Agridoce escrita por Camélia Bardon, EsterNW, Teruque


Capítulo 2
Melodia Carmim


Notas iniciais do capítulo

Junichi aqui o/
Então... Cada oneshot será escrita por uma autora diferente e agora é minha vez :')
Dessa vez será o Castiel e a cor, pasmem, será vermelho :'u

Os nomes dos personagens ficaram:
Castiel - Cassie
Lysandre - Lysa
Iris - Eren

Boa leitura ♥



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Encostada na parede do prédio onde ocorreria a apresentação daquela noite, observa o movimento quase inexistente daquela viela.

O casaco escorregava pelos ombros, deixando a amostra os braços tatuados. Um Top realçando os fartos seios. Uma gargantilha de spikes no pescoço. Cabelos vermelhos e compridos, quase abaixo do ombro ao lado esquerdo. A direita raspada dando um “up” ao seu visual. As meias 7/8 de pares diferentes, uma inteira vermelha toda rasgada propositalmente e a outra listradas com preto.

Suspirou arrumando os óculos escuros e tirando o maço de cigarros de dentro de uma das botas de cano alto, levando um a boca. Após acendê-lo deu uma longa tragada, expelindo a fumaça devagar.

— Casa cheia outra vez... – pronunciou, permitindo que um sorriso adornasse seu rosto.

— Cassie. Cinco minutos. – ouviu a voz de seu manager a alertando para voltar para dentro do prédio.

Apenas acenou tirando o cigarro da boca e o apagando na sola do sapato.

— Os cigarros. – o manager estendeu a mão esperando que lhe entregasse a caixa. – Você não precisará disso enquanto estiver no palco.

— Tsc. – relutante entregou o maço e isqueiro ao entrar no prédio.

Após terminar o colegial, quis arriscar tudo em sua carreira musical. Assumiu o vocal após perder contato com Lysa e com seu novo grupo começou a desenvolver as letras e ganhar espaço nas casas noturnas da cidade.

Aquela noite não seria diferente, faria o que lhe dava a sensação de estar viva e levaria seus fãs a loucura. Da maneira que gostava.

Próximo a entrada para o palco repassava os últimos detalhes com a banda e o manager. Conferindo uma última vez sua guitarra e o retorno de som.

Com o início da música de introdução, um a um dos integrantes tomavam seu lugar ao palco. Cassie esperava apenas o momento certo para assumir sua posição.

Em frente ao público eufórico, sorria segurando o microfone com as duas mãos sem tirá-lo do suporte.

Ao fim da introdução, soltou a voz em um grito gutural, dando sinal para o início da primeira música. Ato que fez o público explodir acompanhando o som.

Entre um vocal limpo e trechos guturais, controlava o ritmo da noite. Realizando um breve intervalo para molhar a garganta usando uma das garrafas disponibilizadas no palco. Também aproveitando para trocar algumas palavras com os fãs.

A noite seguiu com algumas músicas mais calmas, dando tempo de todos respirarem e poder sentir a melodia. Também foi o momento em que Cassie mais deu atenção a sua guitarra. Para, ao final, fecharem com chave de ouro com o melhor que tinham para oferecer.

Gritos e luzes. Conversas e sons de copos vindos do balcão. Logo todos os ruídos iam diminuindo. Restando apenas a banda descansando enquanto bebiam e conversavam com o barman. O final de mais uma noite.

— Foi um ótimo show. – o barman comentou sorrindo enquanto secava o copo em mãos. – Me sinto privilegiado por poder assistir sempre que possível. Cada vez é única.

— Diz isso só para me bajular, não é Eren? – Cassie, sem levantar o olhar, sorriu levando o copo a boca, deixando o álcool queimar a garganta.

— Talvez porque nos conhecemos a anos e estudamos juntos. – não perdia o sorriso do rosto. – Sei como batalhou para chegar até aqui.

Cassie finalmente levantou o olhar para encarar aquele barman que tanto conhecia. Na época escolar era uma das poucas pessoas que realmente gostava e confiava. Já haviam até tocado juntos em uma apresentação no colégio. O ajudou nos ensaios.

Os cabelos ruivos naturais e o sorriso acolhedor. Quase podia dizer que era a bondade em pessoa.

— Você poderia estar lá também. No palco comigo. – comentou abaixando o olhar novamente e contornando a borda do copo com os dedos.

— Estou feliz com meu trabalho. E com poder assistir sempre que se apresentam aqui.

Aquele sorriso... Cassie sabia que escondia muitas dores. Todos têm um passado que não deseja revelar. Eren escolheu esconder o seu atrás de um sorriso.

— Que horas sairá hoje? – indagou não querendo focar em assuntos passados.

— Assim que forem embora e eu puder fechar o bar. – respondeu sem nenhuma maldade e Cassie sabia disso, porém não perderia a oportunidade.

— Ok... Já entendemos que estamos sendo chutados daqui. – provocou esboçando um sorriso irônico. – Só preciso pegar meus cigarros de volta com manager antes.

— Nã... Não foi isso que quis dizer. – Eren pela primeira vez naquela noite havia largado o sorriso, dando lugar para uma nova expressão.

— Eu sei. Só estou brincando. – Cassie riu com a expressão do ruivo. Logo voltando ao clima descontraído.

— Realmente você não muda nunca, Cassie. – riu discretamente, voltando a sua expressão normal. – Por favor, não mude.

— Eu mudar? Impossível. – sorriu em resposta, encarando aqueles olhos sinceros. Realmente era uma amizade que não se arrependia de ter cultivado tanto. – Vou deixar que feche o bar e possa ir descansar também. – encerrou ao se levantar do banco. – Ao menos nós estamos quebrados após tanta loucura.

— Então até breve, Cassie. – apenas lhe mandara um sorriso, fechando os olhos e tombando a cabeça para o lado.

— Até... – sua resposta foi ainda mais simples.

Reunidos já do lado de fora do prédio, Cassie observava os staffs ajudando a guardar toda a aparelhagem na van, enquanto os demais membros da banda riam e conversavam entre si, já pegando um lugar no veículo.

Suspirando mais uma vez aquela noite, pegou um dos cigarros já recuperados de seu manager e o levou a boca.

Soltando a fumaça para cima, deixou o olhar encarar o céu noturno. Não conseguia ver a lua nem estrelas graças as nuvens. Parecia que até elas compadeciam daquela dor disfarçada.

— Estamos realmente feliz com nossas escolhas? – sussurrou para si mesmo, sem esperar uma respostas.

— Cassie! Já acabamos aqui. – escutou o manager chamar seu nome. – Hora de irmos.

Acenando com a cabeça, apagou a ponta do cigarro na sola do sapato. Arrumou seu casaco sobre os ombros e caminhou em direção a van.


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Notas finais do capítulo

E bom... é isso ♥



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