Um Amor Como o Seu escrita por Lilissantana1


Capítulo 13
Capítulo 13 - Mia vai ceder...


Notas iniciais do capítulo

Mais de Mia e Liam
Obrigada Raquelzinha pelo review. BJO



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Quando chegou em casa, Mia topou com a criada da mãe a sua espera logo na entrada e soube que haveria perguntas. Logo a moça confirmou:

— Milady pediu que vá diretamente a sala particular quando chegar.

— Como ela está Flora?

— Está bem milady.

A moça jamais falaria algo que pudesse ser usado contra ela algum dia.

— Quero saber se mamãe está zangada.

— Posso lhe dizer que ela pediu dois bules de chá de melissa enquanto esperava.

Então estava furiosa.

Passando as mãos pelo vestido, pelos cabelos, pelos lábios sensíveis como se eles pudessem lhe entregar apenas em um olhar Mia suspirou, tomando ar e coragem para enfrentar a viscondessa. E com passos firmes tomou o rumo da sala particular da mãe.

Como quem se sente segura de si mesmo e de seus atos ela ingressou no espaço iluminado e bem decorado.

— Mamãe... - chamou percebendo a figura materna acomodada em frente a mesinha com uma xícara nas mãos - a senhora queria falar comigo? - perguntou com a tranquilidade que não sentia.

Apenas um olhar da mãe e Mia soube que a situação não seria resolvida com facilidade.

— Onde esteve a tarde toda?

— Na casa de Candence. Depois saímos para ver alguns tecidos.

— A tarde toda? E sua criada? Por que não a levou com você?

Estava mais do que desconfiada.

— A criada de Candence nos acompanhou, não foi necessário levar mais de uma pessoa em nosso encalço. A senhora sabe que sempre agimos assim. E completando suas perguntas anteriores: ainda passeamos na praça. Fomos a confeitaria. E voltamos para casa.

— Você não esteve na residência de sir Brooks? - um arrepio cruzou pelo corpo delicado. Será que a mãe sabia de algo? Resolveu dizer meia verdade:

— Candence passou por lá.

— Você não esteve na casa?

— Não. Fiquei esperando no choche de aluguel.

— O que ela foi fazer lá?

— Não perguntei.

A mulher a encarou séria enquanto Mia retirava as luvas calmamente, com uma segurança falsa, tentando evitar o olhar da viscondessa.

— Ela é sua amiga. - aquilo queria dizer que ela deveria saber.

— Não costumo interferir na vida de minhas amigas. E muito menos tratar de assuntos pessoais delas com outras pessoas.

A irritação materna se estampou no rosto sério.

— Não seja insolente Mia.

Dando um passo a frente enfrentou a mãe:

— Eu sei onde a senhora quer chegar. Está neurótica por causa de sir Forster. Parece ter perdido a confiança que sempre teve em mim.

Um longo suspiro escapou dos lábios da mulher mais velha.

— Você nunca me deu esse tipo de preocupação. Jamais precisei controlar onde você ia, com quem ia... mas agora... com esse homem a rondá-la como se fosse um chacal, não consigo me sentir tranquila.

— Pois pode ficar tranquila. Soube de fonte segura que sir Forster pretende partir...

A viscondessa quase não acreditou naquela noticia.

— Quem lhe disse isso? - perguntou se inclinando para a frente.

— Candence...

Aquela informação não pareceu segura. O que na verdade não era mesmo. A viscondessa colocou em palavras os pensamentos da filha:

— Rupert o considera muito, queria que estivesse presente no noivado... você tem certeza disso Mia?

Ela moveu os ombros suavemente, olhando o teto distraidamente.

— Foi o que Candence me disse. Rupert não fala sobre o sócio.

Com ar de desdém a mãe afirmou:

— Posso compreender o porque desse silêncio.

Mia fuzilou a mãe. Estava se sentindo cada vez mais azeda com tanta implicância. Amélie continuou serena com a certeza de quem está correta:

— Ele sabe que não gostaríamos de vê-la próxima a esse senhor e pretende nos agradar.

Mia suspirou antes de retrucar no tom mais ameno que conseguiu:

— Papai não é tão importante assim mamãe. Se Rupert não dá atenção a opinião do pai. Do futuro sogro, e anda lado a lado com Senhor Forster a todo o local que vai, acho que se o visconde de Wenthwort se irritar com ele ou não, pouca ou nenhuma diferença fará. E se me der licença, vou me retirar, preciso de um banho, a caminhada com Candence foi cansativa.

— Vamos jantar no mesmo horário. Não se atrase.

— Estou sem fome.

Ela falou já saindo da sala e imediatamente ouviu o rebate.

— Mesmo assim, quero a senhorita a mesa.

O quarto estava vazio e na penumbra, ela caminhou até a janela, a abriu e deu um passo a frente, a pequena sacada estava em silêncio, escondida na sombra produzida pelo arbusto, o que lhe concedia certa privacidade. Olhou o céu ao longe com o coração batendo descompassado. Ainda conseguia sentir o gosto dos beijos. O calor do corpo dele. O cheiro da loção de hortelã. O toque suave da pele lisa do rosto. Liam parecia não ter barba. Seus cabelos eram finos e sedosos. A voz dele tinha um timbre rouco, mas não duro, ou áspero. E quando sussurrava ela sentia todo o corpo arrepiar.

Fechou os olhos balançando a cabeça como quem quer apagar os pensamentos. Precisava esquecer tudo isso. Mas não queria. Um dia, quando fosse mais velha, precisaria lembrar como era essa sensação de amar alguém e ser correspondida. Como era desejar e ser desejada. O gostoso acelerar de seu coração, as pernas a bambearem quando ele acariciava seu rosto com os olhos. Beijar com paixão e ter o corpo todo em êxtase diante de uma palavra ou sorriso.

A brisa da noite tocou-lhe a face como um carinho. Um longo suspiro escapou trazendo junto o nome dele. Deu meia volta, de dentro da gaveta de baixo do criado mudo tirou um pequeno caderno de capa de couro, um presente da mãe que jamais fora usado. Suas páginas estavam em branco. Nada havia para gravar ali até aquele momento. Agora ela tinha memórias para guardar. Cheiros, toques e beijos. Uma relíquia para a vida toda.

Caminhou até a escrivaninha, os papeis de carta foram guardados na gaveta, a lamparina acesa lhe ofereceu a claridade necessária para colocar em palavras tudo o que seu coração exalava para cada parte do corpo. Tentou ser o mais clara e simples possível. Palavras que ninguém nunca ouviria de sua boca estariam para sempre gravadas naquelas folhas, um refugio para onde correr sempre que fosse necessário.

 

****

 

Dois dias depois, sem que tivesse a chance de voltar a ver ou de saber qualquer outra informação a respeito de Liam, Mia já escrevera muitas páginas. E estava reclinada sobre as almofadas da cama olhando a rua através da janela do quarto imaginando se ele cumprira com o prometido, se teria voltado para casa ou não, quando foi informada da visita de um amiga.

— A senhorita Tennyson. - ouviu quando questionou quem seria.

— Obrigada. Diga-lhe que já desço.

Com calma ergueu-se acomodou o vestido, observou a própria imagem no espelho. Estava como sempre por fora, como se dentro dela não houvesse um turbilhão de emoções e sentimentos se enfrentando constante.

Saiu do quarto e topou com a mãe ao pé da escada.

— Finalmente saiu daquele quarto.

Como resposta ofereceu um breve sorriso.

— Florence veio para vê-la.

— Já fui avisada.

— Sir Huxley não tem vindo. Aconteceu algo entre vocês?

— Ele me disse que passaria alguns dias fora, retornaria para a apresentação da irmã de Florence.

Amélie movimentou a cabeça em concordância. Liam não aparecera e ninguém mais falava nele. Talvez o rapaz tivesse compreendido finalmente que não era bem visto ou bem quisto naquele lugar. Seria o melhor para todos. Apesar de tudo era muito difícil ver o sofrimento da filha estampado nos olhos tristes, no ar perdido, na falta de apetite. Quando ele se fosse Mia passaria algum tempo de luto mas logo voltaria a ser como antes.

— O veremos no baile. - Mia ainda afirmou antes de tomar a direção da sala onde a amiga a esperava. - Se me der licença vou até Florence.

Com carinho Amélie segurou a mão da filha antes que esta se afastasse.

— Tudo passa Mia. Nenhum amor ou dor dura para sempre.

— Nada há para passar. - ouviu em tom determinado e apenas fingiu acreditar.

Quando ingressou na sala Mia se deparou com uma agitada Florence. Queria, precisava, ansiava a ajuda de Mia para a última prova do vestido.

— Ela vai costurar no seu corpo? - Mia perguntou admirada sentindo as mãos geladas da amiga entre as suas. Não se fazia mais isso.

— Não! - Florence negou quase escandalizada.

— Por que então você ainda não está com esse vestido pronto? Céus!

O baile seria na noite seguinte

— Porque precisei fazer algumas alterações de última hora. Minha prima resolveu usar a mesma cor que eu... você já imaginou tal coisa Mia? Como seria nós, com a mesma altura, cor de cabelo usando vestidos iguais?

— Haverá muitos vestidos com a cor igual ao seu Florence. - Mia tentou explicar uma verdade.

— Mas essas pessoas não serão minhas primas! Ridículo Ellen ter escolhido justo a mesma cor que eu. - e com os olhos levemente fechados voltou ao ataque. - Tenho certeza de que ela fez por gosto. Só pode ser.

Mia riu, e aquela era a primeira vez que ela ria verdadeiramente desde a conversa com Liam.

— Você está zombando de mim? - Florence reclamou fazendo um muxoxo com os lábios - E eu pensando que você seria a única pessoa que me entenderia.

— Eu a entendo... - a velha Mia entendia, a nova, considerava aquele drama todo uma bobagem – Vamos até a modista. Eu a acompanho e a ajudo a fazer algo para mudar...

— Você faria isso por mim Mia?

— Sempre faço não é?

Braços longos envolveram o corpo de Mia num abraço caloroso. E ela soube que precisava daquilo. Daquele toque carinhoso e gentil. Assim como precisava se preocupar com qualquer outra coisa que afastasse a imagem de Liam de sua mente.

 

****

 

O baile estava muito animado e totalmente lotado. Havia tanta gente que algumas vezes Mia custava a acreditar que conseguiria sair dali ilesa. Sem um pisão. Ou uma topada. Passou boa parte da festa com as amigas já que sir Huxley aparecia de vez em quando para dançar e sumia novamente na sala de jogos. Era estranho e dolorido pensar que se vestira com esmero, que arrumara o cabelo, que colocara as fitas e as pérolas apenas por um motivo. E esse motivo ainda não aparecera no salão. A cada minuto passado ela se sentia pior, mais e mais incomodada, mais e mais enfadada, mais e mais triste.

— Ele virá. - Candence sussurrou no ouvido da amiga quando percebeu a tristeza no olhar dela.

Como se tivesse tomado um choque Mia ergueu os olhos e encarou Candence. Sabia exatamente de quem a amiga falava.

— Ele não foi embora?

Candence revirou os olhos.

— E Rupert deixaria?

— Rupert não deveria segurá-lo aqui... - ela criticou sentindo vontade de sorrir e dizer exatamente o contrário.

— Certamente que o pedido veio de Rupert, mas quem realmente segurou Liam aqui foi outra pessoa.

O rosto de Mia ruborizou imediatamente tanto quanto seu coração disparou no peito. Mesmo que fosse errado e egoísta de sua parte, gostava de saber que ele ainda estava ali por ela. Contrariando a si mesmo e todas as recusas que recebera.

— O que vocês estão falando em tom de segredo? - Mary perguntou de repente sacudindo seu leque rapidamente diante do rosto.

— Estávamos falando que este ambiente está abafado. - Candence explicou rapidamente com ar inocente.

A jovem pequena concordou imediatamente agitando ainda mais o leque.

— Mas não sairei daqui por nada neste mundo. Sir Weslley Torps me chamou para a próxima dança, e é uma valsa.

O grupo feminino pareceu horrorizado com o comportamento da amiga.

— Sua mãe não aprovaria que você dançasse uma valsa. - Mia comentou sorrindo. Há alguns dias aquele comentário teria um outro tom.

— Minha mãe está se divertindo na mesa de doces. - escondendo o rosto com o leque completou – e há tantas pessoas aqui que duvido que ela visse.

— Mas outras pessoas verão, e alguém certamente contará a ela. - Candence tentou.

Mary contestou com ar travesso:

— Eu digo que é mentira. Ela acredita em mim.

Todas riram diante da espirituosidade de Mary.

Mia balançou seu leque suavemente aliviando o calor, quando sentiu uma mão espalmar em suas costas. Dado o aperto do local poderia ser qualquer um, um atrevido qualquer. Mas, algo lhe disse que havia apenas um homem que faria tal movimento. Voltou-se rapidamente e se deparou com Liam, impecavelmente vestido, com os cabelos brilhantes caídos sobre o peito e aquele sorriso arrebatador direcionado a ela. Suas pernas fraquejaram e a muito custo ela segurou um sorriso de felicidade.

— Está livre para a próxima dança senhorita Wenthwort? - ele perguntou ainda sorrindo.

— Ela está sim. - foi Candence quem respondeu e Mia encarou a amiga, pelos céus era uma valsa. Sua mãe jamais a perdoaria se dançasse uma valsa, especialmente com o senhor Forster.

— Então a reserve para mim.

Fez uma reverência educada e se afastou deixando Mia com o coração na mão, a boca seca e os olhos marejados.

— Por que você disse aquilo? - Charlotte perguntou a irmã com ar de recriminação.

Com uma total tranquilidade Candence bancou a inocente.

— Porque era a verdade. Mia estava livre.

— desde quando minha irmã ficou tão liberal? - Charlotte insistiu. - Mia está quase comprometida com sir Huxley, e certamente que ele não aprovaria tal dança.

— Sir Huxley não está aqui... e respondendo a você minha cara irmã, estou tão liberal desde que em breve serei a esposa do sócio do senhor Forster. E por causa disso descobri que ele é uma pessoa excepcional. Um ótimo amigo e um irmão generoso. - Charlotte se calou de imediato.

— Pensei que ele não tinha família. - Mary emendou olhando em volta perdida.

— Rupert. - Candence falou tranquila – Rupert o considera como a um irmão. - ele lhe contara algumas coisas que definitivamente abriram a visão da noiva sobre Forster.

Mia suspirou. Como ela gostaria que todos passassem a ver Liam com os mesmos olhos que Rupert, Candence e até ela mesma viam. Tudo seria tão mais simples. Pois para a lista dela, só faltava a linhagem, o sobrenome, o histórico de família, e ela constatou triste. Esses itens eram os considerados indispensáveis.

A música teve fim. Liam não perdeu tempo. Logo esteve ao lado dela oferecendo o braço que Mia aceitou sem pestanejar. As pessoas que se aglomeravam em volta da pista de dança pareciam alheias aos casais que ali se posicionavam para dançar. Ela deu uma rápida olhada em volta a não viu a mãe ou o pai. Depois encarou o rosto de seu acompanhante. Liam parou diante dela, estendeu a mão esquerda para o lado e passou a outra na cintura feminina. Mia sentiu uma leve pressão, mas ele não a aproximou.

— Vamos nos tocar, mas não precisa se preocupar senhorita Wenthwort, vou manter uma distância respeitosa de seu corpo.

— Eu não sei dançar valsa. - ela disse com um meio sorriso a brincar nos lábios.

— Apenas me deixe levar. Libere seu corpo para a minha condução. Não tente comandar.

Será que ela conseguiria? Suspirou.

— Vou tentar... - disse com sinceridade, Liam se inclinou levemente e sussurrou.

— Será a melhor experiência de sua vida.

Estar nos braços dele era a melhor experiência de sua vida. Mais páginas e páginas seriam escritas sobre aquela noite e tudo o que ela representou. Mia pensou quando os acordes soaram rapidamente dando inicio a dança. Em segundos eles estavam rodando pelo espaço repleto de casais. Como quem está acostumado a dançar Liam a conduzia com suavidade e evitava os outros casais. Ela estava gostando dos movimentos, de poder ficar de frente para ele. De pode tocá-lo quase sem culpa. De sentir o calor de suas mãos junto dela.

Quando concluíram a primeira volta e meia, inesperadamente, Liam fez um movimento rápido e escapou pelo canto do salão carregando-a consigo, eles saíram em um corredor e dali para outro mais estreito e mais escuro.

— O que o senhor está fazendo senhor Forster...? está louco?

— Completamente louco! – ele disse antes de parar junto a um aparador, sem largar a mão dela.

Mia encarou o rosto sério parcialmente escondido pela penumbra e segundos depois sentiu a mão dele a acariciar-lhe a face.

— Estava com saudades... - Liam disse sussurrando, fazendo o coração feminino saltar no peito.

Vencida ela deu um passo a frente, e deslizou a mão livre sobre o peito dele, suavemente, sentindo o coração masculino bater rápido e descompassado. Liam se inclinou, tocou o nariz dela com o seu e lentamente acariciou os lábios femininos com os próprios. Um arrepio cruzou pela coluna de Mia quase como se fosse um raio, ao sentir o toque macio, impulsionando-a a acabar com a distância entre eles.

Os braços dela circularam sua cintura, e o peito de Mia foi pressionado contra ele. Liam sorriu internamente enquanto intensificava o beijo. Ela já não resistia mais, apesar de tudo o que lhe dissera, se continuasse a insistir a garota acabaria por desistir de resistir. As mãos femininas subiram por suas costas, debaixo da casaca, acariciando seus músculos tensos e um gemido escapou pelos lábios masculinos.

Por um segundo Mia achou que ele estava sentindo dor, mas a medida que o beijo se intensificava, ela também sentia vontade de gemer, mas não de dor, de uma emoção maravilhosamente única e arrebatadora que preenchia seu peito e descia pelo ventre.

Mia estava querendo acabar com suas resistências? Ele se perguntou quando a garota colou o peito no dele, e inconscientemente desceu a mão até as nádegas femininas e a ajustou a si. Mia não deu qualquer sinal de que se sentia incomodada com aquela proximidade, pelo contrário, contraiu o corpo de modo a se encaixar melhor.

Os beijos dele desceram por seu pescoço, formando uma linha de tensão por onde passavam. Ela estava perdida, totalmente perdida, se esfregando assim em um homem praticamente desconhecido que não era nem nunca seria nada dela.

Mas como resistir aos desejos de seu coração e de seu corpo? A cabeça sozinha, por mais que lhe mandasse recados racionais, não era ouvida. Liam liberou rapidamente os lábios da pele dela e foi nesse momento que Mia Wentwort teve um lampejo de sanidade. Não poderia continuar ali, trocando aquele tipo de carícias e ainda assim acreditar que o manteria longe. Que o faria se afastar.

— Senhor Forster... por favor... o senhor prometeu que ia embora.

Ele se afastou, observou os olhos dela fixamente. Lentamente liberou as mãos do corpo feminino, só não se afastou completamente.

— Se você dissesse que não sentia nada por mim. Não a ouvi dizer isso.

— E também não falei que sentia...

Ele sorriu de leve.

— Por quanto tempo você vai resistir Mia?

Ela tentou colocar mais distância entre eles. Ficava difícil pensar racionalmente com Liam colado ao seu corpo.

— O senhor sabe que está brincando comigo como um gato brinca com um rato. É uma luta injusta...

— a vida não é justa senhorita Wentworth. - mesmo afastados ela conseguia sentir o calor que vinha do corpo dele.

— E será ainda mais injusta se não seguirmos as regras dela... - Mia fez uma tentativa de aumentar a distância, ele não permitiu.

— Que tipo de regras a senhorita fala?

— As regras de convivência que tornam tudo correto e em ordem. O senhor as conhece tanto quanto eu.

— Sim. Conheço. A conveniência, a ordem... - ele sussurrou chegando perto dos lábios dela – a ordem de que as mulheres devem se relacionar com um homem que mal conhecem apenas porque eles tem um sobrenome importante, ou ostentam um título idiota qualquer.

— Orgulhoso como é, acredito que o senhor daria muita importância a um título se o tivesse. - provocou sem conseguir afastá-lo.

— Sou orgulhoso de mim pelas lutas que travei e pelas batalhas que venci... mesmo que nenhuma delas tenha me concedido um ferimento visível ou um título qualquer.

A música alta no salão a distraiu, em breve a valsa daria lugar ao silêncio da orquestra,era a hora de voltar, a aquela fugida precisava acabar, Mia se moveu na tentativa de se afastar, ele a segurou pela mão.

— Vou esperá-la amanhã, na praça, pegue um carro de aluguel...

— O que o faz imaginar que irei? - ela perguntou com os olhos brilhando pela emoção.

— Isto... - ele soltou um beijo nos lábios dela, enquanto pousava a mão feminina sobre o colete – sei que você se sente assim... será o seu coração quem a levará até mim...

— Não conte com a possibilidade de meu coração vencer qualquer batalha sobre o meu cérebro senhor Forster...

Ele sorriu.

— Nunca consigo vencer o meu quando se trata da senhorita.

— Deixe-me ir... - o tom não tinha a mesma exigência das outras vezes, e ele reconhecia nesse comportamento a clara indicação de que Mia estava cedendo.

Com um movimento leve ele a liberou. Mesmo assim Mia permaneceu alguns segundos ali, observando o rosto de garoto a sorrir para ela. Num impulso promovido por seu coração ela segurou aquela face e liberou um beijo rápido nos lábios macios.

Liam permaneceu estático na mesma posição sem conseguir ouvir nada além do som de passos no corredor. Som que só só era silenciado pelo do coração dele. Com os olhos fechados Forster aproveitava a sensação única causada pelos lábios de Mia. Estava indo sem volta em direção ao desconhecido. Se atirando de corpo e alma em um buraco sem fundo. Sem ter a menor noção do que faria se tudo desse errado.


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Notas finais do capítulo

Será que ele vai conseguir?
Tenho cá minhas dúvidas.
BJO, obrigada a todas que estão lendo e acompanhando. Até o próximo. BJO.
Capítulo dedicado a quem deixa sua força em review. Raquelzinha.



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