Contos de uma Viajante do Tempo Vol 1 - James Dean escrita por Sofia Casanova


Capítulo 2
Capítulo 2




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            Na manhã seguinte, Olívia acordou mais tarde que o usual. A energia havia sido estabelecida por volta da meia-noite e ela já estava dormindo. Tomou o café da manhã na sala, assistindo a série da noite anterior do ponto onde havia parado e ao mesmo tempo, relia suas anotações feitas do caso James Dean. Pegou sua 3º xícara de café, voltou para frente da televisão e começou a pesquisar no seu notebook sobre o ator. Usou a ferramenta Pinterest para filtrar mais rapidamente as fotos antigas. Existiam pessoas que gostavam de colecionar fotos de gente morta, inclusive de autópsia de famosos ou de colecionar álbuns de pessoas mortas, feitos pelos próprios familiares. Eram fotos que, se ninguém contasse que estavam mortos, ninguém notaria a diferença. Haviam fotos de famosos na cena do crime ou mortos por overdose de drogas, na autópsia, no caixão. Haviam várias fotos de James, mas quase nenhuma de sua morte, o que Olívia muito estranhou. As fotos do corpo não existiam, apenas fotos da ambulância e do funeral, porém ambas à distância. Procurou em fóruns de outros países uma foto dele morto, mas não achou nada.

— Porque tem foto de todo mundo morto menos a dele? - Olívia se questionou .Pacientemente, leu vários blogs, fóruns e jornais velhos sobre o caso de sua morte. Encontrou o laudo oficial do legista:

James Byron Dean

24 anos

Altas doses de álcool

Hipoglicemia

Distensão do estômago por excesso de líquido

Desmaio não o permitiu que ele evitasse afogar-se no próprio vômito .

Havia álcool no pulmão

Causa da Morte: Sufocamento involuntário pelo próprio vômito seguido de afogamento.

            Segundo os tabloides, ele tinha tendências suicidas e depois de perder um contrato milionário com a Warner Brothers devido a suas irresponsabilidades juvenis de não cumprir horários, metas e devido a várias denúncias de assédios sexuais no estúdio, não aceitou ser tratado em um centro de reabilitação. Ele sumiu por três meses após seu último filme e apareceu morto. A família nunca se pronunciou a respeito. Que esses seres hollywoodianos eram problemáticos, ela não tinha dúvida, mas um jovem conhecido como “a galinha dos ovos de ouro de Hollywood” perder contrato?  Em outras matérias, haviam as famosas teorias:

James Dean não está morto, ele é um alien.

Dean não está morto, ele hoje tem 70 anos e mora no Mississipi onde vive como pescador.

James Dean era agente da KGB .

O jornal mais recente a falar do caso Dean era de 2005 :

A verdade por trás da morte de James Dean

Olívia clicou rapidamente e passou os olhos pela reportagem, procurando chegar ao ponto.

James Dean se matou porque a mulher que amava (Pier Angeli) havia se casado com outro. Fontes anônimas afirmaram que outras fontes anônimas próximas à suposta moça confirmaram que ela nunca se perdoou por ter quebrado a promessa que fizera a James e ter se mudado para a Itália onde se casou com um famoso cantor.

— Meu Deus, quanto sensacionalismo.

Fez alguns serviços domésticos pensativa, almoçou uma salada e ainda James Dean não saía de sua mente. Ela sentira uma confusão mental diante das leituras a cerca de sua morte pois nada se encaixava logicamente.

— É como uma pessoa suicidar-se com dois tiros na cabeça quando na verdade...espere...será? E se mataram ele e forjaram suicídio?

            Olívia já ouvira falar na Teoria Paralela ou Teoria da Conspiração. Estudou sobre o assunto quando encontrou certos livros na biblioteca e afirmavam que eram desinformações do governo russo nos tempos do comunismo. Encontrou em fóruns na internet que Teoria da Conspiração era um termo maldoso criado pelo próprio governo americano para assassinar a reputação daqueles que ousavam questionar a informação oficial .

— Afinal, oficial não significa verdadeiro. - disse ela pensativa. - Mas porque matariam James Dean? Ele era apenas um ator rebelde. - Mas algo gritou em sua mente. “Isso é o que dizem, mas quem pode confirmar?”. A dúvida começara a bater à porta. - Pelo amor de Deus, isso não tem nada a ver comigo. - e tentara dispersar a história.

            Decidiu aproveitar o seu fim de semana e feriado sem as responsabilidades que não convinham a ela. Pegou sua lista de compras para o feriado e saiu de casa em direção ao supermercado que ficava no outro quarteirão. Ao sair de seu apartamento, notou o condomínio vazio e silencioso. Geralmente os gêmeos do 514 e os filhos do 234 brincavam nos corredores com a porta do apartamento aberta. Tudo estava muito quieto. Chamou o elevador para o 4º andar mas o silêncio ainda a inquietava, como se nada ao seu redor tivesse som. Ela desceu quatro andares sozinha o que é incomum para um sábado . O porteiro estava em sua pequena sala lendo alguns papéis e olhou em sua direção, pelo menos foi o que Olívia Weiss achou. Ela acenou para ele, enquanto andava rapidamente para a porta, mas ele voltou sua cabeça para os papéis, como se não tivesse visto nada.

Ela deu de ombros e saiu do prédio.

Para sua surpresa e confusão, não existiam pessoas na rua e o clima de verão estava nublado com ventos que faziam voar jornais velhos. Olívia olhou ao redor como se a realidade estivesse se chocando com seus olhos: havia algo diferente na cidade. De tanto ver fotos de cidades antigas e pessoas de séculos passados, ela pensou que o choque de culturas e épocas mexeram com sua mente. Começou a andar mas com aquela sensação de que estava deslocada do tempo, foi quando percebeu o que estava acontecendo. Sua cabeça começou a girar como se a pressão estivesse baixa e suas pernas a fraquejar.  Ela conhecia estes sintomas. Precisava com muita urgência evitar e acionou o botão de emergência mental. Fechou os olhos e imaginou o gás de sua casa vazando e se ela não fosse fechar a chave que cortava a atividade gasosa do apartamento, tudo explodiria e inocentes morreriam por sua culpa. Bastou segundos para que ela corresse em pânico até seu apartamento.

— O gás… o gás... preciso fechar o gás…

            Ela subiu dois lances de escada no desespero de chegar ao quatro º andar. Parecia que quanto mais em pânico, mais devagar ela ia. Ao chegar ao 2º andar ela tombou no topo da escada e caiu de cara no chão. O joelho havia batido no degrau da escada, causando grande dor . Ela estava ofegante e levantou-se para correr e antes de subir outra vez as escadas, ela desaparecera de 2017.

 


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