Não gosto dela.

Alastor hesita por alguns segundos. Desvio meu olhar dele para evitar que nosso olhos se cruzem. Não quero vê-lo e não tenho certeza se quero entender sua aflição. Nada disso faz sentido... Tudo acontece tão rápido que mal tenho tempo para processar alguma coisa.

Dirijo meu olhar mais uma vez para o corpo de Jared que jaz a alguns centímetros de mim... Fico pensando, sonhando, com ele erguendo-se daquele piso frio para me tirar daqui. Lutando contra esses homens estranhos, soltando Carter e Camélia para que todos possamos fugir deste lugar... Me pergunto por que... Por que tinha que ser ele?

Se fosse Jared... Ele conseguiria escapar deste lugar. Mas e quanto a mim? O que posso fazer? Nem consigo livrar-me de uma simples adaga... Se isso continuar acabarei sendo apenas mais um dos cadáveres do S&K.

Não acredito que Alec, seja lá o que estiver tramando, tenha a intensão de me manter viva... Confio tanto nele quanto confiava em Grizelda. Não sei o que quer, mas não vou ajuda-lo a conseguir. Ele matou Jared! Ele simplesmente o cortou como se não fosse nada... Não quero acabar como ele, nem como Eleonor!

"Eleonor..." Repito o nome em minha mente encontrando uma resposta para meu desespero.

III

O som estridente das explosões volta a reverberar pelas paredes do hospício... Trazendo consigo todos os meu maiores temores. As sombras cálidas e geladas que vagam sem fim por onde quer que eu vá, despontam sinuosas à minha frente. Os pequenos sussurros, distantes, invadem a sinfonia mórbida carregando-me, puxando-me e guiando-me em direção a algo que não compreendo...

Tudo ao meu redor parece breu. É como se tudo estivesse lá, intacto, e ao mesmo tempo, não houvesse mais nada. Meus olhos não estão fechados, nem abertos. O ar parece não entrar em meus pulmões e ainda sim, estou respirando. Meu corpo permanece imóvel nos braços de Alec, porém, vejo-me caminhando, ficando cada vez mais distante de seu toque.

Minha mente parece vagar para longe de tudo aquilo, sinto-me livre e ansiosa enquanto concentro meus pensamentos na imagem da abastema que me salvara tantas vezes. Eu a procuro em todos os lugares, mas não a encontro... Eleonor parece ter desaparecido.

As imagens da cela mofada ao meu redor, começam a desfazer-se, como água... As pessoas ao meu redor tornam-se tão transparentes quanto me lembrava dos vitrais da Mansão D'Lacy. Sinto que poderia atravessa-las com o menor esforço... É como se nada mais daquilo existisse. Nem Carter, Camélia... Nem Jared. O sangue se foi e, com ele, o medo também.

Levanto minhas mãos enquanto encaro-as surpresa. Não há cortes, nem manchas nas mangas de meu vestido cinzento. A dor também desapareceu... Sem deixar nenhuma cicatriz. Meus cabelos prateados, agora soltos, caem sobre meus ombros e, em seguida, escorrem formando pequenos cachos até tocarem minha cintura. Ao toca-los, sinto-os tão sedosos quanto os de minha mãe...

Aquela sensação de aconchego me invade e me faz esquecer por um segundo o que estou procurando. Respiro fundo tentando concentrar-me. Encontro-me, perdida em uma sala vazia. Uma luz forte e branca emana de uma pequena janela no fundo da sala. Embora o vidro seja claro e transparente, não há como ver mais nada além. Tudo está branco lá fora, como se o mundo ao redor fosse tão vazio quanto este cômodo.

Caminho descalça pelo piso de pedras. Encarando os tijolos soltos nas paredes. O reboco gasto e quase inexistente, ainda consegue adornar alguns poucos pontos, como se estivesse lutando para manter-se firme em meio ao desgaste do tempo. Assim que chego em frente a janela, as paredes ao meu redor começam a comprimir-se de repente. Ficando cada vez menores, até que param tão subitamente quanto começaram.

A sala vazia, tornou-se um pequeno cômodo, semelhante a uma cela. Uma porta pesada de metal aparece à minha frente e, aos poucos, a luz da janela diminui enquanto a mesma torna-se cada vez menor... Sinto que já estive aqui antes.

O som do ferrolho enferrujado que tranca a porta, faz um barulho ensurdecedor e uma sensação de angústia começa a tomar forma dentro de mim. Então, como que em contraste, um choro baixo e tênue entoa ao meu lado. Direciono meu olhar para a direção do barulho, porém não encontro ninguém. Estou sozinha e ainda sim, continuo escutando aqueles pequenos soluços tristes...

Procuro desesperadamente pela fonte, mas não consigo ver nada... Os cantos estão tão escuros... Tudo parece tão apertado e sufocante. Sinto-me como se estivesse presa outra vez em minha cela. Então a porta de ferro abre-se de repente, revelando o rosto carrancudo e de olhar vazio da mulher loira e corpulenta de quarenta anos que entra pegando-me pelo braço e me puxando para fora da cela.


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Notas finais do capítulo

Esse foi mais um capitulo, espero que tenham gostado, pois eu gostei bastante de escrevê-lo. ♥
O próximo já está em andamento e logo eu pretendo posta-lo.

Eu resolvi fazer a história em três partes e estou quase acabando essa primeira parte. Serão divididas em mais ou menos 10 ou 15 capitulos cada uma delas e vão contar as diferentes "fazes" da história e da mentalidade de Jane em torno disso. Sei que não está fazendo muito sentido agora, mas logo logo tudo ficará claro.

Espero vocês no próximo capitulo ♥ Deixem um comentário se quiserem e não esqueçam de clicar em acompanhar história se estiverem gostando, pois assim sei que estou fazendo um bom trabalho. ♥

É isso, tchauzinho.



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