Um Amor Como o Seu escrita por Lilissantana1


Capítulo 12
Capítulo 12 - Não posso dizer...


Notas iniciais do capítulo

Mais de Liam e Mia.
Espero que gostem. Obg Flor pelo review.



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— Diga... - ele insistiu sem se afastar. - Diga que não sente nada por mim... e não voltarei a perturbá-la.

Mia se mantinha calada, mesmo sentindo a respiração quente cruzar por sua pele. O cheiro dele penetrar suas narinas. Os cabelos dele a roçar seu antebraço. O peito dele subir e descer agitadamente sob as palmas de suas mãos. Esticou o rosto de leve e tocou os lábios dele com os dela, um toque quase imperceptível. Ele segurou o olhar dela preso ao seu e resistiu por breves segundos. Logo a enlaçava pela cintura jogando o corpo feminino para trás se apoderando da boca de Mia, sugando-a como se fosse uma fruta madura.

As emoções se amplificavam a nova investida. Cada vez mais intensas. Nunca exatamente iguais, mas sempre inebriantes. Ajustando a mão contra a nuca dele ela não permitiu um afastamento imediato. Sabia que estava brincando com fogo, brincando com sua capacidade de resistir a ele. E acabaria perdendo se continuasse ali junto daquele homem.

— Não vou ceder senhor Forster. - sussurrou com os lábios ainda colados aos dele - Não insista. Esqueça o que aconteceu entre nós.

Aproveitando-se de uma breve indecisão masculina, Mia correu para fora da sala se afastando e saindo pela porta quase atropelando um casal que se beijava.

Liam, atrapalhado pela surpresa e por um aparvalhado Rupert, ainda tentou alcançá-la, mas quando atingiu a saída a dupla de amigas já subia na carruagem de aluguel que as levara até ali.

— O que houve? - Rupert perguntou parando as costas do amigo, com ar de quem acreditava que estava tudo bem.

— Ela não quer ceder. - Liam reclamou vendo o coche se afastar rapidamente.

Observando a mesma visão que o sócio Rupert fez uma pergunta surpreendente:

— Mas, e todos aqueles beijos?

Liam lhe lançou um olhar acusatório.

— Como é? Você estava espiando?

— Não!... Candence estava preocupada com a amiga. - Rupert aumentou um pouco a verdade.

— Sei... - se Candence os espiara ou não era o menor de seus problemas, na verdade poderia até ajudá-lo se a outra tivesse ao menos um pouco do bom senso que Mia parecia não ter.

— Qual foi a desculpa dela para recusar seu pedido?

— Ela não precisava dizer. Eu sei o que é. Nenhuma garota de família quer um homem sem berço...

Parecendo desolado Rupert sentou-se na cadeira ao lado da porta e postou as mãos sobre os joelhos.

— E você escolheu a mais difícil delas...

— Escolhi? Como se esse tipo de coisa pudesse ser escolhida! - retrucou entre zangado e conformado - Se tivesse como voltar atrás, pode ter certeza de que o faria. Mas não consigo... eu amo aquela mimada teimosa. Quado estou com ela me sinto em casa... quando conversamos é fácil e não preciso de mais nada ou ninguém... mas ela não vai voltar atrás Rupert. Não se a família não a autorizar.

— O que você fará?

Eles se encararam.

— Vai usar? - Rupert perguntou enigmático.

— Vou... - Liam parecia decidido.

— Se ela souber nunca vai aceitá-lo.

— Não me resta mais nada...

— Espere um pouco mais. - Rupert sugeriu.

— Não posso! Não tenho tempo. Aquele conde... aquele homem, ele vai pedir a mão dela. E ela vai aceitar. A família dela vai aceitar. Preciso agir agora.

— Mia nunca o perdoará se obrigá-la a se unir a você.

— Eu preciso dela!

O silêncio preencheu o ambiente.

— Você está louco! Ou melhor, você é louco! - ficando em pé, bateu com a mão no ombro do amigo e sugeriu: - Vamos nos acalmar, usar a razão, pensar com calma... quer um brande? Papai costumava ter os melhores da região.

— Aceito.

Os dois caminharam lentamente para a sala principal e enquanto o amigo enchia os copos com o líquido ardente, Liam sentou-se de costas para Rupert. Seus olhos se perderam no nada, até que alguns passos os despertaram. Um rosto ruivo e totalmente sardento surgiu na porta. Era Rudolf.

— O que vocês fazem aqui?

— Tomando um brande. - Rupert falou sério alcançando um copo para o amigo.

— Não dê bebida para esse aproveitador. Ele sequer deveria estar dentro desta casa.

Liam riu antes de comentar:

— Acho que seu irmão não quer beber Rupert.

O rosto pálido de repente ficou muito vermelho.

— Seu bastardo! Saia da minha casa! Sequer deveria estar aqui dentro, e ainda se refastela tomando minha bebida.

— Nem eu sou bastardo, nem a bebida ou esta casa são suas. Na verdade a casa é quase minha...

em passos longos e rápidos Rudolf cruzou o corredor em direção ao sócio do irmão.

— Vou acabar com esse seu ar petulante.

Ficando em pé Liam se preparou para aceitar o desafio.

— Na hora em que desejar.

Encarando o americano quase de frente Rudolf mudou o tom:

— Qualquer dia desses alguém acaba com você numa viela qualquer...

Um sorriso torto escapou dos lábios marotos. Ele tinha uma boa apólice para esse tipo de situação.

— Se isso é uma ameaça, devo lhe informar meu caro Rudolf – e com a mão aberta bateu contra a face do futuro barão – que se algo acontecer comigo há uma cláusula no meu testamento dizendo que seu irmão não pode dispor do meu patrimônio em favor da família. Sem mencionar o fato de que a dívida de vocês é comigo e não com ele.

— Eu pedi o dinheiro a Rupert. - Rudolf afirmou olhando de frente para o irmão

— Mas fui eu quem emprestou... fiz essa exigência ao seu irmão e meu sócio. Sabia que você tentaria passar a perna nele. Não leu os contratos?

Os olhos em um tom esverdeado encaram os sócios como se não acreditasse no que ouvia. Aquela expressão apenas confirmava o que Liam dissera, ele não sabia de nada.

— Pois deveria ter lido tudo... cada detalhe. A universidade e seu pai não lhe ensinaram isso? É uma regra básica para quem pretende administrar qualquer coisa. - desviando do rapaz ruivo caminhou até a mesinha antes de concluir – É claro que não! Se vocês tivessem alguma ideia do que seja administrar não estariam a beira da falência.

Cansado daquela situação incômoda, em um único gole Liam acabou com o líquido, postou o copo sobre a bandeja e encarou Rupert informando:

— Nos vemos mais tarde.

— Certo. - Brooks respondeu encabulado. Sempre se sentia encabulado diante do irmão mais velho. Era bom quando Liam estava por perto e o ajudava a enfrentar o primogênito do barão. Por isso, tão logo o sócio escapou pela porta da frente, Rupert escapuliu para o próprio quarto.

Em poucos segundos Forster esteve na rua, o ar havia mudado, o céu se enchia de nuvens, parecia muito com a forma como ele se sentia. Repleto de dúvidas e maus presságios. Aquela história tinha tudo para acabar mal, e mesmo sabendo disso, por que ele insistia em insistir? Porque era a primeira vez que amava alguém de verdade. Era óbvio que seu coração não desistiria, ele o impulsionava a frente, em busca da realização de seus desejos ou então para a ruína total. Nada mais importava.

No céu ou no inferno, em uma dessas opções seria onde acabaria no final de tudo.

A caminhada até o hotel foi lenta e distraída. Sequer percebeu as pessoas que cruzavam seu caminho, ou que um coche de aluguel estava parado do outro lado da rua, em frente ao prédio onde residia nos últimos dias, e que de dentro dele, uma dupla o observava.

— Você o recusou... e veio até aqui para quê? - Candence não conseguia mais entender a amiga.

— Porque ele garantiu que eu não o veria mais se o recusasse. Se não confessasse que o amo...

— Você o ama mesmo Mia? - Candence precisava ouvir isso mais uma vez.

— Estou apaixonada por ele. Isso é amar?

Não recebeu resposta. Candence não sabia o que dizer. Mia continuou:

— Tudo o que percebi depois dessa confusão é que jamais imaginei a existência de um sentimento assim... eu adoro Liam com cada fibra do meu corpo. Com cada batida do meu coração. Com cada pensamento... - um longo suspiro encerrou a declaração enquanto as amigas se encaravam.

Candende ainda não acreditava no que ouvia, especialmente na maneira como sua amiga pronunciava cada uma daquelas palavras.

— E como será? Você crê realmente que pode se casar com qualquer outra pessoa e continuar vivendo como se nunca o tivesse visto? Como se nunca tivesse sentido essas coisas por ninguém?

— Não poderei me casar com ele. - aquela era sua maior certeza – Liam pode ser um homem repleto de qualidades, mas nenhuma delas importa quando se trata do nosso mundo. Vou continuar com o que havia planejado.

Aquele modo frio de falar perturbava a amiga.

— Com sua lista de afazeres? - Candence se recostou no banco com ar incomodado: - Vai ser infeliz!

Apesar de perceber um tom de recriminação na voz da amiga, Mia apenas completou o pensamento da garota loira.

— Ele disse isso... que serei infeliz e que o farei infeliz...

Em parte, Candence concordava com Liam.

— Você não sabe o que é estar apaixonada por alguém e ficar longe... ver a pessoa cortejar outras... você sempre foi a preferida de todos. Os cavalheiros sempre corriam atrás de você. E você os ignorava...

Outra vez a recriminação, desta vez com uma pitada de ciúme.

— Não era por maldade Candence... - Mia tentou explicar-se enquanto se sentava melhor no banco macio e puxava a cortina do coche. - Eu apenas não compreendia o que vocês falavam sobre... amar e desejar alguém.

— E agora que sabe vai viver sem ele?

— Não me faça essas perguntas, jamais poderei respondê-las. Neste momento sei o que devo fazer e farei.

— Vai aceitar o pedido de sir Huxley quando ele fizer. Vai deixar sir Forster para trás e esquecer o que sente por ele. Isso é loucura!

— Candence! Você foi a primeira a me dizer que ele era inapropriado para ser sócio de Rupert. Imagine agora se eu me casasse com ele? O que seria de mim? De meus pais? Pior! O que seria de nossos filhos? Em que lugar eles se encaixariam na sociedade.

— Eles seriam netos de um visconde.

— E filhos de um americano com dinheiro...

— Por quem você é apaixonada.

Para a amiga Mia não precisava diminuir nada.

— Por quem sou perdidamente apaixonada.


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Notas finais do capítulo

Ela está apaixonada. Resta saber se Liam conseguirá romper as barreiras que Mia coloca entre eles.
BJO e espero por vcs nos reviews. Obrigada a todas q estão acompanhando.



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