Recomeços escrita por LohRo


Capítulo 15
Capítulo 15


Notas iniciais do capítulo

Finalmente consegui um tempinho pra ligar o notebook e atualizar a fic. Antes de mais nada, eu queria parabenizar(atrasado) a Butterfly e a SMAline pelos seus respectivos aniversários. Que todos os seus sonhos se realizem, que a felicidade transborde em suas vidas hoje e sempre!
Aos meus queridos leitores, muito obrigada mesmo pelos reviews lindos, é sempre muito bom saber a opinião de vocês. Estou feliz que a fic esteja ganhando novos leitores, não se acanhem, podem mandar seus reviews que a Lohzinha aqui é um amorzinho! kkkk Brincadeira.
Vamos ao que interessa, boa leitura!



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Sara voltaria ao trabalho naquela semana, mas antes disso, precisava da liberação de seu médico. Sua consulta estava marcada para um dia antes de seu retorno. Se sentia bem e tinha quase certeza que poderia retomar suas atividades, tanto que estivera se preparando para aquilo. Havia abastecido sua geladeira, agora que teria menos tempo. Passara a acordar todas as manhãs quase no mesmo horário em que levantaria para cumprir seu novo turno. Seria uma mudança e tanto em sua rotina.

Ela terminava de organizar alguns de seus livros na estante quando a campainha tocou. Descalça, de camiseta larga e shorts, ela abriu a porta depois de ver quem era.

—Oi Sara, eu posso falar com você ? É importante!

—Entre, Grissom!

Ele tinha alguns papéis em mãos e foi direto ao assunto.

—Eu abri uma poupança para o nosso filho, e preciso de sua assinatura.

Ela havia sido pega de surpresa.

—Poupança ?

—Isso! É um dinheiro que vai ser investido na educação dele, nós dois teremos acesso, é uma conta-conjunta!

—Você já está pensando nisso ?

—Achei importante, e há uma outra coisa que também precisa assinar. O nosso filho é o meu beneficiário, se algo me acontecer, eu não quero que fiquem desamparados!

Aquilo atingiu em cheio o seu coração, havia sido um duro golpe.

—Não gosto de pensar nisso ... - Ela conseguiu sussurrar.

—Mas é necessário, eu ... ficarei mais tranquilo! Por favor, assine-os.

—Mas ... - Ela se calou, os olhos dele imploravam para que ela fizesse como pedido.

Ela assinou os documentos como se assinasse sua sentença de morte e não gostou da sensação. Jamais iria querer aquilo para ele e para seu filho. Toda criança precisa de um pai! E lá no fundo, ainda que tentasse lutar contra, ela também precisava dele!

—Obrigado! - Ela reparou que ele não tirava os olhos de sua barriga com um semblante bem triste, capaz de comover até mesmo o dono do mais gélido coração! _Posso te pedir uma coisa ?

—O quê ?

—Pode me ligar quando sentir o bebê se mexer pela primeira vez ?

Seu coração sentiu um novo golpe.

—Você gostaria ?

—Muito!

—Tudo bem! - Ela então engoliu em seco para o que estava prestes a propor. _Quer tocar em minha barriga agora ?

—Você deixaria ? - Ele perguntou em um misto de surpresa e felicidade.

Ela assentiu mesmo estando tão receosa.

Imediatamente ele se ajoelhou diante dela como se temesse que a qualquer momento ela fosse mudar de ideia, e deixou os papéis no chão.

Sua camiseta fora enrolada na altura de seus seios, deixando-a tensa. Não imaginara que ele faria aquilo.

Ela sentiu o calor de suas mãos em sua barriga e prendeu a respiração.

—Meu filho!

Ele parecia encantado com o formato arredondado. Seu olhar orgulhoso, havia um brilho em seus olhos que a desestabilizou, um brilho comparado apenas a quando faziam amor!

Ele acariciou e apalpou por um bom tempo, em silêncio, perdido em um mundo só dele. Um mundo em que seu filho e ele não estavam separados, em que ele pudesse acompanhar seu desenvolvimento dia após dia, cuidando dele e da mãe dele com muita dedicação e amor. Um mundo em que ele iria venerá-los, que viveriam como uma família próspera e feliz.

Muitos minutos se passaram naquele contato até que ele voltara à realidade, antes de ajeitar sua camiseta no lugar novamente, ele ainda beijou a região com carinho sob os olhos atentos dela. Depois recolheu suas coisas e se levantou, agradecendo-a.

—Obrigado, Sara! Isso foi ... muito ... importante para mim ... - Sua voz estava emocionada.

Ela se lembrou das palavras de Catherine.

—Bem, é melhor eu ir! - Não queria, mas era preciso. _Nos vemos amanhã em sua consulta, quer que eu passe para te buscar ?

—Não tem necessidade ...

—Como quiser ... - Na verdade já imaginava sua recusa. _Com tudo ocorrendo bem, estará de volta depois de amanhã, não é ?

—Sim, me sinto bem para isso ...

—Eu só quero que tome cuidado ...

—Não vou colocar o bebê em perigo ...

—Eu sei, mas não consigo deixar de me preocupar com vocês!

 

~Fim do flashback~

~♥~

Ainda era muito cedo quando eles partiram para o apartamento dela. Todo o trajeto vinha sendo feito em completo silêncio. Silêncio esse que incomodava bastante Grissom.

Na verdade estiveram assim desde o café da manhã, eles mal haviam trocado algumas palavras. Ele percebera que ela estava quieta mais que o habitual, além de bastante pensativa. Sua mente parecia viajar há quilômetros de distância dali.

Toda vez que aquilo acontecia, seu medo vinha com força total. Estar em silêncio era como se ela estivesse planejando o seu futuro, uma vida na qual ele não estava incluído. Era doloroso pensar daquela maneira.

O que ele não sabia era que Sara havia ficado bastante mexida com o que ouvira dele na noite anterior enquanto fingia estar dormindo. Havia sido uma importante prova de seu amor, ele seria capaz de se separar da filha para não ter que tirá-la dela.

Olhando para Emma segura em sua cadeirinha, mordendo o seu brinquedo, Sara não conseguia imaginar o quão doloroso seria se separar de sua garotinha novamente. A amava mais que sua própria vida e sabia que Grissom sentia o mesmo pela filha. Se não era justo ela ficar sem Emma, também não seria justo ele ficar sem ela.

Ao olhar despretensiosamente para a frente, notou que ele a observava pelo retrovisor, a sobrancelha arqueada, seus lábios entreabertos. Por um momento achou que ele fosse lhe questionar sobre algo, mas não aconteceu. O silêncio permaneceu e em poucos minutos eles estacionaram em sua antiga vaga.

Grissom deu a volta no carro e lhe ajudou a descer. Enquanto ele tirava a filha de sua cadeirinha, Sara olhou ao seu redor. Nada ali havia mudado, era como se ela estivesse voltando para casa depois de mais um dia cansativo de trabalho.

—Está tudo bem com você ?

Ela olhou para a filha com a cabecinha apoiada em seu ombro, entretida com o brinquedo e sorriu com ternura antes de lhe responder.

—Sim, apenas estava pensando que as coisas continuam iguais por aqui.

—E isso é ruim ?

Ela deu de ombros.

—Não acho que faria diferença se não fossem, vamos entrar ?

Ele assentiu e seguiram para dentro do prédio, pegaram o elevador e logo ele abria a porta de seu apartamento.

Tudo parecia estar como ela havia deixado antes de sair para cumprir mais um turno de trabalho. Se soubesse o que aconteceria algumas horas mais tarde, não teria saído naquele dia.

Passeando pela sala bastante organizada e limpa, ela conseguiu até mesmo sentir o cheiro de produtos de limpeza.

—Tânia ?

Ele balançou a cabeça respondendo à pergunta muda.

—Ela costuma ser perfeccionista, nem um mísero grãozinho de sujeira escapa de seus olhos.

Sara riu, mas por algum motivo sentiu não ter conseguido disfarçar certa melancolia que se abateu sobre ela no momento em que adentraram ali.

—Como a conseguiu ?

—Cath me indicou através de uma agência.

—Que bom, eu gostei dela, me parece ser uma boa pessoa.

—Ela realmente é.

Em silêncio, seguiu para o quarto que prepararam juntos para a chegada de Emma. Grissom a acompanhou com a filha resmungando alguma coisa.

Sara acendeu a luz e seus olhos umedeceram diante da decoração planejada com muito amor e carinho. A tonalidade suave das paredes com seus motivos infantis, os ursinhos enfileirados nas prateleiras, o berço, a poltrona que usaria para amamentar.

Deus, ao mesmo tempo em que ela queria estar ali, também queria fugir o mais rápido possível. Sabia que estava sendo observada, podia sentir os olhos de Grissom sobre si, esperando talvez por um grito de socorro ainda que silencioso.

Ela não iria desmoronar, não podia, não na frente de Emma. Já havia feito aquilo quando a viu pela primeira vez e não queria nunca mais assustar a sua garotinha, mas o fato era que não imaginava ser tão difícil estar ali.

Nada ali havia sido tocado ou transferido para o quarto de Emma no sobrado, estava tudo exatamente do jeito que deixara.

—Por que não levou as coisas dela para a nova casa ?

—Eu não queria destruir esse quarto, nós dois montamos ele e, eu tinha a sensação de que se tirasse algo daqui, era como se eu estivesse destruindo minhas lembranças.

Sara havia sido pega de surpresa por aquela revelação, há um tempo atrás jamais imaginou que Grissom pudesse ter tanta desenvoltura com as palavras. Se expressar, expressar seu sentimentos era algo que não fazia parte de sua natureza sempre tão linear e metódica.

Sem saber exatamente o que lhe dizer, o silêncio se fez presente. Logo ela fechava a porta novamente e seguiram para o seu antigo quarto.

Pensativa, ela tocou a cômoda, o abajur sobre a mesinha, passeou os olhos por cada cantinho daquele quarto.   

Novos passos e ela parou em frente a seu guarda-roupa, deu uma breve olhada para Grissom antes de abrir suas portas e se sentar em sua cama.

Emma quis fazer o mesmo e Grissom a colocou ao lado da mãe.

—As caixas! - Ele se lembrou que haviam ficado no carro, por um momento não quis deixar aquele quarto, mas eles realmente precisavam ter no que colocar suas coisas. _Vou buscá-las e já volto.

—Ok!

Quando ele sumiu de suas vistas, Sara olhou para a filha e conseguiu sorrir.

—Você vai ajudar a mamãe a empacotar as coisas, Emma ?

Sua garotinha lhe deu um sorriso lindo que derreteu o seu coração, ela sapecou alguns beijos em seu rostinho delicado.

Olhando novamente para as portas escancaradas de seu guarda-roupa, ela notou uma pequena caixa mais ao canto na parte superior.

Não se lembrava daquela caixa ali, muito menos de seu conteúdo.

Ela se levantou os segundos suficientes para pegar o objeto em questão e retornar para a cama sabendo que Emma poderia cair ao tentar segui-la.

Ao abrir a caixa, ela sentiu uma fisgada, tanto na cabeça quanto no coração.


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