Uma Casa de Estrelas escrita por Lyn Black


Capítulo 26
Aconchego


Notas iniciais do capítulo

Agora eu escrevo contos para UCdE quando tenho tédio e está rendendo meninas!
Boa leitura!



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aconchego - vigésimo sexto capítulo 

uma casa de estrelas, lyn black

 

Sirius se encolhe na cama de Remus, o rosto inchado pelas lágrimas no meio da noite. Ele sabe que não vai cair no sono, terá de esperar o Sol afugentar as outras estrelas do céu. Remus dorme de lado, o corpo em posição fetal, seus cabelos castanhos no travesseiro espalhando um cheiro de maracujá. Ele dorme profundamente, o corpo esguio e um tanto ossudo - ele e James estão bolando um plano para o Lupin comer mais! -, e nem se mexe quando Black se encolhe contra seu corpo no colchão.

Os cabelos de Sirius ainda estão molhados pela chuva que tomou. A noite de julho abafada despertou-o do seu sono inquieto de aluno de 4° ano - às vezes, ele se sente tão velho quanto o tempo - e, sorrateiramente, para não despertar os companheiros adormecidos, ele ficou a observar pela grande janela da torre a chuva torrencial de verão. Sirius estava tão sufocado, as paredes da escola parecendo querer o esmagar. Black sentiu, e ainda sente, deitado, que iria explodir e não podia se permitir arrastar os amigos juntos.

Suas mãos tremiam e ele engoliu em seco, fixando a vista vazia na tocha ainda acesa no salão comunal, quase se extinguindo. Nem a magia parecia eterna. Fosse coisa de louco, ele não se importou. Ávido, Black destrancou a janela, abrindo caminho para a água ricocheteante, e o cheiro de chuva beijou sua alma. Ele nunca sentiu uma urgência tão grande, maior do que qualquer desejo, de estar sob aquele descargo de águas.

Apoiando-se na batente, ele equilibrou-se. Sirius dependurou-se na batente da alta janela, e os nós das suas mãos ficaram brancos ao se segurar na pedra fria, mas seu ímpeto mostrou-se mais forte que qualquer medo. O vento fez com que a chuva o envolvesse e, em poucos minutos, ele estava ensopado.

Uma rajada muito forte, entretanto, fez com que ele bambeasse as pernas e o vidro tremeu. Ele suspirou, e agachou-se para entrar no salão novamente. Fechou a janela imediatamente e sentiu o choque térmico. Uma poça logo se formou ao seu redor. Black suspirou novamente, e com os ossos cansados, agora notou como seus olhos estavam ardentes pelo choro que o tomou, desavisado, no meio da chuva, e perdeu-se na água dos céus.

Agora ele está no aconchego quente dos lençóis de Remus. Ele inspira e expira profundamente, e se questiona se deveria ir para sua cama, e não dar sinais de que há algo errado. Ser Black é saber manter máscaras perfeitas se fundindo com o rosto.

Remus, porém, numa excepcionalidade do destino, aproxima o corpo adormecido da forma contorcida de Sirius. O garoto de cabelos negros se deixa sorrir e fechar os olhos, envolvendo o corpo magro do outro com um braço. Não cairá no inconsciente dos pesadelos, sabe disso. Sirius esperará ali o Sol afugentar as estrelas da sua família do céu, certo de que sentindo a presença da respiração de Remus, o mundo parará de girar por alguns instantes.


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Notas finais do capítulo

Sobre quem você quer que seja o próximo conto? Achei que a escrita desse ficou xoxa, mas queria postar pq a ideia foi gostosinha pra mim
Espero que tenham gostado ♥



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