Um Amor Como o Seu escrita por Lilissantana1


Capítulo 11
Capítulo 11 - Doce encontro


Notas iniciais do capítulo

Mais Liam e Mia para vcs. BJO para quem está aqui acompanhando.



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Sem notar o que fazia ela se ergueu levemente, ia retrucar algo, dizer alguma coisa que fosse determinante, que o colocasse em seu devido lugar. Mas, ao contrário de tudo o que imaginou falar, só o que conseguiu foi fixar o olhar nos lábios dele. Naqueles lábios que devoraram os dela sem pudor ou receio.

A garota estava tao próxima que ele poderia dizer claramente qual era a cor exata dos cílios dela. Um pequeno movimento e a ínfima distância se desfaria. Mesmo assim Liam esperou, se tomasse a iniciativa de novo acabaria se arrependendo, era preciso que Mia percebesse que também desejava um novo beijo, tanto quanto ele desejava.

Se continuasse ali, olhando para ele, sentindo seu cheiro e a respiração agitada se entregaria e desfaria tudo o que tivera o trabalho de fazer durante dias, durante seus encontros, durante aquela conversa. Porém, como evitar aquele sentimento que subia por seu ventre e preenchia o peito como um balão de ar quente? Ela fechou os olhos tentando acabar com a ligação que a mantinha hipnotizada, entretanto, aquele estratagema pouco efeito surtiu já que assim, seus outros sentidos afloravam, a pele arrepiou, as pernas fraquejaram, o coração disparou quando ele sussurrou:

— Mia...

Foi um segundo apenas, Mia abriu os olhos apenas para fechá-los novamente quando sua boca cruzarou a minúscula barreira que os separava. Com as duas mãos segurou o rosto bronzeado entre as mãos e o manteve perto. No mesmo instante soube que aquilo era perfeito. Que seus lábios pareciam se moldar aos dele com perfeição, do mesmo modo que os braços dele a circular sua cintura pareciam ter sido feitos para abraçá-la. Liam a ergueu do chão, e ela contornou os ombros largos com seus braços delicados. O beijo se intensificou tirando o ar que ainda restava nos pulmões dela.

Diante da atitude da garota, a felicidade invadiu o peito masculino. Liam tinha certeza de que depois daquilo Mia não teria como voltar atrás. Ela entenderia que não havia outro caminho exceto ficarem juntos.

Quase sem conseguir respirar, Mia notou que o beijo, diferente do anterior, lentamente tomava uma direção mais suave, mais carinhosa, mais encantadora. Que os lábios dele deslizavam pelos seus, generosos e macios. Se antes era como ser cutucada por agulhas, agora, seu coração batia doloridamente no peito, como se estivesse prestes a explodir. Explodir de um sentimento que Mia desconhecia. As mãos firmes acariciaram sua nuca, Liam liberou seus lábios e dispersou beijos por seu rosto com um carinho tão grande que os olhos dela se encheram de lágrimas.

— Você me disse que o meu lugar é aquele onde me sinto bem... - ele sussurrou sem afastar os lábios do rosto dela – e o único lugar em que me sinto bem é este aqui, dentro do seu pequeno abraço Mia... você é o meu lugar no mundo.

As lágrimas escorreram quentes, grossas e ela o abraçou ainda mais enquanto Liam a mantinha presa centímetros acima do solo, como se ela fosse uma criança.

— Não faça isso comigo...

Ela implorou com a voz embargada pelas lágrimas.

— Por favor, aceite que você também se sente assim... - o rosto dele ficou de frente para o dela, os olhos castanhos profundamente emocionados. Aquela visão a tocou e a fez perceber que não era apenas o beijo dele que ela queria. Não era apenas circular aqueles ombros largos que ela desejava. Tocar os fios sedosos e sentir seu cheiro. Ela estava apaixonada por aquele homem. Talvez já estivesse apaixonada há mais tempo. Quase desde a noite em que se conheceram. Mas, contrariando aquilo que descobrira acabou falando:

— Não posso prosseguir com essa loucura...

Ele a soltou no chão, mas não a liberou.

— Achei que você diria isso... - ele confessou pensativo - Rupert também usou essa palavra... mas, não posso e não quero abrir mão de você.

— Eu tenho muitas responsabilidades senhor Forster. - ela falou passando a mão enluvada sobre a própria face úmida.

— Com seus pais?

Ele não parecia irritado ao questioná-la.

— Comigo mesma. Com meus planos. - Mia tratou de esclarecer.

— O que você sente por mim não muda os seus planos?

Liam estava estranhamente calmo.

— Eu nunca disse que sinto algo pelo senhor.

Ele sorriu debochado, arrogante, e a ajudou a manter a postura.

— Já lhe disse, nunca fui beijada antes, não sabia qual era a sensação... isso não quer dizer que sinto alguma coisa pelo senhor.

Aquilo poderia ser verdade. Mas, ele não se enganava.

— Então a senhorita já está ou esteve apaixonada por outra pessoa?

— Não... - ela não conseguiu mentir, não tanto.

— Me esclareça, como sabe que não sente nada por mim se não ama nem amou alguém?

Balançando a cabeça ela tentou se afastar um pouco, para pensar com mais clareza.

— O senhor tenta me confundir. Abusa de minha pouca experiencia de vida e quer me pressionar a tomar decisões que alterarão todo o meu mundo.

Ele a segurou bem próxima.

— A senhorita fez isso comigo. Alterou o meu mundo. A diferença é que eu admito e aceito isso.

— O senhor não tem nada a perder.

— Perco minhas convicções de jamais me relacionar com mulheres como a senhorita.

— O senhor despreza moças como eu?

Ele ainda a mantinha presa em um abraço estreito, e Mia movia lentamente os dedos contra a pele do pescoço masculino.

— Você não é igual as outras... não para mim.

— Está equivocado! Sou exatamente igual a todas as outras.

Ele se calou, traçou a linha dos lábios dela com o olhar e depositou um beijo suave na pele úmida e sensível.

— Você pode se dar o direito de descobrir o que é isto... esquecer seus planos por um tempo...

— Me relacionar com o senhor sem ter um compromisso firmado? - ela se ressentiu da forma como ele falou – O senhor acabaria com minha reputação e com minhas chances de casamento.

— Eu quero me casar com você. - ele falou sério – Eu sei que se você aceitar me conhecer melhor, vai notar que nós somos perfeitos um para o outro apesar de nossos diferenças...

Ela gostaria de dizer sim. Vamos nos conhecer e depois nos casar. Mas, tudo estaria perdido se ela se perdesse naqueles círculos castanhos. Seus planos de vida estariam perdidos.

— O senhor acha que tudo é possível. Que poderá alterar minhas convicções com suas palavras sedutoras e com seus beijos. Mas está enganado senhor Forster. Isto que aconteceu não muda nada.

Ela tentou afastá-lo.

— Continuo com as mesmas ideias e com os mesmos planos de antes. Só que agora eu sei como é ser beijada, ser desejada por um homem.

Os olhos estreitos mostraram claramente o quanto ele se ressentiu com aquela frase.

— Servi apenas como uma experiencia? É isso que está querendo dizer? - desta vez foi ele quem se afastou – Será que me enganei tanto com a senhorita?

Se ela queria afastá-lo definitivamente, que oportunidade melhor do que aquela? Quando ele ficava em dúvida quanto a sua conduta. Mas... não suportaria saber que aquele homem pensaria que fora capaz de enganá-lo.

— Nenhum homem, nunca me levaria a alterar a estratégia de vida que estabeleci... mesmo que eu...

sentisse alguma coisa por ele.

A custo Liam controlava o impeto de exigir dela uma posição clara. Acabariam brigando, e isso em nada ajudaria. Entretanto, não estava sendo agradável manter a aparente calma diante do que ouvia.

— Inclui-se nessa estratégia o fato de seus pais não me aprovarem. - um breve suspiro interrompeu a frase - Estou sendo rejeitado porque não possuo um sobrenome ou linhagem?... certamente não é falta de dinheiro. - ele encarou os olhos azuis – Poderia dar a você uma vida muito melhor do que a maioria dos homens que conhece...

Ela não soube ou não conseguiu falar.

— Além de amor. - ele completou

— Não posso fazer isso.

— jJá ouvi você dizer isso!

Ele a soltou finalmente. Afastou-se em passos perdidos.

— Você é teimosa!

— O senhor também é teimoso. - ela contestou enquanto apertava uma mão contra a outra com o corpo dolorido pela ausência dele ao seu lado.

— Costumo lutar pelo que quero. - Liam investiu sem olhar para ela. - Essa característica não pode ser classificada como teimosia.

— E eu costumo lutar pelo que considero justo e honrado.

Ele riu.

— É, eu sei. Só o que vai conseguir é ser infeliz. E vai me obrigar a ser infeliz também.

— Não tenho poderes sobre a sua felicidade ou infelicidade.

Ele não respondeu de imediato.

— Gostaria que a senhorita tivesse razão. Gostaria de voltar no tempo e esquecer que a conheci. Que estou alterando todos os meus conceitos por alguém que não... me ama nem vai me amar...

Será que deveria permitir isso? Que ele pensasse que não era amado? Enquanto se debatia com essa indecisão Liam se aproximou novamente.

— Diga-me Mia... - a mão acariciou o queixo dela – Diga-me que não sente nada por mim e eu garanto que sumo da sua vida amanhã...

A garota não queria olhar para ele. Sabia que estava estampado em seu rosto, em seus olhos, em seus lábios, em sua face quente, em sua pulsação acelerada tudo o que ela sentia. Mas, acabou se permitindo encarar aqueles traços que aprendera a gostar, a amar.

Ficaram em silencio se observando, Mia não conseguia falar, e nem precisava, ele sabia como ela se sentia. Como no primeiro momento aquela mulher diante dele era como um livro aberto. Estava estampado em cada traço como ela se sentia.

A reposta não viria. Ele soube. Não em forma de palavras. Mia se aproximou, acariciou o rosto dele, e ergueu o próprio para ser beijada. Mas, ele não a beijou, ficou a milímetros dos lábios femininos, esperando que ela colocasse em palavras tudo o que sentia por ele. Precisava ouvir. Precisava como precisava de ar para viver.

— Diga... - ele sussurrou.

— Não posso.

— Você sabe que seus olhos já me disseram não sabe? Mas preciso ouvir Mia... preciso ouvir...

O nariz de menino roçou no dela.

 

* * * *

 

— Eles estão se beijando de novo? - Candence perguntou agitada. Sua amiga perdera completamente a razão? Era isso?

— Não, mas quase. Pensei que ela o beijaria novamente. - Rupert falou se erguendo após espiar boa parte da conversa pelo buraco da fechadura.

— O que está acontecendo com nossa amiga Rupert? - Talvez seu noivo conseguisse explicar o que ela não entendia: De onde saíra aquela Mia que beijava um quase desconhecido?

— Ela está apaixonada por ele. Liam tem razão! Eu suspeitei, mas, depois fiquei em dúvida ao vê-la com sir Huxtey todos esses dias.

— Ela está quase comprometida com ele. - a garota loira comentou com as mãos a se apertarem sobre o vestido.

— Ela sente algo por esse rapaz ou apenas o considera adequado?

Para Mia o casamento deveria ser adequado. Quantas vezes ele ouvira aquela palavra?

— Com a Mia nunca se tem certeza de nada. - Candence comentou pensativa.

— Ela não comenta nada com você?

— Ela não fala nada! Você sabe, ela é muito reservada. Nos conhecemos desde crianças mas Mia não fala, nem nunca falou sobre nenhum homem. Só mencionou sir Huxley durante uma conversa informal, lodo depois do baile de sir Feilding. Por isso imaginei que estava apaixonada por ele. Quanto ao senhor Forster... nada foi dito, nunca. Jamais imaginei que Mia o beijaria ou que esse beijo desencadearia uma...

— Paixão? - Rupert perguntou sorrindo e cruzando os braços sobre o peito num movimento provocativo. - Acho que não foi o beijo. O beijo foi só a consequência do que eles já estavam sentindo.

Candence fixou o olhar no rosto do namorado. Rupert parecia se divertir com aquela situação.

— Se ela já sentia algo, por que que aceitou minha sugestão de que estaria apaixonada por sir Huxley?

— Talvez porque não soubesse como se sentia. Ou ainda, porque não é o tipo de sentimento que combine com nossa amiga... sir Huxley seria a escolha certa, por isso ela aceitou o que você deduziu...

Candende encarou o futuro noivo com ar sério, não estava gostando do modo como Rupert encarava a situação.

— Você era apaixonado por ela não era?

— Todos eram, de uma maneira infantil e boba. - ele admitiu notando a garota loira desviar o rosto em direção as flores do outro lado do hall - Mas também sabíamos que ela nunca olharia para nenhum de nós.

— Ela desperta esse sentimento nos homens. Ela é segura, é racional, nunca se deixa levar pelas emoções e...

— Exceto quando o assunto é Liam.

Os olhos da garota se ergueram em direção ao rapaz sardento.

— Não consigo imaginar o que ele possa ter feito.

Dando de ombros Rupert explicou como a cabeça do amigo funcionava:

— Ele não fez nada, pelo contrário, Liam foge desse tipo de garota.... jamais esteve em encontros com moças de família. Se está com Mia agora, com certeza é porque sente algo por ela.

Um longo suspiro cortou o aposento silencioso. Rupert aproveitou a deixa e continuou:

— Não há como explicar os motivos que nos aproximam de umas pessoas e não nos aproximam de outras...

— Você deve estar certo.

Ele se aproximou, passou a mão pelo braço dela e sussurrou:

— Sim. Estou certo que agora eu realmente descobri o que é amar alguém.

Um breve sorriso deslizou pelos lábios da garota loira.

— Você realmente me ama?

— Muito. - ele confessou com o coração agitado.

O rosto delicado ruborizou, por dias, meses, anos ela esperou por ouvir aquela declaração. E agora ele estava ali, dizendo. Era como estar dentro de um sonho. Um sonho onde havia muito mais do que palavras.

— Que tal esquecermos aqueles dois por alguns minutos e aproveitar esse tempo sozinhos? - Rupert sussurrou.

— O que o senhor pretende? Sabe que sou uma moça séria.

Ele riu perto do rosto da noiva.

— Pretendo beijá-la

Perdendo cada vez mais os medos Candence adorou aquele comentário e incentivou o noivo inclinando-se para a frente. Em direção ao rosto sardento e muito adorado.


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Notas finais do capítulo

Entregue-se Mia!
Estou amando esses dois!
BJO a todas q estão acompanhando. Espero por vcs nos reviews. Próximo capítulo terça ou quarta. Até lá!



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