Um Amor Como o Seu escrita por Lilissantana1
Notas iniciais do capítulo
Mais de Liam e Mia.
Espero que gostem. Obg Flor pelo review.
— Diga... - ele insistiu sem se afastar. - Diga que não sente nada por mim... e não voltarei a perturbá-la.
Mia se mantinha calada, mesmo sentindo a respiração quente cruzar por sua pele. O cheiro dele penetrar suas narinas. Os cabelos dele a roçar seu antebraço. O peito dele subir e descer agitadamente sob as palmas de suas mãos. Esticou o rosto de leve e tocou os lábios dele com os dela, um toque quase imperceptível. Ele segurou o olhar dela preso ao seu e resistiu por breves segundos. Logo a enlaçava pela cintura jogando o corpo feminino para trás se apoderando da boca de Mia, sugando-a como se fosse uma fruta madura.
As emoções se amplificavam a nova investida. Cada vez mais intensas. Nunca exatamente iguais, mas sempre inebriantes. Ajustando a mão contra a nuca dele ela não permitiu um afastamento imediato. Sabia que estava brincando com fogo, brincando com sua capacidade de resistir a ele. E acabaria perdendo se continuasse ali junto daquele homem.
— Não vou ceder senhor Forster. - sussurrou com os lábios ainda colados aos dele - Não insista. Esqueça o que aconteceu entre nós.
Aproveitando-se de uma breve indecisão masculina, Mia correu para fora da sala se afastando e saindo pela porta quase atropelando um casal que se beijava.
Liam, atrapalhado pela surpresa e por um aparvalhado Rupert, ainda tentou alcançá-la, mas quando atingiu a saída a dupla de amigas já subia na carruagem de aluguel que as levara até ali.
— O que houve? - Rupert perguntou parando as costas do amigo, com ar de quem acreditava que estava tudo bem.
— Ela não quer ceder. - Liam reclamou vendo o coche se afastar rapidamente.
Observando a mesma visão que o sócio Rupert fez uma pergunta surpreendente:
— Mas, e todos aqueles beijos?
Liam lhe lançou um olhar acusatório.
— Como é? Você estava espiando?
— Não!... Candence estava preocupada com a amiga. - Rupert aumentou um pouco a verdade.
— Sei... - se Candence os espiara ou não era o menor de seus problemas, na verdade poderia até ajudá-lo se a outra tivesse ao menos um pouco do bom senso que Mia parecia não ter.
— Qual foi a desculpa dela para recusar seu pedido?
— Ela não precisava dizer. Eu sei o que é. Nenhuma garota de família quer um homem sem berço...
Parecendo desolado Rupert sentou-se na cadeira ao lado da porta e postou as mãos sobre os joelhos.
— E você escolheu a mais difícil delas...
— Escolhi? Como se esse tipo de coisa pudesse ser escolhida! - retrucou entre zangado e conformado - Se tivesse como voltar atrás, pode ter certeza de que o faria. Mas não consigo... eu amo aquela mimada teimosa. Quado estou com ela me sinto em casa... quando conversamos é fácil e não preciso de mais nada ou ninguém... mas ela não vai voltar atrás Rupert. Não se a família não a autorizar.
— O que você fará?
Eles se encararam.
— Vai usar? - Rupert perguntou enigmático.
— Vou... - Liam parecia decidido.
— Se ela souber nunca vai aceitá-lo.
— Não me resta mais nada...
— Espere um pouco mais. - Rupert sugeriu.
— Não posso! Não tenho tempo. Aquele conde... aquele homem, ele vai pedir a mão dela. E ela vai aceitar. A família dela vai aceitar. Preciso agir agora.
— Mia nunca o perdoará se obrigá-la a se unir a você.
— Eu preciso dela!
O silêncio preencheu o ambiente.
— Você está louco! Ou melhor, você é louco! - ficando em pé, bateu com a mão no ombro do amigo e sugeriu: - Vamos nos acalmar, usar a razão, pensar com calma... quer um brande? Papai costumava ter os melhores da região.
— Aceito.
Os dois caminharam lentamente para a sala principal e enquanto o amigo enchia os copos com o líquido ardente, Liam sentou-se de costas para Rupert. Seus olhos se perderam no nada, até que alguns passos os despertaram. Um rosto ruivo e totalmente sardento surgiu na porta. Era Rudolf.
— O que vocês fazem aqui?
— Tomando um brande. - Rupert falou sério alcançando um copo para o amigo.
— Não dê bebida para esse aproveitador. Ele sequer deveria estar dentro desta casa.
Liam riu antes de comentar:
— Acho que seu irmão não quer beber Rupert.
O rosto pálido de repente ficou muito vermelho.
— Seu bastardo! Saia da minha casa! Sequer deveria estar aqui dentro, e ainda se refastela tomando minha bebida.
— Nem eu sou bastardo, nem a bebida ou esta casa são suas. Na verdade a casa é quase minha...
em passos longos e rápidos Rudolf cruzou o corredor em direção ao sócio do irmão.
— Vou acabar com esse seu ar petulante.
Ficando em pé Liam se preparou para aceitar o desafio.
— Na hora em que desejar.
Encarando o americano quase de frente Rudolf mudou o tom:
— Qualquer dia desses alguém acaba com você numa viela qualquer...
Um sorriso torto escapou dos lábios marotos. Ele tinha uma boa apólice para esse tipo de situação.
— Se isso é uma ameaça, devo lhe informar meu caro Rudolf – e com a mão aberta bateu contra a face do futuro barão – que se algo acontecer comigo há uma cláusula no meu testamento dizendo que seu irmão não pode dispor do meu patrimônio em favor da família. Sem mencionar o fato de que a dívida de vocês é comigo e não com ele.
— Eu pedi o dinheiro a Rupert. - Rudolf afirmou olhando de frente para o irmão
— Mas fui eu quem emprestou... fiz essa exigência ao seu irmão e meu sócio. Sabia que você tentaria passar a perna nele. Não leu os contratos?
Os olhos em um tom esverdeado encaram os sócios como se não acreditasse no que ouvia. Aquela expressão apenas confirmava o que Liam dissera, ele não sabia de nada.
— Pois deveria ter lido tudo... cada detalhe. A universidade e seu pai não lhe ensinaram isso? É uma regra básica para quem pretende administrar qualquer coisa. - desviando do rapaz ruivo caminhou até a mesinha antes de concluir – É claro que não! Se vocês tivessem alguma ideia do que seja administrar não estariam a beira da falência.
Cansado daquela situação incômoda, em um único gole Liam acabou com o líquido, postou o copo sobre a bandeja e encarou Rupert informando:
— Nos vemos mais tarde.
— Certo. - Brooks respondeu encabulado. Sempre se sentia encabulado diante do irmão mais velho. Era bom quando Liam estava por perto e o ajudava a enfrentar o primogênito do barão. Por isso, tão logo o sócio escapou pela porta da frente, Rupert escapuliu para o próprio quarto.
Em poucos segundos Forster esteve na rua, o ar havia mudado, o céu se enchia de nuvens, parecia muito com a forma como ele se sentia. Repleto de dúvidas e maus presságios. Aquela história tinha tudo para acabar mal, e mesmo sabendo disso, por que ele insistia em insistir? Porque era a primeira vez que amava alguém de verdade. Era óbvio que seu coração não desistiria, ele o impulsionava a frente, em busca da realização de seus desejos ou então para a ruína total. Nada mais importava.
No céu ou no inferno, em uma dessas opções seria onde acabaria no final de tudo.
A caminhada até o hotel foi lenta e distraída. Sequer percebeu as pessoas que cruzavam seu caminho, ou que um coche de aluguel estava parado do outro lado da rua, em frente ao prédio onde residia nos últimos dias, e que de dentro dele, uma dupla o observava.
— Você o recusou... e veio até aqui para quê? - Candence não conseguia mais entender a amiga.
— Porque ele garantiu que eu não o veria mais se o recusasse. Se não confessasse que o amo...
— Você o ama mesmo Mia? - Candence precisava ouvir isso mais uma vez.
— Estou apaixonada por ele. Isso é amar?
Não recebeu resposta. Candence não sabia o que dizer. Mia continuou:
— Tudo o que percebi depois dessa confusão é que jamais imaginei a existência de um sentimento assim... eu adoro Liam com cada fibra do meu corpo. Com cada batida do meu coração. Com cada pensamento... - um longo suspiro encerrou a declaração enquanto as amigas se encaravam.
Candende ainda não acreditava no que ouvia, especialmente na maneira como sua amiga pronunciava cada uma daquelas palavras.
— E como será? Você crê realmente que pode se casar com qualquer outra pessoa e continuar vivendo como se nunca o tivesse visto? Como se nunca tivesse sentido essas coisas por ninguém?
— Não poderei me casar com ele. - aquela era sua maior certeza – Liam pode ser um homem repleto de qualidades, mas nenhuma delas importa quando se trata do nosso mundo. Vou continuar com o que havia planejado.
Aquele modo frio de falar perturbava a amiga.
— Com sua lista de afazeres? - Candence se recostou no banco com ar incomodado: - Vai ser infeliz!
Apesar de perceber um tom de recriminação na voz da amiga, Mia apenas completou o pensamento da garota loira.
— Ele disse isso... que serei infeliz e que o farei infeliz...
Em parte, Candence concordava com Liam.
— Você não sabe o que é estar apaixonada por alguém e ficar longe... ver a pessoa cortejar outras... você sempre foi a preferida de todos. Os cavalheiros sempre corriam atrás de você. E você os ignorava...
Outra vez a recriminação, desta vez com uma pitada de ciúme.
— Não era por maldade Candence... - Mia tentou explicar-se enquanto se sentava melhor no banco macio e puxava a cortina do coche. - Eu apenas não compreendia o que vocês falavam sobre... amar e desejar alguém.
— E agora que sabe vai viver sem ele?
— Não me faça essas perguntas, jamais poderei respondê-las. Neste momento sei o que devo fazer e farei.
— Vai aceitar o pedido de sir Huxley quando ele fizer. Vai deixar sir Forster para trás e esquecer o que sente por ele. Isso é loucura!
— Candence! Você foi a primeira a me dizer que ele era inapropriado para ser sócio de Rupert. Imagine agora se eu me casasse com ele? O que seria de mim? De meus pais? Pior! O que seria de nossos filhos? Em que lugar eles se encaixariam na sociedade.
— Eles seriam netos de um visconde.
— E filhos de um americano com dinheiro...
— Por quem você é apaixonada.
Para a amiga Mia não precisava diminuir nada.
— Por quem sou perdidamente apaixonada.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Ela está apaixonada. Resta saber se Liam conseguirá romper as barreiras que Mia coloca entre eles.
BJO e espero por vcs nos reviews. Obrigada a todas q estão acompanhando.