Chamas Azuis escrita por Caramelo


Capítulo 10
Laço De Sangue


Notas iniciais do capítulo

Oi amados.

Peço desculpas pela demora, estive tão ocupada com as provas de final de semestre que quase não tive tempo de escrever, em compensação estou postando este hoje ao invés de esperar até domingo. Espero que gostem...

Agora deixo vocês com a nossa garotinha confusa...



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I

O homem alto à minha frente sorri com a minha resposta. Seus lábios finos e pálidos exibem uma arcada dentária perfeita, algo que destoa-se de seu perfil assustador. Encaro-o decididamente, tentando ocultar qualquer duvida que possa haver dentro de mim. Não posso vacilar, não agora. Respiro fundo para manter-me firme enquanto cerro os punhos para fazer com que minhas mãos parem de tremer. Ouço sons baixos, como cochichos, em meus ouvidos... Vozes graves e suaves que entoam palavras ininteligíveis.

Quero entender o que dizem e porque estão ao meu redor neste momento... Há tantos deles, como no dia em que tudo começou. Há quase oito anos, na beira daquele penhasco. Sinto um frio na barriga apenas por recordar vagamente... Quem sabe o que teria acontecido se não tivesse sido tão covarde. Se tivesse tentado encarar os fantasmas e supera-los de alguma forma. Eu não estaria aqui, não teria que sofrer, mas, principalmente, não teria que fazer com que outras pessoas pagassem pela minha covardia.

Eu não sou corajosa, tenho medo o tempo inteiro. Medo de morrer, medo de viver, medo de amar e de ser amada, medo de ser livre e, ao mesmo tempo, de ser encarcerada... Apenas medo. Esse é o sentimento que sempre esteve comigo desde o momento de meu nascimento, o que mais conheço. Amor, alegria... Não tenho o luxo de tê-los. São apenas sonhos para mim.

Alastor tem razão, minha vida não vale nada. Alguém miserável como eu deveria apenas apodrecer dentro de uma cela, eu não mereço a liberdade... Apesar de almeja-la e deseja-la mais que tudo, jamais conseguiria viver fora deste lugar. Nada conheço do mundo que há fora dos muros do S&K. Seria apenas um fardo... Não poderia me casar, ter filhos, construir uma família... Afinal, que homem nobre se casaria com alguém tão assustadora quanto eu?

Apesar de nunca ter me visto em um espelho desde que fui internada aqui, sei muito bem que meu corpo está repleto de cicatrizes... De cordas, chicotes, cortes, queimaduras feitas à ferro... E ainda há algumas marcas de hematomas que custam à desaparecer. Já fui bonita um dia, uma criança inocente. Tratada como uma boneca de porcelana. Frágil, delicada e angelical. Seria criada para casar-me com um dos filhos de algum lorde, provavelmente, ou um duque. Talvez, até mesmo, pudesse almejar um príncipe...

Uma garota rica e bela, era isso que deveria ser. Havia todo um mundo à minha frente. Um destino que adoraria seguir... Uma vida tranquila onde jamais precisaria chorar ou temer qualquer coisa. Eu seria feliz, tenho certeza disso. Mais feliz que qualquer pessoa no mundo. Mas... Agora já é tarde, mesmo que saia daqui, jamais terei uma vida normal. Não depois de tudo que passei, sei muito bem disso. Ainda sim, ouso sonhar com o que poderia ter acontecido. É ridículo de minha parte achar que possa ser diferente, porém...

Pisco os olhos tentando afastar as lagrimas. Por que estou chorando? Já deveria estar acostumada com esse sentimento. Tenho que me controlar, não posso desmoronar agora... Não neste lugar, não neste momento. "Seja corajosa apenas uma vez na sua vida, Jane!" Digo a mim mesma.

Fecho os olhos. Respiro fundo. Abro-os outra vez.

Encaro novamente o olhar intenso do homem com a cicatriz, sem deixar-me abalar. Sei o que tenho que fazer. Há tudo para dar errado, ainda sim tenho que tentar. Será a minha vida ou a de outra pessoa e não estou disposta a conceder nenhuma.

II

 - Então - diz Alastor com sua voz grave, interrompendo os cochichos dos espíritos que me cercam. Todos calam-se imediatamente. Como se isso fosse uma ordem de silêncio -, quem irá morrer para que você tenha sua tão sonhada liberdade? Escolha rápido, pois não sou conhecido por ser muito paciente...

Engulo em seco. Gostaria de poder ver o rosto de qualquer um de meus companheiros amarrados, porém as figuras horrendas ao meu redor bloqueiam minha visão, tornando impossível que o faça. Todos estão completamente surrados e acabados, duvido que qualquer um possa fazer alguma coisa para escapar deste lugar... Não tenho escolha.

— Solte-me primeiro - respondo a Alastor. Mantenho o mesmo olhar audaz que vi Camélia fazer, talvez isto o faça crer no quão determinada estou. Embora meu corpo esteja cansado, sedento e maltratado... Eu não vou deixar que este homem dite as regras.

— Não esta em posição de exigir qualquer coisa - Alastor redargue de forma fria.

— Por favor - imploro -, não posso passar mais nem um segundo presa... Preciso de uma garantia, que está disposto à cumprir sua palavra.

O homem encara-me hesitantemente por alguns segundos. Dirijo meu olhar para suas vestes escuras... Um sobretudo em tons de preto e cinza, que esconde a maior parte de seu perfil corpulento. Um lenço vermelho envolve seu pescoço, ocultando sua gola de forma que sua única pele exposta é a do rosto e a das mãos.

Isto lembra-me do quão frio é aqui. Esta cela, seja lá onde fica, é úmida de mais... Como se brotasse água pelas paredes a todo o instante. Sinto um arrepio subir pela minha espinha só de imaginar o que há do outro lado... Poderia ser que estivéssemos em alguma sala subterrânea?

O ar parece escasso aqui, de fato. E o cheiro... Não sei bem como descrevê-lo. Um cheiro forte e adocicado ao mesmo tempo, algo podre. Sem dúvida. É familiar... Tenho certeza de que já o senti antes. Embora o mofo seja o principal odor, há algo a mais.

— Escolha primeiro - ordena Alastor entre dentes. - Tem noção de quantas pessoas tentaram enrolar-me com um acordo? Sou inteligente o bastante para perceber quando alguém o pretende.

Os espíritos ao redor ouvem a conversa com total atenção... Nunca vi nenhum dos rostos que me cercam, mas consigo definir as causas das mortes apenas de olhar para eles. A pele esverdeada de alguns, luminosas com o brilho de gotículas de água e fungos envolvendo seus corpos, indica afogamento. A pele chamuscada, negra em grande parte com pequenas exceções que parecem rachaduras, indica que foram queimados até que sucumbisse.

Há ainda várias marcas de corrente e corda em seus braços nus e pescoços, pode ser estrangulamento... São tantas possibilidades que não consigo discernir um padrão. Geralmente, os fantasmas que habitam um lugar, sempre tem algo em comum, mas estes... Parecem estar reunidos ao acaso. Isso é muito estranho.

Os fantasmas começam a se movimentar ao nosso redor, andando em um circulo contínuo, seus olhares vão de Alastor até mim. E seus sussurros voltam, invadindo meus pensamentos. Mas desta vez, não são apenas palavras aleatórias... Eles estão dizendo algo. Tentando me avisar de alguma coisa... "O que estão dizendo? Não compreendo" digo em silêncio e, com isso, as vozes ficam mais altas e as palavras mais claras...

"Traição...", "Pacto...", "Laço de Sangue", "Cumprir", "Obrigação..."

O que estas palavras significam... Tento formula-las em minha mente, dar sentido a elas.

"O que isso significa?" Pergunto ainda sem ter certeza se eles podem me ouvir... E, em resposta, ouço as mesmas palavras repetidamente. Como uma reza entoada. Eu sei que há mais, eles dizem mais coisas, porém estas são as únicas palavras que consigo captar. Ainda sim,  os espíritos dizem algo mais vezes que qualquer outra coisa. Como se eles estivessem dando ênfase a isso...

— Laço de Sangue... - repito, desta vez em voz alta, quase que sem perceber. Imediatamente, o barulho das vozes desaparece, junto com as figuras fantasmagóricas que nos cercavam. Tudo que resta agora, são as pessoas de carne e ossos... As que tenho certeza de que são reais.

Levanto meus olhos, que encaravam o chão, para encarar mais uma vez o rosto de meu carcereiro e, pela primeira vez, vejo uma expressão de pânico em seu rosto. Não consigo esconder minha surpresa ao vê-lo de tal forma.

— O que disse? - ele pergunta ainda em choque. - Como sabe desse...

— Mestre Alastor - ouço um dos enfermeiros pronunciar-se enquanto se aproxima de nós -, não se arrisque com tanto... Apenas mate esta garota. Não serve de nada para nós, está claro que ela não faz parte do circulo deles.

— Você é imbecil? - Alastor vocifera agarrando o enfermeiro pela garganta de forma que o ergue do chão com apenas uma mão. - Se ela não faz parte disso, por que essas aberrações arriscariam suas vidas por ela? E como ela saberia sobre o Laço de Sangue?

As veias roxas começam a brotar pelo corpo do rapaz, desde o pescoço seguindo por toda a extensão de seus músculos. Assim como aconteceu comigo e com Camélia. Elas envolvem seus olhos, enegrecendo-os até que tornem-se completamente pretos... Então lágrimas de um líquido vermelho e denso começam a escorrer, descendo pelo seus rosto contorcido e pingando no chão com bolor.

Eu quero desviar meu olhar, mas não consigo. A cena é hipnotizante demais para tanto. Os gemidos do enfermeiro são a única coisa que escuto... Ele parece estar engasgando com alguma coisa, tentando retomar o ar. Mas é inútil, Alastor segura sua garganta de tal forma que acho impossível que o rapaz consiga. Creio que ele estará morto em questão de segundos, porém Alastor o solta antes que aconteça, deixando que o corpo do enfermeiro caia violentamente sobre o piso.

— Nunca mais questione nada do que eu faço - Alastor diz entre dentes encarando o rapaz que se contorce tentando retomar o fôlego e cuspindo algo que presumo ser sangue.

Fico imaginando o que esse termo pode significar para que ele comporte-se desta maneira... Repito as palavras dos espíritos em minha mente. Talvez seja algo como um pacto, algo que não se possa quebrar. Traição, pacto, Laço de Sangue, cumprir, obrigação. Sim... Tem que ser.

— Isto significa que tem medo? - pergunto de repente, para atrair a atenção de Alastor outra vez. E, surpreendentemente, tenho sucesso. Um homem como ele jamais deixaria que uma garota como eu o denegrisse na frente de seus seguidores... Posso ver isso em seus olhos.

— Medo de um Laço de Sangue? - ele debocha com um sorriso irônico. - Eu sou o criador deles... Se isso a fará crer em minha palavra, não vejo problema em concedê-lo.

Não respondo nada. Tenho medo de dizer algo errado... Será que devo confiar nos fantasmas? Isto é realmente uma boa ideia? Bom, só há um modo de descobrir.

III

Alastor pede à um dos enfermeiros para entregar-lhe uma adaga. Ele lhe entrega uma lâmina branca e fina, ela reluz mesmo sem muita iluminação. Vejo alguns ornamentos em vermelho envolta da mesma, como artérias apenas no cabo que segura a estranha lâmina. Nunca vi algo parecido...

Alastor corta a corda que prende meu braço esquerdo com a adagada e fico aliviada por sentir o sangue correr por ele outra vez. Vejo as marcas arroxeadas deixadas pela mesma pulsarem. Ainda dói, mas o alivio é ainda maior, portanto consigo aturar... Depois de tudo que passei, creio que isto seja a coisa menos dolorosa que já me aconteceu.

O homem segura minha mão com seus dedos nus e preparo-me para sentir a dor alucinante de seu toque queimar-me como da última vez, porém nada acontece. Apenas sinto sua pele fria contra a minha... Envolvendo meus dedos enquanto segura as costas da minha mão, fazendo com que a palma fique para cima. Fico me perguntando como ele faz isso... Como passar de um toque assassino para um tão suave?

Acompanho seus movimentos com os olhos, ainda um pouco ansiosa com o que ele fará... Eu não confio nele, não consigo. Foi difícil para mim acreditar em Jared e Camélia, quem dirá neste homem. Ainda não entendo o porquê disso tudo... Por que me dar uma escolha? Não faz sentido. O que ele pretende com isso?

Alastor posiciona a adaga sobre a minha palma estendida. A lâmina gelada me faz tremer ao tocar minha pele. Mordo os lábios, segurando os gemidos de dor que ficam presos em minha garganta quando a lâmina desliza deixando para traz um rastro de sangue. Observo o líquido escorrer pela minha mão, enquanto Alastor faz o mesmo consigo.

Ouço os gemidos de Carter ao lado de Camélia, que parece ter desmaiado em meio à comoção. Ele tenta gritar qualquer coisa, porém apenas sons ininteligíveis e abafados saem de sua boca. Creio que está tentando me impedir. Carter parece a única pessoa que não me quer envolvida nisso, mas agora já é tarde... Faço parte disso, ele goste ou não. Não posso voltar atrás.

— Muito bem, garotinha - diz Alastor estendendo sua mão direita para mim -, o acordo é o mesmo...

Vejo as expressões apreensivas dos outros enfermeiros que observam a cena. Eles claramente não querem que eu o faça, o que apenas me motiva ainda mais. Me pergunto o que vai acontecer em seguida. Desde que conheci estas pessoas, mais nada fez sentido. Eu devo estar completamente louca...

— Assim que escolher alguém, me deixará ir? Sem nenhum porém ou condição? - pergunto mais uma vez, ainda insegura.

— Eu lhe digo que assim que a última gota de sangue do escolhido for drenada, eu não lhe farei nenhum mal... - afirma Alastor.

Encaro o corte em sua mão, não escorre uma só gosta de sangue, embora o corte tenha sido profundo. Apenas sua pele divida é visível, não consigo entender por quê. Parece tão surreal...

— Dê-me sua mão - ele ordena indicando a mesma. - E não esqueça de dizer o nome do felizardo... Afinal, uma vida se paga com outra.

O sorriso malicioso volta a seus lábios subitamente, após proferir estas palavras. Levanto minha mão, cujo corte feito pela estranha adaga parece pulsar, como se ainda estivesse sendo feito... Enquanto o faço, meus olhos vão diretamente para Jared. Não sei bem o porquê, apenas senti que era para ele que eu deveria olhar, como se algo estivesse mandando eu fazer isso...

Embora sua cabeça continue baixa, seus olhos estão abertos... Ele continua entoando alguma coisa, porém sua voz é tão baixa que não escuto. Seus olhar intenso foca no meu assustado. Aquele azul claro me observa com tanta atenção que poderia enxergar através de meus pensamentos se quisesse. Ele parece estar mando-me escolhe-lo, de certa forma. Mas... Não pode ser... Ele não faria uma coisa dessas, faria?

Minha mão toca a de Alastor e volto subitamente à realidade. Ele aperta a mesma, como um cumprimento, porém não a solta. Apenas mantém seu toque firme sobre a mesma. Mordo os lábios, enquanto volto meu olhar para o dele, deixando Jared com seus próprios pensamentos. Encaro aqueles olhos negros sem saber como reagir. Abro os lábios, tentando dizer alguma coisa, mas não consigo. Invés disso, sinto como se eles tomassem conta própria...

— Eu escolho... - minha boca começa a dizer, sem meu consentimento. - Jared.

IV

Espere... O que estou dizendo? Pergunto a mim mesma no momento em que digo aquilo. Não era isso que eu queria dizer... Eu pretendia enganar Alastor... Porque disse tal coisa? Não escolheria ninguém, então por quê?

O sorriso de Alastor torna-se maior ao ouvir tal resposta, presumo era o que queria ouvir... Posso ver em seu olhar. Ele parece não gostar de nenhum deles, mas Jared... Seu ódio pelo rapaz é evidente.

— Bela escolha - ele diz ainda com aquele maldito sorriso estampado em seu rosto. Tento contestar ou puxar minha mão para me livrar dele, porém meu corpo se recusa a me obedecer... Eu não tenho controle sobre mim. - Estou de acordo... - Alastor responde e, no mesmo instante, um liquido negro começa a brotar do corte em sua mão.

O líquido grosso, como sangue, começa a escorrer e a envolver minha mão... Uma tênue neblina parece fluir do mesmo e começo a duvidar de meus próprios olhos. O tom é idêntico aos olhos de Alastor. Chega a ser hipnotizante... Encaro-o fascinada e amedrontada enquanto o frio súbito toma conta de mim. Sinto um formigamento sobre o corte em minha mão...

—"Seu sangue é meu sangue - Alastor começa a entoar, mas sua voz não é a mesma. No lugar uma mais sombria e grave parece falar em seu lugar. - , sua vida é minha vida, assim será até que esta maldição seja cumprida..."

Dito isto, meu próprio sangue parece agir da mesma forma que aquele líquido agiu... Deixando de escorrer para o chão e envolvendo a mão de Alastor no lugar. Eu quero que isto pare, estou assustada. Não entendo nada do que está acontecendo, porém... Algo me mantém firme.

Vejo as veias de minhas mão esquerda saltarem, contrastando com a cor pálida de minha pele. O tom delas parece mudar de repente, tornando-se negro... Sinto o líquido que brota da mão de Alastor invadir meu corpo, espalhando-se por tudo dentro de mim. O frio... A dor... Tudo parece ser substituído por um desejo incontrolável por aquilo. Eu quero mais... Preciso de mais. Esse líquido negro, quero ainda mais dele... Não consigo segurar um gemido de prazer ao sentir aquilo me envolver. O desejo parece ser mais forte que qualquer coisa e não consigo pensar em mais nada além daquilo.

Então tudo cessa de repetente. Alastor larga minha mão dando três passos para trás, como se tivesse perdido o equilíbrio. Seu rosto está tão pálido quanto eu... Creio que ele sentiu o mesmo. Não sei bem o porquê, mas sinto-me envergonhada e exposta, de certo modo. Como se ele tivesse visto tudo que há em mim e eu nele. Essa sensação... Eu não a entendo.

— Podem soltar a garota - ordena Alastor aos enfermeiros tomando outra vez sua pose séria. - Quanto aquele rato... - ele olha para Jared. - Podem cortar sua garganta.

Espere! Quero gritar mais as palavras não saem... Minha respiração fica pesada e me sinto tonta outra vez, mas não quero desmaiar. Não agora! O que está acontecendo comigo? Vejo a imagem, um pouco borrada dos enfermeiros, aproximando-se de mim e, em seguida, outros dois indo em direção a Jared.

O rapaz não parece se abalar nem por um segundo, apenas mantém sua cabeça baixa. Por que não esta se debatendo? Por que não tenta fugir? Tento gritar inutilmente. Por favor, você vai morrer! Por que não consigo fazer nada? Por quê... POR QUÊ?

Os enfermeiros ao meu redor começam a desfazer as amarras envolta dos meus pulsos e pés, mas não ligo para eles... O único que me importa é aquele que está a caminho de Jared. Ele segura a mesma adaga que foi usada para fazer aquele corte em minha mão, a lâmina branca... Jared continua vidrado em seus pensamentos, balbuciando qualquer coisa. Seus olhos não me encaram mais.

O homem de cabelos loiros que segura a adaga em frente ao garoto, agarra seus cabelos negros com a mão livre e o força a encara-lo nos olhos. Jared parece analisa-lo com uma expressão passiva em seu rosto. Não consigo entender o que se passa em sua mente neste momento...

O enfermeiro diz alguma coisa, como uma ameaça ou satisfação, mas não escuto. Embora não haja nenhum barulho, meu cérebro parece ter se desligado de tudo. A única coisa que consigo fazer é observar aquela cena sem poder fazer ou ouvir nada.

Jared parece dizer algo em compensação... Seus lábios se movem lentamente, como se não tivesse forças para falar. Meus olhos dirigem-se para seus punhos, estão cerrados apesar da expressão serena em seu rosto e as cordas... Elas não estão tão amarradas como imaginara, ainda firmes, porém mais suaves se comparadas às minhas.

Mas antes que consiga discernir qualquer coisa, o homem loiro de olhos cor de âmbar, disfere um golpe certeiro com a adaga em direção ao garoto amarrado. Fecho os olhos imediatamente, para não ter que encarar a cena grotesca... Ouço o som de algo ser cortado e fico surpresa com o retorno de minha audição. Então um grito e por fim... Algo molhado atingindo a lateral esquerda de meu rosto. O cheiro de sangue fresco invade minhas narinas, confirmando a sentença...


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Notas finais do capítulo

Esse foi mais um capitulo, espero de coração que tenham gostado ♥

O próximo sai em breve, então por favor continuem acompanhando ^^

Deixem um comentário se quiserem e não esqueçam de clicar em "acompanhar história" porque significa muito para mim saber a opinião de vocês.

Amo todos vocês, até o próximo capitulo ♥ Tchauzinho.



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