Recomeços escrita por LohRo


Capítulo 14
Capítulo 14


Notas iniciais do capítulo

Bem vindos ao primeiro capítulo do ano! Será que ainda se lembram dessa fic ? kkkkk
Confesso que relutei muito em voltar a postar, mas precisava de um tempo. Colocar as coisas no lugar, ver onde estava pecando. Ainda não sei se voltei para os trilhos, mas espero que gostem do que virá pela frente. Minha dificuldade em postar está enorme e vivo me questionando se estou fazendo um bom trabalho. Embora eu escreva há anos, ainda bate essas crises de meia idade. kkkk
Enfim, Recomeços está de volta! Se possível, deixe o seu review pra eu saber que tenho a sua companhia!
Boa leitura!



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Sua barriga parecia maior a cada dia, mesmo não acompanhando como gostaria, Grissom estava cada vez mais fascinado pela forma graciosa que protegia seu filho.

Jamais imaginou que ser pai a esta altura de sua vida, o tornaria tão babão! Era uma sensação diferente, um amor que ele não conseguia explicar.

Sua vontade era “sequestrar” Sara e fazê-la entender que não havia o menor cabimento que ela fosse apenas a mãe de seu filho. Ela era sua mulher, a única que amou e amaria pelo resto de sua vida.

Sentia tanta falta de sua boca, de seu corpo, de seus momentos de cumplicidade. Ele sonhava com o seu perdão mesmo sendo inocente! Daria qualquer coisa para tê-la de volta.

Seu mundo sem ela era triste, vazio, sem sentido.

Ele havia se descuidado completamente de sua saúde, dormia mal e se alimentava muito pouco. Suas calças pareciam dançar em seu quadril.

Se dividir entre a gravidez de Sara, suas vidas separadas, e o laboratório havia um preço, e definitivamente o peso das últimas semanas se abateu sobre ele.

Para piorar, houve um surto de gripe no laboratório e ele havia sido uma das vítimas. Seu corpo todo doía, sua cabeça parecia que iria explodir a qualquer momento. Sentia-se mesmo muito mal naquela noite, mas ainda tinha algumas horas pela frente de muito trabalho.

Sozinho em sua sala, ele tentava reorganizar alguns documentos para entregá-los em caráter de urgência à Ecklie. Fora preciso se retirar de seu caso, mas pedira para que fosse mantido informado.

Ele havia espirrado dezenas de vezes, crises de tosse então, perdera as contas.

Alguém bateu à sua porta e autorizou a entrada. Era Catherine.

—Gil, o DNA combina com o do suspeito, isso é o bastante para o mantermos sob custódia!

—Comunicou ao seu advogado ?

—Sim! Ele alega que seu cliente tem um irmão gêmeo!

—Isso é fácil de descobrirmos!

—Sim, é! - Catherine reparou bem nele. _Você realmente está muito mal, não é ?

—Estou! - Ele admitiu.

—Sara sabe ?

—Mesmo que soubesse, ela não se importaria, Cath! - Ele suspirou dolorido.

A loira se sensibilizou com o sofrimento de seu velho amigo, a tristeza que seus olhos refletiam era de cortar o coração, de verdade. No final daquele turno, ela tomara uma decisão. Já havia protelado demais, desviou de seu caminho para casa e em minutos, tocava a campainha do apartamento.

—Cath ?

—Oi Sara! Eu posso entrar ?

—Claro!

Elas se abraçaram rapidamente e Sara deu passagem para que ela entrasse.

—Quer tomar alguma coisa ?

—Não, eu não vou me demorar.

—Sente-se! O que aconteceu ?

Assim que se acomodaram no sofá, Catherine começou.

—Eu sinto que preciso falar sobre isso com você, Sara.

—Falar o quê ?

—Grissom me disse o porquê terminou com ele. - Ela confessou.

Sara abaixou a cabeça entrelaçando suas mãos em seu colo.

Catherine viu a dor estampada em seus olhos e se sensibilizou. Sabia que ela estava sofrendo com aquela separação tanto quanto seu amigo.

—Ele jamais trairia você, Sara.

Desta vez, a morena a encarou tentando não se render às lágrimas, era difícil tocar nesse assunto, rememorar lembranças tão dolorosas. Havia presenciado muito mais que contato físico e intimidade, havia sentimento envolvido ali. Mesmo que Grissom não admitisse, no fundo, ele amava aquela mulher! Mas como dizer aquilo se para os seus próprios ouvidos parecia algo tão surreal, ela não queria acreditar no resultado de suas próprias conclusões, ainda que muitas vezes se sentira incomodada e insegura quando Heather Kessler estava em questão.

Por fim, ouviu-se murmurar.

—Você não viu o que eu vi ...

—Você tem razão. Mas o Grissom que eu ... o Grissom que nós duas conhecemos ... - Ela se corrigiu. _Não faria isso. Olha, eu também não morro de amores por aquela mulher e acho que Grissom já aprendeu a lição! Vocês se amam, Sara e eu não sei como nunca percebemos isso, vocês são bons!

Elas compartilharam um pequeno sorriso antes de Catherine concluir mais séria.

—Dê uma chance a vocês ... - Ela tocou sua barriga com carinho. _Esse bebezinho aqui, merece uma família.

—Não é tão simples, Cath.

—Me desculpe por isso, querida. Sei que não tenho o direito de me intrometer em suas vidas!

—Você só quer ajudar, mas ninguém pode! Eu não consigo esquecer ... não consigo perdoá-lo, infelizmente não há conserto para o que aconteceu.

—Eu sinto muito em ouvir isso! - Catherine se lembrou de quase duas semanas atrás quando Sara anunciara a sua mudança de turno. _Alguma vez você já permitiu que Grissom tocasse sua barriga ? - Pelo olhar dela, ela sabia que não. _Não lhe prive isso, Sara ... momentos como esses, são importantes na vida de qualquer homem, pense nisso! Bem, eu já vou indo, estamos com um surto de gripe no laboratório e quem não pegou está trabalhando quase o dobro. Estou cansada!

Na porta, elas se despediram.

Catherine sentia uma certa frustração por não tê-los ajudado como gostaria. Mas não podia tomar decisões que cabiam apenas à eles!

—Bom descanso, Cath!

—Obrigada! Se cuide.

—É o que mais tenho feito!

Pensativa, Sara escorou na porta assim que a fechou.

 

~Fim do flashback~

~♥~

Sua primeira noite naquela casa não estava sendo a das mais tranquila. Seu quarto era aconchegante e acolhedor, a temperatura agradável, estava tudo muito calmo e silencioso, mas o barulho que acontecia dentro dela não lhe permitia pegar no sono como gostaria.

Ela simplesmente não conseguia desligar sua mente e parar de pensar em sua vida, no rumo em que as coisas se encaminhavam e principalmente em como seria dali em diante.

Repassando o seu dia em sua cabeça, um sorriso tímido surgiu em seus lábios.

Emma era a coisa mais linda que poderia ter lhe acontecido. Ela era a sua luz, seu pacotinho de amor.

Depois do almoço, Grissom havia sugerido que fossem até o jardim, fazia um dia bonito lá fora e eles poderiam aproveitar melhor.

Ele havia forrado o gramado com um lençol de lese, bastante macio e então espalhara algumas almofadas sobre ele. Tudo sob os olhares atentos dela e da filha. Até mesmo Hank acompanhava seus movimentos.

Emma parecia impaciente em seu colo, querendo se atirar logo no chão, principalmente quando viu seu pai espalhando seus brinquedos favoritos, eles riam de seu desespero.

Devidamente acomodados, ela notara que ele se sentara o mais próximo que pôde e juntos passaram a dividir suas atenções com a filha.

Eles interagiam com ela o tempo todo, pegavam o que a pequena lhes estendiam e devolviam quando ela queria de volta. Falavam um com o outro, sempre por intermédio da filha, era mais fácil daquela maneira. Ora era ele quem usava desse artifício: “Mostra para a mamãe o presente que ganhou do tio Jim, minha joaninha.” Ora era ela: “Você deu para o papai, filha ... pede a ele de volta.” Porém, algo lhe dizia que Grissom estava ensaiando em como começar o mesmo assunto. Uma nova chance aos dois. Seus olhos pediam por aquilo, na verdade lhe imploravam por um recomeço.

Quando sentiu que ele estava prestes a lhe dizer algo, eles notaram que o tempo havia mudado de uma hora para outra.

O dia bonito havia dado lugar a um céu nublado e ventos fortes. Em poucos segundos uma chuva fina começara a cair.

“Venha mocinha, você ainda não tem idade para tomar banho de chuva!”

Ela sorriu com ternura para a forma carinhosa que ele falava com a filha enquanto recolhiam as coisas apressadamente para se protegerem dentro de casa.

Sara deu um novo sorriso ao final daquelas lembranças. Seus olhos passearam pelo quarto pouco iluminado e ela chegou a suspirar descontente pela falta de sono.

Sua cabeça imediatamente se virou na direção da porta quando notou ela ser aberta. Não havia som algum, apenas o vulto do movimento chamara a sua atenção. Sabia quem era e fingiu estar dormindo.

A passos estudados, Grissom se aproximou de sua cama se certificando que não seria pego. Ao que parece, ela dormia profundamente e isso era bom.

Ele se sentou na cama com tanto cuidado que Sara quase riu e se entregou. Era como se ele calculasse milimétricamente cada centímetro seu que tocava o colchão macio para não acordá-la. Imaginou a cara que ele faria se fosse pego ali e resolveu não pagar para ver. Algo lhe dizia para permanecer como estava.

Ela sentiu sua mão em seus cabelos em uma leve carícia.

—Não tem ideia do quanto eu sonhei em ver você aqui, meu amor ... quero dizer, não exatamente aqui ... em meu ... ou melhor ... em nosso quarto. Eu considero aquele quarto como seu também. - Ele ficou em silêncio por alguns segundos, pensativo, mas sem deixar de acariciar os fios sedosos. _Emma adora quando eu faço isso nos cabelos dela ... assim como você costumava gostar. - Ele deu um pequeno sorriso antes de continuar. _Vocês duas são tudo o que eu tenho de mais importante na vida, não quero perdê-las ... eu morreria! - Novamente o silêncio, ele forçou seus olhos para se certificar que ela continuava dormindo. _Eu fiquei sem chão quando recebi o seu diagnóstico de coma. - Um filme pareceu passar diante dele em segundos, todo o desespero e medo, muito medo. A angústia da espera por notícias, a dor que sentiu diante dos resultados finais. A negação, o desejo de querer trocar de lugar com ela, a sensação de impotência por não poder fazer nada pela mulher que amava. _Se não fosse por Emma, não sei o que teria feito. Engraçado, eu acho que sempre fui muito mais dependente dela do que propriamente ela de mim! - Outro sorriso. _Tudo o que eu mais quero é me acertar com você e poder criar nossa filha juntos. - De repente seus olhos se anuviaram. _Mas se isso não acontecer, eu ... eu ... você não precisa se preocupar ... eu te entrego Emma. Não vou brigar pela custódia dela, por mais que eu não posso suportar a ideia de me separar da minha garotinha, não tenho coragem de tirá-la de você, não seria justo depois de tudo o que passou!

Ele se inclinou, depositou um beijo casto em sua testa e se levantou.

—Durma com os anjos, minha doce menina!

Assim que a porta foi fechada novamente, Sara abriu os olhos e sem conseguir mais se segurar, chorou.


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