Um Amor Como o Seu escrita por Lilissantana1


Capítulo 17
Capítulo 17 - Um negócio


Notas iniciais do capítulo

Mais Mia e Liam.
Tomando o rumo do fim.
BJOOOOOOOOOOOOO



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Em poucos minutos Liam esteve dentro do próprio quarto no hotel, Rupert seguira em direção a residência da noiva. Não desistira de descobrir o que o amigo estava planejando, apenas queria usar de novo artifício antes que o outro tomasse qualquer atitude.

Em passos desnorteados Liam caminhou pela peça pequena, retirou alguns documentos de uma gaveta, uma chave de outra, um mata borrão, algumas folhas e sentou-se a escrivaninha para escrever. O texto redigido com rapidez e segurança levava as informações necessárias para ser recebido na residência dos Wentworth.

Depois, revisou a papelada que pretendia usar e estava se preparando para sair quando viu um esbaforido e agitado Rupert cruzar pela porta do quarto barrando sua saída.

— Onde vai agora? - o rapaz ruivo questionou com os braços abertos impedindo a passada.

— Fazer o que devo. - Liam afirmou determinado, buscando cruzar a barreira - E você vai para a casa de Candence como lhe disse para fazer. Diga a ela para ir até Mia, a amiga vai precisar de alguém com a cabeça fria para ajudá-la.

A pasta nas mãos do amigo indicavam alguma coisa.

— O que é isso aí? São os documentos que me falou?

De relance os olhos escuros observaram o material indicado pelo amigo.

— São minha apólice... a garantia de que Mia não se casa com o conde.

— Ela vai odiar você por se intrometer assim. - a voz que pronunciou esta frase era feminina.

— Candence... - Liam falou baixo. - Sua missão não é comigo.

A jovem evitou o comentário e seguiu firme na intenção de ajudar:

— Não faça nada Liam. Mia já decidiu, isso está organizado desde antes de vocês se conhecerem.

— O que está decidido? O casamento estúpido que ela pretendia fazer? Essa decisão não vale mais! - ele retrucou vendo o rosto da moça atrás do noivo.

— Para Mia sempre valerá. Ela não voltará atrás! Eu a conheço há mais tempo do que você. Nada vai alterar os planos dela.

— Estes papéis alterarão a visão do visconde. E a dela também. Aposto. - ele tinha um ar vitorioso enquanto mostrava a papelada para a dupla.

Candence fez uma nova investida:

— Desse jeito você não vai conseguir ter a Mia. Vai apenas ter uma mulher que te odeia.

— Ela me ama.

Diante da teimosia do amigo Rupert foi firme em retrucar:

— Você acha que ela te ama.

— Eu sei que ela me ama.

— Você está louco!

— E ficarei ainda mais se ela se casar com aquele idiota.

Assustada pelo modo como Liam falava Candence ouviu Rupert fazer uma nova tentativa:

— Liam, volte para casa. Vá até a madame Ouida, aproveite suas garotas e essa febre por Mia se acaba.

— Se fosse apenas uma febre eu já teria feito isso com qualquer outra... eu preciso dela Rupert.

— Para quê?

— Para me encontrar, para ser alguém... para ter um lugar no mundo.

— Você já é alguém, já tem um lugar no mundo... não precisa de Mia para isso. Ela nem é tão bonita assim. Você já teve mulheres bem mais bonitas do que ela.

Liam sorriu de lado. Não sabia como se explicar melhor. Tudo o que compreendia era que se permitisse o casamento de Mia estaria decretando seu fim. Ela ia ceder, mais cedo ou mais tarde, Mia ia ceder e dar-lhe o que ele tanto implorava para receber: seu amor.

Com um empurrão afastou o amigo e a garota para longe de seu caminho e desceu as escadas rapidamente em direção a rua.

— Parece que não vamos conseguir... - Candence sussurrou. - Ele está possuído.

Rupert balançou a cabeça levemente.

— Ele tem o péssimo hábito de vencer... não sei se Liam ama a Mia ou se apenas quer provar que pode tê-la.

— Isso é possível? Que os sentimentos dele não passem de capricho?

— Não faço ideia... mas sinceramente preferia que fosse apenas capricho. - ele observou os olhos bonitos da noiva – Não dei o devido crédito ao que estava acontecendo, confiei que essa história passaria depois de alguns encontros. Ou queria que fosse assim porque...

— Por quê?

— Porque Liam tem o hábito de se meter em encrencas quando se perde dessa forma...

— Que tipo de confusão?

— Todo tipo. Da última vez foram as lutas. Mas já teve as corridas de cavalo...

— Ele apostava?

— Não. Ele corria... arrumava confusão em todo o lugar que ia.

— E vamos ficar parados aqui? Vendo nossos amigos se perderem?- Candence perguntou dando alguns passos a frente chamando o noivo.

— O que podemos fazer mais?

— Ir falar com Mia! - ela estava determinada. Já Rupert não gostou daquela sugestão.

— De que adiantaria? Ela não vai mudar de rumo. - ele afirmou passando as mãos pelos cabelos avermelhados.

— Mas pode convencê-lo melhor do que nós.

Havia dúvidas quanto a eficácia desse artificio no coração de Rupert. Porém...

— Você vai falar com ela... eu busco por ele.

— Está certo.

Os dois se olharam e sorriram em concordância. Candence sabia que o foco principal de sua preocupação era Rupert e o afeto que ele nutria por Liam. Mas também com Mia e com o próprio Forster que ela aprendera a admirar.

 

*

 

O passeio publico era um local de fácil acesso, mas um assunto importante não poderia ser tratado ali. Liam enviou um bilhete para o pai da mulher por quem estava apaixonado e enquanto esperava pela resposta considerou que poderia procurar o feliz noivo no intuito de manter uma conversa clara, mas também não o encontrou. Depois de duas horas voltou ao quarto no hotel em busca da resposta do visconde e descobriu que nada havia.

O pai de Mia parecia não lhe dar atenção tanto quanto sua filha fizera. Mas ele tinha meios de se fazer respeitar e estava prestes a sair quando ouviu uma batida na porta.

— O mensageiro. - disse a si mesmo pulando da poltrona.

Mas não era o mensageiro, não o que ele esperava. Era Candence.

— Ela quer falar com você. – ela anunciou assim que cruzou a porta.

— Mia...?

— Sim. Rupert a levou para a casa do barão. Lá vocês poderão conversar com calma e resolver o que precisar.

Ele não conseguia acreditar naquele estratagema. Mas, que motivos tinha para duvidar? Sem pestanejar voltou ao quarto, pegou os papéis e em passos firmes seguiu Candence até a carruagem que os esperava na entrada do hotel.

— Como a convenceu?

Perguntou enquanto se acomodava no estafado diante da moça:

— Contei a ela o que estava acontecendo...

— Apenas isso? Ela confirmou o casamento?

— Liam... - Candence se inclinou para a frente e segurou as mãos do rapaz entre as suas, seu afeto por ele era tão sincero quanto o de Rupert – Não espere que ela mude de ideia. Mia não fará isso... - ele se remexeu irritado – por isso, em nome da amizade e do carinho que Rupert nutre por você, prometa que se minhas previsões se concretizarem e ela não quiser alterar seus planos você aceitará.

Um longo suspiro escapou dos lábios masculinos.

— Pelo seu bem... esqueça o que aconteceu entre vocês. Siga com sua vida...

Havia tanta gentileza e sinceridade nas palavras de Candence que ele se ouviu dizer:

— Por que está fazendo isso?

— Porque eu amo Mia! Porque para mim você é como um verdadeiro cunhado. O afeto que deveria dedicar aos meus futuros irmãos, é dedicado a você. E porque vocês devem resolver essa situação antes que se magoem seriamente.

Lim silenciou. Estava de fato comovido com o afeto que a garota parecia lhe oferecer verdadeiramente. Mas, ao mesmo tempo sabia que se prometesse teria de cumprir e naquele momento não havia dentro dele qualquer possibilidade de rendição.

Quando o coche parou diante da residência do barão Brooks a dupla desceu e em poucos minutos eles foram conduzidos a mesma sala do encontro anterior.

Mia viu Liam e Candence cruzarem a porta, a amiga trazia um comportamento preocupado, ansioso. Já o sócio de Rupert estava sério, olhar determinado e pose firme.

— Vou deixá-los a sós. - Rupert avisou caminhando em direção a saída sem que Liam ou Mia tentasse detê-lo.

— Por que você não me disse a verdade? Que estava prestes a aceitar o pedido de Huxley. - ele questionou quando a porta do cômodo se fechou em suas costas.

— Porque é um assunto pessoal. Não lhe diz respeito senhor Forster.

Ele largou a pasta com os documentos sobre a mesinha e caminhou até perto dela. Tentando manter-se tranquila Mia ergueu o rosto para observá-lo de frente, de igual para igual.

— Tudo o que se relaciona com você me diz respeito.

— Quando lhe dei a entender que nossos encontros dariam ao senhor algum poder sobre minhas decisões?

— Seu comportamento nos últimos dias. Seus beijos. O que está escrito em seus olhos todas as vezes que nos encontramos. - ele repetiu os mesmos argumentos – O que vejo em você, a forma como...

— Alguns poucos encontros e outro tanto de beijos não significam nada! - ela disse alterada.

Ele colou o corpo no dela e sentiu de imediato o estremecimento feminino.

— Isto não é nada?

As mãos seguraram a cintura dela aquecendo o espaço em redor com um calor agudo.

— O senhor age como um boçal. Quer vencer a força. - Mia esbravejou, permitindo que as emoções escapassem em forma de irritação.

O rosto masculino desceu em direção ao dela. O perfume de Liam inundou suas narinas a pele bronzeada roçou contra a dela. Na tentativa de manter o equilíbrio Mia apertou as mãos contra o corpo.

— Eu amo você... só quero que compreenda o erro que comete ao aceitar esse idiota.

Mia fechou os olhos, respirou profundamente, mediu as palavras para que a informação ficasse totalmente clara e finalmente disse:

— Quer provar seu amor me obrigando a alterar toda a minha vida? Impondo sua posição aos meus planos! Não respeitando minhas decisões! Não creio nesse amor.

Por um segundo as palavras de Rupert e Candence cruzaram pela mente dele, Mia o odiaria se insistisse. Mas ele insistiria.

— Eu preciso de você. É tudo o que posso dizer em minha defesa.

— Esse argumento apenas corrobora com a impressão que tenho. O senhor está pensando apenas no senhor. Em seu desejo de me submeter ao seu anseio. Se tivesse algum afeto sincero por mim, faria o que deve, e me deixaria seguir o rumo que planejei.

— O que espera que faça para comprovar que meu afeto é sincero?

Ele se inclinou levemente e ela se afastou.

Um beijo não! A consciência de Mia gritou para ela. Se Liam a beijasse aquela segurança toda, alicerçada apenas nas atitudes infantis e prepotentes dele, cairiam por terra.

— Que me deixe seguir adiante sem intromissões. - pediu de uma distância segura.

Isso ele não estava disposto a fazer. Abrir mão de algo que não esperava algum dia sentir por alguém.

— Esqueça isso Mia! Não farei.

— Então não vejo motivos para continuarmos esta conversa.

Em poucos passos ela atingiu a porta do cômodo.

— Por que você veio? - ele perguntou antes que ela segurasse a maçaneta.

— Atendi ao pedido de um amigo preocupado... - ela se voltou e o encarou – porque prezo a amizade dele. Não foi pelo senhor, senhor Forster. O que deveria lhe dizer já foi dito.

— Posso obrigá-la a se casar comigo. - ele sugeriu sem mudar de posição.

Ela sorriu sarcástica.

— Utilizando as artimanhas com as quais me ameaçou ontem?

Silencioso Liam caminhou até a mesunha ao lado do sofá, pegou alguns papéis e os ofereceu a ela.

— São as dívidas de seu pai. - anunciou quando ela ergueu a primeira promissória.

Não eram muitas, nem o valor era assim tão alto, mas poderiam se transformar em algo sério caso o Visconde deixasse de pagá-las. Por que seu pai contraíra aquelas dívidas com Liam? Precisava urgentemente de respostas. Os olhos azuis pareciam perdidos quando o encararam.

— O senhor espera que eu me venda como pagamento pelas dívidas de papai?

— Você vai se vender para o futuro conde apenas pela posição e título. - ele disse cruzando os braços com ar determinado. E ela o detestou. - O que me diz senhorita Wentworth? Está disposta a se vender para outro homem que não seja um conde pelas dívidas do visconde?

— Chegamos então na verdadeira razão pela qual o senhor vem insistindo... pensei que fosse apenas para impôr sua vontade. Mas, é mais, quer mostrar poder, quer ser respeitado pelo dinheiro que possui... sou alguma espécie de prêmio? Aposta ou algo assim?

— A única coisa que quero é o seu amor...

— Pois sinto lhe dizer que desta forma só conseguirá desprezo.

Ela jogou os papéis diante dele.

Ela vai me odiar. Liam pensou vendo as promissórias voarem e caírem aos seus pés. Ela já me odeia.

— O esperarei amanhã, em nossa casa, a hora que desejar. - Mia respondeu com o rosto erguido, tentando reter as lágrimas dentro dos olhos. - O senhor poderá falar com papai sobre o negócio que pretende fazer. Não me oporei mais.

Ela se voltou levando a mão à maçaneta. Ele se aproximou e a segurou pelo braço.

— Mia...

— Já está resolvido senhor Forster. Não é necessário falar mais nada, o senhor venceu. Deixe-me ir.

Os olhos azuis lhe lançaram uma última encarada, Mia estava fria, tão determinada quanto sempre e acima de tudo, magoada.

 


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Notas finais do capítulo

Será que esse negócio acontece?
Acho que Liam se ferra!
BJOOOOOOOOo a todas q estão acompanhando.



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