Minnesota

Já fazia algum tempo que chegara de viagem, depois de Noruega. Elsa estava entediada, pois já fazia 2 horas que saiu do aeroporto e ainda não tinha chegado ao seu destino: Seu novo lar. Seu pai, Agdar, estava conduzindo um Citroem C4 que acabara de comprar em uma loja perto do aeroporto, por sorte. A mãe de Elsa não está com eles, pois se foi… Não da maneira que imagina. Elsa não é orfã, os seus pais que são divorciados. Porém a loura não se lembra da mãe, já que se divorciaram quando ela tinha 1 ano, e nunca a viu em fotos, pois o pai as esconde para nunca ver. Fora que também ele não gosta de falar dela, somente o quanto era parecida com a filha e que cometeu um grande erro em divorciar, mas é passado.

Elsa encarava a janela do carro emburrada. Era mais um mudança que estava enfrentando, sem falar que também era um lugar frio. Antes viviam nas partes mais frias da Europa, como Noruega ou Russia. Porém seu pai afirma que era diferente, pois foi em Minnesota que ele nasceu e cresceu e foi onde a Elsa também nasceu, mas nunca teve oportunidade de conhecer, ou ao menos se lembrar que conheceu.

—Elsa, sorria…- Seu pai disse, vendo pelo canto do olho o desconforto da filha. -...Você ficará bem com a nossa nova casa. Conhecerá pessoas, fará amigos…

—Eu já ouvi isso antes.- Elsa o interrompeu, suspirando e olhando para seu pai. Abraçou seu gato branco Marshmallow mais forte.

—Eu prometo que será diferente.

—Eu também ouvi isso antes…- Elsa disse angustiada -...Fazer amigos para depois de 3 meses se mudar.

—Não ficaremos por 3 meses.

—Ah não!? Então são 4 meses agora?- Ironizou.

Agdar riu. Entendia o desgosto da filha. Também não gostava de se mudar, mas era melhor para eles dois.

—Será diferente.

—Isso não muda muita coisa.

—Elsa…- Suspirou, tentando encontrar um modo de fazer a menina compreender. -...Eu recebi uma grande oportunidade de emprego aqui, e foi aqui que você nasceu.

—E nos mudamos daqui quanto eu tinha 1 ano, depois que aquela mulher pediu divórcio.

—Nós não vamos nos mudar desta vez, e não fale “aquela mulher”!...- Agdar já demonstrava irritação. -...Era a sua mãe. Ela e eu criamos você. Criamos você e sua…

Agdar calou assim que percebeu o que quase ia dizer, e Elsa ficou curiosa com isso.

—Vocês criaram eu e minha… Minha o quê, pai?

Ele ficou nervoso.

—E sua…- Pensou no que dizer. -...E sua… S-sua personalidade.

Elsa piscou duas vezes, confusa.

—Personalidade?- Perguntou.

—Isso, personalidade.

—Desculpe, eu não…- Foi interrompida pelo pai.

—E não se preocupe com nossa nova mudança. Acredite em mim que será diferente.

Elsa suspirou e olho a janela. O chão estava cheio de neve como Minnesota era conhecido, sem falar que era início de ano e acabara de começar o Inverno. Elsa terá que ir para a nova escola na próxima segunda e o dia de hoje é sábado. Pelo menos tinha comprado os materiais escolares antes de viajar.

“Será diferente...”, a loura pensou. “...Espero.”

Agdar virou a esquina. Agora estavam em uma rua de grandes casas, cada qual seu estilo. Agdar parou em uma casa branca com um quintal grande.

—Essa é a nossa nova casa.- Anunciou encantado.

Elsa observava a casa admirada também, mas olhou a casa do vizinho e viu uma menina, quase da sua idade, ruiva como o pai da loura, mas o cabelo estava trançado em duas partes, uma a cada lado da cabeça. Ela usava um casacão que a mantinha quente e calça de esqui e botas. Todo o vestuário entre as cores verde e roxo. Ela estava tomando algo quente

enquanto observava o carro do pai de Elsa, seus novos vizinhos. Ela parecia surpresa e, ao mesmo tempo, feliz. A loura não entendeu o olhar.

“Menina estranha!”, pensou, e saiu do carro cobrindo o Marshmallow o máximo que pode para não congelá-lo nesse frio. Pelo menos não estava nevando no momento.

Virou para fechar a porta do carro, mas assim que virou de volta, a menina ruiva apareceu a sua frente instantaneamente, como se fosse mágica. A menina levantou o braço para a loura, enquanto a outra segurava o copo de algo quente que estava tomando, e esperou ser cumprimentada pela Elsa, mas a loura só olhava os seus olhos. Azuis, não azuis como os de Elsa, que eram fortes, mas azuis fracos, como os mares do Caribe.

A menina ficou constrangida.

—Bem… Olá!- Disse, e Elsa finalmente prestou atenção na mão enluvada da menina.

—Ah sim… Olá!- Pegou a mão da menina com a sua, enluvada também. E enfim, soltaram a mão.

—Me chamo Anna. Anna Corona.- Apresentou-se.

—Prazer! O meu nome é Elsa. Elsa Arendelle.

Anna riu da loura, que ficou confusa, mas com um sorriso no rosto.

—Por que está rindo?

—Você  é muito parecida com a minha mãe. Tipo, uma versão loira dela. Ela tem cabelo bem escuro, mas é muito parecida com você. Tem até os mesmos olhos.

Elsa então riu.

—Deve ser coincidência.

—E também gostei do seu gato. Eu tenho um cachorro chamado Olaf que acabei de comprar, assim que cheguei aqui.

A loura ficou curiosa.

—Então você não é daqui?

—Não é isso. Eu nasci em Minnesota, mas eu fui embora quando era bebê com a minha mãe. E eu me mudei pra cá faz uma semana. Minha mãe disse que foi aqui que nasci e aqui meu pai e ela me criaram. Criaram eu e minha… Pureza.

Riram juntos.

—Meu pai disse algo parecido. Que ele e minha mãe criaram eu e minha… Personalidade.

—Pais são estranhos.- Riram.

—Concordo.

Enquanto riram, as duas não tinham percebido a presença de um ser branco com a neve ao lado dela, até que esse ser late.

Levaram um susto.

—Nossa…- Anna relaxou, assim que viu seu mascote. -..Esse é o Olaf. Olaf, esses são Elsa e seu gato…

—Marshmallow.- Respondeu, e Anna esboçou um sorriso.

—Que nome legal.

Porém, Olaf começou a latir, assustando Marshmallow. O gato saiu das mãos de sua dona e ccorreu para fugir de Olaf, que o seguia. Eles correram até a casa de Anna, pela porta aberta. As meninas ficaram assustadas e correram atrás de suas animais.

—Olaf, não!- Anna chamava.

—Marshmallow!- Elsa corria para salvar seu gato.

Acontece que ela esqueceu que seu pai já tinha aberto a casa. Já ele, percebeu que sua filha não tinha entrado e voltou para fora. Acabou vendo que Elsa e uma menina estavam correndo atrás de algo. Ele saiu para correr atrás da filha.

—Elsa, volte.- Gritou.

Ele viu que entraram na casa ao lado da sua, que estava aberta, e as seguiu.

…

Elsa e Anna corriam atrás de seus animais, até a cozinha, onde estava uma mulher tomando algo quente. Ela se assustou quando viu seu cão correndo atrás de um gato branco, e se assustou ainda mais quando viu sua filha entrando com uma menina que não conhecia.

—Anna, o que é isso?- Gritou surpresa.

—O Olaf está atrás do Marshmallow, mãe. Pega ele!

—Marshmallow?

Foi então que Marshmallow subiu até a mesa onde a mãe de Anna estava, e derrubou o que estava tomando no chão. Olaf não parava de latir.

—Olaf…- Pegou o cachorro no colo e o acariciou. -...Acalme-se.

A mãe de Anna suspirou ao ver que sua bebida havia sido derrubada.

Elsa se desesperou.

—Sinto muito! Não queria que isso tivesse acontecido.- Pegou seu gato no colo.

—Está tudo bem. Não se preocupe…- Disse, e sorriu para fazer a menina se acalmar. -...A senhorita é nova?

Elsa ia responder, porém Anna falou primeiro.

—Sim, ela é…- Disse alegre, e sua mãe riu. -...Ela se chama Elsa. Elsa Arendelle.

A mulher parou de sorrir e encarou a menina, surpresa.

—Elsa Arendelle?

Elsa não pôde responder para confirmar, porque ouviu uma voz masculina, cheia de preocupação.

—Elsa!

Então Agdar apareceu na porta da cozinha, onde acaba encontrando sua filha, a menina ruiva e uma mulher… Uma mulher que a conhecia.

Ambos demonstravam surpresa em seus olhares, pensando que nunca mais iriam se encontrar.

Sengundos depois, Elsa e Anna ficaram desconfortáveis com seus pais agirem desta forma.

—Pai.

Agdar balançou a cabeça assim que ouviu a sua filha chamar.

—Desculpe, filha…- Colocou a mão ao lado da cabeça e massageou as têmporas. -...O que foi?

—São nossas vizinhas.

Anna foi a primeira a cumprimentá-lo.

—Olá, me chamo Anna Corona.

Agdar “congelou” ao ouvir o nome da menina, mas ainda sim sorriu.

—Oi… Anna.

—E essa é a minha mãe, Idun Corona.- Apresentou a mãe.

Porém não sabia o que fazer, apenas a encarava.

—E mãe…- Mirou seus olhos para a mulher. -...Esse aqui… Bem...- Esquecei que não sabia o nome dele, então virou para Elsa. -...Qual é o nome dele, Elsa?

—Este é o meu pai…- Elsa respondeu para Idun. -...Agdar Arendelle.

Idun, apesar de surpresa, cumprimentou com a cabeça.

—Prazer, Agdar Arendelle.

Agdar piscou duas vezes, saindo de seu transe.

—Sim, claro. Prazer, Idun Corona…- Virou para Elsa, sendo breve. -..Filha, precisamos descarregar as coisa no carro. Venha!

—Sim, claro…- Respondeu, e virou para Anna e Idun. -...É um prazer conhecê-las, e me desculpe pela sujeira que o Marshmallow fez.

—Não se preocupe, eu já disse...- Idun sorriu. -...E foi um prazer conhecê-los. Adeus!

—Adeus…- Anna abraçou Elsa de lado, para não incomodar seu gato. -...Vamos nos ver todo dia agora.

—Sim, vamos.- Despediu com um sorriso, e foi com seu pai para cuidar da bagagem.