Uma Casa de Estrelas escrita por Lyn Black
Notas iniciais do capítulo
oxi ninguém deu sinal de vida no último capítulo, mas cá estou de volta!
espero que gostem,
beijocas,
lyn
eles são o amargo que é doce - trigésimo nono capítulo
uma casa de estrelas, por lyn black
All we ever had is hunger
All we never get is power
Would you ever feed each other?
— Hunger, AURORA
Eles são absurdamente diferentes, distintos, conflitantes e nada fez sentido quando suas bocas se tocaram pela primeira vez, mas Teddy apenas engoliu o preconceito e Andrômeda deixou de lado o orgulho. O gosto do beijo era meio estranho, achou. Parecia que algo deveria estar se quebrando para que a boca macia de Black se encaixasse na dele com tanta naturalidade. Ele é tagarela, ela diz, e segura sua mão, num gesto normal demais para não haver sido calculado por ela.
Andie tem cílios longos, uma língua afiada e uma lealdade assombrosa. Ele repara na garota mais nova quando percebe que o olhar da sangue-puro demora-se mais nele do que o normal. Teddy tem tantas dores, tantas vozes-próprias o atormentando que, a princípio, apenas deixa a menina de cabelos cacheados flutuar para longe de sua mente. Ele tem tanto trabalho, Tonks tem tantas ideias: mobilizar os nascidos-trouxas, enfrentar as raízes puristas de Hogwarts, denunciar os livros didáticos que apagam nascidos-trouxas e suas contribuições... Apenas não parece viável relacionar-se com uma sangue-puro de nariz arrebitado.
Ele nota que ela azara os colegas mais babacas da Slytherin uma vez, quando eles fazem comentários maldosos sobre Elisa Smith, amiga de Ted. Ninguém, aparentemente, repara de onde o feitiço vem, mas Edward sempre nota as origens dos encantos, ele não pode baixar a guarda. O jovem percebe, também, em como ela parece ser bem solitária, distante do grupo de puristas que Bellatrix Black, sua irmã mais velha, fez parte até deixar Hogwarts. Então, talvez, ela não seja tão horrível, não é mesmo?
Eventualmente, ele descobre que não. Andrômeda é determinada demais, orgulhosa demais e ambiciosa demais para deixar algo ficar entre ela e seus desejos. Ela, entretanto, tem princípios firmes sobre igualdade, direito bruxo e rebeldia. Pode parecer levemente assustador, mas é nos seus braços que a garota desaba, o rosto inchado por todas as lágrimas dos oceanos, então, ele enxerga a humanidade nela. E encanta-se profundamente.
Quando Tonks, agonizando profundamente dentro do seu corpo e da sua mente deixa-se mergulhar numa noite fria no Lago Negro, será a Black quem se afundará nas águas para segurar a sua mão. Não que ela vista a capa de salvadora, ela jamais fará isso. Inclusive, quando é ela quem quebra um espelho e tem as mãos manchadas de sangue, Ted a encontra e, da maneira mais trouxa possível, costura a pele da bruxa. Existe uma reciprocidade do sofrer entre eles.
É amargo. Andrômeda e Edward não são mel, nem mesmo algo essencialmente bonito. Eles têm gosto de partida, de decisões difíceis, mas, ao mesmo tempo, nas suas bocas a amargura transforma-se em algo quase sedutor. Quase viciante. Doce, talvez. Um gosto diferente do qual eles não abrirão mão.
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será que ficou bonitinho? acho que perdi o jeito pra escrever ucde... será que a poética morreu?
beijaços,
lyn