Um Amor Como o Seu escrita por Lilissantana1


Capítulo 14
Capítulo 14 - Insegurança


Notas iniciais do capítulo

Mais de Liam e Mia.



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Mia, desengonçada correu para o salão, as pernas bambas mal conseguiam mantê-la em pé. Quando ingressou pela porta por onde escapara minutos antes, passou as mãos pelo vestido, conferiu o cabelo, sorriu para si mesma e caminhou com calma entre a multidão de pessoas que circulavam o ambiente. Não via nada nem ninguém, tudo o que conseguia vislumbrar estava em sua mente. O rosto de Liam, seu sorriso, seus olhos. O modo como ele falava com ela. O toque quente de seus lábios sobre os seus.

Parou junto a um grupo de pessoas com o coração batendo acelerado e segundos depois viu a mãe a observar metodicamente a pista de dança. Um arrepio cruzou a pele fina.

Quem lhe dissera que ela estava dançando com o senhor Forster?

Apenas essa hipótese cruzou pelos pensamentos da garota. Amélie não sairia de seu lugar, perto das mães apenas para saber se ela estava dançando a valsa. A mulher não a viu e Mia aproveitou a chance para vir por trás e tocar o braço da mãe. Quando sentiu a presença da filha ao seu lado a viscondessa se surpreendeu.

— Onde você estava? - perguntou desconfiada.

— Fui até a mesa de sucos, mas, dei volta quando vi a senhora.

Uma espiada para a mesa de doces e a viscondessa voltou ao ataque:

— Não estava dançando?

Mia olhou desinteressada para a pista antes de explicar:

— Fui convidada, mas escapuli antes da música começar... acredito que ele não me encontrou...

Conhecendo bem as artimanhas da filha, sua facilidade em escapulir quando se fazia necessário, a mulher acreditou que fora desta forma, afinal, se Mia estivesse dançando com o senhor Forster como lhe dissera a senhora Behn, ela a teria visto assim que parou ao lado da pista de dança. Não havia como escapar de sua visão.

— Onde suas amigas estão?

— Acho que Mary está dançando... vi Candence com sir Rupert... as outras ficaram na beirada da pista quando fui à mesa de doces...

Tudo mentira. Pura mentira. Simples mentira. Uma atrás da outra. Nunca contara tantas mentiras quanto naquele momento. E milagrosamente sua mãe parecia crer em cada palavra que ela dizia.

— Então fique comigo. Me disseram que o tal Forster está por aqui. Ele não se aproximará de você se estiver comigo.

Com a cabeça Mia concordou em fazer o que lhe era pedido. Com calma segui a figura materna enquanto formulava a teoria de que sua mãe estava enganada quanto a pensamento formulado. A presença de Amélie nunca deteria Liam de se aproximar se a intenção dele fosse apenas a de perturbar. Na verdade seria um incentivo a mais. De longe ela o viu, ele estava parado junto a porta que dava acesso ao corredor, às mesas de jogos. Rupert e Candence se aproximaram, o amigo o cumprimentou gentilmente, ele sorriu o coração dela acelerou.

— O que você tanto olha? - a mãe questionou observando a direção em que a filha matinha o olhar fixo e viu sir Huxley vindo em direção a elas. Por um segundo a imaginação fértil da mulher acreditou que Mia estava realmente interessada no filho do conde. Mas, logo atrás notou o filho do barão junto ao sócio. Lá estava a atração impossível de resistir a qual Mia se via presa.

Aquele rapaz estava se transformando em um problema sério. Depois que Mia recusara tantos bons pretendentes alegando qualquer motivo estúpido para as recusas, agora, estava inclinada por alguém que jamais estaria a sua altura.

Como ela, a única filha de um visconde se uniria a um homem que sequer tinha o título de cavalheiro? Sir Forster era estrangeiro. Filho de um agricultor segundo soube através do barão Brooks e de uma chinesa... céus! Uma chinesa! Onde Mia estava com a cabeça?

Sir Huxley esteve ao lado delas e os pensamentos da viscondessa tiveram de mudar de rumo. Era o momento de agradar o futuro genro.

Quando Mia se casasse com ele, tudo, todo o resto seria esquecido. Inclusive esse estúpido interesse.

 

******

O baile chegava ao fim sem que ele tivesse a oportunidade de se aproximar de Mia novamente. A mãe estava ao lado dela. Junto, grudada como um cão de guarda. Liam sabia que se tentasse uma aproximação ninguém falaria qualquer coisa em contrário, entretanto estava evitando provocações, não seria uma boa maneira de atrair o bom pensamento da filha do visconde. Apesar de tudo ele queria ser aceito da maneira que todos consideravam certa. Que Mia considerava correta.

Ela o aceitaria mais facilmente se a família lhe visse com bons olhos, ele ingenuamente acreditava.

Porém, um fato perturbava seus planos e paciência em agir de maneira correta, Sir Huxley estava junto a Mia. Muito tranquilo, a vontade, e pelo que soubera enquanto permaneceu nas mesas de jogos, o rapaz pretendia fazer o pedido em poucos dias. O que queria dizer que seu tempo estava findando. O encontro no dia seguinte era a chance que teria de fazer a filha do visconde mudar de ideia sem se impor. Caso Mia não cedesse ele teria de fazer algo.

Rupert havia alertado para a possibilidade de tudo dar errado caso a garota fosse obrigada a se casar com ele, mas Liam não via outro caminho. Tentara tudo o que estava ao seu alcance. Jamais seria aceito se não forçasse essa aceitação? Por mais que esperasse e estivesse tentando um desfecho positivo ainda havia chances disso nunca acontecer. Se assim fosse, só lhe sobrava a persuasão mais dura. Mesmo que Mia se incomodasse, uma hora a garota o perdoaria. Veria que era a única chance que eles tinham de ficarem juntos.

Suas decisões se digladiavam entre manter a postura correta e agir com a força. Atitudes opostas que visavam apenas uma recompensa: Mia Wentworth.

— Está calado Liam. - ouviu Candence comentar tocando seu braço com o leque.

— Estava pensando. - respondeu olhando o movimento de Mia do outro lado do salão.

— Em Mia? - a garota sugeriu brincalhona.

— Ela está sempre nos meus pensamentos... - respondeu voltando o olhar para o rosto da garota loira. – Mas estava pensando em uma conversa que tive com Rupert há alguns dias.

— Problemas com os negócios? - ela perguntou verdadeiramente interessada.

— Não. Os negócios não movimentam meus pensamentos mais tempo do que o necessário. É outra coisa. Algo relacionado com sua amiga como você bem deduziu. Tenho algumas decisões a tomar Candence. E Rupert... - mudando de posição ele se inclinou levemente para a moça – você conhece Mia melhor do que eu ou Rupert...

Com um breve sorriso Candence moveu a cabeça negativamente.

— Ninguém conhece Mia, ela é fechada, reservada. Sabe de todos, mas ninguém sabe dela.

Com um suspiro ele voltou a posição inicial.

— Então terei se agir apenas com o instinto. Com aquilo que vejo.

— O que perturba você? Ia falar sobre o que Rupert pensa... - ela insistiu. Queria ajudar.

Liam se debatia em dúvidas. Ele desejava acreditar no que via, no que Mia lhe mostrava, mas ao mesmo tempo aquela insistência em recusar confessar os sentimentos poderia dizer que estava totalmente enganado quanto as deduções sobre ela. Seria a primeira vez que se enganaria assim com uma mulher. Entretanto ele acreditava que muitas tinham essa capacidade: a de fingir ser o que não são. Por isso ele se mantinha distante de filhas de homens da sociedade.

— O que ela sente por mim Candence? Ela lhe disse?

O olhar masculino era exigente e angustiado enquanto esperava pela resposta.

— Ela não lhe falou? - ele insistiu.

— Não... ela...

Ele desviou o olhar perdido pelo salão novamente enquanto continuava a falar:

— Estou agindo apenas pelo que vejo, pelo modo como ela reage a mim. Mas Mia não cede! Quando acho que está pronta a se entregar ela se retrai... tenho medo de estar me enganando.

Com a voz travada dentro de si Candence desejou falar o que sabia. O que a amiga lhe confidenciara quase em segredo de confissão. A postura da filha do visconde era totalmente diferente da de Liam. Se Mia retraia e guardava os sentimentos para si, Liam os expunha com a tranquilidade de quem está entregue.

Quando percebeu que o rapaz esperava por uma resposta se ouviu dizer:

— Ela não fala sobre você.

Estava omitindo a verdade. E na mesma hora, quando a decepção cruzou os olhos escuros ela desejou falar o que sabia. Mas, havia algo dentro dela que lhe proibia de fazer isso. E era a própria Mia. Se a amiga não confessara como se sentia, que direito ela tinha de trair assim a confiança da outra?

— O que faço? - Liam perguntou com sinceridade. - Você também acha que devo desistir? Que Mia nunca vai me aceitar?

— Isso me parece algo que Rupert diria. - Candence tentou brincar e aliviar a tensão no rosto do sócio de Brooks.

— Pois foi exatamente isso que ele disse!

Candence ponderou por alguns segundos, pensou pela cabeça do noivo. E mesmo sabendo que se arrependeria depois acreditou que o melhor seria preservar Liam de uma decepção futura. Mia nunca lhe daria o que ele esperava receber.

— Acho que você deve esquecer o que aconteceu entre vocês.

Um sorriso suave deslizou nos lábios masculinos. O olhar foi para o chão.

— Mia está pronta a seguir em frente. Ela não fará nada que possa alterar seus planos... - com carinho Candence tocou a mão masculina com a sua - Minha amiga nunca esteve inclinada por um cavalheiro. E agora, a inclinação por sir Huxley é muito clara. Você e todos os outros podem ver isso.

— Ela o ama?

— Não sei dizer. Como lhe informei, Mia é muito reservada. Mas... - ela precisava falar isso – tudo o que posso lhe contar é que ela nunca esteve com ninguém. Ela nunca beijou ninguém. Nem teve outros encontros... você foi o único.

— Fui uma experiência para uma garota mimada antes do casamento? - ele já estava começando a crer nisso.

— Se o senhor estivesse falando de Mary ou até de Florence. Eu diria sim. Foi. Mas para Mia? Não! Ela jamais faria tal coisa.

— Então ela sente algo por mim?

— O que você sente por ela Liam?

— Estou apaixonado por ela. Mas você não me respondeu Candence. O que Mia sente por mim?

— Eu não sei... - ela mentiu sem desviar o olhar do rosto bonito.

 

 

 


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Notas finais do capítulo

Um BJO a quem está lendo e acompanhando. OBRIGADAAAAAAAAAAAAAA, espero vcs nos reviews. Até o próximo capítulo.



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