Um Amor Como o Seu escrita por Lilissantana1


Capítulo 23
Capítulo 23 - Tudo novo


Notas iniciais do capítulo

Estou chegando finalmente com um capítulo novo dedicado a Louis e a Bella por estar aqui comentando e deixando sua opinião especial. BJOOOOOOOOOOo feliz ano novo para vcs!!!!
Espero q curtam



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Mia ergueu o olhar e observou o rosto sério da mãe a ler o jornal de fofocas. Havia ali uma nota sobre o 'escandaloso” rompimento do noivado do futuro conde Huxley com a filha de sir Wentworth. O comentário tratava em tom de brincadeira irônica sobre o mau gênio da garota, sobre o temperamento arrogante, autoritário e prepotente que ela demonstrara desde criança. De sua eterna indecisão quanto a escolha de um pretendente que estivesse a sua altura para contrair matrimônio.

Sem se alterar Mia sorriu. Ainda haveria mais fofocas picantes quando Liam chegasse. A jovem conseguia imaginar o que escreveriam a seu respeito. “ Depois de tanto escolher e recusar inclusive um futuro conde, Mia Wetowrth, filha de um visconde, membro respeitável de nossa sociedade local, finalmente decide se casar com um jovem americano, sem berço ou tradição.”

Provavelmente sua criatividade não chegava nem perto da capacidade que os autores daquele jornaleco pareciam possuir quando desejavam denegrir a imagem de alguém. Só que isso não lhe incomodava naquele momento como nunca lhe incomodara durante seus vinte anos. Ela se casaria por amor, com alguém que também a amava, e essa realidade parecia muito mais importante do que qualquer opinião recheada de maldade vinda de pessoas insatisfeitas e amargas.

— Isto é uma afronta! - Amélie exclamou em alto e bom som, largando o pequeno folheto sobre o sofá e interrompendo os pensamentos da filha - Seu pai precisa dar um jeito neste arremedo de jornal.

Um sorriso tranquilo deslizou pelos lábios da garota.

— Como? se não sabemos quem escreve essas notas?! Papai vai reclamar para quem?

A mãe a encarou ainda mais irritada.

— Você parece se divertir com o que está acontecendo! Não se incomoda em nos colocar como motivo de falatório maledicente? Em acabar com suas chances de um matrimônio adequado?

O leque balançou suavemente diante de Mia, o dia estava mais quente do que o habitual.

— A opinião alheia nunca interferiu na minha vida, ou em minhas opiniões mamãe... se assim fosse teria aceitado o primeiro cavalheiro que me propôs casamento.

Cruzando as mãos sobre os joelhos Amélie logo rebateu o comentário:

— Sempre julguei corretas suas decisões. Acreditando que se deviam a uma busca pelo pretendente adequado. - movendo o olhar na direção da filha a mulher continuou – E é claro que essa foi sua intenção até que aquele homem surgiu...

O coração de Mia acelerou de leve diante da expectativa pela resposta da carta, que ainda não chegara.

— Liam? A senhora está referindo ao senhor Foster?

— Não banque a desentendida! Quem mais pode ser? Não foi por causa dele que passamos e continuamos a passar a vergonha de vê-la voltar atrás na palavra dada?

Mia olhou distraidamente para o tapete.

— Na verdade foi por minha causa. Fui eu quem percebeu que não conseguiria me casar com um homem amando outro.

— Amor! Você não faz ideia do que seja o amor!

— Eu lhe perguntei uma vez... lembra-se? Foi naquele dia, no dia em que sir Huxley veio... meu coração estava em pedaços por não querer admitir a necessidade que sentia por sir Foster. Mesmo sabendo que ninguém jamais despertou tais emoções em mim aceitei o pedido do conde pois amor me parecia demasiado distante e irreal para nutrir por alguém que não correspondia aos meus anseios e planos de menina.

Sem saber o que responder Amélie esperou.

— Eu lhe perguntei se a senhora conhecia os detalhes de papai... se sabia o cheiro que ele tinha, os traços do rosto, o tom da voz... se sentia desejo de estar ao seu lado o tempo topo. Queria, precisava saber se isso significava amar... ou era apenas um emaranhado de emoções confusas.

A voz de Amélie saiu grave e contida.

— Uma mulher necessita mais do que isso para ter uma vida tranquila ao lado de um homem. Amar, desejar, querer... tudo isso passa Mia. O que fica é aquilo que um homem pode lhe proporcionar.

— Concordo com a senhora. Concordo em parte. Porque a medida que passei mais tempo com sir Huxley percebi que ele, apesar de preencher os requisitos de minha lista, não era o que eu queria. E que se mantivesse a palavra dada acabaria como aquelas mulheres das quais todos fogem nas festas. Vazia e amargurada.

— Você mal conhece esse senhor Forster! Como sabe que há entendimento entre vocês?

Mia tinha uma resposta para isso. O tempo entre a viagem dele e o final do noivado fora de muita meditação. Seus atos foram pesados e medidos antes de serem concluídos.

— Liam e eu teremos tempo para nos conhecer melhor quando ele chegar. Saberemos então se o que sentimos um pelo outro é capaz de superar nossas diferenças. Entretanto, tenho plena certeza da falta que me fez nesses dias de ausência.

— Quem lhe garante que esse homem virá? - Amélie indagou percebendo que Mia parecia muito segura da decisão tomada e como sempre com respostas prontas a qualquer questionamento - Ele certamente se divertiu as suas custas, afrontando nossa família e agora deve estar se refestelando com outra mulher qualquer em algum lugar. Porque não se engane Mia! Ele não é homem para você! Ele apenas quer sua posição como filha de um visconde.

Talvez a mãe precisasse de um pouco de realidade ela pensou acomodando o leque sobre o vestido.

— Bem. Se vamos entrar nesse mérito, a senhora sabe que ele já pagou pela posição de pretendente da filha do visconde de Wentoworth. Se meus sentimentos por Liam não fossem tão fortes, ainda haveria a dívida contraída por papai e que daria a ele direito de cobrança.

— Mia! Como se atreve a …

— A falar desta forma? Mas é assim! Temos uma dívida com ele. E eu a pagarei adequadamente ficando noiva dele no tempo adequado. Você pode sugerir isso quando lhe questionarem sobre seu futuro genro. Que eu servi como pagamento de uma dívida.

— Futuro genro! - Amélie desdenhou

— Se tudo for como o esperado, assim será! - Mia concluiu sorrindo vendo a mãe suspirar agitada antes de observá-la com mais serenidade no olhar.

— Nós nunca a usaríamos como moeda de troca.

— Sim, eu sei disso. Mas se o que lhe perturba é imaginar que ele aspira a posição social, diga a quem perguntar exatamente o que lhe falei. Todos aceitarão. - ficou em pé – E quanto a possibilidade de Liam não vir, eu gostaria que ela não existisse, mas existe. Ele pode estar tão magoado que nem mesmo minha carta teria a capacidade de reverter a situação.

A esperança brilhou nos olhos de Amélie por um segundo, mas em tempo suficiente para que Mia visse antes de se retirar.

Enquanto cruzava o hall Mia pensava no que poderia fazer para passar o tempo, talvez dar um passeio pelo parque e depois visitar Candence. Quem sabe a amiga tivesse notícias de Liam. Nos primeiros dias estava segura que receberia uma resposta rápida, mas a medida que o tempo passava, essa segurança lentamente se desfazia. Subiu lentamente em direção ao corredor que levaria ao seu quarto, pensativa, lembrando que aquele deveria ser o dia do noivado. Se o rio tivesse seguido seu curso, aquela hora todos estariam agitados se preparando para a festa. Entretanto, ao contrário, havia tranquilidade e paz em sua casa. Huxley viajara para a capital, o Conde e a condessa para a casa de campo, não havia resquícios da família do conde na redondeza, o que de certa forma lhe tranquilizava. Na conversa do rompimento o nome de sir Forster não foi mencionado uma única vez, nem mesmo sentimentos foram expostos. Exceto a falta de desejo que ela sentia de se casar. O jovem Huxley ainda fez algumas tentativas de reverter a situação, mas logo compreendeu que de nada adiantava argumentar. Ele também dera com a porta fechada. Sua vitória sobre todos os outros pretendentes durou pouco mais do que um sopro.

Ela estava pronta para sair, o cabelo estava arrumado, o vestido alisado, os cabelos cobertos por uma toca delicada, passou a mão na bolsinha e acomodou a alça no punho quando ouviu duas batidas na porta. Segundos depois a voz macia de sua criada a avisou:

— Milady... sir Forster está aqui, sua mãe pediu para chamá-la.

O coração saltou, as pernas fraquejaram as faces ruborizaram e ela sorriu para sua imagem brilhante no espelho.

—Liam!

Disse alto enquanto desamarrava a fita da toca dando meia volta, em direção a porta do quarto falando:

— Diga a ela que já desço.

— Sim senhorita...

O som dos passos se afastando no corredor parecia alterar ainda mais seu estado de espírito. Precisava se acalmar, controlar-se, pelo menos diante de sua mãe. Mas como fazer isso? Como segurar aquele desejo de correr corredor afora até chegar a porta da sala principal? Ela se observou no espelho já sem a toca.

As favas! Ela fora tão clara na carta! Que importância havia se Liam percebesse o quanto estava ansiosa por sua chegada? Que sua mãe notasse que a filha estava perdidamente apaixonada? Sorrindo caminhou em direção a porta e desceu para a sala principal, com o coração a retumbar nos ouvidos e as mãos a apertar a lateral do vestido. Não sabia a última vez que se sentira assim por alguém. Na verdade, nunca se sentira assim por alguém ela constatou antes de abrir a porta e ingressar na sala silenciosa.

O som da porta se abrindo atraiu a atenção de Liam, ele ficou em pé imediatamente, Mia ingressou na sala e seus olhos se encontraram, ela sorriu de leve, mas o encarava com uma especial felicidade que todo e qualquer medo que ainda sentisse se desfez imediatamente.

— Boa tarde! - ela quase sussurrou, a voz não saía.

— Boa tarde... - ele respondeu tranquilo fazendo a reverência adequada.

Ele parecia diferente, Mia constatou de imediato. Sua pele estava mais bronzeada, o rosto mais fino, mesmo assim ele a observava como sempre, ele sorria como sempre, ele emanava emoções como sempre.

— Sir Forster estava me dizendo que chegou esta manhã.

— Foi mesmo? - ela perguntou como uma idiota sem conseguir desviar o olhar do rosto dele, desejando que a mãe sumisse para qualquer lugar da casa e lhes permitisse conversar serenamente.

— Tive um imprevisto no meio do caminho... - ele explicou vendo ela se sentar na cadeira em frente a dele.

— Nada sério espero.

— Meu cavalo torceu a mão, não havia meios de realizar o trajeto daquele jeito. Precisei de outro, mas, devido ao grande número de viajantes fui obrigado a permanecer na estalagem por mais de um dia. Minha intenção de chegada era ontem...

— Alguns contratempos são inevitáveis nessas estradas mal cuidadas. - comentou Amélie também se acomodando no sofá desfazendo a ideia de Mia em vê-la longe.

— A senhora tem razão, - ele comentou observando a viscondessa – por ocasião de minha partida tive o azar de ser atingido pelo temporal que sobreveio a esta região, como disse, era quase impossível transitar pelas estradas lamacentas e pegajosas.

— Esse é um dos motivos que levaram o Visconde a só viajar de carruagem.

— Para papai é mais cômodo. - Mia explicou apenas para que Liam a observasse. O que a mãe queria? Ficar ali o restante da tarde? Não lhes permitindo conversar ao menos por alguns minutos a sós?

— Imagino que sim.

Liam respondeu fixando os olhos nos dela. E nesse momento Amélie se ergueu como se tivesse tomado um choque e falou séria

— Vou pedir um chá com biscoitos. Fique a vontade senhor Foster.

Ele sorriu e ficou em pé enquanto a viscondessa saía lenta e cadenciadamente da sala.

Quando o corpo ereto da mulher cruzou pela porta, ele saltou diante de Mia que imediatamente ficou em pé. As mãos quentes tomaram a cintura feminina trazendo-a para perto, a garota ergueu as próprias e circulou o rosto bronzeado afagando a pele lisa.

— Tive medo que não viesse... - ela sussurrou baixinho.

— Jamais... mas, tive medo de chegar tarde demais...

— Se alguém se tardou, esse alguém fui eu... não você. Você sempre tomou as decisões no tempo certo. Eu fui teimosa e prepotente, me perdoe...

— Nós cometemos erros... eu... você...

Com a ponta dos dedos ela acariciou o pescoço dele enquanto era conduzida para mais perto

— Preciso lhe contar tantas coisas...

— Nós temos tempo agora... - ele sussurrou se aproximando do rosto dela.

Mia sorriu, o corpo estremeceu quando ela encerrou a distância que havia entre eles e colou os lábios dos dois em um beijo saudoso e apaixonado como apenas Liam era capaz de lhe proporcionar.


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Notas finais do capítulo

Acho que o próximo capítulo será AMOR AMOR AMOR... kkkkkkkkkkkkk até



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