Um Amor Como o Seu escrita por Lilissantana1


Capítulo 22
Capítulo 22 - Ainda há tempo?


Notas iniciais do capítulo

Mais Mia e Liam
Obrigada especial para Frozilda e a Bella pelos reviews maravilhosos. OBG, fiquei feliz em saber q vcs gostam das fics. Eu amo escrever. capítulo dedicado a vcs queridas leitoras BJO



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No final da tarde daquele dia durante a visita costumeira à noiva Ruper foi informado do acontecido e não gostou nada do que ouviu.

— Você não poderia ter feito isso! - disse recriminando a noiva por fornecer o endereço de Liam a Mia.

— Pensei que você ficaria tão feliz quanto eu em saber que Mia finalmente se decidiu.

Apertando os olhos irritado Rupert trouxe a tona o motivo de sua insatisfação:

— Por acaso você e Mia pensaram nas implicações dessa decisão?

— Que implicações Rupert?

Ele colocou as mãos na cintura antes de bufar:

— Se Mia decidiu por sir Huxley deveria levar a cabo sua decisão. D certa forma Liam se conformou em ser preterido. Sem falar que romper um noivado assim pode trazer grandes problemas para ele.

Candence permaneceu calada diante do modo como o noivo falava.

— Assim que receber essa carta, sem qualquer dúvida afirmo, Liam virá! E Mia romperá com sir Huxley por causa dele. Será um escândalo sem precedentes!

Ainda sem compreender exatamente onde o noivo queria chegar Candence esperou, afinal, ele sabia que Liam não se importava, e agora Mia também não. Um escândalo a mais ou a menos pouca significância apresentava, era sabido que tudo um dia passa. As pessoas esquecem e deixam de falar.

— Você e ela não pensaram que o conde não deixará passar uma afronta dessas sem uma atitude de retaliação?

— O que podem fazer? - a garota questionou descrendo nas palavras do noivo, de repente, diante de um pensamento cobriu a boca agitada: - Você acredita que sir Huxely possa desafiar Liam para um duelo?

Ele refutou a ideia.

— Não! Não acredito que sir Huxley seja esse tipo de homem. Tampouco creio que tenha tanto afeto assim por Mia... entretanto ninguém quer ver sua honra manchada dessa forma.

— Então...

— Há outras formas de retaliar alguém, como atrapalhar os negócios. Nossos negócios...

— Você também seria afetado. - ela concluiu pensativa.

Rupert continuou:

— Há também a chance de uma vingança...

— Você está me assustando. Vingança contra quem? Contra você?

— Contra Mia, contra Liam...

Pela primeira vez Candence se preocupou.

— Ela está esperando que sir Forster responda com uma carta.

— Ele não responderá! Como falei antes, ele virá! Não dará a Mia a chance de se arrepender. E todos saberão que Liam é o motivo do rompimento.

— O que você pretende fazer agora?

— Esperar. Liam iria para o campo, tinha algumas visitas a fazer. Espero que não se demore. Será ainda pior se ele chegar aqui depois do noivado consumado.

O corpo delicado de Candence caiu pesadamente sobre o sofá. Precisava falar com Mia. Sua amiga não poderia jogar a responsabilidade do rompimento sobre os ombros de Liam. A decisão fora dela, pois deveria assumir as eventuais consequências. Se todos cressem que ela apenas desistira do noivado aceitariam bem, afinal a filha do visconde tinha fama de temperamental e esnobe.

— Amanhã irei até Mia. Explicarei o que você me disse. Creio que ela terá de seguir adiante mesmo sem saber qual comportamento Liam tomará.

— O que quer dizer com seguir adiante?

Ela ergueu o olhar para o rosto sardento do noivo.

— Romper o noivado usando uma de suas habituais desculpas.

 

*

 

Em casa, trancada no próprio quarto Mia observou o papel dobrado e lacrado. Tivera de esperar até o jantar se encerrar e assim ficar a sós para acessar seu conteúdo. Livre de qualquer possível interrupção a leitura teria um proveito absoluto. Mas, aquelas horas foram as mais longas de sua vida. Pareciam não ter fim.

Puxou o lacre separando as pontas dobradas do papel. Sobre a cera havia as inciais do nome dele marcadas, LF, Liam Forster. Com a pele do dedo desenhou o traçado sentindo o coração bater acelerado. Há dias não sabia o que era isso, essa emoção angustiante que preenchia sua alma de incontida alegria.

A folha, com a ajuda de mãos trêmulas, se abriu deixando a mostra uma caligrafia firme e bonita. Num ímpeto ela aproximou o papel dos lábios e o beijou mesmo sem saber o conteúdo daquele texto. Acomodou-se sobre as almofadas apoiando o cotovelo no colchão e começou a leitura:

 

Mia

Será que ainda posso usar seu nome? Ou deveria me dirigir a você como senhorita Wentworth? Isso pouco importa já que se tudo correr como espera, quando nos encontrarmos novamente estarei usando senhora Huxley.

É assim que deve ser? Isso a fará feliz? Casar-se com a pessoa que escolheu, prosseguir com os planos estabelecidos, decidir seu destino. Creio que tomar suas decisões sem intervenções é o que deseja, pois bem, não mais interferirei. Enviei os documentos que quitarão a dívida de seu pai através de Rupert. Este assunto está definitivamente encerrado. Você sabe como me sinto e agora, espero, terá a certeza de que jamais desejei nada além de seu amor.

Sinto-me envergonhado pelas atitudes que tomei. Pela forma como agi, sem estribeiras, permitindo que meus instintos falassem mais alto do que meu bom senso, magoando-a. E se puder desculpar-me será um grande alivio saber que ao menos não guardará rancor pelas palavras que trocamos em nossa última conversa.

 

Havia um pequeno espaço em branco, como se ele tivesse esquecido o que ia escrever, mas logo depois continuava:

 

Prometi a mim mesmo que que apenas rogaria por seu perdão, confessaria minha dor pelo comportamento inadequado, e evitaria tocar em qualquer outro assunto. Mas, meu coração ainda guarda uma pequena esperança. E será essa esperança que me manterá em pé depois que deixar este lugar onde encontrei algo que jamais busquei.

Se você, em algum momento, perceber que também me ama. Que não será feliz junto a sir Huxley. Me chame, voltarei imediatamente para estar ao seu lado. Para renovar meus sentimentos, para me permitir ser feliz com a mulher que amo.

                            Esperançosamente me despeço desejando que seja um até breve

                                                                                        Liam Forster

 

— Até breve... - Mia disse sorrindo tornando a beijar a carta.

Naquele momento a esperançosa era ela. Pensou rolando sobre a colcha. Quando ele recebesse sua carta certamente responderia com prontidão. Já não havia o mesmo medo ou insegurança daquela manhã. As palavras dele eram muito seguras e determinadas.

Se ela descobrisse que o amava...

Ah! Sim. Ela o amava, amava muito. Primeiro viera aquele esquisito sentimento que levava seu olhar na direção dele sempre que estava perto, que a mantinha presa a cada uma de suas palavras. Depois, passou a relembrar das poucas conversas que tiveram a sós, das ocasiões em que se encontraram. Então, ela reconhecia os detalhes de seu rosto, de seus cabelos, o tom da voz e cada emoção que estar próxima provocava.

Enfim, descobrira que ser beijada por ele era a totalidade do que vinha sentindo e desejando. Agora, esses pequenos detalhes estavam cada vez mais claros dentro dela. Suas decisões anteriores eram motivadas somente por questões racionais. Liam provara que já não conseguia agir apenas racionalmente, que precisava dar ouvidos às emoções. Liberá-las e desta maneira se permitir ser feliz ao lado do homem que amava.

Fechou os olhos suspirando, pensando quantos dias deveria esperar pela resposta. A carta levaria mais de um para chegar até ele, ele levaria algum tempo para escrever, ou retornar à cidade, pois certamente largar o trabalho em ordem lhe roubaria muitas horas. Ela sentou na cama. Talvez ele não chegasse a tempo, antes da concretização do noivado.

Ficou em pé.

Encerrar o noivado não era uma incumbência de Liam. Era dela! Ela assumira o compromisso e se alguém deveria rompê-lo, esse alguém era ela. Dobrou a carta e a colocou sob o travesseiro. Precisava falar com a mãe que naquele momento deveria estar tomando o costumeiro chá em sua sala particular.

 

*

 

Estava exausto. Há dias não tinha descanso. Dormia pouco, viajava muito. Trabalhava ainda mais. Conforme as semanas passavam e a tão esperada resposta de Mia a sua carta não chegava, as incertezas se acumulavam. O noivado estava próximo. Se ela tivesse considerado suas palavras já teria escrito. Já teria enviado até mesmo um pequeno bilhete dizendo: Volte!

Ele aceitaria qualquer coisa. Ele esperava qualquer coisa. Qualquer mínimo sinal.

Cruzou a porta de casa e entregou o chapéu não usado para o mordomo.

— Como foi a viagem senhor? - o homem indagou em tom profissional.

— Tranquila. - puxando a casaca pelos ombros ele questionou – Sir Brooks escreveu?

— Sim. Há uma carta dele sobre sua mesa, no escritório. Há também uma correspondência dos advogados de seu avô.

— A de sempre?

— Creio que sim senhor – o homem arrecadou o casaco das mãos do patrão – Seu secretário já respondeu.

— Mais alguma coisa?

— Os convites de sempre e uma correspondência feminina.

— Do mesmo tipo?

Ele recebia algumas propostas inusitadas de vez em quando. Mulheres casadas ou comprometidas que desejavam horas de alegria com um homem diferente. Exótico como ele era chamado desde menino. Mesmo que nunca as respondesse ou atendesse, elas não paravam de chegar.

— Não senhor. Parece-me diferente. Não há perfume e a letra não é tão rebuscada.

— Onde você a colocou?

— Junto das outras senhor. Em seu escritório. Na bandeja.

Em passos longos caminhou até o escritório. Precisava descansar e de um bom banho, mas antes, conferir se aquela carta era a especifica que ele esperava há mais de vinte dias.

A agitação não permitiu que conferisse cada convite, os envelopes iam sendo jogados para o lado, poucos dias fora de casa e as correspondências se acumulavam assustadoramente.

— Ei-la! - falou virando para conferir o destinatário.

Quase não acreditou no nome escrito em letra delicada e desenhada.

Era dela. Era de Mia. O nome estava ali. Mas e o conteúdo? Pensou agitado, sentando na cadeira com o papel diante do rosto. Ele não era dado a sentir-se amedrontado diante de situações como aquela. Costumava enfrentar seus incômodos de frente, mas não sabia como reagiria se ela apenas confirmasse que pretendia levar seus planos de casamento adiante, ou que os sentimentos que ele cegamente cria haver entre eles estivessem apenas no coração dele.

Com firmeza puxou o lacre, onde o desenho de uma rosa transparecia, para ler o conteúdo do papel. De nada adiantava ficar imaginando o estava contido ali, devia confiar em seus instintos e ler ou devorar as palavras femininas.

Começou:

 

Caro senhor Forster

Enquanto escrevo mantenho a esperança de que esta carta não chegue tarde demais (...) argumento suficientemente forte em sentido contrário a necessidade que sinto do seu amor (…) sua resposta, seja ela positiva ou negativa. E caro senhor (...) seus sentimentos tenham se modificado, compreendo que fui demasiado estúpida em meus atos o que justificaria adequadamente sua recusa em me responder.

Com carinho

Mia Wentworth

 

Como Mia poderia suspeitar que alguma coisa se modificara? Se no período em que estiveram distantes a única certeza que ele tinha na vida era do amor que sentia por ela. Será que a garota não compreendera o final da carta que deixou com Rupert? Fora tão claro ali! No momento em que ela decidisse retornaria imediatamente para junto dela.

Releu as linhas, palavra por palavra, quase não acreditava, nos últimos dias a esperança praticamente o abandonara. Especialmente porque a data do noivado se aproximava rapidamente.

O noivado! Lembrou.

A carta datava de quatro dias atrás. Ele tinha exatos três dias para chegar na cidade, Mia estava esperando por sua resposta. Uma carta não chegaria mais rápido do que ele. Saiu rapidamente do escritório, distribuindo ordens em altos brados.

— Prepare meus objetos pessoais!

— Chame meu advogado!

— Preciso de um banho imediato!

— Sele meu cavalo!

Os empregados correram para atender todos os pedidos. Liam subiu os degraus que o levariam ao próprio quarto de dois em dois. Não havia tempo para perder com bobagens. Aquele assunto precisava de resolução imediata. Mas especialmente, ele não conseguia esperar mais para ter Mia em seus braços novamente.


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Notas finais do capítulo

Quero o próximo, mas antes de quinta não conseguirei postar.
Espero q gostem deste. UM BJO queridas leitoras. Espero por vcs nos reviews.



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