Family escrita por Firebird


Capítulo 2
Primeiros Dias


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoas! Firebird com mais um capítulo!
Esse capítulo, como diz o próprio título dela, relata como será o primeiro dia de Anna e Elsa.
Espero que gostem!



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Já era segunda-feira, dia 4 de janeiro. Isso significa o início das aulas, então Elsa acordou mais cedo para organizar seus materiais e se preparar para a nova escola, algo que estava acostumada. Seu pai, na Europa, sempre se mudava a cada oportunidade de emprego,  o que fez a sua filha trocar de escola, no mínimo, uma vez por ano nos últimos 10 anos. Elsa nunca tinha feito amigos por isso, e imagina que esta nova escola será a mesma coisa.

—Estou indo, pai...- Avisou depois de terminar de tomar o seu café da manhã: Um copo de suco de laranja e duas torradas amanteigadas. Estava usando um casaco azul claro, calça jeans azul escuro e um par de botas pretas. Tinha que se sustentar do frio de Minnesota. -...Boa sorte na empresa.

—Obrigada, Elsa…- Deu um beijo na testa da filha. -...Boa sorte na nova escola.

—Você quis dizer “mais uma nova escola”.- Sorriu irônica, e seu pai riu

Assim que saiu, a loura viu que o tempo estava o mesmo do dia anterior: Tempo firme, mas com neve no chão. Viu que ia demorar para voltar a nevar.

Elsa avistou Anna de sua casa e acenou sorrindo para ela, que se alegrou e correu atrás dela para abraçá-la.

—Anna!…- Elsa disse surpresa, mas sorriu depois. -...Bom dia!

—Bom dia, Elsa…- Anna desfez do abraço e encarou a loura. -...Está indo para a escola?- Perguntou, que Elsa carregava uma mochila azul nas costas. Anna também carregava uma mochila, porém rosa. Ela vestia um casaco verde, calça jeans e botas rosas.

—Claro, é o meu último ano.- Respondeu.

—Eu também. Vou estudar na St. Mary, que fica mais ao centro da cidade.

Elsa arregalou os olhos.

—Espere, na St. Mary?

—Sim…- Respondeu duvidosa.

—Nossa, é onde eu irei estudar.

Anna sorriu de orelha a orelha.

—Sério?! Que legal!...- Anna começou a dar pulinhos. -...Então devemos pegar o ônibus juntas, não é?

—Bem…- Elsa ficou assustada.

Então ela viu mãe de Anna, Idun, observando as duas na porta de casa. Atrás dela estava o seu cão Olaf.

—Olá, Sra. Corona.- Elsa cumprimentou.

—Ela é divorciada.- Anna sussurrou, e Elsa ficou constrangida.

—É sério?...- Elsa ficou envergonhada, então voltou para a mãe de Anna. -..Desculpe, “Srta. Corona”.

Idun riu.

—Me chame apenas pelo meu nome, Elsa.

—Está bem… Idun.

Anna virou para a mãe.

—Adeus, mãe. E boa sorte na empresa.- Disse e sua mãe agradeceu com um sorriso.

Anna virou para a casa de Elsa e viu que o pai de Elsa estava observando-as. Foi até ele para dar um abraço.

—Oi, pai da Elsa…- Disse, cumprimentando-o. E separou do abraço. -...Ou Agdar... Eu... Imagino que queira ser chamado assim.

Agdar riu.

—Está certa, Anna. Bem, boa sorte na escola para as duas!

—Por mim também.- Idun disse, se referindo ao que Agdar acabara de dizer.

As duas sorriram e seguiram juntas até o ponto de ônibus, que fica a próxima esquina. Por sorte o caminhão de neve removeu todo o gelo no caminho no dia anterior e não nevou durante a noite, então não seria problema.

Já estavam no ponto, esperando o ônibus chegar. Ainda faltava 30 minutos, pois a aula começa às 8:00 da manhã. Ainda tinha tempo.

—Então…- Anna começou. -...Ansiosa para o primeiro dia?

—Um pouco…- Elsa respondeu. -...Mas estou acostumada. Meu pai e eu nos mudamos muitas vezes, então eu tive vários “primeiros dias”.

—Eu também…- Anna disse, e Elsa ficou curiosa. -...Minha mãe e eu também mudamos de casa muitas vezes por conta dos empregos dela. Foi difícil para nós, principalmente para mim, essas mudanças. Quase nunca fazia amigos porque não adiantava. Andava muito sozinha.

Elsa ficou sentida, pois sabia como ela se sente. Então lembrou do que a ruiva contou a pouco tempo.

—Você disse que sua mãe é divorciada?

—Sim, mas eu era pequena demais para lembrar. Eu era bem pequena quando divorciaram. E eu nunca sequer vi meu pai...- Anna entristeceu. -...Eu via as meninas brincando de dança com seus pais, onde colocava seu pé pequeno em cima do pé de seu pai e ele a conduzia. Eu nunca fiz isso.

Elsa não queria deixar a recém amiga ficar triste, mas não poderia evitar.

—E eu cresci sem minha mãe.

—Sério?- Anna viu que Elsa entristeceu.

Acenou com a cabeça.

—E eu também queria tanto uma mãe que me desse conselhos sobre os meninos. Meu pai sempre dizia para ficar longe deles de todo o jeito…- Esse comentário fez Anna rir, e Elsa ficou feliz em ouvir. -...E eu não entendia o motivo. Eu queria uma mãe para me ensinar sobre esses assuntos, sobre como é ser uma mulher, e também como agir como coragem a situações horríveis. Queria uma mãe de verdade para… Ser minha mãe.

Anna viu a reação de Elsa. Estava cabisbaixa.

Então abraçou de lado e apertou. Elsa sorriu e olhou para a ruiva. Sabia que era uma pessoa confiável e de boa índole.

—Não se preocupe, Elsa. Minha mãe e eu vamos ser da sua família agora. Seremos como sua mãe e sua irmã.

Ambas riram.

—Que bom!- A loura disse.

Então o ônibus chegou, e elas entraram no transporte à procura de um… Dois lugares para sentar. Acharam, sentaram juntas e viram a vista da fria Minnesota em seus dias mais gelados.

Agdar estava pronto para o primeiro dia de trabalho. Apesar de estar acostumado com os “primeiros dias”, a ansiedade tomou conta do seu corpo. Fazia anos que não via sua terra natal, onde teve os melhores amigos e as maiores experiências em sua infância. Foi aí também que se apaixonou pela primeira vez e seu casamento foi incrível. Pena que um erro o fez perder e se mudar. Ir para vários lugares para arrumar sua vida, e não podia errar novamente, pois Elsa estava junto. Na verdade, não podia ter errado nem com sua esposa. Se não fosse o orgulho dele… Bem, não importa. Como Rafiki sempre diz, no filme Rei Leão que Elsa adora assistir:”Está no passado”.

Ele estava tirando o carro da garagem e manobrando em direção onde fica a empresa que irá trabalhar. Viu que Idun estava saindo de casa arrumada, e imaginou que fosse ao seu emprego.

Abaixou o vidro.

—Srta. Corona…- Ela olhou para onde a voz tinha vindo, e acenou. -...Está indo trabalhar?

—Estou sim.- Respondeu.

—Sabe onde fica?

—Eu tenho o mapa aqui...- Apontou para sua bolsa. -...Não fica muito longe.

—Então venha. Eu te levo.

Idun ficou surpresa, mas aceitou. Entrou no banco do carona, na frente,  e Agdar seguiu em direção ao local de trabalho dela.

Enquanto o carro começou a seguir seu destino, percebe-se a tensão entre os dois, mais em Agdar, e nenhum dos dois estava gostando. Precisava de algo para cortar esse clima.

—Então, Srta. Corona…- Agdar começou a conversa. -...Este é o seu primeiro dia? Ou foi semana passada?

—Hoje, Agdar. Era para ter começado semana passada, mas tinha esquecido dos documentos em uma bagagem que não tinha sido encontrada. Precisei ligar para informar que estes documentos estavam sumidos e eles deixaram me apresentar hoje…- Respondeu, e Agdar sorriu. -...E não precisa me chamar assim. Me chame pelo meu nome.

—Tudo bem… Idun…- Corrigiu, enquanto passava por um sinal verde. Estava com o GPS ligado no local de trabalho da morena. -...”Sua” filha é linda e é tão carismática, me faz lembra muito uma pessoa.

Idun não respondeu. Apenas encarou Agdar, enquanto ele estava alerto na direção que seguia. Agdar se incomodou com o silêncio repentino, novamente.

—Então…- Agdar forçou a conversa, enquanto via o próximo sinal verde passando para o amarelo. Estava a 10 metros de distância. -...Não gosta de conversar ou…

Até que foi interrompido.

—Agdar, não precisa fingir que não me conhece…- Idun respondeu direta. Faltava mais 4 metros até o sinal, já vermelho e com poucos carros parados. Agdar se surpreendeu, mas continuou a ouvi-la. -...Você sabe muito bem quem eu sou e quem é a Anna.

Agdar parou no atrás de um Honda por conta do sinal vermelho e encarou a morena.

—Eu…- Suspirou. Se estavam somente os dois dentro do carro, pra quê fingir? -...Eu não acredito que Anna já está deste tamanho. Eu conheci ela quando tinha aqueles pequenos fios vermelhos e os olhos brilhantes. Aquele rosto de fofura. Não acredito que aquela moça crescida seja a minha filha.- Riu, e Idun acompanhou.

—Eu também não acredito que a Elsa que brincava de fazer cócegas em todos e que criei dentro de mim por 9 meses seja essa mulher.

—Mas tinha muitas pessoas que a achavam a princesa do papai.

—Eu imagino que sim.

Riram tantos com as lembranças que não tinham percebido o sinal verde, até que foram recebidos com várias buzinadas. Assim que percebeu, Agdar se apressou para desengatar o freio e continuar o trajeto.

—Mas…- Agdar continuou. -...Por que está aqui em Minnesota?

—Minha irmã conseguiu uma vaga em uma empresa que ela trabalha. Conseguiu convencer o dono de lá a me contratar.- Respondeu. -...Lembra dela, não é?

—Claro que lembro. A única pessoa da sua família que gostava de mim e apoiou o nosso noivado. Ninguém da sua família, exceto ela, concordou com o fato de eu casar com você em vez dela.- Riram juntos.

—E você? Por que está aqui, Agdar?

—Eu consegui a vaga através do meu grande amigo de infância.

—Fred?- Adivinhou.

—Isso. Ele me contou sobre uma empresa de forte influência em Minnesota e eu aceitei em trabalhar. Não sei até agora em como devo agradecer pela oportunidade…- Disse. Viu pelo GPS que estava a uma quadra da empresa onde Idun irá trabalhar. -...Você conversava com sua irmã enquanto estava fora?

—Não. Desde o nosso divórcio, eu não tenho contato com ela nem com ninguém daqui.

—Eu também não.

O GPS apitou, e a voz de mulher eletrônica avisa

“Você chegou ao seu destino”.

Agdar e Idun enxergaram um prédio grande, com propagandas de mercado nas laterais. Era uma empresa de engenharia, uma das empresas mais importantes para toda a Minnesota, localizada na cidade mais populosa do estado, Minneapolis.

Agdar estacionou em frente ao prédio.

—Creio que seja aqui.

—Se estiver escrito “Pitt’s Engenharia Perfeita”, então é aqui.- Idun disse, e olhou para o homem ao seu lado. Levou um pequeno susto ao encará-lo.

Agdar piscou duas vezes e ficou calado. Idun estava incomodada com sua face.

—O que houve?

—Então…- Pensou na resposta. -...É aqui que nós dois vamos trabalhar?

Idun arregalou os olhos.

—Como!?

Elsa e Anna estavam observando o letreiro da grande escola St. Mary, onde “seu futuro é conquistado na palma de sua mão”.

Elsa e Anna encararam uma a outra. Primeiro dia é sempre assustador, mas, no caso delas, é um assustador que ambas estavam acostumadas.

Sorriram uma para a outra, entrelaçaram seus braços e seguiram em frente a entrada do colégio.

St. Mary, apesar do nome, não é uma escola tão majestosa. Normalmente escolas com nome de freiras costumam ser incrivelmente caras e grandiosas.

—Eu li sobre esta escola. A St. Mary, a freira que ajudou na construção desta instituição, era uma senhora que acredita que inteligência vinha acima da riqueza- Elsa comentou.

—E ainda sim é uma escola cara.- Anna disse, e ambas riram.

—Pelo menos, eu fiz a prova para conseguir bolsa por correspondência, enquanto estava na Noruega…- Elsa disse com um sorriso orgulhoso. -...E eu consegui.

—Nossa, que bom…- Anna abraçou de lado. -...Eu não sabia dessa prova. Pelo menos, minha mãe paga uma parte. A outra eu terei que consegui.- Anna fez uma cara emburrada.

—Se quiser, eu posso te ajudar, Anna.

—Eu agradeço, Elsa. Mas não precisa…

Foi então que passou rápido com o vento, quase derrubando as meninas. Só pôde ser visto assim que parou, junto com um grupo de meninos skatista na escada da escola. Todos uniformizados com as cores branca e vermelha, cores da escola. Porém com blusas e gorros na cabeça. O menino que passou, assim que parou, encarou as meninas, ambas assustadas. Olhos azuis bem profundos, rosto desenhado, cabelo… Branco, e um sorriso galanteador de que garante que consegue qualquer coisa, mesmo que isso arrisque a vida.

Este menino encarava as duas de forma engraçada.

—Duas novatas assustadas.- Disse alto para Elsa e Anna ouvirem.

As meninas encararam o menino por mais algum tempo, devido ao susto. Mas continuaram a caminhar, observando o menino do skate por cautela.

Ao entrarem na escola, ambas foram esbarradas e quase caíram da escola que acabara de subir. Por sorte a pessoa que as esbarrou conseguiu evitar o tombo que iriam tomar.

—Desculpe, não foi intencional.- Ele disse... ELE.

Tinha olhos verdes e cabelo marrom como chocolate.

—Tudo bem. Nós estamos…

Porém o menino volta a correr, desta vez tendo cuidado para não esbarrar alguém.

Elsa e Anna encararam o menino confusas.

—A inteligência pode vir acima da riqueza por aqui…- Anna comentou para Elsa. -...Enquanto a riqueza vem acima da  simpatia e gentileza.

—Concordo.

Ignoraram o ocorrido e continuaram andando. Estavam no corredor à procura da sala do diretor, mas seria difícil.

Até que uma loira aparece, de forma inesperada, causando um leve susto nas meninas.

—Olá…- Cumprimentou. -...Sou Rapunzel Lorena, sou representante do Ensino Médio. Estou vendo que são novas, então imagino que precisam de um auxílio.

Elsa e Anna se encararam, mas voltaram para a menina sorrindo.

—Sim, precisamos…- Elsa respondeu. -...Sabe onde fica a sala do diretor?

—É claro. Venha comigo.

Seguiram então a Rapunzel, a primeira pessoa a ser legal com as duas até então. Embora aquele menino tenha pedido desculpa assim as as esbarraram, foi grosseiro por ignorá-las assim que fez isso.

Chegando até a sala do diretor, Rapunzel bateu na porta da sala e esperou a resposta. Assim que ouviu, entrou com as duas.

A sala era como as salas de escritórios, com uma organização perfeita das estantes postas no fundo da sala. No centro, uma mesa com a cadeira do diretor ocupada, enquanto tinha as cadeiras do visitantes livres.

Quem ocupava a cadeira do diretor era um senhor, de aparentemente 60 anos.. Na verdade, aparenta ter menos, mas sua careca e sua barba branca faz entrega sua faixa etária. Ele possui olhos azuis claros de encanto, bochechas bem rosadas e um belo sorriso. Em sua mesa, está escrito “Diretor Norte”

—Olá, senhor diretor…- Rapunzel disse. -...Vim trazer essas meninas. Elas são novas, então precisam do seu conselho.

—Pois bem, Rapunzel. Muito obrigado…- Disse o diretor, com um sotaque um tanto… Diferente.. -...Pode sair, que eu cuidarei dessas lindas meninas.

Rapunzel se retirou, deixando as meninas junto com o diretor.

—Então, são as novas alunas…- o diretor disse. -...Bem, deixe me apresentar. Sou Nicolau Gontcharov do Norte, e sou o atual diretor do Colégio Saint Mary, eleito ano passado.

As meninas fizeram um careta no momento em que o diretor citou seu nome. Elsa logo perguntou:

—Você é russo?

—Bem, sim…- Respondeu surpreso. -...Como soube?

—Eu morei um tempo na Rússia, e deu para notar pelo seu sotaque que era de lá.

—E quem é a senhorita?- Perguntou sorrindo. Parece ser um senhor bem simpático.

—Me chamo Elsa. Elsa Arendelle.

Norte alargou o sorriso e arregalou os olhos redondos.

—Então foi a senhorita que conseguiu a bolsa?- Perguntou, e a loura assentiu. -...Fico muito feliz em saber que está aqui. É muito concorrido essas bolsas. Meus parabéns!

Elsa ficou corada de vergonha, mas agradeceu o elogio.

—E a senhorita…- Apontou para Anna. -...É irmã dela?

—Não, não somos irmãs…- Respondeu fazendo uma careta cômica para esconder o riso. -...Eu sou Anna Corona. E eu não fiz nenhuma prova para essa bolsa, mas eu estudo aqui.

Norte ficou surpreso com o nome da menina, mas disfarçou com um sorriso.

—Então, seja bem-vinda…- Ele mexeu na gaveta de sua mesa, até pegar umas folhas e fechá-la de volta. -...Estão aqui o horário das duas e o número do armário de vocês…- Entregou para elas. -...Eu espero muito sucesso para as duas. Aqui, além dos estudos, temos cursos extracurriculares de vários esportes, as quais são obrigados a inscrever.. Porém, a escolha do curso de das senhoritas. E o uniforme de vocês será entregue no intervalo, e também é obrigado o uso. Boa sorte!

—Obrigada!- Responderam juntas e saíram da sala do diretor.

Enquanto elas saíram, Norte não pôde negar a semelhança das duas. Nem nos nomes.

Arendelle e Corona…”, pensou. “...Nunca imaginaria ver as duas famílias juntas novamente.”

Elsa e Anna caminharam juntas até o armário delas. Não ficaram lado a lado, mas ficaram próximas, e os horário escolares eram quase os mesmos. No momento, teriam aula juntas: História.

Seguiram juntas para a aula de história, na sala 152, porém sem querer se esbarraram numa pessoa. Um pessoa com uma grande cabeleira vermelha.

—Ei…- Essa pessoa respondeu brava. E tem uma voz feminina. -...Não olham para onde andam?!

—Desculpa…- Elsa disse desesperada. -...Mas nós estamos com pressa.

—Não foi nossa intenção...- Anna disse. -...Estamos perdidas, e gostaríamos de ir para a sala 152.

—Então são alunas novas?...- A menina perguntou, arqueando a sobrancelha. -...Então não se preocupe com o que aconteceu. Eu sou Merida e entrei nessa escola ano passado, então sei como se sentem.

—Não está brava conosco?- Elsa perguntou com receio de ela estar mentindo.

—Brava eu estou, mas entendo…- Respondeu, mostrando um sorriso para acalmar as meninas. -...Se querem ir para a sala 152, me sigam. Eu terei aula de História agora também.

Ambas assentiram e seguiram a ruiva Merida até a sala 152.

Agdar e Idun se encontram sentados na sala de espera da empresa, esperando a porta da sala do chefe ser aberto e permitir a entrada dos dois no local. Tinham que conversar com o dono da empresa, apresentar os documentos, e só depois disso poderão começar a trabalhar.

—Como…- Agdar começou. -...Como isso aconteceu? Acabamos nos mudando para a mesma cidade, conseguimos oportunidade de emprego na mesma empresa.

—Eu gostaria de saber tanto quanto você, Agdar.- Idun respondeu.

A porta da sala do dono foi aberta, e de lá saiu uma mulher jovem, de roupa social e óculos. Seus cabelos louros estavam presos em um coque forte.

—Sr. Arendelle e Srta. Corona, querem a presença de vocês agora.

—Sim, claro.- Disseram ao mesmo tempo. Levantaram de suas cadeiras e entraram na sala.

Ao entrarem, viram uma grande sala branca, com pisos de madeira. Tinha apenas uma mesa e três cadeiras, sendo uma a poltrona do dono, que estava virado para trás; e duas para os visitantes, do outro lado, perto da porta.

—Sentem-se!- O dono ordenou, mas sua voz era de mulher.

Agdar e Idun encararam-se, estranhando o fato do “dono” ser uma mulher. Pelo letreiro da empresa, acharam que era um homem. Mas depois obedeceram a ordem da pessoa.

—Então, são meus novos empregados.- O “dono” disse, mais afirmando do que perguntando.

—Sim.- Ambos responderam.

—E creio que querem começar hoje.

—Sim.

—É muito bom ouvir isso.- A cadeira do “dono” se virou, deixando os dois surpresos ao verem que era a pessoa que comandava toda a empresa.

“Ela” possui cabelo marrons como o tronco de uma árvore, olhos verdes como esmeraldas e, apesar da pele levemente bronzeada, possui uma certa semelhança com Idun.

—Arianna?!- Exclamaram.

—Sim…- Respondeu, apesar da pergunta ser retórica. -...E estou muito feliz em ver minha irmã e o marido dela juntos novamente.

—JUNTOS?!- Perguntaram surpresos.

—Você teve ideia de nos juntar?!- Idun perguntou brava com a irmã.

—Não. Eu sei que você não imaginava isso. Na verdade, nem eu.

—O que quer dizer?- Agdar perguntou.

Arianna suspirou.

—Eu contratei Idun para trabalhar aqui pela competência dela e para ficar perto de minha irmãzinha, mas não sabia que o Fred tinha contratado você, Agdar, pelos mesmos motivos. Descobrimos depois que já tínhamos ligado para vocês.

—E desde quando você está gerenciando esta empresa, Arianna?- Idun perguntou.

—E o que o Fred tem a ver com essa história, se é você que está gerenciando?- Agdar perguntou.

—Bem…- Suspirou. -...A antigo dono da empresa, Johnny Pitt, era um idoso muito bom, porém muito doente. Ele tinha problemas de coração, mas isso não deixava seu bom humor. E ele dizia que eu era a empregada favorita dele. Mas... Não sobreviveu. Isso faz poucos meses.

—Sinto muito.- Idun disse.

—Tudo bem…- Arianna sorria para irmã. Ficou feliz em ver o apoio dela. -...Porém, antes de…- Suspirou. -...Antes de morrer, ele escreveu em um testamento quem iria cuidar da empresa, e depois disso, todos da empresa esperava ansiosamente para saber quem ele escolheu. Estava escrito que era eu quem iria herdar a empresa. Por isso, estou aqui. E…- Deu uma risada. -...Como o Fred é meu marido…

—Vocês se casaram!?- O ex-casal perguntou, bem surpresos, mas felizes

—Sim, casamos. E estamos muito felizes.

—Que ótimo, Ari!...- Idun elogia a irmã, que ficara vermelha.

—E já tiveram filhos?- Agdar pergunta feliz com o que acabara de ouvir.

—Bem, só aquela menina mesmo.- Seu sorriso murchou ao lembrar da sua filha.

Agdar ficou constrangido com a ação da sua ex-cunhada. Não devia ter feito a pergunta.

—Desculpe, eu não…

—Tudo bem, a culpa é minha mesmo.

—Não, não é…- Idun interrompeu a angústia e o pessimismo de Arianna. Odiava quando isso acontecia com a sua família. -...Você sabe que não tinha escolha. O nosso pai não aceitou a sua gravidez, assim como fez comigo. E os pais do Fred faziam de tudo para que você e ele ficassem o mais longe possível.

—Mas eu podia ter feito…

—Não, não podia fazer nada…- A interrompeu novamente. -...Mas agora você pode. Se você ainda ama, procure.

—Mas nós estamos fazendo isso, e não encontramos nenhuma menina adotada com as descrições que demos.

Arianna estava mais agitada com a situação. Lembrou no dia do nascimento de sua princesa, no hospital. Arianna tinha pego a filha no colo e analisou sua feições: Olhos verdes de admiração; pele macia; e o belo cabelo dourado como ouro. Como não estava em condições de criá-la, levou para a doação sigilosa, sem nem saber quem a levou ou para qual orfanato a menina foi entregue.

Agdar encarou Idun, que também o encarava. Sabiam que era melhor esquecer o assunto, ou resolvê-lo mais tarde.

—Nós… Nós temos que ir.- Agdar disse.

— Qualquer coisa, nos chame.- Idun disse para apoiar sua irmã.

—Claro…- Respondeu. -...Em caso que algum problema, vocês e o Fred serão os primeiros a saber.

Os dois se levantaram e foram até a porta, porém Arianna se lembrou de algo.

—Esperem!-  Chamou.

—O que houve?- Ambos responderam ao mesmo tempo

—Eu preciso que resolvam o problema da construção do orfanato na Rua Hamilton, porque os funcionários daqui não entende.

Ambos se viraram para a dona.

—Está bem.- Responderam.

Já era intervalo, depois que Anna e Elsa tiveram História, onde aprenderam sobre Roma Antiga; Álgebra juntas; e Espanhol e Francês, separadas e respectivamente. Anna descobriu que não é tão boa em Línguas ou Matemática, algo que Elsa se especializa. Estavam uniformizadas já, pois rapidamente foram até a secretaria pegar as roupas, com as instruções que a mais nova amiga Merida deu para elas.

Elsa e Anna estavam em seus armários, organizando seus livros para as próximas aulas. Anna já tinha organizado e fechado seu armário, mas a loura não. Então, a ruiva foi ao encontro dela.

—Qual será sua próxima aula?- Perguntou Anna.

—Física.- Respondeu.

—Eu também.- Disse uma voz atrás das meninas, que tomaram um susto ao ouvir.

Viraram-se para ver que era, e viram que era o mesmo menino skatista que passou em frente delas, quase atropelando. O menino estava com um sorriso cafajeste, que parece ter orgulho de quem é e do que costuma fazer.

—Frost...- O menino disse, esticando o braço para cumprimentar a menina Elsa. -...O homem dos seus sonhos.

Anna cobriu o riso com a mão, achando cômico a atitude do skatista. Contudo, a loura não achou nem um pouco engraçado. Sua reação foi simplesmente fechar o armário e trancar, pegar a Anna pelo braço e puxá-la para longe de onde estava o menino, deixando indignado e sem palavras.

—Por que você fez isso, Elsa?- Anna questionou com um semblante misto de dúvida e preocupação, enquanto ainda estava sendo puxada pela amiga.

—Eu conheço o tipo de pessoa que ele é. Não quero nem eu, nem você perto dele.- Respondeu sem virar o rosto, apenas encarando o corredor que acaba passo diminuía, com o intuito de ir para a sala de aula.

Enfim tanto as aulas quanto ao expediente dos adultos foi finalizado, pelo menos no primeiro dia, pois ainda tinha mais até vir o recesso ou as férias.

As meninas chegaram até as suas casas juntas, com o transporte escolar que demorou para chegar até aos seus lares.

—Estou louca para tirar carteira e ter um carro!- Comentou Anna um tanto irritada pela demora.

Ambas estavam na calçada gelada em frente às suas casas.

—Pelo menos estamos aqui. Já é alguma coisa.- Elsa contrariou, tentando melhorar a situação.

Contudo, fez a Anna lembrar de outra coisa.

—Por falar nisso, parece que aquele menino queria alguma coisa contigo.- Cutucou a amiga com o cotovelo e riu.

—É melhor você ir para a sua casa.- Desta vez Elsa a empurrou de leve, como uma brincadeira.

Por fim, o pai de Elsa e a mãe de Anna apareceram para chamá-las, alegando que era hora de dormir e precisavam acordar cedo no dia seguinte. Despediram-se, prometendo uma a outra a quem estiver pronta primeiro, esperar pela outra.

Contudo, Idun e Agdar não pararam de encarar um ao outro, gerando certa intriga entre as meninas.


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Notas finais do capítulo

Bem, é isso!
Esses dois capítulos iniciais eu estive guardando por muito tempo, porém eu teria que voltar a escrever para fazer os próximos.
Eu espero que tenham gostado, e comentem para que eu possa saber se estão gostando de minha fanfic.
Hasta la vista, babies!



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